Buscar

Valor Econômico 06 02 2019 revista

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 38 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 38 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 38 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

Jornal Valor --- Página 1 da edição "06/02/2019 2a CAD A" ---- Impressa por VDSilva às 05/02/2019@22:28:14
Quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019 | Ano 19 | Número4684 | R$5,00www.valor.com.br
Aumenta odéficit comercial da indústria
MartaWatanabe
DeSãoPaulo
Odéficit da balança comercial da in-
dústria de transformação se aprofun-
dou no ano passado. O saldo negativo
avançou de US$ 3,2 bilhões em 2017
para US$ 25,2 bilhões em 2018, segun-
do cálculo do Institutode Estudos para
oDesenvolvimento Industrial (Iedi).
“Odéficitcaminhaparaonívelpré-cri-
se”—chegouaUS$63,6bilhõesem2014,
pior resultado desde 2000 —, diz Rafael
Cagnin, do Iedi. A crise argentina e a de-
saceleração do comércio mundial, fato-
res que afetaram o embarque de indus-
trializados no ano passado, devem se
manter em 2019, ao menos na primeira
metade do ano. Eventual redução de alí-
quotas de importaçãopoderia acelerar o
processodedeterioração.PáginaA5
Grandesbancos
pagamR$36,8bi
aseusacionistas
TalitaMoreira
DeSãoPaulo
Os três maiores bancos privados do
país vão distribuir neste ano R$ 36,8 bi-
lhõesaosacionistasna formadedividen-
dos, juros sobre capital próprio e recom-
pra de ações. O número equivale a 61,7%
do lucro líquido ajustado que Itaú Uni-
banco,BradescoeSantanderalcançaram
juntosem2018,deR$59,7bilhões.
O valor distribuído foi ampliado por
causa de umnovo recorde de remunera-
ção dos acionistas do Itaú, que atingiu
R$ 22,9 bilhões, equivalente a 89,25% lu-
cro líquido do ano passado. Em 2018, o
banco já havia devolvido 83% de seu re-
sultado, amelhormarca até então.
A farta distribuição de dividendos
ocorre nomomento em que o governo
Bolsonaro discute a possibilidade de
tributar o instrumento em troca de um
corte nas alíquotas do Imposto de Ren-
da pago pelas empresas. O ministro da
Economia, PauloGuedes, indicouqueo
IRpode ser reduzidodos atuais 34%pa-
ra 15%, após a taxação de dividendos. A
medida vem sendo elogiada por execu-
tivosdebancos eanalistasdo setor.
O Bradesco distribuiu aos acionistas
R$7,3bilhões relativos aosnúmerosde
2018, o que equivale a 34,2% do resul-
tado. O Santander pagou R$ 6,6 bi-
lhões, 53,2%do lucro recorrente.
Tecnicamente, os superdividendos
do Itaú decorrem de uma política ado-
tadapelobancopara lidar comumpro-
blemabom—oexcesso de capital. Para
evitar uma “sobra” aindamaior, a insti-
tuição anunciou em setembro de 2017
a derrubada do teto que limitava os di-
videndos a 45% do lucro líquido. Na
época, o Itaú definiu que passaria a fa-
zer, a cada ano, a distribuição necessá-
ria paramanter 13,5% do capital emní-
vel1,parâmetroqueincluiações, lucros
acumulados e alguns títulos de dívida.
Comocrédito fraco e limitadopelos re-
guladores para fazer aquisições, o Itaú
optou por distribuir mais lucros aos
acionistas, encerrando2018 com15,9%
docapital emnível 1.
A política do Itaú é diferente da
adotada por seus maiores concorren-
tes. O diretor de relações com o mer-
cado do Bradesco, Carlos Firetti, disse
que 13,5% em capital de nível 1 é o pa-
tamar ótimo, mas não necessariamen-
te um teto. “A gente pode acumular
mais”, disse em teleconferência com
analistas. Segundo Firetti, a expectati-
va do banco é que as mudanças discu-
tidas pelo governo não impliquem au-
mento da carga tributária. Página C1
Fotonretoma
planospara
fábricanopaís
Marli Olmos
DeSãoPaulo
A Foton Aumark do Brasil está reto-
mando o projeto de construção de sua
fábrica de caminhões em Guaíba (RS).
A empresa é controlada pelo ex-minis-
tro Luiz Carlos Mendonça de Barros,
que em 2010 decidiu importar cami-
nhões da chinesa Foton e, em seguida,
negociou com o governo gaúcho in-
centivos e terreno para iniciar a pro-
dução no país. A fábrica, porém, nun-
ca saiu do papel por conta da crise
econômica. Agora, com perspectivas
mais otimistas, sua construção será re-
tomada e os chineses, que não têm
participação na empresa brasileira, se
comprometem a assumir a operação
no país em 18meses. Página B3
OpresidentedaTotal, PatrickPouyanné,dissequeaempresacaminhaparaampliaros investimentos
emgásnatural até2040. “Temosde lidarcomamudançaclimáticaesermosmaiseficientes”.Pág.B2
N
A
SS
ER
B
ER
ZA
N
E/
A
P
PresidentedaCâmara,
RodrigoMaia (DEM-RJ),
defende fimda tabela
dos fretesA6
Conselhos regionais
queremadiar resolução
doórgão federal sobre
‘telemedicina’B5
Opesodoclima
Comnova fábrica,
farmacêuticaCimedvai
ampliar aproduçãoem
maisde100%
até2024, diz
MarquesB4
Ibovespa 5/fev/19 -0,28% R$ 16,3 bi
Selic (meta) 5/fev/19 6,50% ao ano
Selic (taxa efetiva) 5/fev/19 6,40% ao ano
Dólar comercial (BC) 5/fev/19 3,6735/3,6741
Dólar comercial (mercado) 5/fev/19 3,6658/3,6664
Dólar turismo (mercado) 5/fev/19 3,6300/3,8100
Euro comercial (BC) 5/fev/19 4,1937/4,1951
Euro comercial (mercado) 5/fev/19 4,1834/4,1841
Euro turismo (mercado) 5/fev/19 4,1826/4,3626
Ideias
Indicadores
MaluDelgado
Como definiu um parlamentar expe-
riente, “desgraçadamente” a política
não está no comando.A8
CristianoRomero
Adiscussãourgente sobreanecessidade
demudaras regrasdasaposentadoriasé
hojeomaioralvodemanipulações.A4
Destaques
Esteanovai trazerdesafiosaosfundosde
pensão,queprecisarãoaumentaroriscode
suasalocaçõesemrazãodaquedadosjuros,
ummovimentojáantecipadoporalgumas
fundações.SegundoaconsultoriaAditus,
61%dosplanosficaramabaixodasmetas
atuariaisem2018.“Algumafundaçõesestão
preocupadas.Omercadofoipositivoemja-
neiro,masodesempenhodependemuito
dasreformas”,dizGuilhermeBenites.C10
Mais gastos com TI em 2019
Os gastos com tecnologia e telecomuni-
cações no Brasil vão se acelerar neste
ano, com aumento de 4,9%, segundo
projeções da consultoria e empresa de
pesquisas IDC. “Omercado não volta
ao ritmo de 2014, mas em diversos seg-
mentos o avanço será bastante acelera-
do”, diz Pietro Delai. B6
Marcos Elias admite culpa nos EUA
OgestoreanalistadeinvestimentosMarcos
Elias,presodesdeagostonosEUA,confes-
souocrimedeconspiraçãocontra institui-
çõesfinanceirasamericanas, segundoaPro-
curadoriadeNovaYork.Ele foipresonaSuí-
çaeextraditadoparaosEUAsobacusação
departicipardeesquemaparaobtermais
deUS$750mildebancosamericanos.A4
Heringer pede recuperação
Pressionada por uma dívida que chega
a R$ 1,5 bilhão, a Fertilizantes Heringer
apresentou pedido de recuperação ju-
dicial. Amedida foi adotada após a rus-
sa Eurochem executar uma dívida de
cerca de R$ 55milhões, que levou ao
bloqueio de contas. As ações da compa-
nhia caírammais de 30% ontem. B10
Entraves às vendas do agronegócio
Baixosganhosdeprodutividadenasáreas
deprocessamentoe logística,ausênciade
acordoscomerciaisemercadointernacio-
nalconturbadoporquestõesgeopolíticas
podemameaçarocrescimentodasexpor-
taçõesbrasileirasdoagronegócio,dizMar-
cos Jank,presidente-executivodaAsia-Bra-
zilAgroAlliance,quereúneexportadores
deproteínaanimal,açúcareálcool.B9
Juro baixo desafia fundos de pensão
Caixa vai vender ações do IRB
ACaixapretende vendernomercado
suaparticipaçãono IRBBrasil RE, em
umaoperaçãoquepode chegar aR$2,4
bilhões, considerandoa cotaçãoda
açõesda resseguradoranoencerramen-
todabolsana segunda-feira.O crono-
gramadavendaainda está sendodiscu-
tido, inclusive como IRB, paranão ter
impactonospapéis da empresa.C3
Promotordeixa ‘casoFlávioBolsonaro’
OpromotorClaudioCalo,doMinistério
PúblicodoRio, indicadopara investigar
movimentações financeirasatípicasde
ex-funcionáriosdegabinetedohojesena-
dorFlávioBolsonaro(PSL-RJ),desistiuda
atribuiçãoapósquestionamentossobre
manifestações favoráveisaFlávioeaogo-
vernoBolsonaroquefezemredesocial.A8
Reformaémaisduraparaservidor
RibamarOliveira,RaphaelDiCunto,
FabioGraner, EdnaSimãoeMarceloRibeiro
DeBrasília
A minuta de reforma da Previdência
que vazou nesta semana é mais suave
comos trabalhadoresda iniciativapriva-
da e mais dura para os servidores públi-
cos do que aproposta apresentada pelo
governodoex-presidenteMichelTemer.
A gestão anterior propôs idademínima
de 65 anos para todos. A minuta mantém
os 65 anos, porém com redução a 60 anos
para professores e trabalhadores rurais.
Masaregraquetornaaminutamuitomais
duraparaosservidores, inclusivemilitares,
éaquedeterminacriaçãodecontribuições
extraordinárias, alémda contribuiçãopre-
videnciária normal, para equacionar o dé-
ficit atuarialdaprevidênciado setorpúbli-
coedosmilitares.Seaminutafosseaprova-
da no Congresso, esses servidores teriam
que arcar com os déficits de seus regimes
enãomaisoTesouro,comoocorrehoje.
Ogovernodecidiuenviarnovaproposta
de reforma e não usará mais o projeto de
Temer.Comisso,otextoteráquepassarno-
vamente pela Comissão de Constituição e
Justiça e por uma comissão especial, o que
atrasará a tramitação. A proposta anterior
levouquatromesesparasuperaressasfases
emaisummêsdenegociaçõesantesdapri-
meiratentativadevotação.PáginaA7
Alemanhareage
parapreservar
suasempresas
RuthBender
DowJonesNewswire, deBerlim
AAlemanhaanunciouque vai intensi-
ficar os esforços para proteger setores
importantes de sua economia contra
aquisições e concorrência de grupos es-
trangeiros, como forma de combater o
que classificou de crescente protecionis-
modosEstadosUnidosedaChina.
A nova política permitirá ao país assu-
mirparticipações emempresas estratégi-
cas para evitar que sejam compradas por
estrangeiros.Tambémprevêumaadapta-
ção das regras antitruste, nacionais e eu-
ropeias,paraencorajaracriaçãode“cam-
peãs nacionais ou europeias” para en-
frentargiganteschinesaseamericanas.
