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1 1. Título do experimento Trabalho e Energia Cinética. 2. Objetivo Comprovar o Teorema Trabalho-Energia Cinética. 3. Introdução teórica Anos após Isaac Newton formular as suas leis de movimento, foram desenvolvidos os conceitos de trabalho e energia. Os conceitos de trabalho e energia são os mais importantes para uma melhor compreensão das leis da física. O trabalho é a consequência quando sobre um corpo atua uma força resultante e esta realiza deslocamento neste corpo. Quando uma pessoa está empurrando um carro parado, utilizando uma força horizontal constante, e que o carro se desloque uma distância, por definição, essa pessoa realizou uma quantidade de trabalho sobre o carro. O conceito de energia está intimamente associado ao de trabalho, pois se um corpo se desloca e sobre ele atua uma força resultante, este corpo tem um movimento variado, com aceleração diferente de nula, como há variação de velocidade, logo há variação de energia cinética do corpo, como exemplo, se um disco de hóquei esteja em repouso sobre o gelo e um instante depois, ele se move em direção da meta, assim uma pessoa concluirá: alguém o atingiu com um taco de hóquei; já um físico concluiria: alguém realizou trabalho sobre o disco, exercendo uma força sobre ele em uma pequena distância. Portanto, quando observa-se um objeto se movendo em um sistema de referência, a própria existência do movimento é sinal de que foi realizado algum trabalho para estabelecê-lo; a massa do objeto também está envolvida neste sinal, pois uma determinada quantidade de trabalho provocará diferentes velocidades em objetos de massas diferentes. O teorema da energia cinética é uma importante relação entre o trabalho sobre uma partícula com a velocidade inicial e a velocidade final, ou seja, se quiser variar a energia cinética de uma partícula, deverá realizar trabalho sobre ela, isto é a variação da energia cinética de uma partícula é igual ao trabalho total realizado sobre a partícula por todas as forças que atuam sobre ela. 4. Materiais utilizados Os materiais utilizados no experimento foram: Trilho de ar: um trilho de alumínio com perfuração ao longo da sua extensão para a passagem do fluxo de ar. Tem a função de sustentar o carro deslizante ao longo da trajetória do movimento. Carrinho deslizante: corpo metálico utilizado para o experimento, o qual desliza sobre o trilho de ar. Cinco sensores fotoelétricos: dispositivos responsáveis por detectar o instante em que o carro deslizante passa por eles. Gerador de fluxo de ar: consiste em um compressor conectado num trilho de ar, que tem como função fornecer um fluxo contínuo de ar a 2 fim de minimizar o atrito dinâmico entre o trilho de ar e o carro deslizante. Chave inversora: um dispositivo que tem por finalidade abrir e fechar o circuito responsável pela polarização do eletroímã, que segura o carro deslizante. Cronômetro digital: mensura os intervalos de tempo em sincronia com os sensores fotoelétricos, possui precisão de 0,001 s. Calculadora científica. Três pesos aferidos: sendo o 1º de 19,32g, o segundo de 20,26g, e o terceiro de 20,30g. Esses pesos são peças cilíndricas (arruelas) de aço com furo circular vazado para ser sustentada pelo porta-pesos. Porta-pesos: dispositivo utilizado para dar suporte às arruelas, permitindo que o peso das mesmas desloque o carro deslizante. 