Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Título do experimento Verificação da Segunda Lei de Newton Objetivo Verificar o princípio fundamental da dinâmica Introdução teórica A princípio quando um corpo se encontra em movimento retilíneo uniforme ou em repouso, de acordo com o seu referencial inercial, pode-se afirmar que nele não atua força resultante, ou seja, a somatória vetorial das forças externas é nula. Isso pode ser concluído com o princípio fundamental da inércia, mas quando um corpo é submetido a uma força resultante diferente de nula, ele sofre uma aceleração na mesma direção da força resultante. O módulo da aceleração depende da massa do corpo, a massa é uma propriedade intrínseca de um corpo, é uma característica que resulta da própria existência do corpo. Se aplicarmos uma mesma força a dois corpos de massas diferentes a magnitude da aceleração será tanto maior quanto menor for a massa do corpo. Esta descoberta foi feita por Isaac Newton (1642 – 1727) e é conhecida como o Princípio Fundamental da Dinâmica ou Segunda Lei de Newton. A força resultante a princípio é a taxa de variação do momento linear em relação ao tempo, logo a aplicação de uma força resultante em um corpo tem como consequência a variação da quantidade de movimento, para um sistema onde a massa é constante, a variação ocorre na velocidade, portanto havendo aceleração no corpo. Materiais utilizados Os materiais utilizados no experimento foram: Trilho de ar: um trilho de alumínio com perfuração ao longo da sua extensão para a passagem do fluxo de ar. Tem a função de sustentar o carro deslizante ao longo da trajetória do movimento. Carrinho deslizante: corpo metálico utilizado para o experimento, o qual desliza sobre o trilho de ar. Cinco sensores fotoelétricos: dispositivos responsáveis por detectar o instante em que o carro deslizante passa por eles. Gerador de fluxo de ar: consiste em um compressor conectado num trilho de ar, que tem como função fornecer um fluxo contínuo de ar a fim de minimizar o atrito dinâmico entre o trilho de ar e o carro deslizante. Chave inversora: um dispositivo que tem por finalidade abrir e fechar o circuito responsável pela polarização do eletroímã, que segura o carro deslizante. Cronômetro digital: mensura os intervalos de tempo em sincronia com os sensores fotoelétricos, possui precisão de 0,001 s. Quatro pesos aferidos, sendo dois de massa de aproximadamente 10 g e outros dois de massa de aproximadamente 20 g. Esses pesos são peças cilíndricas (arruelas) de aço com furo circular vazado para ser sustentada pelo porta-pesos. Porta pesos: dispositivo utilizado para dar suporte às arruelas, permitindo que o peso das mesmas desloque o carro deslizante. Calculadora científica. Procedimento experimental Para inicializar o experimento, foi necessário montar o equipamento que dá suporte à realização da prática em estudo: primeiramente, colocou-se o carro deslizante sobre o trilho de ar, verificaram-se as posições dos sensores no trilho, as quais deveriam estar a 100,0 milímetros do centro do carro até o primeiro sensor, o espaçamento entre os sensores restantes deveria ser de 100,0 milímetros entre si. Após o ajuste das posições, os dispositivos foram conectados entre si de acordo com o esquema fornecido por um diagrama contido no cronômetro digital para a função 2 (F2) – Movimento Retilíneo Uniformemente Variado. Antes de começar o experimento verificou-se se o primeiro tempo mensurado era equivalente a metade do último tempo, pois de acordo com a equação horária, posição em função do quadrado do tempo, quando o deslocamento é quatro vezes maior ao deslocamento inicial, o tempo final deve ser duas vezes maior que o tempo inicial. Após as devidas calibragens, colocou-se a linha sobre a roldana unindo o peso com o carro deslizante. Após, tudo estar em seu devido lugar, iniciou-se o experimento: foram colocadas nos pinos do carrinho duas massas de 20 gramas e duas massas de 10 gramas, lembrando que no porta-pesos não há inicialmente massas acrescidas, e então foi ligado o eletroímã para fixar o carro deslizante antes de começar o experimento, e mensuraram-se o deslocamento do carro. Com o cronômetro digital configurado para a contagem, desligou-se o eletroímã, e deu-se o início ao movimento, através da aceleração causada somente pelo peso do porta-pesos, sendo esta constante durante todo o processo. Enquanto o carro deslizava sobre o trilho, o cronômetro marcava os instantes de tempo para cada posição – esse procedimento foi realizado apenas uma vez em cada uma das cinco etapas do experimento: Na primeira etapa, as massas acrescidas estavam somente nos pinos do carro deslizante; Na segunda etapa, transferiu-se 10 gramas que estavam sobre os pinos do carro para o porta-pesos; Na terceira etapa, transferiu-se mais 10 gramas que estavam sobre os pinos do carro para o porta-pesos; Na quarta etapa, transferiu-se mais 10 gramas que estavam sobre os pinos do carro para o porta-pesos; E na quinta e última etapa, transferiu-se mais 10 