O anúncio acontece no momento em
queadefesadaeconomiademercadore-
cua em quase todo omundo, emmeio a
umagrande reaçãoantiglobalização, em
especialnoOcidente.PáginaA11
A2 | Valor | Quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019
Quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019 | Valor | A3
Jornal Valor --- Página 4 da edição "06/02/2019 2a CAD A" ---- Impressa por VDSilva às 05/02/2019@22:47:23
A4 | Valor | Quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019
Brasil
EspecialistasdaONUcriticamvetode
Doriaàcriaçãodecomitêcontratortura
RICKBAJORNAS/UN
MalcolmEvans: “EsperamosqueoBrasil cumprasuasobrigações internacionais”
AssisMoreira
DeGenebra
Especialistas em direitos hu-
manos da Organização das Na-
ções Unidas (ONU) pediram ao
Brasil que cumpra suas obriga-
ções legais internacionais, emco-
municado divulgado no início
desta semana pelo Alto Comissa-
riado das Nações Unidas para os
DireitosHumanos.
Esses especialistas se dizem
“profundamente preocupados”
com o recente veto, pelo gover-
nador de São Paulo, João Doria,
do projeto de lei que institui o
Comitê Estadual de Prevenção e
Combate à Tortura e o Mecanis-
mo de Prevenção e Combate à
TorturanoEstado .
No seu veto, em 16 de janeiro,
o governador paulista ressalta
que a prevenção da tortura deve
ter apoio “incondicional e irres-
trito” do Estado, mas diz que o
projeto fere o princípio de sepa-
ração de poderes. Afirma, por
exemplo, que “não é admissível a
criação de órgão vinculado ao
Poder Legislativo com poderes
para fiscalizar as atividades dos
estabelecimentos privativos de
liberdade”.
Os especialistas da ONU pe-
dem que a Assembleia Legislati-
va reverta adecisão. “OBrasil tem
a obrigação legal internacional
de estabelecer mecanismos na-
cionais de prevenção para com-
bater a tortura e os maus-tratos,
em razão do fato de o país ter ra-
tificado em 2007 o Protocolo Fa-
cultativo à Convenção contra a
Tortura (OPCAT)”, afirmam.
Otextodestacaque,em2015,o
Brasil introduziu uma lei federal
criando um Sistema Nacional de
Prevenção e Combate à Tortura,
que se baseia no estabelecimento
de uma rede demecanismos pre-
ventivos no plano estadual. Esses
mecanismos já foram estabeleci-
dosnosEstadosdoRiode Janeiro,
Pernambuco, Roraima, além do
Distrito Federal. E considera que
o veto em São Paulo inverte essa
tendênciapositiva.
“Esperamos que o Brasil conti-
nue cumprindo as suas obriga-
ções internacionais, reverta essa
decisão e permaneça compro-
metido em favor da luta contra a
tortura”, declarou sir Malcolm
Evans, presidente do Subcomitê
para a Prevenção da Tortura.
“Congratulamo-nos comadecla-
ração feita na semana passada
pela Procuradoria Federal dos
Direitos do Cidadão ao rejeitar
esse veto, convidando o Estado a
cumprir com as suas obrigações
noâmbitodoOPCAT.”
“O governo brasileiro está sob
obrigação legal internacional de
garantir que isso aconteça”, diz o
textodivulgadopeloAltoComis-
sariadodaONU.
Aditus C10
ADM B10
Agco B10
Agrale B3
Agronow C10
Airbus A11
Alphabet C2
Alstom A11
Amazon B6
Andrade Gutierrez B3
Apple B6
Arko Advice A8
Arquilau de Paula
Advogados Associados A6
Avianca Brasil B5
B3 B2, B10
Banco do Brasil B1, B10,
C5, C10
Banco Fibra A5
Banco Pan C5
Banrisul A6
BNDES B3
Bradesco A5, C1, C2, C5
Bradespar C10
Braskem C10
BRF B10
BTG Pactual B4, B5, C1, C10
Caixa C3, C10
Carioca B3
Carrefour B5
Celonis A11
Cielo C5
Cimed B4
CM Capital Markets C2
Coface C2
CPFL Energia B10
Cummins B3
CVA Solutions B2
Deepl A11
Deutsche Bank A11
Digesto C10
Discovery B6
Elliott Associates B5
Elliott International B5
Escritório Carvalhaes B8
Eurasia A8
Eurochem B10
Euromonitor B7
Fertilizantes Heringer B10
Fertilizantes Tocantins B10
Finpass C10
Ford B3
Foton B3
Funcef B2
Gol B5
Goldman Sachs C5
GPA B5
Grupo Bandeirantes de
Comunicação B6
Hapvida B5
Hyundai B3
IDC B6
IHS Markit A5
Imperial A6
Ipiranga B2
IRB C3
Itaú BBA B4
Itaú Unibanco C1, C2, C5
ITV B6
Iveco B3
Kia B3
Kimberly B7
Klabin B4
Kuka A11
Latam B5
Livraria Cultura B1
Locomotiva B4
Manchester Securities B5
Mannrich e Vasconcelos A6
Meteorologix B8
Microsoft B6
Midea A11
Netflix B6
Nexas Resources C10
Nielsen B5
OAS B3
Odebrecht B3
Oi B6
PagSeguro C5
Petrobras B2, B3, B10, C10
Petros B2
Pharol B6
Previ B2
Procter & Gamble B7
Raízen B2
Ralph Lauren C2
Rede C5
Sace Simest C10
Sacha Calmon, Misabel
Derzi A6
Santander B5, C1, C2, C5
SAP A11
Saraiva B1
Seery Futures B8
Setal Engenharia B3
Siemens A11
Sog B3
Sogemar B4
Stone C5
Tendências Consultoria A8
This is L B7
ThyssenKrupp A11
Total B2
Transunião A6
Tüv Süd B4
UBS B4
Vale A6, B2, B4, C10
Votorantim B5
Walt Disney Company C2
ZF B3
Índice de empresas citadas em textos nesta edição
Obstáculodareforma
estánadesinformação
CristianoRomero
U
madas
características
marcantesdo
debatenacional éa
manipulaçãoda
informação.Émais fácil
“dialogar”quandoo
interlocutornãosabe
exatamentedoqueseestá
falando.Muitoantesdoadvento
das “fakenews”quese
propagamfeitoervadaninha
nas redes sociais, notícias falsas,
lendasurbanasemistificações já
sedisseminavamcomenorme
facilidadeparaalémdas
conversasdebar.
A ignorânciarepetidacomo
verdade, registre-se,nuncafoi
privilégiodepessoascombaixo
acessoàeducaçãoformaleaos
meiosdecomunicação.Nas
universidadespúblicas, lócusdo
conhecimentoesupostamente
dolivredebatede ideias, elites
intelectuais, refénsdo
corporativismo, sãocontráriasàs
reformasdequeoBrasilprecisa
parase tornarsocialmentemais
justo. Funcionamcomoigrejas,
deumcredosó,ondeopiniões
quequestionemostatusquode
seus“donos” (professorese
funcionários)nãosão
bem-vindas.Mesmoquemtem
porofício, comoos jornalistas,
informardamaneiramais
ampla,objetivaedesinteressada
possível,queda-semuitasvezes
pelocaminhoobscuroda
desinformação.Oalheamento
aosproblemasrenitentesdeste
imensopaíséumdefeito
inaceitávelnacondutadequem
possuiodeverde informar.
Adiscussãourgentesobrea
necessidadedeopaísmudaras
regrasdeaposentadoriadeseus
cidadãos,principalmentedos
funcionáriospúblicos, éhojea
principalvítimadamanipulação
de informação,umaforma
perversadeseperpetrara
desinformação.Umasociedade
mal informadaécampofértil
paraasagraçãodepopulistas,
demagogosepatrimonialistas.
Adefesa de ampla e profunda
reforma previdenciária émissão
árdua emBrasília, palco das
decisões nacionais. Em tese, não
deveria ser tão difícil, afinal, se a
reforma é para reduzir
privilégios do funcionalismo
público de um lado e, do outro,
adequar as regras de
aposentadoria dos
trabalhadores do setor privado
—que se aposentampelo INSS,
compiso de um saláriomínimo
e teto pouco acima de R$ 5mil
— à evolução da demografia, o
pendor pormudanças seria
determinado pelo grupomais
numeroso de brasileiros.
Infelizmente, não funciona
assim.
Odesequilíbrioéchocantee
deveria impressionaros
moradoresdaVilaMadalena,
animadobairrodeclassemédia
deSãoPaulo, redutode jovens
emsuamaioriacontráriosa
mudançasnaPrevidênciaea
reformasquerevolucionema
vocaçãohistóricadoEstado
brasileirodedestinaramaior
partedeseusparcosrecursosa
quemmenosprecisadesua
ajuda(grandesempresas,
estudantesde famílias
abastadas,multinacionaisda
indústriaautomotiva,Estadose
prefeiturasmais ricos,
funcionáriospúblicos,
monopólios, estataisetc).
Temascomoofimda
estabilidadedofuncionalismoe
acobrançademensalidadenas
universidadespúblicas,
mudançasquepoderiamajudar
adiminuiraconcentraçãode
rendareinanteporaquidesde
quandonoschamávamos Ilhade
VeraCruz.Arazãoparatanta
conversa fiadaéumasó:
desinformação. Junte-sea issoa
velhapráticadaesquerda
brasileiradedefenderslogans
antesdeconheceras ideiasque
os justifiquemepronto:odebate
serásempretortoe,portanto,
inútil,oquecontribui
decisivamenteparaopaís ter
dezenasdemilhõesdepessoas
vivendoemregimedemiséria
absolutaeoutrasdezenasde
milhõesemestadodepobreza
imobilizante.
OsnúmerosdaPrevidência
em2018foramosseguintes:
1)contabilizandooquetodos
—trabalhadoresepatrões—
contribuímosparao INSSeas
despesascompagamentode
aposentadoria,pensõese
benefíciosassistenciais, faltaram
R$195,19bilhões.Este foio
déficitdaPrevidênciaSocial,que
serefereaumuniversodecerca
de30milhõesdepessoas, entre
aposentados,pensionistase
beneficiáriosdeprogramas
assistenciais;
2)aoutrapartedacontaestá
nosregimesprópriosde
previdênciadofuncionalismo
federaledosmilitares,um
contingentede
aproximadamenteummilhão
depessoas.Nestecaso,aconta
tambémnãofecha:entreoque
servidoresemilitares
contribuíramem2018paraa
aposentadoriaeoqueos
aposentadosepensionistas
receberam,osaldo,negativo,
chegouaR$46,4bilhõesentreos
civis,R$43,9bilhõesnocasodos
militareseaR$4,8bilhõesentre
funcionáriosdoDistritoFederal,
cujosbenefíciosaindasãopagos
pelaUnião.Total:
R$95,1bilhões,R$10bilhões
acimadorombode2017.
Assim,odéficit totalda
Previdêncianoúltimoano
somouaincrível cifrade
R$290,3bilhões,R$20bilhõesa
maisquenoanoanterior. Se
faltoudinheiro, comooTesouro
Nacionalcobriuaconta?De
duas formas, comosevem
fazendohámuitosanos:
tomandodinheiroemprestado
nomercadoa jurosaltose
cortandogastosdeoutrasáreas,
comoeducação, saúdee
segurançapública,alémde
investimentosondeoEstadoé
demandado.
