Grátis
80 pág.

Denunciar
Pré-visualização | Página 6 de 14
de forma integral, como conhecemos hoje, surgiu apenas na década de 80 e marca a terceira e última fase. Em nossa história recente, a publicação de normas ambientais mais amplas e efeti- vas teve início com a Lei nº 6.938/1981, que trata da Política Nacional do Meio Ambien- te. De modo inovador, reconheceu a importância do meio ambiente para qualidade de vida dos cidadãos. Re sp on sa bi lid ad e So ci oa m bi en ta l 34 Em seu artigo 2º, a Lei que rege a Política Nacional do Meio Ambiente expressa que tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no país, con- dições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da seguran- ça nacional e à proteção da dignidade da vida humana. Importante A Lei da Ação Civil Pública (nº 7.347/1985), por sua vez, estabeleceu a ação pública como um instrumento de defesa do meio ambiente, e permitiu que os danos ambientais fossem apreciados pelo poder judiciário. A Ação Civil Pública é o típico e mais importante meio processual de defesa ambiental, pois ao mesmo tempo em que reprime a prática de atos lesivos ao meio ambiente, também procura a reparação do dano causado pelo agente causador. (MOTA; BARBOSA ; MOTA G., 2011). Re sp on sa bi lid ad e So ci oa m bi en ta l 35 O meio ambiente alcançou à categoria de bem protegido constitucionalmente na Consti- tuição Federal de 1988, diretamente no Capítulo IV do Título VIII e indiretamente em diver- sos outros artigos. O texto constitucional sobre meio ambiente mais conhecido é o artigo 225, que está transcrito abaixo, para que você possa conhecê-lo: Outro importante dispositivo jurídico ambiental brasileiro é a Lei nº 9.605/1998, de Crimes Ambientais, que determina as penalidades aplicáveis às condutas e atividades da- nosas ao meio ambiente. Um ponto bem interessante que devemos observar é colocado por Caldas (2011). Se- gundo o autor, a nossa legislação, atualmente, é considerada uma das mais avançadas e restritivas do mundo. Basta dizer que ações e atividades consideradas como crimes am- bientais podem ser punidas com multas altíssimas, e isso vale tanto para pessoas físicas quanto para jurídicas. Imagine você que o valor pode chegar até R$ 50 milhões! Art. 225 – “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equi- librado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê- -lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. (BRASIL, 1988, não paginado). Importante Acesse a notícia publicada no endereço eletrônico: <http://www.brasil247. com/pt/247/portfolio/98014/CSN-pode-ser-multada-em-até-R$-50-mi- -por-crime-ambiental.htm>, e conheça um exemplo da aplicação da lei de crimes ambientais. Internet Re sp on sa bi lid ad e So ci oa m bi en ta l 36 Norma: documento elaborado coletiva- mente e aprovado por uma instituição normalizadora, que fornece, para uso comum e repetiti- vo, regras para o desenvolvimento de atividades e obtenção de resul- tados. Normalização é o processo de estabelecer e organizar as atividades pela criação e utilização de normas, visando a contribuir para o desenvolvi- mento econômico e social. É considerada uma das bases modernas das sociedades industriais e abrange os mais diversos setores da economia. Destaque-se ainda que os consumidores de hoje, cada vez mais exigentes, estimulam o desenvolvimento das normas técnicas, e as empresas, que buscam sua permanência em um mercado cada vez mais competitivo, pre- cisam se adequar a elas. Importante Normalização: identificando a origem, definição e objetivos Você lembra que discutimos sobre como a Revolução Industrial marcou o início de gra- ves problemas ambientais? Pois bem, ela foi, também, a mola propulsora para a utilização de normas, pois quando a produção passou a ser mecanizada, existiu a necessidade da padronização dos produtos e processos. Assim surgiu a normalização! As normas técnicas instituem padrões de qualidade, de desempenho, de segurança, de responsabilidade e, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI) (2002), também podem estabelecer procedimentos, padronizar formas, dimensões, tipos, usos, estabele- cer classificações ou terminologias e glossários, estabelecer a maneira de medir ou deter- minar características, como os métodos de ensaio. Mas você sabia que existem normas nacionais e internacionais? Em nível internacional, considera-se que a International Organization for Standardization (ISO) é o principal organismo de normalização. Foi fundado em 1945 e tem sede em Genebra, na Suíça. Hoje a ISO está composta por 149 países em diferentes graus de desenvolvimento. Já no Brasil, o único fórum de normalização reconhecido é a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que é uma entidade privada, sem fins lucrativos, e desde 1940 fornece a base necessária ao desenvolvimento tecnológico no país. Aprendemos, então, que normalização é um processo orientado por normas. Mas o que é norma? Re sp on sa bi lid ad e So ci oa m bi en ta l 37 A ABNT é membro fundador e representa no país a ISO, a Comissão Paname- ricana de Normas Técnicas (COPANT) e a Associação Mercosul de Normaliza- ção (AMN). Curiosidade Para efeito dos nossos estudos, devemos focar nossos esforços nas normas que regem a responsabilidade social e ambiental. Vamos em frente! Analisando as normas de Responsabilidade Social e Ambiental NBR 16001 A seguir, estudaremos as normas NBR 16001, SA 8000, AA 1000, NBR ISO 26000 e NBR ISO 14001e discutiremos a forma como passaram a ser incorporadas pelas em- presas. Durante a leitura esteja atento ao foco de cada uma, o caráter de aplicação, sua origem (nacional ou internacional) e ano de publicação, de modo que possa realizar uma atividade proposta ao final do capítulo. A Norma NBR 16001 é uma norma brasileira desenvolvida por uma comissão formada por diversos segmentos do governo e da sociedade civil, publicada pela Associação Brasi- leira de Normas Técnicas (ABNT) em 2004. Mas, do que é mesmo que ela trata? Vejamos: A NBR 16001 é uma norma de sistema de gestão da responsabilidade social, estrutura- da em requisitos verificáveis, portanto, passível de certificação e que adota como modelo o ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act). Vamos entender o ciclo PDCA? Observe a ilustração abaixo e as iniciais que formam a sigla em inglês e sua tradução para o português: Re sp on sa bi lid ad e So ci oa m bi en ta l 38 Também conhecido como ciclo de Deming, PDCA é um método de gestão em quatro etapas utilizado para controle e melhoria contínua de processos e produtos: • Plan (P): Diz respeito a etapa de PLANEJAMENTO e envolve metas, objetivos, pro- cedimentos e padrões; • Do (D): Refere-se à EXECUÇÃO das tarefas planejadas; • Check (C): Compreende os procedimentos de VERIFICAÇÃO em que se avaliam os resultados das tarefas já executadas; • Act (A): Permite determinar e traçar novos planos de AÇÃO, aprimorando a execu- ção e corrigindo eventuais falhas. Figura 2 – Ciclo do PDCA Fonte: autoria própria. Atividade 01 Visite o endereço eletrônico: <http://www.inmetro.gov.br/qualidade/res- ponsabilidade_social/norma_nacional.asp> e conheça melhor a estrutu- ração da NBR 16001. Ao observar os antecedentes da criação da norma em 2004, você deve ter identificado o que motivou a sua nova publicação em 2012, certo? Socialize seu entendimento utilizando o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Re sp on sa bi lid