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Experimento II Queda Livre Engenharia Mecânica Clarissa Soares Borges Júlia Maria Garcia Ribeiro Victor Nunes de Souza Turma UB Uberlândia – MG Introdução O movimento de um corpo é classificado como uniformemente variável quando sua velocidade escalar varia de forma uniforme, caracterizando sua aceleração constante. Dessa forma, denomina-se queda livre o movimento no qual um corpo em queda, partindo do repouso, apresenta aceleração devida somente à ação da gravidade. Com isso, ao analisar a distância percorrida por um objeto e a variação do tempo decorrido, é possível estimar-se a aceleração da gravidade.Para isso, aliando-se ao estudo dos movimentos uniformemente variados, será utilizado a seguinte equação para a análise do movimento: d = d0 + v0yt + gt2 2 (1) Em que: d = distância; d0 = distância inicial; v0y = velocidade inicial em y; g = aceleração da gravidade; t = tempo; No entanto, como o movimento realizado pela esfera metálica é de queda livre, a equação (1) resume-se a: d = gt2 2 (2) Buscando a análise gráfica e experimental dos dados serão utilizadas as seguintes fórmulas: Cálculo da Média: �̅� = 1 𝑁 ∗ ∑ 𝑦1𝑁𝑖=1 (4) Para verificar as incertezas existentes dos dados, calculamos a sua diferença em relação à média por meio do desvio padrão (4) e também o desvio padrão do Valor Médio (6): 𝜎 = √ 1 𝑁−1 ⋅ ∑ (𝑦1 − �̅�)2 𝑁 𝑖=1 (5) 𝜎𝑖 = 𝜎 √𝑁 (6) Para calcular as incertezas dos dados linearizados, utiliza-se: 𝜎 ln = | ∆𝑥 𝑥 | (7) Por fim, será utilizada a fórmula de propagação de incertezas (8): 𝜎𝑧 2 = ( 𝜕𝑧 𝜕𝑥 ∗ 𝜎𝑥) 2 + ( 𝜕𝑧 𝜕𝑦 ∗ 𝜎𝑦) 2 + ⋯ (8) Procedimentos experimentais No experimento de queda livre foram utilizados vários instrumentos, sendo eles: • Pedestal de aço milimetrado com superfície sensível ao toque na extremidade inferior. • Cronômetro digital com precisão de 4 casas decimais. • Bolinha de aço. Podemos descrever melhor a função do pedestal. O mesmo conta com duas superfícies, superior e inferior, onde a superfície superior abriga um sistema de imã que tem a função de prender a bolinha de aço, bem como um gatilho para liberar a bolinha. Já a superfície inferior conta com uma área sensível ao toque, justamente para detectar o exato momento em que a bolinha a toca. O experimento tem como objetivo inicial medir o tempo em que a bolinha leva para percorrer determinadas distâncias em queda livre. Foram usadas as seguintes distâncias: 20cm, 30cm, 40cm, 50cm, 60cm. A partir destes dados o próximo passo é encontrar sua velocidade média. Foram realizados os seguintes passos para o desenvolvimento do experimento: primeiramente, coloca-se a bolinha de aço na superfície superior do pedestal, fixando-a na mesma por meio de um imã. Ajustamos a determinada distância e, após isso, aciona-se o gatilho para liberar a bolinha. A partir deste momento, o cronômetro digital, que está conectado as extremidades do pedestal, mede o tempo gasto pela bolinha para sair da superfície superior e chegar na superfície inferior, em queda livre. Foram determinadas 5 diferentes distâncias. Abaixo seguem algumas imagens da bancada experimental, a fim de ilustrar com clareza a disposição e a forma como