Aáreaquemaisperdeéa
saúdeeapenasesse fatodeveria
ser suficienteparamobilizaro
pessoaldaVilaMadalena,
preocupadocomosrumosda
nação.Muitosnãoligamuma
coisaàoutra,masporqueo
Brasilmelhoraapassosde
cágadoos indicadoresdesaúdee
educaçãodesuapopulação?
Claro,oproblemanãoésófalta
derecursos,mas issoexplica
umaboapartedoproblema.O
fatoéque,enquantonãohouver
umasoluçãodemédioe longo
prazosparaascontas
Previdência,oBrasil terásempre
maniadegrandeza,emvezde
grandeza.
Nodebate,algunsalegamque
umapartedaconta—os
benefíciosassistenciaisnão
contributivos, comooabono
salarial—deveriaestar forado
déficit, equeestedeveria refletir
apenasosaldoentre
contribuiçõesedespesas.Éum
argumentorazoável,masé
precisoponderarquea
Constituiçãode1988introduziu
oconceitodeseguridade,
inspiradonomodeloespanhole
quevaialémdaPrevidência.O
queestápor trásdessemodeloé
a ideiadequetodos—cidadãose
empresas—devemoscontribuir
paramelhoraravidadequem
temmenosoportunidade,parte
davisãodequeumasociedade
commenosdesigualdadesé
melhorparatodos.Detoda
forma, retirarasdespesas
assistenciaisnãoacabariacomo
déficit.
CristianoRomeroéeditor-executivo e
escreveàsquartas-feiras
E-mail cristiano.romero@valor.com.br
Porqueprivilégiosdo
funcionalismonão
revoltamjovensdaVila?
Emvídeo,Vélez defende ‘ensino cívico’ da escola àuniversidade
OministrodaEducação,RicardoVélez
Rodríguez,prometeu“muitaênfase”
noensinodevalorescívicosdesdea
educação infantil atéauniversidade
durantesuagestãonoMEC. “Havia
nasnossasantigasescolasprimárias
esecundárias, [equivalentes]ao
ensino fundamental emédio, a
educaçãomoral cívica.Ehavia, depois
nociclouniversitário, estudosde
problemasbrasileiros. Isso foi
esquecido, achoqueserianecessário
voltaravalorizaraeducaçãocívica
[...] queéabasedocomportamento
sobreaqual sesedimentaavida
comunitária, avidacidadã”, afirmouo
ministronovídeo“Bate-papocomo
professorVélez”, publicadopeloMEC
noYouTube.Vélez tambémprometeu
retomaroProjetoRondon, criadoem
1968para levaros jovens
universitáriosavisitaras regiões
menosdesenvolvidasdopaís.A
iniciativadurouaté1989edepois foi
retomadaapartirde2005.RE
PR
O
D
U
Ç
Ã
O
/Y
O
U
TU
B
E
Últimasnotícias Finanças
PresonosEUA,gestorMarcosElias confessa crime
Toni Sciarretta
DeSãoPaulo
O gestor e analista de investi-
mentos Marcos Elias, preso desde
agosto do ano passado nos EUA,
confessou o crime de conspiração
contra instituições financeiras
americanas, segundo o procura-
dor do Distrito Sul de Nova York,
Geoffrey S. Berman. Elias foi preso
na Suíça e depois extraditadopara
os EUA, sobacusaçãodeparticipar
deumesquemaparaobtermaisde
US$ 750 mil de bancos de Nova
Yorkusandodocumentos falsifica-
dosdeclientesbrasileiros.
Segundo o procurador, Elias
confessou o crime durante au-
diência com a juíza distrital Lau-
ra Taylor Swain, do Sul de Nova
York, nesta segunda. Elias deve
aguardar o julgamento, previsto
para 4 de abril. Ele pode pegar
até 30 anos de prisão.
Formado em engenharia me-
catrônica pela USP, com mestra-
do em direito pela Fundação Ge-
tulio Vargas (FGV) e MBA em ad-
ministração pela Universidade
de Pittsburgh, o analista come-
çouacarreira comoestagiáriono
antigo Bozano, Simonsen. Como
analista de investimentos, traba-
lhou primeiro no Banco Brascan
edepois noBNPParibas.
Em 2003, fundou a GAS Investi-
mentos, incorporada pela Vinci
Partners em2004. Emseguida, tor-
nou-se sócio da Link Investimen-
tos, de onde saiu em 2006 após a
empresasservendidaparaaQuest.
Mais tarde criou a gestora Gal-
leas, de fundos especializados em
ações "small caps” (empresas de
menor capitalização). À frente da
casa, Elias se envolveu na primeira
polêmica ao fechar os portfólios
para resgate diante do nervosismo
apósaquebradoLehmanBrothers,
em setembro de 2008. O Galleas
permaneceu bloqueado de outu-
brodaqueleanoaabrilde2009.
Após deixar a Galleas, Elias aju-
dou a fundar a Empiricus Resear-
ch. Como chefe de pesquisa, Elias
escreveu relatórios considerados
polêmicos pelo mercado ao ado-
tar uma linguagem agressiva em
seus comentários. Um dos docu-
mentos, no qual atacava aMarfrig,
tornou-se peça principal de um
processo por violação do código
de conduta da Apimec (associa-
ção dos analistas). O episódio cus-
tou ao analista a suspensão de seu
registro por 12meses.
O último trabalho de Elias no
Brasil foi na assessoria financei-
ra Modena Capital.
O Valor não conseguiu conta-
to comosadvogadosdeElias.
Jornal Valor --- Página 5 da edição "06/02/2019 1a CAD A" ---- Impressa por CCassiano às 05/02/2019@20:38:24
Quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019 | Valor | A5
Brasil
ConjunturaEmcrise, Argentina reduziu as compras e
contribuiupara saldonegativodeR$25,16bilhões
Indústriaperdeespaço
naexportação,edéficit
cresce7vezesem2018
RafaelCagnin: “Pormaisqueaeconomia [naArgentina]melhore,deveterumapoucomaisdevagarparaarecuperação”
SILVIACOSTANTI/VALOR
MartaWatanabe
DeSãoPauloO déficit da balança comercial
da indústria de transformação se
aprofundou no ano passado. O
saldo negativo avançou de
US$ 3,22 bilhões em 2017 para
US$ 25,16 bilhões em2018. O sal-
do negativo do ano passado é re-
sultadodeUS$ 138,47 bilhões em
exportações e US$ 163,63 bilhões
em importações. Os dados são do
InstitutodeEstudosparaoDesen-
volvimento Industrial (Iedi).
O déficit caminha para o nível
pré-crise, quando chegou a
US$63,66bilhões,em2014,opior
resultadodesde2000, destacaRa-
faelCagnin, economistado Iedi.A
crise argentina e a desaceleração
docomérciomundial, fatoresque
afetaram o embarque de indus-
trializados no ano passado, de-
vemsemanterem2019,aomenos
naprimeirametadedoano. Even-
tual redução de alíquotas de im-
portação, avalia, pode acelerar o
processodedeterioração.
O desempenho dos produtos
básicos, com superávit comercial
recorde de US$ 83,82 bilhões, des-
taca Cagnin, foi o que garantiu à
balança brasileira total no ano
passado o segundo maior resulta-
dopositivodahistóriadopaís.
Segundo dados do governo fe-
deral, em 2018 os produtos in-
dustrializados, incluindo manu-
faturados e semi-manufatura-
dos, representaram 48,8% dos
embarques brasileiros. Essa fatia
foi de 65,8% em2007, últimoano
em que a indústria de transfor-
mação teve superávit comercial,
segundo a série história do Iedi.
O saldo positivo naquele ano foi
deUS$18,93bilhões.
O tamanho do déficit na in-
dústria da transformação em
2018 mostra clara inversão de
desempenho dos saldos comer-
ciais, diz Cagnin. “A trajetória de
recuperação foi interrompida
por fatores internos e externos.”
No mercado doméstico, diz ele,
há desempenho importante das
importações. As compras externas
de bens da indústria de transfor-
mação se aceleram, de 9,7% em
2017 para 20,1% em 2018. “A des-
peito da fragilidade da recupera-
ção econômica, as importações
dobraram o ritmo, o que não é
pouca coisa.” Em compensação,
diz ele, a exportação mostra desa-
celeração, caindo pelametade. Se-
gundo dados do Iedi, o embarque
debensindustriaiscaiude9,2%em
2017para4,1%noanopassado.
O avanço do déficit, diz Cag-
nin, é expressivo e disseminado
entre os diversos setores, o que fi-
ca evidenciado com a evolução
do segmento de média-baixa in-
tensidade tecnológica, que, supe-
ravitário em 2016 e 2017, ficou
com saldo comercial negativo no
anopassado. Formada por ramos
como os de produtos metálicos,
construção naval, produtos de
petróleo e borracha e plásticos,
essa indústria passou de um sal-
do positivo de US$ 858 milhões
em 2017 para um déficit de
US$5,39bilhõesnoanopassado.
O economista destaca também
o segmento demédia-alta intensi-
dade tecnológica, que “voltou a
andar para trás, com trajetória de
melhora interrompida”. Respon-
sávelpor26,3%das exportaçõesda
indústria de transformação, o seg-
mento de média-alta intensidade
expandiu o déficit comercial de
US$ 26,3 bilhões em 2017 para
US$38,2bilhõesnoanopassado.
Entre os setores que puxaram
amaiordeterioraçãonessepeda-
ço da indústria, estão os segmen-
tos de máquinas equipamentos
mecânicos, com saldo negativo
que cresceu de US$ 4,3 bilhões
em 2017 para US$ 6,4 bilhões no
ano passado. Também contri-
buiu o setor de produtos quími-
cos, excluídos os farmacêuticos,
que aumentou o déficit de
US$ 20,2 bilhões para US$ 25,2
bilhões em igual período.
O grande destaque fica para a
troca de sinal do ramo de auto-
móveis, reboques e semi-rebo-
ques, no qual o superávit de
US$ 3,4 bilhões foi substituído
por um déficit de US$ 752 mi-
lhões, semprede2017para2018.
O segmento de automóveis che-
gou a ter saldo positivo por dois
anos consecutivos, após umdéfi-
cit deUS$3,5bilhões em2015.
Tradicionalmente superavitá-
Fonte: Secex/Alice, com elaboração do Iedi com base na taxonomia da OCDE/Standatabase. *Inclui reboques e semi-reboques
Déficit na indústria de transformação
Saldo da balança comercial - em US$ bilhões
Resultado negativo mais disseminado
Saldos comerciais por intensidade tecnológica - em US$ bilhões
Balança de veículos automotores*
Saldos comerciais - em US$ bilhões
-80
-40
0
40
80
2001 2001 2018
2001
2005 20152010 2018
BaixaMédia-baixaMédia-altaAlta
-19,4
-38,2
-5,4
37,9
-80
-60
-40
-20
0
20
40
Total
-3,6 -2,1
6,9
16,6
23,9
31,5 29,9
18,9
-7,2 8,4
-34,8
-48,9 -50,9
-59,9 -63,7
-30,9
-2,5 -3,2
-25,2
-0,9 2,7 13,2 24,7 33,6 45,2 46,5 40,1 24,7 25,1 20,0 29,7 18,9 2,3 -4,2 19,5 47,6 67 58,7
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
-12
-8
-4
0
4
8
12
-0,75
rios, os ramos de baixa tecnologia
tambémcontribuíramparaadete-
rioração do saldo comercial da in-
dústria de transformação ao enco-
lher o saldo positivo de US$ 40,1
bilhõesparaUS$37,9bilhões.Ain-
dústria de baixa intensidade tec-
nológica é formada, entre outros,
pelos ramosde alimentos, alémde
madeira, papel e celulose e de têx-
teis, courosecalçados.
