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1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental │ 6 e 7 de Março de 2015 Página 2 ÍNDICE GRUPOTERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL EM ABRIGOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES VÍTIMAS DE ABUSO SEXUAL ................................................................... 3 O TRANSTORNO BIPOLAR E A PSICOEDUCAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE TRATAMENTO E DE PREVENÇÃO DE RECAÍDAS................................................................ 5 CORRELATOS ENTRE NÍVEL DE ESCOLARIDADE E CRENÇAS INADEQUADAS SOBRE A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL ....................................................... 7 ANOREXIA E BULIMIA: PSICOTERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL E FARMACOTERAPIA..................................................................................................................... 9 A EFICÁCIA DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA: UMA REVISÃO DE LITERATURA .......................................... 11 COMPARAÇÃO DA MAGNITUDE DE CRENÇAS INADEQUADAS SOBRE TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL ENTRE PSICÓLOGOS, ESTUDANTES DE PSICOLOGIA E PESSOAS DA POPULAÇÃO GERAL ............................................................ 13 FONTES DE INFORMAÇÕES SOBRE A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL E AS CRENÇAS INADEQUADAS SOBRE ESSA ABORDAGEM PSICOTERÁPICA ............. 15 TRANSTORNO DO PÂNICO E O TRATAMENTO COMBINADO ENTRE PSICOFÁRMACOS E PSICOTERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA.......................................................................... 17 JOGOS VIRTUAIS: UMA FERRAMENTA PARA O DESENVOLVIMENTO DA COGNIÇÃO DE CRIANÇAS AUTISTAS .................................................................................. 19 A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO TERAPÊUTICA, VÍNCULO E ALIANÇA NA PRÁTICA CLINICA ....................................................................................................................................... 21 PENSAMENTOS DISTORCIDOS EM CISNE NEGRO ............................................................ 23 OBS. As produções constantes destes anais são de inteira responsabilidade dos autores. 1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental │ 6 e 7 de Março de 2015 Página 3 GRUPOTERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL EM ABRIGOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES VÍTIMAS DE ABUSO SEXUAL Fernanda da Conceição de Almeida ¹ (f.almeida2039@gmail.com) Thaysa Barbosa Cambraia ¹ Maria das Graças Teles Martins ² ¹Acadêmicas do Curso de Psicologia/ESTÁCIO SEAMA ²Professora Mestre orientadora na faculdade ESTÁCIO/ SEAMA O abuso sexual infantil intrafamiliar é um fenômeno complexo que envolve aspectos psicológicos, sociais e jurídicos, com altos índices de incidência, que pode ocasionar sérias alterações cognitivas, comportamentais e emocionais para a vítima. O abuso sexual é definido como o envolvimento de uma criança ou adolescente em atividade sexual que não compreende totalmente, para a qual é incapaz de dar consentimento, ou não está preparada devido ao estágio de desenvolvimento. Assim, qualquer atividade que envolva uma criança ou adolescente e um adulto ou outra criança, destinada a gratificação ou satisfação das necessidades de uma pessoa, cuja relação com a criança ou adolescente seja responsabilidade, confiança ou força, pode se configurar em abuso sexual. O alvo principal são os sintomas de TEPT-Transtorno de estresse pós-traumático (revivência do evento traumático com pensamentos, esquiva de lembranças e excitação aumentada). A terapia Cognitivo-Comportamental apresenta métodos de intervenção para casos de abuso sexual. O número de sessões de grupo terapia varia de 16 a 25 sessões de acordo com a necessidade dos pacientes. Antes e depois das sessões de grupoterapia podem ser realizados atendimentos individuais com aplicação de testes, inventários e escalas psicológicas que auxiliem na comprovação da redução dos sintomas. O presente trabalho tem como objetivo verificar o resultado das intervenções de grupoterapia cognitivo-comportamental em abrigos de crianças vítimas de abuso sexual. Para o levantamento deste estudo foi realizado revisão de artigos, de 2004 a 2010, com relatos de experiências e estudos de casos com grupoterapia Cognitivo-Comportamental. Foi dado ênfase para um modelo de grupo terapia que era dividi-se em três etapas conforme as técnicas empregadas: psicoeducação (seis sessões), 2 - treino de inoculação do estresse (quatro sessões) e 3 - prevenção à recaída (seis sessões), pode acrescentar sessões caso necessário, de acordo com a situação do grupo. Na psicoeducação foram desenvolvidas dinâmicas de grupo que favoreceram a apresentação dos participantes, confiança, contato terapêutico, estabelecimento de metas e objetivos do grupo, relatos sobre o abuso sexual, reestruturação cognitiva, psicoeducação da grupoterapia cognitivo comportamental, identificação de pensamentos em relação ao abuso e reações fisiológicas, técnicas de relaxamento e respiração. A inoculação do estresse foi uma técnica utilizada como dispositivo para ativar a memória traumática e detalhar os estímulos desencadeantes de lembranças intrusivas, possibilitando às 1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental │ 6 e 7 de Março de 2015 Página 4 participantes uma sensação de controle da intensidade das emoções associadas. Os participantes podem apresentar, de forma gradual, as situações abusivas experienciadas através do relato oral ou escrito, foram criadas estratégias para lidar com as lembranças intrusivas do abuso sexual. Na prevenção de recaídas foram retomadas as estratégias para lidar com as lembranças abusivas e a elaboração de outras de enfrentamento para situações de risco, identificação de comportamentos e de potenciais situações de risco, retiradas de dúvidas em relação à sexualidade, e por fim a autoavaliação sobre a participação no grupo. Entre as alterações cognitivas, comportamentais e emocionais o estudo aponta vários sintomas presentes: transtornos de humor, ansiedade, estresse pós-traumático, agressividade, comportamentos autodestrutivos, tentativas de suicídio, crenças distorcidas, baixo rendimento escolar, baixa concentração e atenção, sentimento de medo, vergonha, culpa, ansiedade, tristeza, raiva. Os resultados indicam que o grupoterapia cognitivo comportamental realizado com crianças