foi montado o sistema. Figura 2 - Bancada experimental Figura 1 - Bancada experimental RESULTADOS E DISCUSSÕES Realizado o experimento, foram calculadas as incertezas estatísticas e totais, utilizando as equações ... e ... . Para d=(20,0±0,5)cm: 𝑥 𝑚é𝑑𝑖𝑜 = (0,2378+0,2295+0,2290)/3 = 0,2321 𝜎𝑒𝑠𝑡 = 0,0049/√3=0,0029 𝜎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = √(0,0029)2 + (0,0001)2 = 0,0029 Para d=(30±0,5)cm: 𝑥 𝑚é𝑑𝑖𝑜 = (0,2729+0,2771+0,2674)/3 = 0,2724 𝜎𝑒𝑠𝑡 = 0,0049/√3=0,0029 𝜎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = √(0,0029)2 + (0,0001)2 = 0,0029 Para d=(40±0,5)cm: 𝑥 𝑚é𝑑𝑖𝑜 = (0,3048+0,3046+0,3066)/3 = 0,3053 𝜎𝑒𝑠𝑡 = 0,0011/√3= 0,0004 𝜎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = √(0,0004)2 + (0,0001)2 = 0,0004 Para d=(50±0,5)cm: 𝑥 𝑚é𝑑𝑖𝑜 = (0,3376+0,3359+0,3355)/3 =0,3363 𝜎𝑒𝑠𝑡 = 0,0011/√3= 0,0004 𝜎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = √(0,0004)2 + (0,0001)2 = 0,0004 Para d=(60±0,5)mm 𝑥 𝑚é𝑑𝑖𝑜 = (0,3642+0,3668+0,3681)/3=0,3670 𝜎𝑒𝑠𝑡 = 0,0019/√3= 0,0011 𝜎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = √(0,0011)2 + (0,0001)2 = 0,0011 Feitos esses cálculos, os resultados obtidos foram organizados numa tabela: d ± ∆d(m) T1 ± ∆𝑡1(𝑠) T2 ± ∆𝑡2(𝑠) T2 ± ∆𝑡2(𝑠) Tm ± 𝜎𝑒𝑠𝑡(𝑠) Tm± 𝜎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙(𝑠) 0,2±0,005 0,2378±0,0001 0,2295±0,0001 0,2290±0,0001 0,2321±0,0029 0,2321±0,0029 0,3±0,005 0,2729±0,0001 0,2771±0,0001 0,2674±0,0001 0,2724±0,0029 0,2724±0,0029 0,4±0,005 0,3048±0,0001 0,3046±0,0001 0,3066±0,0001 0,3053±0,0004 0,3053±0,0004 0,5±0,005 0,3376±0,0001 0,3359±0,0001 0,3355±0,0001 0,3363±0,0004 0,3363±0,0004 0,6±0,005 0,3642±0,0001 0,3668±0,0001 0,3681±0,0001 0,3670±0,0011 0,3670±0,0011 Tabela 1 - Tabela da altura que a esfera é abandonada e seus respectivos tempos de queda, ambos com suas incertezas. Com base nos dados da Tabela 1, foi construído um gráfico, a fim de verificar melhor as relações entre as grandezas: Figura 1 - Gráfico das alturas de abandono em função do tempo de queda. A escala utilizada no gráfico impediu a representação das barras de incerteza, contudo, elas existem e foram consideradas na análise feita. Percebe-se que a função pode ser comparada à uma equação geral, dada por 𝑦 = 𝑘. 𝑡𝑛 [Eq.: ...], mas seu caráter não-linear dificulta sua análise. A fim de resolver isso, foi feita a linearização da função: ln 𝑦 = ln(𝑘. 𝑡𝑛) ln 𝑦 = ln 𝑘 + 𝑛. ln 𝑡 [Eq.: ...] 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 A lt u ra ( m ) Tempo (s) Altura em função do tempo Tabela 2: Tabela dos dados das alturas e tempos linearizados, ambos com seus respectivos erros. Ln d ± ∆ln d Ln t ± ∆ln t -1,6094±0,0250 -1,4606±0,0125 -1,2038±0,0167 -1,3005±0,0106 -0,9163±0,0125 -1,1865±0,0013 -0,6931±0,0100 -1,0898±0,0012 -0,5108±0,0083 -1,0024±0,0030 A partir desses dados linearizados, foi feito um novo gráfico: Comparando a Eq.: ... com a equação geral da reta, ln k é o coeficiente linear da reta linearizada e n é o coeficiente angular. Utilizou-se o Excel para calcular esses parâmetros, ln k é dado pela intercepção e n é pela tangente do ângulo formado entre a reta e o eixo x. Obteve-se ln k≈1,61 e n≈2,21. A partir disso, é possível calcular o valor