Entre os principais fatores ex-
ternosqueafetaramaexportação
debens industriais, estáacrisear-
gentina, diz Cagnin. Segundoda-
dos do governo federal, em 2017
um quinto dos manufaturados
exportados pelo Brasil foi desti-
nadoaopaís vizinho.Noanopas-
sado, a fatia caiu para 15,6%. Em
2018, os argentinos compraram
US$13,54bilhõesembensmanu-
faturados brasileiros, valor que
representa recuo de 17,2% em re-
laçãoaoanoanterior.
ParaCagnin, aexportaçãobrasi-
leira de bens industriais ainda de-
ve continuar a sofrer os efeitos da
criseargentinaem2019, aomenos
na primeira metade do ano. “Por
mais que a economia de lámelho-
re, a recuperaçãodeve serumpou-
comaisdevagar.”Adicionalmente,
no cenário internacional, diz o es-
pecialista, o comércio pode passar
pornovadesaceleração.Aperspec-
tiva de um comércio mundial em
ritmo mais desacelerado dificulta
a exportação brasileira e também
acirra a concorrência da indústria
doméstica em relação aos impor-
tados, avalia ele.
A indústria, que durante a re-
cessão da economia brasileira se
voltou para o mercado externo,
agora busca novamente omerca-
do doméstico, num movimento
que também contribui para um
déficit comercial maior. “Sem le-
var em consideração que émuito
provável que teremos um redu-
ção de alíquotas de importação”,
diz ele. Para ele,medidas de aber-
tura abertural precisam ser gra-
duais e adotadas somente com
umprograma que garantamaior
competitividade à indústria bra-
sileira. A redução de alíquotas
tem sido levantada por integran-
tes da equipe econômica do pre-
sidente JairBolsonaro.
Medidas de ampliação da
competitividade da produção
nacional, segundo Cagnin, de-
moram a dar resultados. “A re-
forma tributária é fundamental
nesse programa, mas a negocia-
ção é lenta, a aprovação, tam-
bém, e os efeitos serão mais di-
luídos no tempo”, exemplifica.
Enquantouma reforma tributá-
ria não vem, um dos fatores que
poderiam amenizar essa perspec-
tiva de elevação de déficit comer-
cialnaindústriadetransformação,
afirma Cagnin, seria a recomposi-
ção do Reintegra, benefício fiscal
que devolve ao exportador parte
dostributospagosnaproduçãodo
bem embarcado. O que pode aju-
dar a indústria também, diz o eco-
nomista, éo câmbio, pela ausência
de um movimento de apreciação
fortedo real. Seoquadro semanti-
ver, avalia, isso pode amenizar o
efeito de redução de alíquotas de
importação num cenário de recu-
peraçãodomercadodoméstico.
Entidades reduzemprojeçõespara crescimento e inflação
EstevãoTaiar
DeSãoPaulo
A lentidãoda atividade econô-
micaneste iníciodeano tempro-
vocado ajustes nas projeções pa-
ra o Produto Interno Bruto (PIB),
ao mesmo tempo que a grande
ociosidadedaeconomia reduzas
estimativaspara a inflação.
O Comitê de Acompanha-
mento Macroeconômico da As-
sociação Brasileira das Entida-
des dos Mercados Financeiroe
de Capitais (Anbima) — que reú-
ne 25 economistas de institui-
ções associadas — cortou a esti-
mativa para a expansão do pro-
duto neste ano para 2,6%, de
2,8% previstos em dezembro do
ano passado.
A economia brasileira iniciou
o ano avançando de forma “mais
gradual”, afirmou, em nota, Fer-
nando Honorato, presidente do
comitêdaAnbima.
O Banco Fibra, em relatório
também divulgado ontem, diz
ter colocado viés de baixa na es-
timativa de crescimento de 2,5%.
“Os indicadores coincidentes e
antecedentes já divulgados nes-
te início de ano nos mostram
uma economia crescendo ainda
muito lentamente, com gradual
melhora do mercado de traba-
lho”, diz o texto elaborado pela
instituição.
Em meados de janeiro, outra
instituição financeira, o Brades-
co, já tinha reduzido a expectati-
va de crescimento do PIB do pri-
meiro trimestredesteanode0,7%
para 0,3%, resultado da herança
pior que a esperada deixada pelo
quarto trimestre do ano passado,
cujos números oficiais serão co-
nhecidos no início de março. A
herança estatística mais fraca do
fim de 2018 e a atividade ainda
fraca neste início de ano tornam
mais desafiador crescer acima de
2,5% neste ano, economistas dis-
seramaoValoremjaneiro.
Nocasodos relatóriosdivulga-
dos ontem, ambos, Fibra e Anbi-
ma, avaliam que o avanço na
agenda de reformas, Previdência
em especial, a melhora da con-
fiança e das condições financei-
ras devem contribuir para acele-
rar a economia ao longodoano.
“Mesmo reconhecendo o iní-
cio mais gradual, o avanço na
agenda de reformas e a posição
cíclica da economia, incluindo
importante melhora nas condi-
ções financeiras, devem provo-
car aceleração do crescimento
ao longo de 2019”, afirma Fer-
nando Honorato.
Para o Índice Nacional de Pre-
ços ao Consumidor Amplo
(IPCA) em 2019, o comitê da An-
bima reduziu ligeiramente sua
estimativa, de 4% para 3,9%, um
movimento já registrado tam-
bémpelo boletim Focus, do Ban-
coCentral, emqueamedianadas
estimativas está em3,94%.OBan-
co Fibra projeta uma inflação
mais abaixo, em 3,45%. Ambos
estimamaSelic em6,5%até o fim
deste ano.
Na reunião de dezembro, os
economistas da Anbima tinham
apontado expectativas de au-
mentoapartir deoutubro, coma
taxa chegandoa7,5%noencerra-
mentodoano. “Amudançadaes-
timativa foi provocada pela per-
cepçãodocomitêdequeocresci-
mento da economia pode ser
mais moderado do que o previs-
to anteriormente”, diz o relatório
da instituição.
O comitê também revisou a
projeção do dólar: de R$ 3,80, na
reunião anterior, para R$ 3,70. O
resultado corresponderia a uma
valorização de 4,5% do real no
ano.O Fibra esperaque a cotação
caia a R$ 3,50 até o fim do ano,
dos atuais R$ 3,67. (Colaborou
AnaConceição, de SãoPaulo)
Ver tambémaentrevista comFabio
KanckzucknapáginaA14
Reajustedeônibus eleva custodevidadabaixa renda
AlessandraSaraiva
DoRio
Passagensdeônibusmaiscaras
impulsionaram inflação percebi-
da entre osmais pobres aomaior
nível em seis meses. É o quemos-
trou o Índice de Preços ao Consu-
midor – Classe 1 (IPC-C1), que
abrange famílias com renda
mensal até2,5 saláriosmínimos.
O indicador da Fundação Ge-
tulio Vargas (FGV) subiu de
0,32% para 0,61% entre dezem-
brodoanopassadoe janeirodes-
te ano. Foi a mais elevada taxa
desde junho de 2018 (1,52%),
além de ser a mais forte inflação
para mês de janeiro, registrada
pelo indicador, desde2016.
Para André Braz, economista
da FGV, o indicador de janeiro
captou o auge do reajuste das
passagens de ônibus. A tendên-
cia, no curto prazo, é de estabili-
dadeno índice, quenãodeve vol-
tar a subir de forma tão expressi-
va em fevereiro.
Segundo Braz, a variação de
preço de tarifa de ônibus urbano
saiudedeflaçãode0,32%para in-
flaçãode3,87%entredezembroe
janeiro. O aumento respondeu
por 0,29 ponto percentual do
IPC-C1 do mês passado. “É um
item de grande peso entre as fa-
mílias de menor poder aquisiti-
vo”, afirmouoespecialista.Coma
tarifa de ônibus mais cara, a va-
riação de preços no grupo Trans-
portes passou de -0,52% para
1,84%, nomesmoperíodo.
Além de ônibus, o IPC-C1 con-
tou com impacto de alimentos e
mensalidades escolares mais ca-
ros. Esses movimentos são co-
munsno começodoano: no caso
dos alimentos, por problemas
climáticos que reduzem a oferta,
e, no das mensalidades, porque
esta é a época de reajustes em es-
colas. Com isso, a inflação do
grupo Alimentação permaneceu
em patamar elevado (de 0,83%
para0,84%) eospreçosdeEduca-
ção, Leitura e Recreação tiveram
aceleração—de0,66%para2%.
No entanto, a concentração de
aumentos em diferentes setores
observada em janeiro não deve
se repetir em fevereiro. Braz afir-
mou que a maioria dos reajustes
em mensalidades escolares e em
ônibus urbano já foi efetuada no
primeiromêsdoano.
“Teremos ainda uma contribui-
ção de ônibus urbano em feverei-
ro, um ‘rescaldo’ mas não será co-
moemjaneiro”,disse. “Atendência
édeoIPC-C1seestabilizar,maisdo
quecontinuaraacelerar.”
Outras classes de despesa que
apresentaram aumento de pre-
ços, ou fim de deflação, entre de-
zembro e janeiro foram Habita-
ção (0,10% para 0,19%), Despe-
sas Diversas (0,09%) e Comuni-
cação (-0,02% para 0,01%). Com
o resultado de janeiro, o IPC-C1
acumula alta de 4,29%.
Curtas
Inadimplência
Opercentualde famílias com
dívidas (comatrasoounão)no
país subiude59,8%emdezembro
de2018para60,1%emjaneiro
desteano.Aparcelade inadim-
plentes,ouseja, aquelescomdívi-
dasoucontasematraso, também
cresceunoperíodo:de22,8%para
22,9%.OsdadossãodaPesquisa
deEndividamentoe Inadimplên-
ciadoConsumidor (Peic),divul-
gadapelaConfederaçãoNacional
doComérciodeBens, Serviçose
Turismo(CNC).Deacordocoma
CNC,noentanto, apiorados indi-
cadoresnacomparaçãomensal
nãocomprometeaexpectativade
evoluçãodaeconomia.
Serviços emalta
Oíndicegerentedecompras
(PMI,na siglaeminglês)dosetor
deserviçosbrasileiro teve ligeira
altaemjaneiro, subindode51,9
pontosemdezembropara52em
janeiro, sinalizandocrescimento
daatividade.Éoqueaponta rela-
tóriodaconsultoria IHSMarkit.O
cálculo temajuste sazonal.Apesar
deo indicador “ter crescidoape-
nasmarginalmente”, ovolumede
produçãodos serviços tevea
maiorexpansãoemquaseumano.
“Aestabilidadeeconômica, as re-
servasdomésticasmelhoreseoce-
náriopolítico favorável foramal-
gunsdos fatores citadosparaoau-
mentodaatividade”,dizaMarkit.
Jornal Valor --- Página 6 da edição "06/02/2019 2a CAD A" ---- Impressa por VDSilva às 05/02/2019@22:31:34
A6 | Valor | Quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019
Brasil
ConjunturaPara secretáriodeGuedes,processo fiscalprecisa ser ‘urgentemente revisitado’
Cintradizquepropostaparafecharo
Carfserá ‘cuidadosamente’avaliada
FábioPupo eBeatrizOlivon
DeBrasília
A equipe do ministro da Eco-
nomia, Paulo Guedes, vai anali-
sar a proposta criada por audito-
res da Receita Federal de extin-
guir o Conselho Administrativo
de Recursos Fiscais (Carf) — res-
ponsável por julgar mais de
R$500bilhõesemprocessoscon-
tra devedores da União. Dentro
da pasta, há a visão de que o pro-
cesso fiscal do país precisa de ser
reavaliado “urgentemente”.