e adolescentes que sofreram abuso sexual apresenta impacto positivo na intervenção, reduziu significativamente os sintomas de depressão, ansiedade, stress e transtorno do estresse pós-traumático; a ansiedade e esquiva são trabalhadas com exposição gradual e dessensibilização sistemática, inoculação de estresse, treino de relaxamento e interrupção e substituição de pensamentos perturbadores por outros que recuperem o controle das emoções. A intervenção com o grupoterapia em TCC apresentou-se efetiva e contribuiu para a redução e reestruturação de crenças de culpa, baixa confiança e credibilidade, sendo efetivo para a redução de sintomas psicológicos e alteração de crenças e percepções distorcidas sobre o abuso. Nos problemas comportamentais as técnicas de modificação de comportamento se apresentam eficazes na prevenção de futuras revitimizações, além de proporcionar bem estar psicológico positivo para as vítimas. O desenvolvimento de pesquisas sobre tais métodos é importante, devido à elevada incidência e às consequências negativas para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social. Palavras-Chave: Grupoterapia, Abuso sexual infantil, Terapia cognitivo-comportamental. 1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental│ 6 e 7 de Março de 2015 Página 5 O TRANSTORNO BIPOLAR E A PSICOEDUCAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE TRATAMENTO E DE PREVENÇÃO DE RECAÍDAS Thaysa Barbosa Cambraia* (thaysacambraia@gmail.com) Fernanda da Conceição de Almeida* Maria das Graças Teles Martins** *Discentes do curso de Psicologia da Faculdade Estácio Seama. **Docente Mestre em Psicologia da Faculdade Estácio Seama. O Transtorno Bipolar (TB) é uma síndrome caracterizada por episódios de mania e depressão dispostos de modo relativamente delimitado no tempo, podendo haver períodos de remissão em que o humor encontra-se eutímico (calmo) e as alterações psicopatológicas mais intensas regridem, o que propicia uma interação social positiva. Nas fases de mania ou hipomania o indivíduo apresenta sensação de extremo bem-estar, agitação, aceleração do pensamento e da fala, impulsividade e desinibição. Os principais sintomas do período depressivo são humor predominantemente deprimido, fatiga, apatia, tendência ao isolamento, alterações de apetite e de peso, agitação, sono excessivo ou insônia, tristeza, sensação de vazio, dificuldades de concentração, ideias suicidas. O tratamento geralmente centraliza-se na farmacologia, com estabilizadores de humor e antipsicóticos, que equilibram os elementos orgânicos da síndrome, possibilitando o implemento de outras terapêuticas que melhorem a qualidade de vida de todos afetados pela dinâmica do transtorno. Sem acompanhamento, a rotina de quem tem TB tende a ser caótica e desorganizada, o que atrapalha seus relacionamentos interpessoais, causando conflitos familiares, sociais e ocupacionais, conflitos estes que podem ser amenizados por meio de terapêuticas psicossociais, como grupos de apoio e psicoterapia. Existe uma forte tendência em indicar a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) para o processo psicoterápico em virtude de seus objetivos e metodologias trazerem os benefícios de maior adesão ao tratamento medicamentoso, melhor controle dos sintomas, redução da necessidade e duração de hospitalizações, melhora do funcionamento social e prevenção de recaídas, o que é alcançado principalmente por meio de ensinamento de estratégias de enfrentamento e da reestruturação cognitiva. A Psicoeducação é um elemento fundamental da TCC, tendo por finalidade instrumentalizar o paciente com os mecanismos que possibilitem se tornar seu próprio terapeuta. A estratégia consiste, principalmente, em ensinar ao paciente o modelo cognitivo, que determina que cognições tem forte influência sobre emoções e comportamentos, e educar paciente e familiares sobre as características do transtorno, explorando as singularidades do quadro sintomático de cada indivíduo. A psicoeducação pode ser realizada por meio de esclarecimento de dúvidas sobre o tratamento, sobre a medicação e acompanhamento psiquiátrico, indicação de leituras e explicações sobre as características do TB, e ensinamento de estratégias de 1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental │ 6 e 7 de Março de 2015 Página 6 enfrentamento de sintomas e de situações gatilho para crises e alterações de humor. Para a construção deste trabalho foi realizada uma pesquisa qualitativa com revisão bibliográfica em livros, periódicos e artigos sobre os temas transtorno bipolar, terapia cognitivo-comportamental e psicoeducação, utilizando como base de dados os sites PePSIC, Google Acadêmico, Scielo e a biblioteca física da Faculdade Estácio Seama. Este estudo procurou apresentar as principais características do Transtorno Bipolar e descrever a utilização e a função da psicoeducação no tratamento do TB e prevenção de recaídas. Pesquisas e relatos demonstram que a psicoeducação auxilia na adesão ao tratamento e reduz os prejuízos psicossociais consequentes das oscilações de humor e de comportamento do TB, instruindo paciente e familiares sobre as características da condição bipolar, permitindo que reconheçam os sintomas maníacos e os depressivos e aprendam a lidar com as oscilações de humor e modificações do comportamento. No tratamento com a Terapia Cognitivo-Comportamental a psicoeducação é combinada com treino de habilidades sociais, modelagem, ensinamento de estratégias de enfrentamento e a reestruturação cognitiva, melhorando seu funcionamento social e prevenindo recaídas. Compreendendo as condições do TB e sabendo reconhecer os sinais que predispõem mudanças de humor, o indivíduo consegue retomar o controle sobre suas ações, permitindo que ele possa viver de forma equilibrada e funcional, tanto psicológica quanto socialmente. Palavras-chave: Transtorno Bipolar. Psicoeducação. Terapia Cognitivo-Comportamental. 