5. Procedimento experimental Para inicializar o experimento, foi necessário montar o equipamento que dá suporte à realização da prática em estudo: primeiramente, colocou-se o carro deslizante sobre o trilho de ar, verificaram-se as posições dos sensores no trilho, as quais deveriam estar a 100,0 mm do centro do carro até o primeiro sensor, o espaçamento entre os sensores restantes deveria ser de 100,0 mm entre si. Após o ajuste das posições, os dispositivos foram conectados entre si de acordo com o esquema fornecido por um diagrama contido no cronômetro digital para a função 2 (F2) – Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV). Como esse experimento tem o objetivo de comprovar o Teorema Trabalho-Energia Cinética. Antes de começar o experimento verificou-se se o primeiro tempo mensurado era equivalente à metade do último tempo, pois de acordo com a equação horária, posição em função do quadrado do tempo, quando o deslocamento é quatro vezes maior ao deslocamento inicial, o tempo final deve ser duas vezes maior que o tempo inicial. Após, tudo estar em seu devido lugar, iniciou-se o experimento: com o cronômetro digital configurado para a contagem, desligou-se o eletroímã, e deu-se o início ao movimento, através da aceleração causada pela massa do porta-peso somada à massa da primeira arruela (massa suspensa). Enquanto o carro deslizava sobre o trilho, o cronômetro marcava os instantes de tempo para cada posição. O 1º procedimento foi executado 10 vezes no total com a 1ª arruela no porta-peso. Em seguida, a 2ª arruela foi acrescida ao porta-pesos, seguindo o padrão do 1º procedimento, e 10 repetições do experimento foram feitas para este 2º procedimento. 3 E finalmente, foi acrescida a 3ª arruela ao porta-peso, seguindo o padrão do 1º procedimento. Mais 10 repetições foram feitas para este último procedimento. E assim os instantes de tempo captados pelo cronômetro foram mensurados para dar continuidade ao objetivo do experimento. 6. Obtenção e análise dos resultados Foram feitos 2 tipos de tabela para cada procedimento, a 1ª contendo os respectivos tempos de cada uma das 10 repetições realizadas e a 2ª contendo: Tempo médio (tmédio): calculado pela média de todos os tempos em cada posição dos sensores, que exige somar os dez instantes de tempo captados pelo cronômetro digital e dividi-los pela quantidade de instantes, ou seja, dividi-los por dez; Velocidade média (vmédia): calculada pela fórmula (2.x)/t; Energia cinética (Ec): calculada pela fórmula (m.v²)/2; Variação da energia cinética (ΔEc): calculada pela fórmula Ec – Ec0 = (**mtotal.v²)/2 – (mtotal.v0²)/2, onde, em todos os casos Ec0 = 0, pois o espaço e tempo iniciais sempre foram 0, assim a velocidade em v0 foi 0; Variação do espaço (Δx): como o espaço inicial adotado foi 0, a variação do espaço foi a mesma que a obtida pelas medições em cada posição; Trabalho (W): calculado a partir de FR * Δx, em que FR = *msupensa.g, onde a aceleração adotada foi a gravitacional (9,8m/s²); Erro: Porcentagem em relação à diferença de ΔEc por W. . *Msuspensa: massa do porta-peso somada à das arruelas; **Mtotal: massa suspensa somada à massa do carro. 4 Os instantes de tempo obtidos com o 1º procedimento formaram a tabela abaixo: Procedimento 1 Mcarro (kg) Msuspensa (kg) Mtotal (kg) 0,21725 0,02784 0,2451 x0 (m) x1 (m) x2 (m) x3 (m) x4 (m) 0,0000 0,1000 0,2000 0,3000 0,4000 Medida t0 (s) t1 (s) t2 (s) t3 (s) t4 (s) 1 0 0,432 0,611 0,748 0,864 2 0 0,436 0,615 0,752 0,868 3 0 0,435 0,613 0,750 0,865 4 0 0,430 0,608 0,745 0,861 5 0 0,428 0,607 0,744 0,859 6 0 0,434 0,613 0,750 0,865 7 0 0,428 0,606 0,742 0,859 8 0 0,430 0,607 0,744 0,860 9 0 0,432 0,610 0,747 0,863 10 0 0,439 0,617 0,754 0,870 Com base nestes dados, a tabela abaixo foi feita: Procedimento 1 - Velocidade, Energia Cinética, Trabalho e Erro x (m) tmédio (s) v (m/s) Ec (J) ΔEc (J) Δx (m) W (J) Erro (%) 0,0000 0 0 0 0 0,0000 0 0 0,1000 0,432 0,463 0,0262 0,0262 0,1000 0,0273 4,07 0,2000 0,611 0,655 0,0526 0,0526 0,2000 0,0546 3,79 0,3000 0,748 0,803 0,0789 0,07890,3000 0,0818 3,69 0,4000 0,863 0,927 0,105 0,105 0,4000 0,109 3,73 5 Os