gramas que estavam sobre os pinos do carro para o porta-pesos. E assim os instantes de tempo captados pelo cronômetro foram mensurados para dar continuidade ao objetivo do experimento. Obtenção e análise dos resultados Para organizar a obtenção dos dados, adotaram-se as seguintes representações referentes à: Mc = massa do carro; Ma = massa das arruelas; M = massa do carro + massa das arruelas; Ms = massa suspensa; Mpp = massa do porta-pesos; m = massa suspensa + massa do porta-pesos; Mtotal = massa total dos objetos mencionados acima, que é sempre constante; Fr = força resultante que atua no sistema. Primeira etapa do experimento: massas acrescidas apenas no carro deslizante. N = 01 (0g) Massas (± 0,05 g) Fr = mg (N) x (m) t(s) a (m/s²) M=Mc+Ma m=Ms+Mpp Mtotal 0,0850 0,1000 0,837 0,285 278,06 8,67 286,73 0,2000 1,186 0,2844 0,3000 1,450 0,2854 0,4000 1,675 0,2851 amédia = 0,285 A aceleração foi calculada observando a seguinte equação: x = x0 + v0t + (1/2)at² Como o carro deslizante partiu do repouso (v0 = 0), e sua posição inicial (x0) foi adotada como zero porque o cronômetro começou a contar o tempo à partir do desligamento do eletroímã. A equação ficou da seguinte maneira: x = (1/2)at² Isolando a aceleração: a = 2x/t² Onde a simboliza a aceleração, x a posição, e t o instante de tempo mensurado pelo cronômetro. Assim, pôde-se calcular a aceleração em cada instante de tempo, e também pôde ser calculado seu valor médio, que consiste em somar os quatro valores da aceleração calculada em cada instante e dividi-los por quatro (quantidade de valores para a aceleração). Esse cálculo foi feito em todas as etapas. Segunda etapa do experimento: 10 gramas que estavam contidos nos pinos do carro foram transferidos para o porta-pesos, assim a massa suspensa é de 10 g : N = 02 (10g) Massas (± 0,05 g) Fr = mg (N) x (m) t(s) a (m/s²) M=Mc+Ma m=Ms+Mpp Mtotal 0,183 0,1000 0,579 0,597 268,06 18,67 286,73 0,2000 0,820 0,595 0,3000 1,002 0,5976 0,4000 1,157 0,5976 amédia = 0,597 Terceira etapa do experimento: mais 10 gramas que estavam contidos nos pinos do carro foram transferidos para o porta-pesos, nesta etapa a massa suspensa é de 20 g: N = 03 (20g) Massas (± 0,05 g) Fr = mg (N) x (m) t(s) a (m/s²) M=Mc+Ma m=Ms+Mpp Mtotal 0,281 0,1000 0,457 0,958 258,06 28,67 286,73 0,2000 0,650 0,947 0,3000 0,796 0,947 0,4000 0,919 0,947 amédia = 0,950 Quarta etapa do experimento: mais 10 gramas que estavam contidos nos pinos do carro e foram transferidos para o porta-pesos, deixando a massa suspensa com um valor de 30 g : N = 04 (30g) Massas (± 0,05 g) Fr = mg (N) x (m) t(s) a (m/s²) M=Mc+Ma m=Ms+Mpp Mtotal 0,379 0,10000,399 1,26 248,06 38,67 286,73 0,2000 0,567 1,24 0,3000 0,693 1,25 0,4000 0,801 1,25 amédia = 1,25 Quinta e última etapa do experimento: mais 10 gramas que estavam contidos nos pinos do carro foram transferidos para o porta-pesos, nesta etapa a massa suspensa é de 40 g: N = 05 (40g) Massas (± 0,05 g) Fr = mg (N) x (m) t(s) a (m/s²) M=Mc+Ma m=Ms+Mpp Mtotal 0,477 0,1000 0,354 1,60 238,06 48,67 286,73 0,2000 0,502 1,59 0,3000 0,615 1,59 0,4000 0,714 1,57 amédia = 1,58 A partir de cada resultado obtido das acelerações médias e das forças resultantes, o gráfico da força resultante versus aceleração média pôde ser plotado: A partir deste gráfico, é possível calcular o coeficiente angular e verificar que neste tipo de gráfico o coeficiente linear sempre será sempre zero. O coeficiente angular é obtido a partir da razão entre um intervalo em y, ou seja, a força resultante, com um intervalo em x, que é aceleração. Em termos físicos, obteve-se a razão entre variação da força resultante pela variação da aceleração que resultou em um valor numericamente igual à massa total do sistema. Fr (N) amédia (m/s²) Coeficiente Angular (Kg) Coeficiente Linear 0,0865 0,300 0,288 0 Uma observação importante é que em hipótese alguma haverá força resultante quando a aceleração for nula e também não haverá aceleração quando força resultante for nula, portanto nesse tipo de gráfico, a curva partirá sempre da origem. Conclusão No experimento, concluiu-se que um corpo só altera o seu estado de movimento quando sobre ele atua uma força resultante, gerando uma aceleração, que será sempre diretamente proporcional a força No gráfico Fr x amédia, obteve-se a partir de seu coeficiente angular o valor da massa do sistema, que permaneceu constante. É importante ressaltar que o gráfico possui coeficiente linear nulo, pois nessa condição, é impossível em um sistema ter força resultante onde a aceleração é nula. 8. Anexos Referências Bibliográficas 1. HALLIDAY, D., RESNICK, R., WALKER, J. - Fundamentos de Física 1 - São Paulo: Livros Técnicos e Científicos Editora, 4a Edição, 1996. 2. K. R. Juraitis, J. B. Domiciano, Guia de Laboratório de Física Geral - Mecânica da Partícula, 1ª Edição, Eduel, 2010. 3. VASSALLO, F. R. - Manual de Instrumentos de Medidas Eletrônicas - São Paulo: Hemus Editora Ltda, 1978. 4. AZEHEB Laboratórios de Física, Manual de Instruções e Guia de Experimentos.
Compartilhar