1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental │ 6 e 7 de Março de 2015 Página 7 CORRELATOS ENTRE NÍVEL DE ESCOLARIDADE E CRENÇAS INADEQUADAS SOBRE A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL Marcilio Lira de Souza Filho Carla Guimarães de Lima Iarima de Castro Pinheiro da Silva Jade Azevedo Costa Carvalho dos Santos Luzia de Fátima Moraes da Silva Mônica Sena Patrina Pena Pinto Raimundo Nonato Vieira Barbosa Junior Núcleo Amapaense de Pesquisas em Terapia Cognitivo-Comportamental A terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das formas mais amplamente praticadas de psicoterapia para transtornos psiquiátricos. Fundamenta-se em preceitos sobre a função da cognição no controle da emoção e do comportamento humano. Contudo, apesar do amplo crescimento desta abordagem psicoterápica, ainda percebe-se muito desconhecimento por parte das pessoas em geral. Todavia, estima-se que quanto maior o conhecimento ou a formação das pessoas, menor será a presença de crenças inadequadas sobre essa abordagem. Assim, o presente estudo buscou verificar a relação entre nível de escolaridade e crenças inadequadas sobre a TCC em pessoas da população em geral. Para este fim, foi utilizado um delineamento correlacional. A amostra foi constituída por 143 pessoas da população geral, sendo a maioria do sexo feminino (66,9%) e com idade média de 35,3 anos (DP = 12,7). Sobre a escolaridade, contou-se com participantes possuindo desde o nível fundamental até o nível de doutorado, tendo a maioria nível superior incompleto (33,2%). Para a coleta de dados foi utilizada a Escala de Crenças Inadequadas sobre a TCC, composta por 24 itens (por exemplo, A Terapia Cognitivo Comportamental: ... não é uma terapia recomendada para crianças; ... é paliativa, pois cuida apenas do sintoma que se apresenta naquele momento; ... procura informar ao paciente um prazo fixo e pré-estabelecido para o término da terapia) que mensuravam a extensão de crenças inadequadas sobre a TCC. As respostas eram dadas em uma escala que varia de 0 = Discordo Totalmente a 4 = Concordo Totalmente. Uma maior pontuação na escala corresponde a uma maior magnitude de crenças inadequadas. Os participantes só respondiam a essa escala após haver indicado que possuía algum conhecimento a respeito da TCC. Ademais, os participantes também responderam a questões demográficas (por exemplo, sexo, idade e escolaridade). Os dados foram analisados através do programa Statistical Package of Social Science (SPSS) versão 20. Para verificar o grau de associação entre as variáveis, foi empregado a análise de correlação de Pearson. Os resultados apontaram uma correlação negativa e significativa (r = -0,25; p < 0,05) entre a escolaridade e as crenças inadequadas sobre a TCC. Isso evidencia que quanto maior foi o 1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental │ 6 e 7 de Março de 2015 Página 8 nívelde escolaridade dos participantes, menor foram as crenças inadequadas sobre a TCC e vice- versa. Tal resultado corrobora a hipótese de que um maior nível instrucional está associado a uma menor quantidade de crenças inadequadas sobre a TCC. Pessoas com maior nível de escolaridade tendem a ter acesso a uma gama maior e mais qualificada de informações. Recentemente, no Brasil, tem-se observado um aumento no número de matérias jornalísticas abordando o tema da saúde mental, de modo geral, e a TCC em particular. O acesso a essas informações poderia contribuir com a diminuição da quantidade de crenças inadequadas sobre a TCC. Estima-se, portanto, que a divulgação de informações sobre a referida abordagem pode contribuir significativamente para a desmistificação e popularização da TCC. Palavras-chave: Terapia Cognitivo-Comportamental; Crenças inadequadas; Nível de escolaridade. 1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental │ 6 e 7 de Março de 2015 Página 9 ANOREXIA E BULIMIA: PSICOTERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL E FARMACOTERAPIA Ana Farias de Almeida* Luzia de Fátima Moraes da Silva * Maria José Pacheco da Silva* Neiva Soares de Almeida Melo* Sybelle Pedrosa** *Discentes do curso de Psicologia da Faculdade Estácio Seama. **Docente orientadora e mestre em farmacologia da Faculdade Estácio Seama. INTRODUÇÃO: A ideia veinculada na mídia em relação ao consumo excessivo de alimentos é incongruente com o padrão de beleza exigido pela sociedade, o que leva os jovens a desenvolverem transtornos alimentares, como a Anorexia e a Bulimia, na tentativa de atender a essas exigências. A anorexia e bulimia nervosas são distúrbios de comportamento alimentar marcado por abstenção espontânea de alimentos e pela ingestão compulsória respectivamente e dotada de métodos purgativos Este trabalho traz informações sobre a anorexia e bulimia que são distúrbios alimentares marcados por abstenção espontânea de alimentos e pela ingestão compulsória respectivamente e dotada de métodos purgativos. Tem como objetivo conceituar e caracterizar estes transtornos alimentares, apresentar a farmacologia utilizada e tratamento psicoterápico na Terapia Cognivo-comportamental. Os sintomas da Bulimia são: Baixa autoestima; Comer escondido das pessoas; Alterações de peso frequentes; Mau funcionamento do intestino; Ciclos menstruais irregulares. Os episódios de comer compulsivamente geram culpa, sentimento de fracasso e medo de engordar. A anorexia é um Transtorno caracterizado por restrição alimentar praticadas pelo individuo acometido que também possui medo de engordar. Os indivíduos que apresentam o transtorno possuem preferência pela magreza extrema e tem uma visão distorcida da imagem corporal; é uma ilusão do que realmente são. Como sintomas: o medo excessivo de ganhar peso, alterações metabólicas, gastrointestinais e cardiovasculares. Devido à desnutrição e mudanças neuroendócrinas provocam pele seca, amarelada, unhas e cabelos enfraquecidos, necessidade de ingestão de bastante água, tonturas, dificuldade de convívio em ambientes frios, dor de cabeça, sonolência, anemia dentre outros Possuem ainda relutância em querer sustentar o peso normal, o que traz como consequência um peso menor que 85%. Uma das alternativas terapêuticas utilizados com maior eficácia nos tratamento destes transtornos é a Terapia cognitivo-comportamental. A TCC se desenvolveu dos estudos de Aaron Beck, em 1950. Usada com o objetivo de mudanças cognitivas disfuncionais. MÉTODOS: Pesquisa bibliográfica 1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental │ 6 e 7 de Março de 2015 Página 10 nos bancos de dados eletrônicos: Scielo, LILACS, Bvsalud, PePSIC, CAPES, Google Acadêmico, site de universidades nacionais e livros que abordem o tema. Foram usadas as palavras chaves: “anorexia”, “bulimia”, “fármacos” e “Psicoterapia”. O período foi estabelecido de 2000 a 2013. RESULTADOS: os fármacos utilizados para o tratamento da anorexia são: a fluoxetina, para pacientes com peso normal; a olanzapina considerando pacientes com peso muito baixo. O uso transitório de benzodiazepínicos é utilizado para os sintomas de ansiedade e fobias associadas, considera-se também o gluconato de zinco. E em relação à Bulimia: a fluoxetina, a imipramina, sertralina, fluvoxamina e ondansetron. A terapia cognitivo- comportamental traz ações aplicadas nos transtorno: modificação do padrão alimentar, uso de técnicas de distração, monitoramento de peso, estratégias alternativas como: treino de resolução de problemas, exposição e prevenção de respostas e a reestruturação cognitiva. CONCLUSÃO: As similaridades entre a Anorexia e Bulimia são próximas, ocorrendo mudanças eventuais entre os sintomas, anoréxicos apresentam compulsão alimentar características da bulimia e bulímicos desenvolvem intervalos de anorexia. Assim a atenção deve ser permanente. Palavras-chave: transtornos alimentares, fármacos, terapia cognitivo-comportamental. 