instantes de tempo obtidos com o 2º procedimento formaram a tabela abaixo: Procedimento 2 Mcarro (kg) Msuspensa (kg) Mtotal (kg) 0,21725 0,04810 0,2654 x0 (m) x1 (m) x2 (m) x3 (m) x4 (m) 0,0000 0,1000 0,2000 0,3000 0,4000 Medida t0 (s) t1 (s) t2 (s) t3 (s) t4 (s) 1 0 0,340 0,482 0,590 0,682 2 0 0,343 0,485 0,592 0,684 3 0 0,341 0,482 0,591 0,683 4 0 0,341 0,483 0,591 0,683 5 0 0,340 0,482 0,591 0,683 6 0 0,341 0,483 0,592 0,684 7 0 0,342 0,484 0,592 0,684 8 0 0,342 0,484 0,592 0,684 9 0 0,343 0,485 0,594 0,686 10 0 0,343 0,485 0,593 0,686 Com base nestes dados, a tabela abaixo foi feita: Procedimento 2 - Velocidade, Energia Cinética, Trabalho e Erro x (m) tmédio (s) v (m/s) Ec (J) ΔEc (J) Δx (m) W (J) Erro (%) 0,0000 0 0 0 0 0,0000 0 0 0,1000 0,342 0,585 0,0455 0,0455 0,1000 0,0471 3,65 0,2000 0,484 0,827 0,0908 0,0908 0,2000 0,0943 3,82 0,3000 0,592 1,01 0,136 0,136 0,3000 0,141 3,69 0,4000 0,684 1,17 0,182 0,182 0,4000 0,189 3,86 6 Os instantes de tempo obtidos com o 3º procedimento formaram a tabela abaixo: Procedimento 3 Mcarro (kg) Msuspensa (kg) Mtotal (kg) 0,21725 0,06840 0,2857 x0 (m) x1 (m) x2 (m) x3 (m) x4 (m) 0,0000 0,1000 0,2000 0,3000 0,4000 Medida t0 (s) t1 (s) t2 (s) t3 (s) t4 (s) 1 0 0,297 0,420 0,515 0,595 2 0 0,296 0,419 0,514 0,594 3 0 0,296 0,420 0,514 0,595 4 0 0,300 0,424 0,519 0,599 5 0 0,295 0,419 0,513 0,594 6 0 0,296 0,420 0,514 0,594 7 0 0,296 0,419 0,514 0,594 8 0 0,295 0,418 0,513 0,593 9 0 0,297 0,421 0,516 0,597 10 0 0,295 0,419 0,513 0,593 Com base nestes dados, a tabela abaixo foi feita: Procedimento 3 - Velocidade, Energia Cinética, Trabalho e Erro x (m) tmédio (s) v (m/s) Ec (J) ΔEc (J) Δx (m) W (J) Erro (%) 0,0000 0 0 0 0 0,0000 0 0 0,1000 0,296 0,675 0,0651 0,0651 0,1000 0,0670 3,01 0,2000 0,420 0,953 0,130 0,130 0,2000 0,134 3,44 0,3000 0,515 1,17 0,194 0,194 0,3000 0,201 3,53 0,4000 0,595 1,34 0,258 0,258 0,4000 0,268 3,78 Os dados dos valores de Trabalho com os valores da Variação de Energia Cinética obtidos nos procedimentos acima chegaram próximos dos valores reais por estarem dentro da margem de tolerância de 5% de erro. 7 7. Conclusão Na realização deste experimento, foi comprovado que o trabalho de um corpo é equivalente à variação da energia cinética - o qual era objetivo do experimento. No entanto, houve uma diferença entre o trabalho e a variação de energia cinética, a qual deixou o valor do trabalho maior ao da energia cinética, o que é fisicamente impossível, pois em um sistema isolado, o trabalho deve ter no máximo o mesmo valor da variação da energia cinética. Esta diferença foi causada devido aos valores de energia cinética serem obtidos de forma experimental e o trabalho realizado pela força peso da massa suspensa foi calculado com base em um fundamento teórico, onde a força resultante do sistema é considerada somente o próprio peso da massa suspensa, no entanto existe a força de atrito atuando no sistema, embora a ordem de grandeza dessa força possa ser desprezível, não deixa de ser um dos fatores responsáveis por causar esse erro entre o trabalho e a variação da energia cinética. 8 8. Referências Bibliográficas 1. HALLIDAY, D., RESNICK, R., WALKER, J. - Fundamentos de Física 1 - São Paulo: Livros Técnicos e Científicos Editora, 8ª Edição, 2009. 2. HALLIDAY, D., RESNICK, R., WALKER, J. - Fundamentos de Física 1 - São Paulo: Livros Técnicos e Científicos Editora, 4ª Edição, 1996. 3. K. R. Juraitis, J. B. Domiciano, Guia de Laboratório de Física Geral - Mecânica da Partícula, 1ª Edição, Eduel, 2010. 4. VASSALLO, F. R. - Manual de Instrumentos de Medidas Eletrônicas - São Paulo: Hemus Editora Ltda, 1978. 5. AZEHEB Laboratórios de Física, Manual de Instruções e Guia de Experimentos.
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