O secretário especial da Receita
Federal,Marcos Cintra, afirmouao
Valor que a proposta ainda não
chegou a suas mãos, mas que ela
será analisada. “O Carf precisa de
muita atenção para melhor cum-
prir suamissão.Certamente,apro-
posta, chegando às minhas mãos,
será cuidadosamente avaliada”,
disse.Osecretáriodizquetemcon-
versadocomGuedessobreaneces-
sidade de se reavaliar o rito de co-
brançade tributos nopaís. “Opro-
cesso administrativo fiscal brasi-
leiro precisa ser urgentemente re-
visitado”, afirmou.
Conforme antecipou o Valor,
Guedes recebeu do Sindicato Na-
cional dosAuditores-Fiscais daRe-
ceita Federal (Sindifisco) propos-
tas para aumentar a arrecadação
tributárianopaís—entreelas, ace-
lerar o rito processual da contesta-
ção de dívidas pormeio de medi-
das como o fechamento do Carf.
“Fim do Carf, com estabelecimen-
to de transição em no máximo
dois anos”, diz o texto entregue. A
proposta é que haja apenas duas
instâncias,dentrodaReceita.
Atualmente,odevedorpodeen-
trarcomrecursossobreacobrança
de tributos em duas instâncias. A
primeira nas Delegacias de Julga-
mento — constituídas por turmas
decincojulgadores(auditores).Ea
outra no Carf. Além do rito admi-
nistrativo, a discussão sobre os dé-
bitos pode passar potencialmente
por mais quatro instâncias judi-
ciais. Para o sindicato, há hoje um
excesso de instâncias e recursos
paraosdevedores.
Após ser revelada ontem pelo
Valor, a proposta de fechar o Carf
gerou reações. AOrdemdosAdvo-
gados do Brasil (OAB) divulgou
nota em que diz que a sugestão
“parece estar desconectada dos
própriosvaloresdaReceita”.
O tributarista Tiago Conde,
presidente daComissãodeDirei-
to Tributário da OAB e advogado
no escritório Sacha Calmon, Mi-
sabel Derzi, diz que o Carf repre-
senta “uma garantia de ampla
defesa e contraditório, que são
previstos na Constituição”. Para
ele, os casos vãoacabar indopara
o Judiciário. “Vai aumentar a liti-
giosidade emuito”, afirma.
O ex-conselheiro do Carf Breno
Ferreira Martins Vasconcelos, pro-
fessor da Fundação Getulio Vargas
(FGV) e advogado no escritório
Mannrich e Vasconcelos, diz que
acabar comoCarf agora é uma su-
posta solução. “Para todo proble-
ma complexo, existe uma solução
simples e errada”, afirmou. De
acordo como relatório do Carf so-
bre decisões em 2016, o contri-
buinte venceu em 52,4% das deci-
sõeseaFazendaem47,6%.Por isso,
segundo Vasconcelos, extinguir o
Carf é fazer esses 52%deautuações
fiscais desaguarem no Poder Judi-
ciário, que não costuma ser espe-
cializadoemdireito tributário.
“Essa ideia [de extinguir o Carf]
é um fantasma que vira e mexe
aparece. O Direito é colocado em
xeque sob o prisma de uma certa
eficiência”, afirmaoadvogadoBre-
nodePaula, advogado tributarista
e membro do Arquilau de Paula
AdvogadosAssociados.
Propostas de extinguir o Carf
surgiram, por exemplo, na época
em que foi deflagrada a Operação
Zelotes.OcConselhochegouaficar
fechado durante algunsmeses em
2015. Na sua reinauguração, a ex-
pectativa da Fazenda era que um
aumentona eficiência doórgão ti-
vesseefeito sobreaarrecadação.
A reforma do conselho tornou
os julgamentos mais rápidos. Foi
imposto um limite ao número de
pedidosde vista—apenasdois—e
o prazo de ummês para seremde-
volvidos.Alémdisso,casosdevalor
elevado têm julgamento prioritá-
rio e questões repetidas envolven-
do amesma empresa são julgadas
em conjunto. Os conselheiros re-
presentantes dos contribuintes
passaramaser impedidosdeadvo-
gar,pordecisãodaOAB.
Desde aquela época, o estoque
de processos em julgamento no
Carf édecercadeR$500bilhões.O
órgão encerrou 2018 comestoque
R$ 584 bilhões em processos. De
acordo com relatório de gestão do
Ministério da Fazenda sobre 2017,
de janeiro a dezembro daquele
ano o Carf proferiu 13.937 deci-
sões em julgamento de recursos,
movimentando aproximadamen-
teR$323bilhões.
“Se a proposta viesse da PGFN,
Confederações ou Carf, aceitaría-
mos amadurecer o assunto. Mas
vem do Sindifisco, que está total-
mente fora da realidade do Carf”,
afirma Demetrius Nichele Macei,
conselheiro representante dos
contribuintes. Procurado, o Carf
nãoquis semanifestar.
Fonte: Carf e Relatório de Gestão do Ministério da Fazenda de 2017
À espera
Evolução do estoque de processos no Carf - em R$ bilhões
Valor dos processos
julgados no Carf
0
100
200
300
400
68,9
244,8
323,4
Processos
500
550
600
650
700
Out
17
Nov Dez Jan
18
Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
120 118 118 119 119 119 119 119 120 120 122 123 2015 2016 2017
647
606
630 628 623 614 616
580 577 573 573 584
Osecretário especial daReceita,MarcosCintra: “ Carf precisa demuita atençãoparamelhor cumprir suamissão”
LEOPINHEIRO/VALOR
Paraprivatizar
estataisdoRS,
Leitepede fim
deplebiscito
Folhapress, de PortoAlegre
O governador do Rio Grande
do Sul, Eduardo Leite (PSDB), pe-
diu aos deputados estaduais que
aprovem a retirada da obrigato-
riedade de plebiscito para a pri-
vatizaçãode estatais.
A votação popular para a ven-
da das empresas é determinada
pela Constituição gaúcha. Leite
apresentaráoprojetodeemenda
à lei ainda nesta semana. O go-
vernoquerprivatizar trêsestatais
(energia, mineração e gás) como
contrapartida à adesão ao Regi-
me de Recuperação Fiscal (RRF)
do governo federal. A privatiza-
çãodoBanrisul, quegera lucros e
é considerado estratégico, não é
cogitadapor Leite.
Ogovernador abriu aprimeira
sessão do ano do Legislativo on-
tem. Após abordar a crise das fi-
nanças, disse que “a Assembleia
precisa exercer sua responsabili-
dade sobre temas complexos” e
que os deputados “serão chama-
dos a tomar as decisões”. “O go-
vernador é um proponente, mas
énestaCasaque sedecide”, disse.
São necessários 28 votos de
um total de 55 para aprovar a
modificaçãona lei.Ogovernador
anterior, José Ivo Sartori (MDB),
também tentou retirar a obriga-
toriedade do plebiscito para pri-
vatização, mas os deputados não
aprovaram. Depois, Sartori ten-
tou realizar oplebiscito, simulta-
neamente às eleições de 2018, e
também não conseguiu aprovar
— a oposição considerou “eleito-
reira” a iniciativa.
Rebatendo a críticas de que a
retirada do plebiscito é “pouco
democrática”, Leite afirmou em
seu pronunciamento que em
uma democracia representativa
os deputados precisam decidir
“temas complexos”.
Leite foi vaiado por servidores
presentes, contráriosàsprivatiza-
ções e mudanças na previdência.
Ele tambémdestacou amudança
demográfica do Rio Grande do
Sul, Estado com menor cresci-
mento populacional do país e
que, nas próximas décadas, deve
terdecréscimodesuapopulação.
Zemaprevê economiadeR$ 1bi comcortede servidores
MarcosdeMoura eSouza
DeBeloHorizonte
OgovernadordeMinasGerais,
Romeu Zema (Novo), anunciou
ontemque oprimeiro projeto de
lei que encaminhará à Assem-
bleia Legislativa prevê uma redu-
ção da estrutura do Executivo
que permitirá a economia de
R$ 1 bilhão até o fim de seu atual
mandato, em2022.
O texto tratadadiminuiçãono
número das secretarias. Eram 21
na gestão do governador ante-
rior, Fernando Pimentel (PT). Ze-
ma instituiu no mês passado,
quando assumiu, apenas 12 pas-
tas.Masprecisadoavaldosdepu-
tados, cujos trabalhos começa-
ramnesta semana.
Com essa e outras reduções,
haverá um corte de aproximada-
mente 1.700 funcionários em
cargos de comissão e outros não
concursados.
A economia de R$ 1 bilhão
prevista em quatro anos, no en-
tanto, é apenas uma fração do
rombo nas contas do Estado. O
Orçamento para este ano prevê
um déficit de R$ 11,5 bilhões,
mas Zema já disse que está su-
bestimado esse número, envia-
do por Pimentel e aprovado pela
Assembleia Legislativa. De acor-
do com ele, o rombo deverá
atingir os R$ 15 bilhões.
Em um segundo momento, o
governador também pretende
propor a extinção de empresas,
autarquias e fundações perten-
centes aoEstado.
Eleito em outubro, Zema pro-
meteu que uma de suas missões
seria reduzir os gastos e melho-
rar a gestão do Estado. O gover-
nador, que fez carreira como
empresário, nunca havia desem-
penhado nenhum cargo na ad-
ministração pública.
Para aprovar sua primeira re-
forma, o governador terá de
contar com deputados estaduais
de diversos partidos, uma vez
que a sua sigla elegeu três dos
77 parlamentares da Assembleia
Legislativamineira.
“Estou bastante confiante
em relação à posição da Assem-
bleia Legislativa”, afirmou Zema
durante entrevista sobre o pro-
jeto de lei.
“Os 77 deputados que repre-
sentam o Estado, e que conhe-
cem todas as cidades, sabemper-
feitamente da situação em que
Minas se encontra. Vejo que nãotem como fazer diferente, nosso
Estado se tornou inviável”, com-
pletougovernador.
Minas Gerais atravessa há al-
guns anos uma séria crise fiscal,
o que fez Pimentel parcelar o pa-
gamento de salários do funcio-
nalismo, represar repasses devi-
dos aos municípios e não pagar
o 13o salário do ano passado.
Maiadefendeextinção
de tabelaparao frete
CristianoZaia eRaphael Di Cunto
DeBrasília
Noprimeiro almoçodoanoda
Frente Parlamentar da Agrope-
cuária (FPA),ontem,opresidente
da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-
RJ), se posicionou contra o tabe-
lamento do frete rodoviário de
cargas e sinalizou apoio à banca-
da ruralista na busca de uma so-
luçãoparao embróglio.
Empresários e entidades do
agronegócio já encorpam um
movimento para derrubada no
Congresso Nacional da lei que
criou um piso para o frete míni-
mo, editada pelo governo do ex-
presidente Michel Temer para
cessar a paralisação dos cami-
nhoneiros que afetou o país em
maiodoanopassado—comseus
efeitos econômicos ainda reper-
cutindo nosmeses seguintes, co-
mo a queda da confiança de in-
dustriais e consumidores.
Durante o tradicional almoço
dos ruralistas, Maia também disse
ser contrário a “artificialidades”
na economia, em referência às ta-
belas de frete, relatam deputados
que participaram do encontro.