1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental │ 6 e 7 de Março de 2015 Página 11 A EFICÁCIA DA TERAPIA COGNITIVO- COMPORTAMENTAL NO TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA: UMA REVISÃO DE LITERATURA Luzia de Fátima Moraes da Silva* Marília Fontes de Castelo Branco** Mariana Morais Miccione** * Graduanda em Psicologia da Faculdade Estácio SEAMA. (Email: luzmoraess@gmail.com) ** Co-orientadora. Mestre em Teoria e Pesquisa do comportamento pela Universidade Federal do Pará. ** Orientadora e Docente da Faculdade Estácio SEAMA. Doutora em Teoria e Pesquisa do Comportamento pela Universidade Federal do Pará. INTRODUÇÃO: A Terapia Cognitiva é uma abordagem estruturada ou semiestruturada, diretiva, ativa e com prazo estipulado e se fundamenta na reversão de pensamentos disfuncionais desenvolvidos pelo indivíduo. O precursor foi Aaron Beck, que desenvolveu experimentos visando validar a consolidação da psicanálise na comunidade científica. Entretanto suas pesquisas com processos mentais o levaram a relacionar a depressão com a ocorrência de pensamentos negativos do indivíduo quando este processou de forma desadaptativa as informações ocorridas durante seu desenvolvimento. Os componentes comportamentais do modelo da Terapia Cognitivo- comportamental (TCC) tiveram início nos anos de 1950 e 1960 com teóricos como Joseph Wolpe e Hans Eysenck e outros pesquisadores que usaram pressupostos de Pavlov, Skinner, dentre outros que investigavam ações do comportamento, para desenvolverem intervenções comportamentais, estreitando assim o relacionamento entre cognição e comportamento, já defendido por Beck desde o início de seus trabalhos. Os avanços da terapia cognitiva, comportamental e cognitivo-comportamental se concretizam mediante estudos científicos e trazem confirmações de eficácia nos tratamentos relacionados à depressão e outros transtornos psiquiátricos, assim como também na dependência química. A dependência química se configura como sendo a relação que um indivíduo tem com o ato de consumir uma substância psicoativa. O consumo é recorrente e compulsivo, caracterizando-se também pela perda de controle no uso. Causas biológicas e genéticas podem contribuir para um eventual abuso de substâncias. Este artigo teve como objetivo descrever as técnicas da Terapia Cognitivo- comportamental, utilizadas no tratamento da dependência química. Foram considerados os resultados de estudos que analisaram a eficácia dessas técnicas, para então comparar com outros estudos que confirmariam tal eficáciae também com estudos que refutariam sua eficiência. Ponderou-se existir um número significativo de estudos que pudessem contemplar o objetivo do artigo. METODO: Revisão de literatura, na qual se buscou pesquisas que dissertassem a respeito da temática nas bases de dados SciELO, PePSIC, BVS-Psi ULAPSI, LILACS, CAPES, 1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental │ 6 e 7 de Março de 2015 Página 12 BIREME, Medline, sites de universidades nacionais e Google Acadêmico. Os descritores utilizados foram “TCC”, “técnicas”, “dependência química”, “eficácias” e suas combinações. RESULTADOS: Diante das publicações encontradas foram selecionados onze estudos, que contemplaram os objetivos deste artigo. Foi constatada a escassez de estudos relacionados à abordagem terapêutica no campo da dependência química, o que sugere a ampliação de pesquisas voltadas para esse tema, revelando importância científica para a psicologia e demais áreas da saúde. Todos os autores comentaram e enfatizaram a eficácia das técnicas desta abordagem no tratamento, apesar do número reduzido de autores que se firmaram em descrevê-las. Com relação à eficácia das técnicas da TCC, os estudos comentam que a abordagem tem conseguido bons resultados se comparadas a outras no campo da psicologia. Foram identificadas as principais técnicas da TCC utilizadas no tratamento da dependência química: Identificação de pensamentos automáticos; Registro diário de pensamentos automáticos disfuncionais; Solução de problemas; Exame das vantagens e desvantagens; Distração; Cartões de enfrentamento; Relaxamento; Treinamento de assertividade e Prevenção de recaídas. CONCLUSÃO: A Prevenção de Recaída, dentro da TCC, é considerada uma alternativa promissora e eficiente na redução do uso de drogas. É uma técnica que atua na colaboração da mudança de comportamento. Foi comentada por todos os autores, que a apresentaram com bons resultados no tratamento, devido à consciência do problema que é repassada ao usuário. Vale apontar que tal enfoque na TCC é importante, quando se considera o aumento de pessoas submetidas à dependência de substâncias, divulgando esta alternativa terapêutica à população brasileira e mostrando o quanto sua aplicação e utilização são eficazes no tratamento. PALAVRAS-CHAVE: Dependência química. Tratamento. TCC. Eficácia. 1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental │ 6 e 7 de Março de 2015 Página 13 COMPARAÇÃO DA MAGNITUDE DE CRENÇAS INADEQUADAS SOBRE TERAPIA COGNITIVO- COMPORTAMENTAL ENTRE PSICÓLOGOS, ESTUDANTES DE PSICOLOGIA E PESSOAS DA POPULAÇÃO GERAL Marcilio Lira de Souza Filho Carla Guimarães de Lima Iarima de Castro Pinheiro da Silva Jade Azevedo Costa Carvalho dos Santos Luzia de Fátima Moraes da Silva Mônica Sena Patrina Pena Pinto Raimundo Nonato Vieira Barbosa Junior Núcleo Amapaense de Pesquisas em Terapia Cognitivo-Comportamental A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem psicoterápica que tem ganhado um expressivo crescimento devido à profusão de pesquisas atestando a sua eficácia. Ao que parece isso tem suscitado interesse da mídia e das pessoas em geral. Contudo, estima-se que a qualidade e quantidade de informações propagadas pelos diversos meios de comunicação ainda seja superficial. Esta pesquisa, portanto, teve por objetivo comparar a magnitude das crenças inadequadas sobre a TCC