experimental da gravidade de tal maneira: ln 𝑘 = ln 𝑔 2 = 1,61 𝑔 2 = e1,61 𝑔 2 = 5,0028 𝑔 = 10,0056m/s -1,8 -1,6 -1,4 -1,2 -1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 0 1 2 3 4 5 6 Ln a lt u ra Ln tempo Altura em função do tempo Também pode-se inferir outra análise, na qual assume-se, já inicialmente, que o espaço percorrido depende do quadradodo tempo, e a constante relaciona-se com a aceleração: 𝑦 = 𝐴𝑡2 [Eq.: ...] Para iniciar essa análise, foi feita uma tabela dos dados em questão: Tabela 3: Tabela da altura que a esfera é abandonada e seus respectivos tempos de queda ao quadrado, ambos com suas incertezas. Foi imprescindível a construção dessa nova tabela, já que com a potenciação do tempo ao quadrado, os erros estatísticos e totais mudaram. Porém, o método utilizado para esses cálculos foi análogo ao da Tabela 1, seguindo as equações ..., ...: d ± ∆d(m) T1 ± ∆𝑡1(𝑠) T2 ± ∆𝑡2(𝑠) T2 ± ∆𝑡2(𝑠) Tm ± 𝜎𝑒𝑠𝑡(𝑠) Tm± 𝜎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙(𝑠) 0,2±0,005 0,0565±0,0001 0,0527±0,0001 0,0524±0,0001 0,0539±0,0011 0,0539±0,0011 0,3±0,005 0,0745±0,0001 0,0768±0,0001 0,0715±0,0001 0,0743±0,0016 0,0743±0,0016 0,4±0,005 0,0924±0,0001 0,0928±0,0001 0,0940±0,0001 0,0930±0,0005 0,0930±0,0005 0,5±0,005 0,1139±0,0001 0,1128±0,0001 0,1126±0,0001 0,1131±0,0004 0,1131±0,0004 0,6±0,005 0,1326±0,0001 0,1345±0,0001 0,1355±0,0001 0,1342±0,0009 0,1342±0,0009 Com os dados acima, foi construído mais um gráfico: Comparando a Eq. ... com a equação geral da reta, y = ax + b, percebe-se que x corresponde a 𝑡2 e a corresponde ao coeficiente angular da função. Utilizou-se o Excel para obter A=4,2181. 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14 0,16 A lt u ra ( m ) Tempo (s) Altura em função do tempo Relacionando agora a Eq. ... e a Eq. ...: 𝑥 = ∆𝑠 = 𝑎𝑡2 2 = 𝐴𝑡2 Logo: 𝐴 = 𝑔 2 Então, obteve-se experimentalmente um valor de 𝑔 ≈ 10,0056 m/s². Conclusão A partir do experimento realizado, as conclusões são positivas, ou seja, todos os dados, valores e resultados foram obtidos dentro de uma margem de erro pequena. Primeiramente, é indispensável comentar a respeito dos valores obtidos entre a distância e o tempo percorridos. Como queríamos, ao inserir os dados na montagem do gráfico que relaciona a distância com o tempo, o erro calculado e o caráter obtido foram extremamente positivos, dentro dos valores esperados, com dispersão pequena e nos padrões esperados. Isto fica claro nos gráficos apresentados, mostrando que a disposição dos dados formou uma parábola, como deve ser. A partir da linearização, encontramos uma reta onde seu coeficiente linear ln k = 1,61 e o coeficiente angular n . Vale comentar o valor da aceleração da gravidade encontrado no experimento. Sabemos que a aceleração é dada pela velocidade sobre o tempo. Com isso, como foi desenvolvido na discussão, o valor aproximado da aceleração da gravidade encontrado foi 𝑔 = 10,0056 𝑚/𝑠². Comparando o valor da gravidade teórico 𝑔 = 9,8𝑚/𝑠² e o valor encontrado no experimento 𝑔 = 10,0056𝑚/𝑠², temos que o erro encontrado é bastante pequeno e tolerável, levando à conclusão do sucesso do experimento realizado.
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