Por outro lado, ponderou que
qualquer recuo na lei, seja para
revogá-la, seja para modificá-la,
precisa ser feito com cuidado.
Em outra frente, lideranças de
caminhoneiros autônomos já
deram um recado ao governo
passado e aode Jair Bolsonaro de
que não vão permitir o cancela-
mento da lei e deixaram vivas as
ameaçasdenovas greves
Acabar simplesmente com a
tabela, no entanto, não é tarefa
simples. Até mesmo dentro do
governo Bolsonaro não há con-
senso a respeito. Os ministros
Tarcísio Freitas (Infraestrutura) e
Osmar Terra (Cidadania) já de-
fenderam que o tabelamento do
frete seja mantido até que se en-
contre uma alternativa; enquan-
to a ministra Tereza Cristina
(Agricultura) afirma ser contrá-
ria às tabelas.
SP licita linhasdeônibus
semrenovarempresas
Folhapress, de SãoPaulo
A gestão Bruno Covas (PSDB)
finalmente conseguiu abrir os
envelopesda licitaçãodosistema
de ônibus municipal, dando iní-
cio a um processo que vinha se
arrastando desde 2013. O pro-
cesso, no entanto, não vai gerar
renovação, uma vez que as em-
presas são controladas pelos
mesmos grupos que já prestam
serviçosna capital paulista.
Maior licitação do país na área
de transporte,nacasadosR$71bi-
lhões para os próximos 20 anos, o
certame acabou travado várias ve-
zes por decisões judiciais e do Tri-
bunaldeContasdoMunicípio.Ho-
je, esse sistema funciona com con-
tratos emergenciais,mais custosos
e menos exigentes em relação às
empresasdeônibus.
O processo, iniciado ontem,
pode durar meses até ser finali-
zado, na análise de documentos
ehabilitaçãodas empresas.
De 33 lotes, apenas um haverá
concorrência de fato, entre as
empresas Transunião e Imperial,
que disputam a atuação na re-
gião de São Miguel Paulista (zo-
na leste da capital). Nos demais,
há apenas uma empresa por lote
e envolvem viações pertencentes
aosmesmosgruposque jáatuam
na cidade, embora nem sempre
permaneçamnamesma região.
Entre as questões apontadas
para diminuir o númerode com-
petidores, estão o fato de as
atuais empresas já possuíremga-
ragens (cujos terrenos são caros)
e o prazopara início, de 120dias,
considerado reduzido para se
adquirir novosônibus.
O secretáriomunicipal deMo-
bilidade eTransportes, EdsonCa-
ram, defendeu a competitivida-
de da licitação. “Você tinha antes
22 lotes. Hoje você está traba-
lhando com 33. Você tem nomí-
nimo dez empresas a mais no
mercado.” Ele disse ainda que a
concorrência possibilitará me-
lhoriadaqualidadedo serviço.
Aneelvai fiscalizar 142
barragenshidrelétricas
Agência Brasil, de Brasília
A Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel) informou que co-
meçará nodia 12uma força-tarefa
para fiscalizar in loco até maio as
barragens de 142 usinas hidrelé-
tricas, em18 Estados, alémdoDis-
trito Federal. A intenção de fiscali-
zar as barragens das usinas hidre-
létricas foi anunciada no dia 30 de
janeiro como resposta ao rompi-
mento da barragem da mina Cór-
regodo Feijão, daVale, emBruma-
dinho(MG)nodia25.
A fiscalização será realizada
com equipe da própria Aneel ou
por meio de parcerias com agên-
cias reguladoras estaduais conve-
niadas. Emreuniãona tardedeon-
tem, ficou definido que as equipes
da Aneel, com o apoio de agentes
credenciados, fiscalizarão as bar-
ragens de 71 usinas consideradas
comodemaior dano potencial. As
outras 71 usinas serão fiscalizadas
pelas agências estaduais convenia-
dasdecadaregião.
De acordo com a Aneel, para
efeitos de fiscalização, as barra-
gens são caracterizadas em dois
critérios: dano potencial alto e
risco. No dano potencial alto en-
contram-se: barragens comgran-
des reservatórios; existência de
pessoas ocupando permanente-
mente a área a jusante da barra-
gem; área a ser afetada apresenta
interesse ambiental relevante ou
é protegida e existência de insta-
lações residenciais, comerciais,
agrícolas, industriais de infraes-
trutura e serviços de lazer e turis-
monaáreaque seria afetada.
No critério de risco são avalia-
dos: a documentação do projeto,
qualificação técnica da equipe de
segurança de barragens, roteiros
de inspeção de segurança e moni-
toramento; regra operacional dos
dispositivos de descarga da barra-
gemerelatóriosde inspeçãode se-
gurança com análise e interpreta-
ção. AAneel é responsável pela fis-
calização de 437hidrelétricas, que
totalizam616barragens.
Jornal Valor --- Página 7 da edição "06/02/2019 1a CAD A" ---- Impressa por VDSilva às 05/02/2019@21:05:59
Quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019 | Valor | A7
Política
Congresso Segundo texto, déficit será cobertopelopróprio servidor
Minutaprevêajustemais
pesadoparaofuncionalismo
RibamarOliveira
DeBrasília
A minuta de uma proposta de
reforma da Previdência Social
elaboradapelogoverno, equeva-
zou anteontem para a imprensa,
émais leve para os trabalhadores
da iniciativa privada e mais dura
para os servidores públicos do
que a proposta original apresen-
tada pelo ex-presidente Michel
Temer, emdezembrode2016.
Temer propôs idade mínima
para requer aposentadoria de
65anosparahomensemulheres,
com a regra valendo para todos,
incluindo trabalhadores rurais e
professores. A minuta manteve
os65anosparahomensemulhe-
res, mas propõe a idade mínima
de60anosparaprofessores e tra-
balhadores rurais.
Alémdisso, a proposta de Temer
previa um mínimo de 25 anos de
contribuição para se ter direito ao
benefício de aposentadoria, en-
quantoaminutaestabelece20anos
paraoRegimeGeraldePrevidência
Social(RGPS)e25anossomentepa-
raos servidores. Paraobter100%do
valor do benefício da aposentado-
ria,otrabalhadordoRGPSteriaque
contribuir durante 49 anos, segun-
do a proposta de 2016, e por 40
anos,deacordocomaminuta.
A regra que torna a minuta
muito dura em relação aos servi-
dores civis, ativos, inativos e pen-
sionistas, incluindo os militares,
é o dispositivo que determina a
criaçãode contribuições extraor-
dinárias, além da contribuição
previdenciária normal, destina-
das a equacionar o déficit atua-
rial doRPPS edosmilitares.
Se a minuta fosse aprovada pelo
Congresso, os servidores civis emili-
tares teriam que arcar com os défi-
cits de seus regimes. A cobertura do
déficit não seria mais feita pelo Te-
souro, como ocorre hoje. Em outras
palavras,ocustodoajustenãopode-
riaserrepassadoatodasociedade.
A minuta não esclarece qual o
montante do déficit atuarial que
teriadesercobertocomascontri-
buições extraordinárias. Para se
ter uma ideia, apenas o déficit
atuarial do RPPS dos servidores
civis da União superava R$ 1 tri-
lhão,enquantoqueodosRPPSes-
taduais superava R$ 2 trilhões, de
acordocom estudo de 2016, ela-
borado pelo economistaMarcelo
Caetano, do Instituto de Pesquisa
EconômicaAplicada (Ipea).
ApropostadeTemerdesvincu-
lava os benefícios de prestação
continuada (BPC) do salário mí-
nimo, o que foimantido pelami-
nuta. Assim, em ambas as pro-
postas, os benefícios destinados
aos idosos e aos deficientes físi-
cospoderiamser inferioresaopi-
so salarial. Os valores seriam de-
finidos em lei posterior. A minu-
ta estabelece, no entanto, que até
que a lei seja aprovada, o benefí-
cio seria de R$ 1 mil para o defi-
ciente físico, R$ 500 para o idoso
com 55 anos oumais e de R$ 750
para idoso com65anosoumais.
No caso do idoso, a proposta
original de Temer previa que a
idade para acesso ao benefício
passaria de 65 anos para 70 anos.
A mudança seria feita de forma
gradual, com o aumento de um
ano de idade após o transcurso
dedois anos.Aminutamantéma
idade de 65 anos para o paga-
mentodobenefício ao idoso.
A proposta de Temer e aminu-
ta preveem mudança na pensão
por morte, com o valor do bene-
fícionão sendomais omesmoda
aposentadoria. O benefício seria
de 50% da aposentadoria, acres-
cidode10%paracadadependen-
te, até o limitede100%.
Uma diferença significativa
entre as duas é que a proposta de
Temerproibiaoacúmulodeapo-
sentadoria compensão, enquan-
toqueaminutavazadapermiteo
acúmulo dentro de certos limi-
tes. A minuta prevê que o abono
salarial será pago apenas para os
trabalhadores que ganham até
um salário mínimo, o que não
constadapropostade2016.
A proposta original de Temer
foi sendo desidratada durante as
discussões na Câmara dos Depu-
tados. Muitas regras foram ame-
nizadas, com a idade mínima
passando para 65 anos para ho-
mens e 62 anos para mulheres.
Para viabilizar a aprovação da re-
forma, o governo do ex-presi-
dente aceitou retirar daproposta
mudanças nas regras dos traba-
lhadores rurais edoBPC. Fonte: PEC 287/2016 (Temer, original)
Comparação das propostas
Minuta é mais leve para trabalhadores da iniciativa privada
Temer (Original) Minuta divulgada
Idade mínima
Tempo de contribuição
100% do benefício
Professores
Trabalhador rural
Aposentadoria por idade
Pensão por morte
65 anos homens e mulheres
25 anos
49 anos de contribuição
Idade mínima de 65 anos
Idade mínima de 65 anos
70 anos
50% da aposentadoria mais
10% por dependente
65 anos homens e mulheres
20 anos RGPS e 25 anos RPPS
40 anos de contribuição
Idade mínima de 60 anos
Idade mínima de 60 anos
65 anos
50% da aposentadoria mais
10% por dependente
Regra de transição
Acúmulo de benefícios
BPC
Valor BPC
Militares
Déficit do RPPS
Regime de capitalização
Abono salarial
Pedágio de 50% do tempo
que falta paraatingir o
número de meses de
contribuição
Proibido acumular pensão
com aposentadoria
Desvincula valor do salário
mínimo
Lei definirá valores
Excluídos da proposta
Não trata
Não trata
Não trata
Excluídos da proposta
Desvincula valor do salário
mínimo
Lei definirá valores. Até lá,
R$ 1 mil para deficiente, R$
500 para idoso com 55
anos ou mais, R$ 750 para
idoso com 65 anos ou mais
Prevê contribuições
extraordinárias de servidores
ativos, inativos e pensionistas,
incluindo militares, para pagar
o déficit atuarial
Prevê que lei complementar
definirá novo regime de
capitalização
Só terá direito quem ganha
até um salário mínimo
Pode acumular pensão com
aposentadoria, mas com limites
Só pode requer aposentadoria
quando a soma da idade e
tempo de contribuição for 86
(mulheres) e 96 (homens).