entre psicólogos, estudantes de psicologia e pessoas da população em geral. Para este fim, contou-se com uma amostra composta de 270 participantes, dos quais 77 eram da população geral, 84 eram alunos de psicologia e 108 eram psicólogos. Todos responderam, além de questões sócio-demográficas (sexo, idade, escolaridade, por exemplo), a Escala de Crenças Inadequadas sobre a TCC, composta por 24 itens (por exemplo, A Terapia Cognitivo Comportamental: ...não é uma terapia recomendada para crianças; ... é paliativa, pois cuida apenas do sintoma que se apresenta naquele momento; ... procura informar ao paciente um prazo fixo e pré-estabelecido para o término da terapia) que mensuravam a extensão de crenças inadequadas sobre a TCC. As respostas eram dadas em uma escala que varia de 0 = Discordo Totalmente a 4 = Concordo Totalmente. Uma maior pontuação na escala corresponde a uma maior magnitude de crenças inadequadas. Os participantes só respondiam a essa escala após haver indicado que possuía algum conhecimento a respeito da TCC. Os dados 1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental │ 6 e 7 de Março de 2015 Página 14 foram processados no software estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20, no qual foi calculado o teste de Análise de Variância de um fator (ANOVA one way). Os resultados demonstraram que, numericamente, o grupo com menor média de crenças inadequadas sobre a TCC foi o dos psicólogos (M = 0,86; DP = 0,67), seguido do grupo dos estudantes de psicologia (M = 1,52; DP = 0,78) e, por último, o grupo da população geral (M =1,57; DP = 0,80). Ao comparar estatisticamente as médias, observou-se a presença de diferenças significativas entre elas [(F(2) = 27,0; p<0,0001]. Com base no teste pot hoc de Scheffe, o grupo dos psicólogos apresentou média estatisticamente inferior aos demais grupos. Já o grupo dos estudantes e da população geral não apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre si. Os resultados contrariam, parcialmente, o que se esperava. Quanto ao grupo dos estudantes de psicologia, esperava-se, inicialmente, que se aproximasse mais do grupo dos psicólogos e, no entanto, ele manteve-se equivalente ao grupo da população geral. Isso remete à discussão a respeito da formação acadêmica em psicologia, que parece estar sendo deficitária quanto ao trato da TCC. Isso é particularmente preocupante se for considerado, ainda, o fato de que os participantes desta pesquisa eram, em maioria, veteranos com mais da metade do curso concluído. Espera-se que esses resultados chamem a atenção para a necessidade de melhor trabalhar o conhecimento sobre a TCC no contexto da formação de psicólogos. Palavras- chave: Terapia Cognitivo-Comportamental; Crenças sobre TCC; Formação de psicólogos. 1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental │ 6 e 7 de Março de 2015 Página 15 FONTES DE INFORMAÇÕES SOBRE A TERAPIA COGNITIVO- COMPORTAMENTAL E AS CRENÇAS INADEQUADAS SOBRE ESSA ABORDAGEM PSICOTERÁPICA Marcilio Lira de Souza Filho Carla Guimarães de Lima Iarima de Castro Pinheiro da Silva Jade Azevedo Costa Carvalho dos Santos Luzia de Fátima Moraes da Silva Mônica Sena Patrina Pena Pinto Raimundo Nonato Vieira Barbosa Junior (raimundonjr@yahoo.com.br) Núcleo Amapaense de Pesquisas em Terapia Cognitivo-Comportamental A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) vem se estabelecendo ao longo dos anos, em todo o mundo, como uma opção de psicoterapia para o tratamento de diversos transtornos. Todavia, ainda persistem informações equivocadas, provavelmente, propagadas por meios informativos que apresentam afirmações não fundamentadas geradoras de crenças inadequadas sobre a TCC. Nesta perspectiva, o presente estudo teve por objetivo analisar a associação existente entre o contato com diferentes fontes de informações sobre a TCC e a presença de crenças inadequadas a respeito dessa abordagem psicoterápica. Para tanto, contou-se com a colaboração de 267 participantes distribuídos entre psicólogos, estudantes de psicologia e pessoas da população em geral, que em sua maioria eram mulheres(74,2%) e com idade média de 31,5 anos (DP = 11,7). Os participantes responderam, além de questões sócio-demográficas (sexo e idade, por exemplo) aos seguintes instrumentos: (1) a Escala de Crenças Inadequadas sobre a TCC, composta por 24 itens (por exemplo, A Terapia Cognitivo Comportamental: ... não é uma terapia recomendada para crianças; ... é paliativa, pois cuida apenas do sintoma que se apresenta naquele momento; ... procura informar ao paciente um prazo fixo e pré-estabelecido para o término da terapia) que mensuravam a extensão de crenças inadequadas sobre a TCC. As respostas eram dadas em uma escala que varia de 0 = Discordo Totalmente a 4 = Concordo Totalmente. Uma maior pontuação na escala corresponde a uma maior magnitude de crenças inadequadas. (2) A uma pergunta que indagava sobre em qual meio o participante havia tido contato com informações sobre a TCC (Caso você já tenha ouvido falar sobre a Terapia Cognitivo-Comportamental, informe onde - escolha a opção mais relevante, ou seja, aquela que mais informação lhe ofereceu). Os dados foram tabulados e analisados no Programa Estatístico para Ciências Sociais – SPSS (Versão 20.0), no qual foram calculadas estatísticas descritivas (média, desvio padrão, por exemplo) e a 1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental │ 6 e 7 de Março de 2015 Página 16 estatísticas inferenciais (ANOVA oneway). Os resultados indicaram que a média de crenças inadequadas sobre a TCC das fontes de informação pesquisadas foram as seguintes: “Revistas científicas na área de psicologia e/ou psiquiatria” (M = 0,77; DP = 0,70); “Livros especializados sobre o assunto” (M = 0,80; DP = 0,68); “Disciplinas na faculdade” (M = 1,44; DP = 0,77); “Outras” (M = 1,24; DP = 0,77); “Matérias televisivas” (M = 1,57; DP = 0,97); “Revista para o publico em geral” (M = 1,69; DP = 0,60); “Internet” (M = 1,77; DP = 0,75); “Livros sobre psicologia geral ou introdução a psicologia” (M = 1,89; DP = 0,61); e “Nunca ouvi falar sobre essa terapia” (M = 1,97; DP = 0,54). Observou-se uma diferença estatisticamente significativa entre tais médias [(F(8) = 8,04; p<0,0001]. Com base no teste pot hoc de Scheffe, apenas as “Revistas científicas na área de psicologia e/ou psiquiatria” e os “Livros especializados sobre o assunto” diferiram estatisticamente de “Nunca ter ouvido falar sobre a TCC”. Esse resultado pode ser discutido sob diversos aspectos. Aqui, chama-se a atenção para o fato de que fontes como “Disciplinas na faculdade” e “Livros sobre psicologia geral ou introdução a psicologia” não diferirem de fontes típicas do público leigo, tais como “Matérias televisivas” e “Revistas para o público em geral”, por exemplo. Tal fato remete à necessidade de melhor trabalhar a TCC em curso superiores de psicologia. Palavras-chave: Terapia Cognitivo-Comportamental; Crenças; Informação; Ensino de psicologia. 