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Plantas Tóxicas 02

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V e t e r i n a r i a n D o c s 
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1 
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Plantas Tóxicas e Toxicologia 
 
 
01-Plantas de Ação Hemolítica 
Plantas 
Brachiaria radicans (brachiaria do banhado); 
Allium cepa (cebola); 
01.1-Brachiaria radicans 
Características Gerais 
Invasora de solos encharcados; 
Ocorre muito em plantação de arroz; 
Quando muito viçosa produz hemólise; 
Se ingerir exclusivamente durante 3 dias leva a morte; 
Epidemiologia 
Muito palatável e usada para pastoreio. Se houver associação com outras 
gramíneas não ocorre intoxicação. 
As intoxicações ocorrem principalmente na primavera. Bovinos adquiridos de 
outras regiões após a viagem chegam com fome. 
Sinais Clínicos 
Verifica-se urina avermelhada e depois com cor de coca-cola (crítico), vulva 
avermelhada, quando a urina fica escura animal logo morre, diarreia, cansaço e mucosas 
com coloração vermelha-marrom. 
 
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*Primeiro sinal é a urina vermelha (hemoglobinúria) e com o agravamento fica escura 
levando a morte por anemia. 
Macroscopia 
Verifica-se rins escuros, urina escura, fígado escuro (amarelado) e embebição 
hemolítica. 
Microscopia 
Verifica-se necrose hepática (isquemia por anemia) e necrose hemoglobínica 
(rim). 
Tratamento 
O tratamento consiste em fluidoterapia, retirar os animais da pastagem 
imediatamente, em casos de anemia grave fazer transfusão sanguínea e não deve ser 
forçado a caminhar. 
*Se administrar antibiótico morre mais rápido (devido as lesões hepáticas) 
Profilaxia 
Consorciar outras gramíneas (20 a 30%) como Pensacola, Brachiaria umedicula, 
entre outras. 
Diferencial 
Tristeza parasitária (Babesia bigemina) a qual diferencia-se pela presença de 
febre e hemoglobinúria bacilar a qual ocorre em casos isolados e há presença de febre. 
01.2-Cebola 
Características Gerais 
Bovino come facilmente; 
Comum em regiões produtoras de cebola; 
Precisa ingerir grandes quantidades para causar anemia hemolítica; 
Quando a cebola apresenta baixo preço os produtores oferecem aos animais; 
Sinais Clínicos 
Idem ao anterior, cheiro do ar expirado é característico e pode produzir icterícia. 
Macroscopia 
Idem ao anterior e no rúmen encontra-se fragmentos de cebola. 
 
 
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Microscopia 
Idem ao anterior 
Tratamento 
Idem ao anterior. 
 
02-Plantas de Ação Miotóxica 
Plantas 
Senna Ocidentalis (fedegoso / café senna): tem a vagem voltada para cima; 
Senna Obtusifolia: tem a vagem voltada para baixo; 
*Obs. Existem outras espécies, porém de toxicidade baixa; 
Características Gerais 
Presente em todo o sul do Brasil, em especial no oeste de Santa Catarina. 
Contamina as pastagens de campo nativo e principalmente as pastagens de milheto e 
sorgo. 
Importante para suinocultura (devido ao sorgo) e também para as aves (são mais 
sensíveis), mas não existem casos de intoxicação natural. 
Tanto a folha quanto a semente são tóxicas. As folhas são ingeridas em 
condições de restrição alimentar (fome). 
Epidemiologia 
Aves: difícil de chegar ao diagnóstico, na macroscopia não faz diagnóstico (não 
se visualiza áreas de necrose, pois o músculo é branco). 
Aves que ingerem pequenas quantidades tem menor ganho de peso. 
Sinais Clínicos 
Verifica-se lesões sobre a musculatura esquelética, animal entra em decúbito e 
não levanta, as lesões são principalmente na região da escápula, coxa, masseter. 
Animais se alimentam normalmente após entrarem em decúbito, podem ter 
diarreia e urina escura (mioglobinúria - dependendo da dose ingerida). 
Pode haver morte em 2 dias; 
 
 
 
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Macroscopia 
Palidez da musculatura esquelética (pequenas áreas brancas - necrose muscular), 
a necrose pode não ser completa (áreas menores – analisar bem), ressecamento do 
conteúdo do omaso (não ingere água) e fígado geralmente com coloração amarela,. 
*Músculo esquelético – eleição para diagnóstico. 
Diagnóstico Diferencial 
Ionóforos (monensina; narazina, salinomicina) diferencia pela necrose na 
musculatura cardíaca, que ocorre na intoxicação por ionóforos. 
 