A cada ano, a soma acresce
um ponto até atingir 105
para os dois
Porta-vozdizqueBolsonaroeministros estãoem ‘sinergia’
SilviaAmorim*, CarlaAraújo e
AndreaJubé
DeSãoPaulo eBrasília
Um dia depois de vir a público
uma minuta da reforma da Previ-
dência Social que expôs divergên-
cias entre o presidente Jair Bolso-
naro e o ministro da Economia,
PauloGuedes,oporta-vozdaPresi-
dência,generalOtávioRêgoBarros
afirmouqueopresidenteestáana-
lisando o texto final da proposta
em absoluta “sinergia” com seus
ministros. Rêgo Barros acrescen-
tou que Bolsonaro está se empe-
nhando em apresentar o projeto
“nomenorprazopossível”. Ontem
o vice-presidente Hamilton Mou-
rãodissequeapalavra finaldeBol-
sonaro sobre o texto definitivo da
reforma pode sair na segunda se-
manade fevereiro.
“O presidente está avaliando os
pontos da Previdência que serão
elencados para análise do Con-
gresso em sinergia com os minis-
tros envolvidos no tema”, disse o
porta-voz, após visitar Bolsonaro
noHospitalAlbertEinstein.
“O processo decisório de um
tema tão relevante exige muita
análise e ponderação, ele [o pre-
sidente] compreende a impor-
tância do 'timing' dessa apresen-
tação e está trabalhando para
que isso possa ser feito no prazo
menorpossível”, assegurou.
Ontem Hamilton Mourão rei-
terouqueBolsonaronãoéfavorá-
vel a igualar a idade mínima na
reforma da Previdência para ho-
mens e mulheres. Ele destacou
quea ideiadopresidenteédistin-
ta daquela defendida por Paulo
Guedes, e salientouquevaipreva-
lecer a vozdo“presidenteeleito”.
“Na visão dele [Guedes], é todo
mundo igual. Não é isso que se
buscahoje, a igualdade?”, questio-
nou, emtomde ironia. Edepois re-
forçou: “O presidente não concor-
da”. Mourão, que coordenou on-
tem pela segunda vez a reunião
ministerial no Palácio do Planalto,
reiterou que a minuta da reforma
da previdência que foi divulgada
pela imprensaaindanãoéa final.
Questionado se vislumbrava
algum tipo de conflito por conta
da diferença de pensamento en-
tre o ministro, que foi chamado
por Bolsonaro de “posto Ipiran-
ga”, e o presidente, Mourão ne-
gou. “Odecisor [sic] é ele: opresi-
dente, ele que foi eleito, nós aqui
somosatores coadjuvantes”.
O vice-presidente disse ainda
queo texto finalda reformasó se-
rá fechado com o retorno de Bol-
sonaro, que pode se dar na sema-
na que vem. “Acredito que ele vai
dar a decisão na segunda semana
de fevereiro e ai deve ser enviada
aoCongresso”, completou.
A minuta que veio a público na
segunda-feira, comuma versão da
reformadaPrevidência, fixa em65
anos a idademínimade aposenta-
doria para homens e mulheres. A
proposta também acaba com a
vinculação dos benefícios assis-
tenciais ao valor do salário míni-
mo, endurece as regras para rece-
bimento do abono salarial e reduz
o valor das pensões por morte.
Desde quando a reforma do ex-
presidenteMichel Temer foi envia-
da, Bolsonaro defendia no plená-
riodaCâmaraquea idademínima
de aposentadoria das mulheres
deveria ser inferioràdoshomens.
A saúde de Bolsonaro evolui fa-
voravelmente. Ontem, o presdien-
tecomeçoua ingerir líquidos.Mas,
por recomendação médica, foi
orientadoamanter-se emrepouso
e sem a visita deministros no hos-
pital.Ontemestavaprevistaavisita
do ministro-chefe do Gabinete de
Segurança Institucional (GSI), ge-
neralAugustoHeleno, queadioua
viagem diante da recomendação
dosmédicos. (*OGlobo)
Governomandará nova
PECpara Previdência
Raphael Di Cunto, FabioGraner,
EdnaSimãoeMarceloRibeiro
DeBrasília
Ogoverno decidiu que enviará
uma nova proposta de emenda
constitucional (PEC) para a refor-
ma da Previdência e não usará
mais o projeto do ex-presidente
Michel Temer, segundo fontes. A
mudança deve atrasar a tramita-
çãodo texto—cuja versão final se-
rádefinidaapósoretornodopre-
sidente Jair Bolsonaro— em al-
gunsmeses emrelaçãoà expecta-
tiva inicialdaequipeeconômica.
O presidente da Câmara, Ro-
drigo Maia (DEM-RJ), avisou que
não aceitará apensar a nova PEC
à proposta de Temer, aprovada
na comissão especial e que ficou
paralisada no plenário. Essa ma-
nobra, que contraria o regimen-
to da Câmara, poderia judiciali-
zar a discussão. Para usar a PEC
de Temer, seria preciso fazer ade-
quações ao texto com as emen-
das já protocoladas e não pode-
ria sercriado texto novo— o que
o atual governo pretende fazer,
commudançasnoabonoeacria-
çãodo regimede capitalização.
Com a decisão de encaminhar
umanovaPEC, a reforma teráque
passar pela Comissão de Consti-
tuição e Justiça (CCJ) e por uma
comissão especial. A proposta de
Temer, um governo reconhecida-
mente hábil comoCongresso, le-
vou quatro meses para superar
essas fases ,e mais ummês de ne-
gociações antes da primeira ten-
tativadevotarnoplenário.
Alémdabuscaporumatramita-
ção rápida, há preocupação na
área econômica de que seja apro-
vadoum texto visto como relevan-
te tantopelomercado financeiro e
pelo empresariado, demodo a ga-
rantir um ciclo de investimento.
Um interlocutor do ministro da
Economia, Paulo Guedes, afirmou
que o piso para negociações é o
texto aprovado por Temer na co-
missão especial. A visão é que, se
for menos que isso, a reação do
mercadoseráruimecompromete-
ráa recuperaçãodaeconomia.
Para a equipe econômica, a tra-
mitação em duas comissões fará o
processo durar mais de três meses
naCâmara, apesar dasdeclarações
de Maia de que, se houver votos,
poderia se aprovar em doismeses.
Segundo uma fonte, a Casa Civil
organiza a estratégia para conse-
guirapoioparaareforma,comum
esforço de convencimento dos go-
vernos estaduais e municipais e
apoio dos líderes partidários, com
uma liberação mais eficiente das
emendasparlamentares.
Nos bastidores, há um reconhe-
cimento que, se RodrigoMaia não
atuar para no mínimo apressar o
ritode tramitaçãodanovaPEC ,há
riscodeaaprovaçãodareformana
Câmarasealongareotextofinal fi-
car para o segundo semestre. De-
pois, o texto ainda terá de ir ao Se-
nado, onde deve ser examinada
emmenos tempo.
Segundo relato de pessoas
próximas, o relator da PEC do
governo Temer, deputado Ar-
thur Maia (DEM-BA), não conse-
guiu esconder ontem o desa-
pontamento, durante reunião
com o secretário especial de Pre-
vidência e Trabalho, Rogério Ma-
rinho, ao saber que eram peque-
nas as chances de sua proposta
ser aproveitada. Arthur Maia te-
ria afirmado ser um “erro” o go-
verno não aproveitar parte de
sua proposta para ganhar tem-
po na tramitação do projeto e
que optar por esse caminho se-
ria “condenar” a sociedade a es-
perar pela reforma por pelo me-
nosmais um ano.
Ovazamentodeumaminutade
reforma ampla na segunda-feira
não só precipitou a decisão de en-
viar uma nova PEC, mas também
mostrou que há muita gordura a
ser queimada nas negociações
com os parlamentares. O proble-
maparaoministroPauloGuedesé
queparte desse lastro já deverá ser
jogado fora internamente no go-
verno, como a idademínima igual
de 65 anos para homens e mulhe-
res, que constava da minuta e que
já foi atacadapelo vice-presidente,
Hamilton Mourão, que disse tam-
bémqueopresidente JairBolsona-
ronãoaceitaa ideia.
Segundo uma fonte, o texto
mais duro seria para “queimar”
uma gordura com o próprio Bol-
sonaro, que já defendeu idade
mínimamenorqueos65anos.
Outro ponto que pode ser altera-
doantesdeo texto ir aoCongressoé
a ideiadedarbenefíciosdesvincula-
dos do saláriomínimopara pessoas
demenor renda ou comdeficiência
física. É alvo de controvérsia dentro
do próprio governo. Há dúvidas na
área jurídica do governo sobre se is-
so não seria judicializado, dadapre-
visão de recebimento de valores in-
feriores aomínimo. E, se for adiante
no governo, o tema ainda terá que
ser encarado pelos parlamentares e
é tratadocomoumdos“bodes”a se-
rem retirados da sala durante a tra-
mitaçãodotexto.
A área econômica atribui o va-
zamento de uma das versões da
reforma a reações corporativas ao
texto. Há fontes que apontam in-
clusive para a Procuradoria-Geral
da Fazenda Nacional (PGFN), on-
de estariam alguns insatisfeitos
com regras que seria propostas —
o texto que circulou, por exemplo,
obriga que os servidores públicos
que entraram antes de 2003 e qui-
serem aposentadoria igual ao sa-
lário da ativa teriam que cumprir
a idademínima de aposentadoria,
sem regra de transição.
Maia fala emaprovar reforma emmaio
FábioPupoeMarceloRibeiro
DeBrasília
OpresidentedaCâmaradosDe-
putados, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
afirmou que ele e governo terão
como “desafio” garantir a aprova-
ção da reforma da Previdência na
casa em um prazo de dois meses.
Ele estima que, a partir daí, a pro-
posta seja encaminhada ao Sena-
doevotadapeloscolegasaté julho.
Apesar disso, Maia ressaltou que a
principal preocupação não é o
tempo, mas sim a obtenção de vo-
tos necessários para aprovar a
emenda constitucional, que pode-
ria gerar uma economia calculada
emR$1trilhãoaoscofrespúblicos,
segundo o ministro da Economia,
PauloGuedes.
Em suas declarações após se
reunir comGuedes, Maia colocou-
se ao lado do governo ao afirmar
que vai “ajudar oministro” na dis-
cussão sobre aPrevidência e aode-
fender a reforma como “funda-
mental”. “Nosso problema é ga-
rantir em dois meses que a refor-
ma da Previdência tenha 320 ou
330deputadosafavor.Esseénosso
desafio. Esperamos que, com
apoio de prefeitos e governadores
e dialogando com todos os parti-
dos, consigamos construir umtex-
to que atenda a todos os poderes
da federação”,disseMaia.
Para aprovar a proposta de
emenda constitucional (PEC), o
governo precisa obter 308 votos
em plenário. Antes disso, no en-
tanto, o texto precisa passar pela
Comissão de Constituição e Justi-
ça (CCJ) — onde pode ficar de três
semanasa45dias, nos cálculosde
Maia. “São cinco sessões para
apresentar emenda na CCJ e mais
duas sessões de vista. Em três se-
manas, se forbemorganizado,vo-
cê tiradacomissão. Eemnomáxi-
mo45dias você pode tirar”, disse.
Além disso, o texto precisa passar
porumacomissãoespecial.
O início do ano legislativo po-
de acabar acelerando o processo
da reforma. A interpretação de
Maia é que, como há mais parla-
mentares estreantes, o número
de sessões com quórum tende a
aumentar. “Como temmuito de-
putado novo chegando, vamos
voltar a ter quórumna segunda e
na sexta, o que eu não tínhamos
nosúltimosdois anos”, disse.