1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental │ 6 e 7 de Março de 2015 Página 17 TRANSTORNO DO PÂNICO E O TRATAMENTO COMBINADO ENTRE PSICOFÁRMACOS E PSICOTERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA Carla Guimarães de Lima 1 Iarima de Castro Pinheiro da Silva 1 Jade Azevedo Costa Carvalho dos Santos 1 Sybelle Pedrosa 2 1 Discentes do curso de Psicologia da Faculdade Estácio Seama. 2 Docente orientadora e mestre em farmacologia da Faculdade Estácio Seama. O Transtorno do Pânico (TP), compõe o grupo dos transtornos de ansiedade e, está associado à uma qualidade de vida reduzida, podendo afetar até 3,5% da população (Manfro et al, 2008). Este trabalho buscou compreender o TP, bem como evidenciar seu tratamento combinado entre a farmacologia e a psicoterapia cognitivo-comportamental, visto que estas formas de tratamento são as mais indicadas por seus bons resultados. Para a elaboração deste trabalho foi realizado uma revisão sistemática da literatura, em que fora pesquisado na base de dados Google Acadêmico, compreendendo o período de 1995 a 2013. Utilizou-se para a busca as seguintes palavras-chave: transtorno do pânico; terapia cognitiva-comportamental; farmacologia. Com a finalidade de ampliar a pesquisa consultou-se livros relacionados ao tema. O TP é marcado por ataques repentinos de ansiedade. Durante as crises podem ocorrer sintomas como: taquicardia, suor frio, tremores, desconforto respiratório ou sensação de asfixia, náuseas, dentre outros. As crises se iniciam abruptamente e tem curta duração (Dalgalarrondo, 2008). O início do TP ocorre em média por volta dos 20 anos de idade e é mais frequente em mulheres. Existem vários fármacos utilizados para o tratamento da patologia. Os antidepressivos e os benzodiazepínicos e demonstram grande eficácia nesse processo (Kaplan e Sadock, 1999). Os principais objetivos do tratamento farmacológico estão em prevenir a evitação fóbica, sintomas depressivos, redução da ansiedade antecipatória e novas ocorrências de ataques de pânico. Medicamentos psicolépticos como benzodiazepínicos - alprazolam, clonazepam - trazem alívio rápido do medo intenso e da ansiedade presentes nos ataques de pânico. A Terapia Cognitivo-comportamental (TCC) apesar de ser uma abordagem recente na psicologia, tornou-se o mais validado e reconhecido sistema de psicoterapia, devido à sua eficácia comprovada por meio de estudos e seu potencial promissor. Conforme Manfro et al (2008), consiste em uma terapêutica breve, com objetivos coesos. Conforme Locatelli, (2010), a TCC auxilia na alteração de padrões de pensamento, o que subsidia 1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental │ 6 e 7 de Março de 2015 Página 18 a pessoa superar seus medos. Assim como, busca modificar as reações dos pacientes perante eventos que provocam ansiedade. Dessa forma, o tratamento com a TCC para TC segue parâmetros norteadores das sessões, como comentam Carvalho, Nardi e Rangé (2008), Manfro et al (2008), Salun, Blaya e Manfro (2009), em que inicia com a psicoeducação sobre o transtorno, que tem como finalidade corrigir interpretações distorcidas acerca do TP, exercício com técnicas que amenizam a ansiedade, como respiração diafragmática e relaxamento muscular, reestruturação cognitiva, para identificar e ajustar as distorções no pensamento, exposição interoceptiva, a fim de que o paciente aprenda a lidar com sintomas físicos do acometimento de pânico, e exposição in vivo, para estimular a enfrentar as principais situações que receia por temor de passar mal e não localizar saída ou ajuda. A partir desta discussão, verificou-se que o TP é uma patologia crônica e o tratamento combinado entre psicofármacos e a terapia cognitivo- comportamental têm demonstrado grande eficácia para remissão dos sintomas. Palavras-chave: Transtorno do Pânico; Terapia Cognitiva-Comportamental; Farmacologia 1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental │ 6 e 7 de Março de 2015 Página 19 JOGOS VIRTUAIS: UMA FERRAMENTA PARA O DESENVOLVIMENTO DA COGNIÇÃO DE CRIANÇAS AUTISTAS MADEIRA, Carla 1 psic.carlaizabel@gmail.com SENA, Mônica 2 . MICCIONE, Mariana 3 . MARTINS, Maria das Graças Teles 4 1-2. Acadêmicas do curso de Psicologia / ESTÁCIO SEAMA 3. Professora Doutora em Psicologia, docente da faculdade / ESTÁCIO SEAMA 4. Professora Mestre em Saúde Coletiva e Ciências da Educação, docente da faculdade / ESTÁCIO SEAMA 1.INTRODUÇÃO: O objetivo deste estudo foi de verificar de que formas e como são utilizados os jogos virtuais no cotidiano das crianças autistas. Diante dos avançostecnológicos pensou-se em utilizar jogos virtuais como uma nova ferramenta para o desenvolvimento cognitivo em crianças portadoras da síndrome do espectro autista, possibilitando uma nova forma de pensar o processo de ensino-aprendizagem utilizando técnicas da abordagem Cognitiva-Comportamental. O termo Transtorno do Espectro Autista (TEA) é utilizado para definir um conjunto de sintomas relacionados à atividade cognitiva e de comunicação, entre eles o as principais características são a dificuldade em se relacionarem, obsessão pelo imutável e distúrbios de linguagem e dificuldades em simpatizarem com o próximo. No conjunto de sintomas característicos do TEA, destacam-se perturbações na linguagem, dificuldade para comunicação e comportamentos estereotipados e repetitivos. As novas tecnologias representam uma possibilidade de inovação nos recursos didáticos, principalmente no desenvolvimento de pessoas necessitadas de medidas educativas especiais. 2 METODOLOGIA: Trata-se de pesquisa qualitativa de revisão bibliográfica para verificar de que formas e como são utilizados os jogos virtuais no cotidiano das crianças autistas, como um novo instrumento a ser utilizado no âmbito da aprendizagem, posto que essa tecnologia ainda não é muito empregada. Os materiais utilizados foram artigos encontrados com as palavras-chave “autismo”, “jogos virtuais”, “tecnologia assistida” e “cognição”, havendo como base de dados os sites “Portal da Psicologia”, “Google Acadêmico” e “Scielo” no qual foram analisados e selecionados conteúdos relacionados com o tema proposto. 