03-Plantas de Ação Nefrotóxicas 
Plantas 
Amaranthus spp. (caruru) – região sul; 
Dimorphandra mollis (faveira); 
Thiloa guaucocarpa (sipaúba, vaqueta); 
Anagallis arvensis; 
 
03.1-Amaranthus spinosus (caruru) 
Características Gerais 
Plantas que contaminam lavouras de soja, milho e pastagens; 
Relativamente palatável; 
Epidemiologia 
Muito palatável para bovinos; 
Em lavouras no Rio Grande do Sul no verão; 
Quando solta os bovinos para aproveitar o milho nas lavouras há a intoxicação; 
No Rio Grande do Sul é mais comum na região de fronteira (Bajé) e atualmente 
restringe-se ao estado. 
 
03.2-Dimorphandra mollis (faveira) 
 
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Características Gerais 
Final de junho a agosto; 
Animais comem os favos que caem no chão; 
Restrito aos estado de Minas Gerais e Goiás. 
Sinais Clínicos (ambas as plantas) 
Quadro clínico geral de doença renal aguda com perda de apetite, parada da 
ruminação, animal fica mais em pé, urina em gotas ou urina ausente, fezes escuras, 
edemas subcutâneos (Ex.: em anus, vulva), formação de uma bolsa de líquido sobre o 
tendão comum do calcâneo (sinal patognomônico), secreção nasal sanguinolenta (forma 
crostas). 
A enfermidade tem duração de 10 a 14 dias e animal morre (100% de 
letalidade). 
Macroscopia 
Verifica-se ulcerações na mucosa do esôfago (bovinos), líquidos em cavidades, 
edema subcutâneo, edema perineal (nem sempre ocorre - clássico de IRA), pequenas 
hemorragias renais e rim com lesão caracterizada por estriações brancas (necrose 
massiva). 
Microscopia 
Necrose massiva no rim. 
*Obs. Amaranthus (caruru) é menos grave; 
 
04-Plantas de Ação Semelhante à Vitamina D/Calcinogênicas 
Plantas 
Solanum malacoxylom (espichadeira) apresentando principio ativo igual a 
vitamina D pronta. 
Nierembergia veitchii 
Obs. Não são comuns nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo. 
04.1-Solanum malacoxylom 
Características Gerais 
Mais importante para o Pantanal; 
 
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Bovino não come voluntariamente; 
0,3g/kg já são suficientes para intoxicar; 
Doença: bovino magro que não caminha; 
04.2-Nierembergia veitchii 
Características Gerais 
Só ocorre no Uruguai e no Rio Grande do Sul. 
Ovelhas: janeiro e fevereiro; 
Macroscopia (ambas plantas) 
Produzem calcificação da parede das veias, artérias, tendões e endocárdio 
esquerdo (locais onde tem fibras colágenas), nos rins verifica-se pontos brancos 
(calcificação de capilares) levando a insuficiência e pulmão calcificação (calcificação 
metastática). 
 
05-Plantas de Ação sobre o Sistema Nervoso Central 
Plantas 
Claviceps paspalli – fungos parasitas de sementes de: 
Paspalum dilatatum (capim melador); 
Palspalum notatum (capim forquilha); 
Phalaris angusta (aveia louca, aveia de sangue); 
Solanum fastigiatum (jurubeba); 
Sida carpinifolia (guanxuma); 
Erythroxylum deciduum (cocão): 
Canium maculatum (cicuta); 
 
05.1-Phalaris angusta (aveia louca / aveia de sangue) 
Características Gerais 
Ocorre no oeste de Santa Catarina (não tem citação no Rio Grande do Sul e no 
Paraná). 
 
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Anual de inverno, aparece nas pastagens de aveia e azevém ou após colher o 
milho; 
Difícil diferenciar da aveia, quando corta fica vermelho (por isso aveia de 
sangue); 
A doença ocorre de outubro a novembro (primavera) e os casos não são 
frequentes; 
Ocorrequando ingere até 25% da dieta; 
Sinais Clínicos (muito fortes) 
Animal corre como canguru, andar em marcha, orelhas em pé, animais se jogam 
no chão, se atiram contra a parede, cercas, não conseguem passar por valetas e morte 
ocorre acidentalmente. 
*Exceção: edema traumático no peito (de se jogar contra objetos) – confunde com ICC; 
Macroscopia 
Não há lesão e há alteração de coloração no tronco encefálico (fica cinza azulado 
- lesão patognomônica). 
Microscopia 
Neurônios com pigmento (difícil ocorrer). 
Tratamento 
Não há tratamento. Se tirar imediatamente da pastagem consegue recuperar 
lentamente e sequelas podem persistir. 
Profilaxia 
Não deixar sementear e acabar com a planta. 
 