Maia chegou a mencionar co-
mo possível uma aprovação na
Câmara até maio, mas evitou se
comprometercomumprazoafir-
mando que a aprovação depen-
derá dos votos. “Nosso problema
não está no regimento, mas em
não ter votos. O que tínhamos de
problema no governo do presi-
dente Michel Temer é que em de-
terminado momento não tínha-
mos maioria para a Previdência”,
disse. “Não estou entendendo
porque essa preocupação nossa
com o tempo. O tempo é da [ob-
tenção da] maioria. Nosso pro-
blemanãoédeprazo”,disse.
Guedes também fez comentá-
rios sobreareforma.Segundoele,
o governo busca uma economia
deR$1trilhãoaoscofrespúblicos
em dez anos. Segundo ele, no en-
tanto,há“duasoutrês”versõesal-
ternativas da proposta e essa eco-
nomia pode ser alcançada em
prazos maiores dependendo do
texto final — em 15 ou 20 anos,
dependendodasimulação.
De qualquer forma, Guedes dis-
sequeapalavra final serádopresi-
dente Jair Bolsonaro — que deve
vetar idades mínimas iguais para
homens e mulheres “A posição de
Bolsonaro équemulheres tenham
idademenor. E a palavra final é do
presidente. Saindo da cirurgia, ele
olha [ediz] ‘isso aqui sim, isso aqui
não’. Ele tem o cálculo político de-
le. Estamoscalibrando”,disse.
Maia,depoisdereuniãocomGuedes:metaétentaraprovarPECemmaio; impactoserádeR$1trilhão, segundoGuedes
JORGEWILLIAM/AGÊNCIAOGLOBO
Jornal Valor --- Página 8 da edição "06/02/2019 2a CAD A" ---- Impressa por VDSilva às 05/02/2019@22:22:03
A8 | Valor | Quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019
Política
Reaçãoa idademínima igual faz
Guedes sinalizar textomais suave
FabioGraner, Raphael Di Cunto,
EdnaSimãoeMarceloRibeiro
DeBrasília
A igualdade de idade para apo-
sentadoria entrehomens emulhe-
res, proposta em estudo no gover-
no federal, enfrenta resistências
até entre asdeputadasdoPSL, par-
tido do presidente Jair Bolsonaro.
“Achoquepodedarumareduzida,de 65 anos para os homens e 62
anosparaasmulheres.Nãovoudi-
zer que é irrazoável porque não vi
asrazões [para igualar],mas,como
mulher, entendo que deve haver
uma diferenciação”, disse a depu-
tada Bia Kicis (PSL-DF). A ideia é
um dos artigos de umaminuta da
reforma da Previdência que foi di-
vulgada anteontem. O governo já
sinalizouestudaalternativas.
A deputada Caroline De Toni
(PSL-SC) afirmou que acredita que
haverá uma pequena diferença,
porque o próprio presidente Jair
Bolsonaro já defendeu isso, mas
que não se oporia a que fosse a
mesma idade. “Essa é umadas ver-
sões, temos que ver a versão final
para comentar”, afirmou. A depu-
tada Alê Silva (PSL-RJ) evitou opi-
nar antes de saber qual a versão fi-
naldotexto. “Eusouperitaatuarial
e,antesdefalarseconcordooudis-
cordo, tem que ver qual será o pe-
ríodode transição”,pontuou.
Masháoutrasparlamentaresdo
PSL que apoiam abertamente a
ideiadePauloGuedesde igualaras
idades, como Carla Zambelli (PSL-
SP). Para a deputada, se as mulhe-
res buscam igualdade de direitos,
nada mais justo que tenham a
mesma idade para se aposenta-
rem, até porque vivem mais. “Sei
que é o contrário da opinião da
maioria das mulheres, mas acho
queamulherterprivilégioédiscri-
minação”,disseaparlamentar.
O deputado Eduardo Bolsona-
ro (PSL-SP) que apoiará qualquer
que seja a decisão doministro da
Economia, Paulo Guedes, sobre a
idade mínima de homens e mu-
lheres na reforma da Previdên-
cia. “Não li o projeto ainda, Sou a
favorde tudoqueoPauloGuedes
for propor. Se ele propor e tiver
no papel, eu vou apoiar”, disse o
filho do presidente Jair Bolsona-
ro aoValor
Outro foco de discussão e polê-
mica devem ser os regimes espe-
ciais, como policiais e bombeiros.
Opresidentedachamadabancada
da bala, deputado capitão Augus-
to (PR-SP), disse que procurou o
governo após saber da proposta
para os policiais e bombeirosmili-
tares, carreiras que afetam direta-
mente as contas estaduais, e ouviu
que aquele era um esboço inicial.
“Domodo proposto não aceitaría-
mos de jeito nenhum. É fácil para
as Forças Armadas falarem em au-
mentar o tempo de serviço, vivem
situaçãodiferente enão vãopara a
rua”,disseoparlamentar.
Interlocutores do ministro da
Economia, Paulo Guedes já sina-
lizaram a parlamentares que al-
guma diferenciação deverá ser
feita no texto que for enviado ao
Congresso Nacional ainda neste
mês.Os critériospara isso, contu-
do, ainda estão sendodefinidos.
Mesmo quem apoia a ideia ava-
lia que não há ambiente na socie-
dade para que tal proposta avance
naCâmarae,por isso, já trabalham
para emplacar ideias como a dife-
renciação de idade vinculada a al-
gunscritérios, comomaternidade.
Na proposta elaborada pelos
economistas Paulo Tafner e Ar-
mínio Fraga, havia uma vincula-
ção da diferença de idade míni-
ma para homens e mulheres à
existência de filhos. Seria uma
forma de reduzir as resistências
e reconhecer o principal argu-
mento de quem defende a dife-
renciação, que é a chamada “du-
pla jornada” da mulher, primei-
ro no trabalho e depois em casa
para cuidar de filhos.
Pelaminutaque circulou, se os
governos regionais não aprova-
rem emdois anos leis específicas
regulamentando a Previdência
dessas categorias, serão aplica-
das as regras que forem defini-
dos para as Forças Armadas. A
bancada dos militares se reunirá
hojepara avaliar oque fazer.
AvidaemMarteeno
CongressoNacional
MaluDelgado
V
eiodo
vice-presidenteda
República,
HamiltonMourão,
o alerta sobre a
necessidadede todos
preservarmosoplaneta, sobo
riscode sermosobrigados a
viver emMarte. A aridezdiária
dasdisputas e a inexistênciade
lideranças capazes edispostas a
trabalharpelapreservaçãodo
ambientepolíticonoBrasil
quase impõemavida emoutro
planeta como,de fato, a única
alternativapossível.
As articulaçõesqueguiaram
a sucessãonoCongresso
Nacional atestamaextensãoda
briga eleitoral ao terceiro turno
e a incapacidadedos atores
políticosde construir
entendimentosque levemem
contaprojetosparaopaís.
Comodefiniuumparlamentar
experiente, “desgraçadamente”
apolíticanãoestáno comando.
Nãohánenhumagrandeza
na renúnciadeRenanCalheiros
(quedesistiu apenaspornão
suportar o vexamepúblicoda
derrota), nemtampoucona
persistênciado senadorDavi
Alcolumbre empermanecer
horas grudadoà cadeirada
presidênciadoSenadonum
momento emquenãohavia
certeza alguma sobre seu
destino.Adesgraçada “não
política” leva a episódios
patéticos e lamentáveis, como
os conhecidosduelos entre
AntonioCarlosMagalhães, do
entãoPFL, e Jader Barbalho, do
velhoPMDB,nomesmoSenado.
Mas ainda causa certo
espanto veruma senadorada
República se apossardeuma
pastadedocumentosquenão
lhepertencemeconvidar o
colega apegá-lanamarra,
comose estivéssemos todos
brincandodepique-pegano
jardimde infância.
Hojeosmemesajudama
tentar interpretarasdesgraçasda
política (ouda faltadela) com
humor,masépoucoprovável
quesechegueaalgumresultado
positivo sepermitirmosqueas
enquetesdeFacebookesgotem
discussõesemplenário, como
sugereonovatoemidiático
senador JorgeKajuru.
É ingenuidadepensarqueo
ministrodaCasaCivil, Onyx
Lorenzoni, seja oúnico e
grande vitoriosoda sucessãodo
Senado, pelo fatode ter
apoiadoDaviAlcolumbre, um
senadordeprimeiromandato
doDEMecujospassos até então
nãodemandavamatenção,
excetopor sua cordialidade. “É
ummeninão simpático”,
definiuumcolega, horas antes
da eleição, sem ter ainda
certeza se lhedaria o voto.
Alcolumbre só virou
presidentedoSenadopor
desdobramentosdopleito
presidencial de2018.Não
chegaria aoposto semacisão
evidentenoMDBcapitaneada
pela senadora SimoneTebet e a
articulação intensade tucanos
experientes, comoTasso
Jereissati eAntonioAnastasia.
CasooMDB tivesse algumbom
senso emnãobancar a
candidaturadeRenan
Calheiros, talvez o senadordo
DEMnunca tivesse chegado lá.
Mais doquedespertar a fúria
doantipetismo, Renanera
“tudo issoque está aí”, ou seja, o
queBolsonaroderrotouem
outubrode2018.
Alcolumbre contou, ainda,
comaboa vontadedo
governadorde SãoPaulo, João
Doria, que semostroudisposto
a entrar comtudonoxadrez
políticodeBrasília.OPSDB,
obviamente, pensounopróprio
umbigoe jogouas fichasna
candidaturadeTasso,mas
bateua caranummuro
intransponível, que é a
perspectivadepoderdoDEM
dentrodogovernoBolsonaro.
Osenador simpático
compreendeubemas
circunstânciasque lhecolocaram
napresidênciadaCasa.Os
agradecimentosemseudiscurso
devitória comprovamque
Alcolumbre sabequemvai lhe
apresentara fatura.
Asdivisõesda esquerda,
outra contaque começa a ser
cobradadepois de2018,
tambémcontribuírampara a
eleiçãodeAlcolumbre e,mais
especificamente, paraque
RodrigoMaiapermanecessena
presidênciadaCâmara.
OPDTdeCiroGomes, na
Câmara, agiu comodeliberado
objetivode isolar oPT.No
Senado, CidGomesdeixoude
ladoas arengas cearenses e
articulouhoras a fio ao ladode
Tasso Jereissati para tirar a
majestadedeRenanCalheiros.
O rancor eleitoral levouo
PCdoBa trilhar omesmo
caminho. “Comunistas” e
pedetistas integraram-se aum
grandeblocopara retirar oPT
daMesaDiretoradaCâmara e
obter a liderançadaminoria.Os
dois partidos ajudaramaeleger
Maiaparaminimizar opoder
doPT, que ainda temamaior
bancadanaCasa. Paraboaparte
doPCdoB, o PTnão reconheceu
agrandezadogestode
Manuelad’Ávila, quedesistiu
da candidatura àPresidência
para ser vicede Fernando
Haddad. “ComoseoPCdoB
fosse ter 40milhõesde votos
sozinho”, ironizaumpetista.
OPT caminhouao ladodo
Psol edoRede, apoiando
oficialmente a candidaturade
Marcelo Freixo.Houve traições,
comoerade se esperar.O
candidatodoPsol teve 50 votos.
Poderia ter tido64, caso as
bancadasdoprópriopartido e
doPT votassemempesonele.
Quandoo fígadonãoguia a
política, os resultados
costumamsermais
alvissareiros. Vemdeum
integrantedo clãCalheiros a
racionalidade: “Defendi que a
composição institucional da
Mesa edas comissõesdesse a
cadapartidoo real tamanho