3 RESULTADOS: Verificou-se que o autismo é considerado uma síndrome comportamental, com causas múltiplas. É um distúrbio do desenvolvimento que se caracteriza por um déficit na interação social, expresso pela inabilidade em relacionar-se com o outro e usualmente combinado com dificuldades de linguagem e de comportamento. Verificou-se, ainda, que os jogos virtuais possuem uma vasta relevância e aplicabilidade no contexto educacional na medida em que podem subsidiar a construção de procedimentos de ensino com o objetivo de promover o desenvolvimento cognitivo e motor de crianças autistas. Além disso, buscam inserir as mesmas 1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental │ 6 e 7 de Março de 2015 Página 20 no mundo tecnológico através da tecnologia assistiva, realizando uma integração com os familiares, sociedade e associações de apoio a famílias de crianças portadoras de espectro autista. A tecnologia assistiva é toda e qualquer ferramenta, recurso ou processo utilizado com a finalidade de proporcionar uma maior independência e autonomia à pessoa com deficiência ou dificuldades. Constatou-se que existem várias metodologias e modelos de ensino apropriados e aplicáveis às crianças autistas. O Centro de Terapias Comportamentais, por exemplo, aponta que o ensino por meio de tentativas discretas é uma metodologia específica para maximizar a aprendizagem. Esta metodologia que faz uso desta estratégia é denominada de ABA e refere-se a um processo utilizado no desenvolvimento de várias habilidades, como cognição, comunicação e socialização. 4. CONCLUSÃO: A cerca das análises e discursões realizados nos artigos a importância do uso dos jogos virtuais no cotidiano das crianças autistas foi de que elas promovem o avanço no desenvolvimento de habilidades sociais como a linguagem e a interação social. O uso dos jogos virtuais são, na atualidade, uma importante ferramenta no auxílio aos profissionais de psicologia em conduzir e solucionar as dificuldades de aprendizagem em crianças autistas. Palavras-chave: Autismo, Tecnologia assistiva, Desenvolvimento cognitivo, Terapia Cognitivo Comportamental. 1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental │ 6 e 7 de Março de 2015 Página 21 A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO TERAPÊUTICA, VÍNCULO E ALIANÇA NA PRÁTICA CLINICA Autora: Martins, Maria das Graças Teles 1 (mgtmartins@gmail.com); Coautores: Marques, Adriana Leal 2 ; PINTO, Patrina Pena 3 ; CAMBRAIA, Thaysa Barbosa 4 ; LEÃO, Lincoln Rios 5 (Faculdade Estácio Seama/AP). 1. Mestre em Saúde Coletiva e Ciências da Educação. Docente da faculdade / ESTÁCIO SEAMA 2-3-4-5. Acadêmicos da faculdade ESTÁCIO/SEAMA 1. INTRODUÇÃO: Este estudo teve como objetivo refletir sobre a importância da relação terapêutica, o vínculo e a aliança na prática clínica. A relação terapêutica tem sido definida como a qualidade pessoal do paciente, a qualidade do terapeuta e a interação entre ambos. Para que uma boa relação terapêutica seja estabelecida no trabalho clínico depende, em grande parte, das características e habilidades pessoais do terapeuta. Nas teorias cognitivo comportamentais, uma relação positiva é vista como necessária, embora não suficiente, para a mudança ocorrer. No que diz respeito à aliança, a Terapia Cognitivo Comportamental-TCC tem defendido a importância de estabelecer uma forte relação colaborativa entre paciente e terapeuta, no qual o terapeuta tem um papel ativo. 2. MÉTODO: Por meio de uma metodologia qualitativa baseada na revisão bibliográfica realizada por meio de livros, revistas e artigos científicos busca-se refletir sobre a importância da relação terapêutica, do vínculo e da aliança na prática clínica. 3. RESULTADOS: São compartilhadas na TCC várias características das relações terapêuticas adequadas, entre elas confiança básica e empatia. A relação terapêutica é vista como uma variável ou fator determinante no processo terapêutico, sendo considerada o principal mecanismo de mudança. A relação terapêutica na TCC é orientada para um alto grau de colaboração por seu foco fortemente empírico e pelo uso de intervenções direcionadas para a ação a qual se denomina de empirismo colaborativo. Independente da abordagem utilizada, a relação terapêutica é necessária para que ocorra um processo de vínculo e aliança entre terapeuta e cliente. A relação terapêutica poderá exercer influência positiva, considerando-se a participação efetiva do terapeuta no tratamento. Com o desenvolvimento de uma relação positiva, o cliente poderá sentir-se confortável e aberto para expor informações necessárias e importantes para a terapia. A relação terapêutica como um fator determinante do processo terapêutico facilita o trabalho colaborativo, metas e objetivos caso o clima de confiança e acordo harmonioso sejam estabelecidos. Vários atributos como empatia, compreensão, gentileza são descritos na relação terapêutica. A atitude de empatia, profundamente segura do terapeuta, o respeito e apreço pelo cliente e o foco nas suas forças e recursos ajudam a criar um vínculo emocional de confiança e estima. A criação de um vínculo é a maior tarefa do terapeuta nas primeiras sessões de terapia, uma vez que é considerada uma parte importante de uma aliança vinculativa inicial e durante todo o tratamento. O vínculo terapêutico é considerado um meio para facilitar outros aspectos importantes do processo de mudança, para aumentar o valor reforçador do terapeuta, possibilitar maior engajamento na terapia, além de modelar comportamentos adequados, promovendo expectativas positivas. Alguns comportamentos adequados à formação do vínculo terapêutico são denominados de 1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental │ 6 e 7 de Março de 2015 Página 22 abertos ou expressos, podem ser treinados por regras, modelação ou por modelagem em role- playng tais como dialogar com o cliente usando seu nome próprio, falar olhando diretamente em seus olhos, ter uma postura de receptividade, fazer assentimentos com a cabeça, não interromper a fala do clienteetc. Com relação à aliança, os terapeutas devem ser, genuinamente, calorosos, empáticos e abertos para que possam estabelecer uma relação terapêutica forte. Na TCC a aliança é vista como um processo de negociação constante e a relação terapêutica envolve três fases da relação: estabelecer, desenvolver e manter a relação. A capacidade de compreender as dificuldades do cliente e de envolver-se no processo de mudança advém de quando o terapeuta passou por contingências semelhantes às quais o cliente está vivenciando. A pessoa do terapeuta, com suas vivências e experiências, passa a ser um ponto forte para o processo terapêutico e êxito na terapia. 