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FUNÇÃO PROTEICA Nathieli Bianchin Bottari Santa Maria, abril de 2016. Revisando... Revisando... Estrutura secundária ◦ Segmentos de uma cadeia polipeptídica e/ou arranjo espacial dos átomos na cadeia principal sem considerar a conformação das cadeias laterais. ◦ Ocorre quando os ângulos diedros θ (N-C) e φ (C-C) permanece igual ou semelhante ao longo do segmento. α hélices Conformações β Volta β Estrutura secundária ◦ α hélice ◦ Pauling e Corey(1930): grupos R projetam para fora; ◦ Unidade repete forma volta (hélice) que se estende 5Å. ◦ Cada volta é formada 3,6 aa; ◦ Torção voltada para direita. ◦ Ex: queratina Estrutura secundária ◦ β Conformações ◦ Pauling e Corey: envolve dois ou mais segmentos peptídicos. ◦ Esqueleto está estendido em “zigue-zague” em direções opostas e arranjadas lado a lado, formando “folha”; ◦ As ligações de hidrogênio estão entre segmentos adjacentes (perpendicular ao eixo); ◦ Unidade repete forma volta (folha) que se estende 7Å. Ex: Fibroína (seda), Estrutura secundária ◦ Voltas β ◦ Presentes em uma estrutura dobrada, compacta que conecta extremidades de dois segmentos adjacentes em uma folha β antiparalela. Estrutura Terciária e Quaternária É o arranjo tridimensional de todos os átomos de uma proteína. Duas ou mais cadeias polipeptídicas diferentes ou subunidades diferentes. Estrutura Terciária e Quaternária ◦ Classificadas em dois tipos: Fibrosas Globulares • Cadeias arranjadas em forma esférica ou globular. • Possuem diversas estruturas secundárias. • Conferem função. • Ex: Hemoglobina, Mioglobina, enzimas. • Cadeias arranjadas em longos filamentos ou folhas. • Possuem um único tipo de estruturas secundária. • Confere suporte, forma e proteção estrutural. • Ex: queratina, colágeno, fibroína. Proteínas Fibrosas ◦ São insolúveis em água (devido a presença de aa hidrofóbicos) (Colágeno) (α queratina) Proteínas Globulares ◦ Segmentos de cadeias diferentes que se dobram um sobre os outros gerando uma forma compacta. Mioglobina ◦ John Kendrew (1950): Proteína ligadora de oxigênio das células musculares ◦ Mr: 16.700Da; 154 aa. Monomérica. ◦ Basicamente 2 funções: Estoque de O2 Facilita a difusão de O2 nos tecidos durante contrações musculares Desnaturação de Proteínas ◦ É a perda estrutural tridimensional e /ou perda da função de uma proteína. ◦ Basicamente 3 condições afetam a estrutura terciária: Calor: Rompe as ligações de oxigênio Ph extremos: Rompe interações hidrofóbicas Solventes orgânicos Desnaturação de Proteínas Renaturação Dobramentos ◦ O dobramento de proteínas envolve múltiplos mecanismos. ◦ Inicialmente, formam-se regiões de estruturas secundárias, seguido pelo dobramento das estruturas terciárias. ◦ Para muitas proteínas o dobramento é facilitado por chaperonas (Hsp70), as quais catalisam a formação de ligações dissulfeto e a isomerização cis-trans de ligações peptídicas. ◦ O dobramento errado é a base molecular de uma grande variedade de doenças, incluindo amiloidoses. Função proteica Ligante Molécula que interage com uma proteína Sítio de ligação É complementar e específico ao ligante Encaixe induzido Mudança na conformação do Sítio de ligação • Carga • Tamanho • Forma • Solubilidade em água Tipos de Interações: ◦ Interações Reversíveis de uma proteína com ligante: proteínas de ligação ao oxigênio ◦ Nenhuma proteína tem a capacidade de ligar reversivelmente ao Oxigênio O ferro usado pelas células que o sequestram convertem em ferro ferroso. Esse ferro foi incorporado ao grupo prostético heme contribuindo para função. Heme ◦ Consiste em uma anel protoporfirina com um átomo de ferro (ferroso Fe2+) está ligado. ◦ Encontrado na Hb e Mb, citocromos e reações de oxirredução onde há transferência de elétrons. ◦ Átomo tem 6 ligações coordenadas: 4 ligações com N e 2 ligações perpendiculares a porfirina. ◦ Grupo heme fica no centro a fim de evitar reações adicionais em forma de anel (incorporado a proteína). Hemoglobina ◦ É uma metaloproteína que contém ferro presente nos glóbulos vermelhos (eritrócitos) e que permite o transporte de oxigênio pelo sistema circulatório. ◦ Mr:64.500 Da; 55 Å ◦ Contém 4 cadeias polipeptídicas e 4 grupos prostéticos heme, no qual estão 4 ferros ligados. ◦ É uma proteína alostérica, pois a ligação e a libertação do oxigênio é regulada por mudanças na estrutura provocadas pela ligação do oxigênio ao grupo heme. Hemoglobina ◦ O aumento de glóbulos vermelhos no sangue (eritrocitose) geralmente se dá por uma adaptação fisiológica do organismo em locais de altitude elevada. Uma vez que o aumento de glóbulos vermelhos favorece o transporte de oxigénio pelo sangue, seu uso melhora a performance de atletas, principalmente no desporto que necessitem muita resistência. Quando