4. CONCLUSÕES. A relação terapêutica é um vínculo facilitador da mudança psicológica que conduz o cliente a um crescimento e bem-estar afetivo, emocional e comportamental. A relação terapeuta-paciente, associada ao modo como o terapeuta cuida do bem-estar e da relação para com seu cliente no processo de atendimento requer confiança básica e respeito. O terapeuta precisa estar atento não apenas ao comportamento de seu cliente, como também aos seus próprios comportamentos encobertos ou privados (emoções e pensamentos) e comportamentos frente ao cliente, a fim de realizar de forma positiva uma análise funcional do que se passa na sessão e no processo terapêutico e vislumbrar a resolução dos problemas trazidos pelo cliente. PALAVRAS-CHAVE: Relação Terapêutica; Vínculo Terapêutico; Aliança Terapêutica; Terapia Cognitivo Comportamental; Prática Clínica. 1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental │ 6 e 7 de Março de 2015 Página 23 PENSAMENTOS DISTORCIDOS EM CISNE NEGRO Livia Maria Monteiro Santos (liviamonteirosantos@hotmail.com) Cintia Glaupp Lima dos Santos Jessica Naiane Costa da Silva Maria das Graças Teles Martins Faculdade Estácio Seama Introdução: O estudo trata da observação e análise de um conceito da Terapia Cognitivo- Comportamental, Pensamentos Distorcidos, a partir da personagem Nina, do filme Cisne Negro. A atriz Natalie Portman representa no cinema Nina, uma bailarina, de 28 anos, que tem na dança a sua vida, menina de aparência frágil, assombrada por cognições disfuncionais e submissas aos desejos e amarguras da mãe. A pesquisa destaca tipos de erros cognitivos, equívocos característicos na lógica dos pensamentos automáticos, identificados no comportamento de Nina. Métodos: Por intermédio do enredo do filme, o trabalho orienta-se numa perspectiva clínica que combina aspectos científicos, filosóficos e comportamentais com o intuito de identificar os pensamentos distorcidos e de possibilitar ao indivíduo seu autoconhecimento e a superação de sofrimentos psicológicos. Resultados: A personagem apresenta cognições distorcidas que impedem-na de realizar uma avaliação coerente de suas experiências, criando reações afetivas e emocionais prejudiciais, além de induzir comportamentos desadaptativos. As distorções cognitivas são maneiras que a mente arranja, buscando convencer o indivíduo de algo que não é realmente verdade. Estes estilos de pensamentos imprecisos são normalmente utilizados para reforçar o pensamento e/ou emoções negativas, dizendo coisas (diálogo interno) que parecem racionais e precisas, mas só servem para fazer o individuo sentir-se mal acerca de si mesmo. A personagem em momentos do filme se deixa conduzir por pensamentos seletivos que levam-na a concluir sua visão tendenciosa sobre situações experenciadas. Há, também, a maximização de eventos e sensações durante suas atuações. Nina, ainda, se deixa coordenar pelo pensamento de que necessita ser a prima ballerina, no papel de Rainha dos Cisnes, o que lhe traz sentimentos e emoções angustiantes e conflitantes. Em uma cena com a bailarina Lily, Nina acredita que foi seduzida pela colega com o intuito de perder sua posição no balé. A escolha de uma bailarina capaz de interpretar tanto o Cisne Branco, com inocência e grandiosidade, quanto o Cisne Negro, que representa a malícia e a sensualidade conduzem Nina ao desafio de representar os dois cisnes e ao comportamento de perfeccionismo, muito esforço e obsessiva auto-cobrança para atingir a perfeição que o personagem exige. Existem pensamentos polarizados (dicotômico), no qual as coisas são “preto ou branco”, ou seja, tenho que ser perfeita ou serei uma falha, não há meio termo. Pessoas ou situações são colocadas em termos de categorias (ou desta ou daquela, 8 ou 80), sem tons de cinza. Fatos externos são relacionados a si próprio, quando há pouco ou nenhum fundamento. Vê-se isso na cena em que Nina sabe que Beth, antiga Rainha dos Cisnes, sofre um acidente. Nina, ainda, se julga a partir de dois extremos, duas categorias, ora bem ora mal, ora perfeito ora imperfeito, ora sedutora ora desinteressante. Desqualifica ações e eventos positivos de sua vida, rejeitando- 1ª Jornada Amapaense de Terapia Cognitivo-Comportamental │ 6 e 7 de Março de 2015 Página 24 se, sabotando-se e se automutilando, por isso se autoflagela constantemente. Logo após o resultado de que fará o papel principal, Nina vê no espelho escrito com batom a palavra vadia, vocábulo que expressa o seu julgamento de incompetência diante da personagem a ela atribuída. Quando frustrada, Nina se mostra com baixa tolerância, sendo, então, transportada para um universo próprio, repleto de sensações e desejos secretos, outrora, guardados no seu mais profundo interior. Obcecada pela exatidão de seus movimentos, está sempre em busca da perfeição, treinando exaustivamente. Há uma generalização excessiva, ou seja, extrapolamento de experiências limitadas e provas para generalizações excessivas, ocorrendo no processo cognitivo um distanciamento da realidade. Nina se percebe completa apenas no final do enredo quando no balé a Rainha dos Cisnes morre e Nina também. Cena que demonstra sua superação diante de tudo o que um dia considerou fracasso. Nesse momento seus pensamentos antagônicos se encontram e ela vive o clímax de seu sucesso, a partir de uma atribuição elevada da sensação vivida naquele instante. A personagem sente-se momentaneamente transformada em uma nova mulher, diante dos aplausos da plateia, entretanto sua visão negativa de si se mantem, levando-a a ferir-se gravemente. Sente, finalmente, a perfeição. Conclusão: As distorções de pensamentos são expressas por pensamentos automáticos disfuncionais onde, os esquemas mal-adaptativos distorcem a realidade para que esta se torne condizente com crenças centrais de desamparo, desamor e desvalor. As formas de pensar distorcidas da realidade, padronizadas pelos eventos da vida, geram grande sofrimento psicológico. Os pensamentos distorcidos vivenciados por Nina podem ocorrer com outras pessoas. Estes e outros estilos de pensamentos são comuns no contexto de atendimento clínico, portanto, se faz necessário, “pensar sobre o pensamento” a fim de torná-los saudáveis para a condução de pensamentos regidos pelo controle consciente. PALAVRAS-CHAVE: Psicologia Cognitiva, Distorções do Pensamento, pensamentos automáticos, Terapia Cognitivo Comportamental.
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