os atletas realizam treino em locais de alta altitude, a pequena concentração de oxigénio estimula a produção natural de EPO (Eritropoietina, hormonio que aumenta o número de eritrócitos e a capacidade muscular), e, ao retornar às baixas altitudes, seu corpo está mais preparado e sua resistência está maior. Interações proteína- ligante P+L PL P= proteína L= Ligante Ka=[PL] [P][L] Constante de equilíbrio Interações Reversíveis de uma proteína com ligante: proteínas de ligação ao oxigênio Representação gráfica da interação com o ligante [ligante] livre Metade dos sítios estão ocupados Kd Afinidade Estrutura da proteína afeta a interação com o ligante ◦ CO (monóxido de carbono) se liga a 3 moléculas heme 20.000 vezes melhor que o O2. • Quando o O2 se liga ao heme livre, forma um ângulo entre o Fe-O. • A His E7 presente no lado heme está longe para interagir com o ligante, fazendo uma ligação de hidrogênio entre o O2 , impedindo assim a ligação do CO. Estrutura da proteína afeta a interação com o ligante ◦ A ligação do O2 ao heme depende de movimentos moleculares. ◦ Hemoglobina pode assumir dois estados de conformação: T ou R Modelos de ligação cooperativa Ligação do Oxigênio com a hemoglobina é regulada por 2,3-bifosfoglicerato (BPG) ◦ 2,3-BFG está presente nos eritrócitos e regula a afinidade do O2 pela hemoglobina em relação a pO2 nos pulmões. ◦ Apenas 1 molécula de BPG se liga ao tetrâmero; ◦ BFG reduz a afinidade da Hb pelo O2 por que estabiliza o estado T; ◦ Na ausência de BPG a Hb é convertida mais facilmente ao estado R; HbBPG +O2 HbO2 + BPG Efeito do BPG sobre a ligação do O2 à Hemoglobina • Elevadas altitudes/ Hipóxia: Alta concentração BPG, baixa afinidade da Hb ao O2. Para que apenas 40% do oxigênio liberado pelos pulmões seja transportado até os tecidos. Hemoglobina transporta hidrogênio e Dióxido de Carbono ◦ Além de carregar O2 dos pulmões aos tecidos, a Hb transporta dois produtos finais da respiração celular: H e CO2. ◦ CO2 produzido na mitocôndria é hidratado formando bicarbonato. ◦ Por que hidratar? ◦ Essa hidratação resulta em aumento na concentração de H, diminuindo o pH nos tecidos. Esse efeito do pH e concentração de H é dado pelo efeito Böhr. Efeito Böhr: Quando H se ligam nos resíduos de His da Hb, há formação de um par iônico com as Asp, auxiliando o estado T. CO2 + H2O H + + HCO3 - HHb+ + O2 HbO2 + H + anidrase Efeito do pH sobre a ligação do O2 à Hemoglobina • Os resíduos de His quando protonados forma pares iônicos com Asp auxiliando na estabilização do estado T da Hb.Visão geral do funcionamento da Hemoglobina... Tipos de Hemoglobinas ◦ Embrionária: ◦ Gower 1 (ξ2ε2) ◦ Gower 2 (α2ε2) ◦ Hemoglobina de Portland (ζ2γ2) ◦ Fetal: ◦ Hemoglobina F (α2γ2) ◦ Adultos: ◦ Hemoglobina A (α2β2) - O tipo mais comum, ◦ Hemoglobina A2 (α2δ2) - cadeias δ são sintetizadas no último trimestre após o parto, seu nível normal é de aproximadamente 2,5 %. ◦ Hemoglobina F (α2γ2) - Nos adultos, a hemoglobina F é restrita a uma população de células vermelhas (hemácias), chamadas células F. Este tipo de hemoglobina corresponde a cerca de 2,5 % da hemoglobina total. Casos clínicos G.A.G. 14 anos, masculino, deu entrada no nosso setor de Emergência em 22 janeiro de 2007 com quadro de coma. Tratava se de um rapaz paulista em férias no Rio de janeiro que foi encontrado por sua mãe desmaiado no chuveiro. Esta arrombou a porta do banheiro pois o mesmo permanecia cerca de 1 hora lá. Exame físico revelava escala de coma de Glasgow de 6 com abertura ocular 1, resposta verbal 1, e resposta a dor 4, alem de pletora, insuficiência respiratória e corte no queixo. Não havia antecedentes médicos, nem tão pouco usava drogas. Levado a sala de trauma e iniciada a ventilação com O2 a 100% a gasometria demonstrava acidose metabólica, havendo melhora do quadro neurológico após alguns minutos de ventilação de O2 a 100%. Realizada Tomografia de crânio que foi normal. A carboxihemoglobina dosada no sangue foi de 15,9% (VR 0,0-0,8%) Mantido com ventilação sobre pressão não invasiva (CPAP) apresentou importante melhora e 24 horas após foi dada alta do CTI. Liberado para caso 48 horas após a admissão. Casos Clínicos Identificação: R.F.M., 3 anos e 9 meses, menina, branca, natural de Limeira (SP), residente em Campinas (SP) Queixa principal: Dores em todo o corpo há dois meses e palidez progressiva há um mês. Hemograma: Diminuição Hb Diminuição número de eritrócitos Anisocitose Diminuição do VCM Presença de depranócitos Casos Clínicos ◦ G.D., 25 anos. Apresenta: Fadiga extrema, Fraqueza, Falta de ar. Queixa de sangramento nas fezes. ◦ Hemograma: Ferritina: Baixa Fe sérico: Baixo Transferrina: Normal Hb: Baixo Eritrócitos: Diminuído Policromasia, Hipocromia
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