05.2-Claviceps paspalli (fungo) – Palspalum notatum (grama forquilha) 
Características Gerais 
Fungo que parasita as sementes do capim forquilha (campo nativo); 
Ocorre em fevereiro e março, quando produz secreção melosa que é tóxica; 
Doença ocorre no sul do Brasil; 
 
 
 
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Sinais Clínicos 
Verifica-se tremores de cabeça, animal marcha, quando assusta o animal cai no 
chão, geralmente o animal cai sentado, animal fica assustado, touro frequentemente tem 
exposição do pênis e morte acidental (raro). 
*Sinais aparecem a partir do primeiro/segundo dia de ingestão e aumenta conforme a 
quantidade de toxina. 
Macroscopia 
 Não há lesão. 
Microscopia 
Não há lesão. 
O diagnóstico é clínico e epidemiológico (observar fungo na pastagem). 
Tratamento 
Não há tratamento. 
Profilaxia 
Retirar os animais da pastagem e animais se recuperam sem apresentar sequelas. 
 
05.3-Solanum fastigiatum (jurubeba) 
Características Gerais 
Ocorre no Rio Grande do Sul oeste de Santa Catarina. Tem no Brasil inteiro, 
mas os problemas ocorrem no sul. 
Animal ingere quando está com fome. 
Sinais Clínicos 
Verifica-se tremores de cabeça, olhar atento, quando se assusta ou levanta a 
cabeça cai no chão e lesões nervosas levam a morte (se tirar no inicio recupera). 
*Teste Head Rise: erguer a cabeça do animal para trás e para cima. Quando solta o 
animal cai imediatamente devido a lesão cerebelar pré estabelecida. 
Macroscopia 
Não há lesão. 
Microscopia 
 
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Necrose dos neurônios de purkinge (envolve cerebelo). 
*Sempre coletar sistema nervoso central. 
 
Tratamento 
Combater a planta e tirar imediatamente o animal e após tirar ficam sequelas. 
 
05.4-Sida carpinifolia (guanxuma) 
Características Gerais 
Ocorre na pastagem (principalmente pastagem sombreada); 
Ocorre em grande parte do estado de Santa Catarina; 
Importante para ovelhas, cabras, bovinos e equinos; 
Bovino come de fome (quando não tem o que comer) e pode adquirir o vício; 
Sinais Clínicos 
Verifica-se tremores de cabeça, dismetria, pode haver leve diarreia, postura 
atípica, quedas frequentes (quando há agitação), dificuldade de apreender e deglutir 
alimentos, problemas de dentição e em esqueleto e inchaço de cabeça. A enfermidade é 
letal e a morte é comum em meses a anos. 
Macroscopia 
Não há lesão, apenas dentária. 
Microscopia 
Vacúolos e necrose nos neurônios; 
*Deve-se coletar sistema nervoso central. 
Tratamento 
Se retirar os animais no começo da doença pode recuperar (mas geralmente 
ficam sequelas). 
Profilaxia 
Correta alimentação dos animais (não deixar com fome); 
 
 
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05.5-Erythroxylum deciduum (cocão) 
Características Gerais 
Ocorre no vale do Itajaí, oeste de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. 
Importante para ovelhas; 
Intoxicação ocorre por ingestão da planta ou fruto (doença igual); 
Ocorre em dezembro, janeiro e fevereiro. No inverno a toxicidade da folha 
diminui. Fruto ocorre no verão e quando cai no chão o animal ingere; 
Se cortar a planta cuidar com a brotação, animal come o broto e se intoxica; 
Sinais clínicos 
Verifica-se salivação, animal fica rígido e não caminha muito, morte ocorre 
rapidamente (poucos minutos). 
Macroscopia 
 Não há lesão. 
Microscopia 
 Não há lesão. 
*O diagnóstico é dado pelos sinais clínicos e pelo histórico; 
 
05.6-Canium maculatum (cicuta) 
Características Gerais 
Muito antigo; 
Ocorre na região oeste de Santa Catarina (Concórdia); 
Não existe diagnóstico em bovinos; 
Em suínos teve um surto (suíno come facilmente); 
Sinais Clínicos 
Verifica-se salivação, protrusão da terceira pálpebra e morte rápida. 
Macroscopia 
 
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Não há lesões. Planta possui cheiro forte e quando abre o rúmen ou o estômago 
(suíno) pode-se sentir o cheiro. 
06-Intoxicação por Cobre 
Patogenia 
Entre as espécies de animais domésticos, os ovinos são, inquestionavelmente, os 
mais sujeitos a apresentarem intoxicação por cobre (Cu), estando a etiopatogenia da 
doença associada à menor capacidade de excreção de cobre dos ovinos. Isto se deve aos 
baixos teores de metalotioneína, diminuindo a excreção do cobre do organismo, o qual 
se acumula no fígado principalmente em raças ovinas mais susceptíveis, tais como 
Sulffolk e Texel. 
A ceruloplasmina faz o transporte de cobre (Cu) no sangue. 
Características Gerais 
Frequente em ovinos que são muito sensíveis ao cobre. Os ovinos, 
diferentemente de outras espécies, não toleram regimes alimentares que contenham 
mais de 10 mg/kg de cobre. 
Texel é a raça mais sensível; 
*Quando ingere em quantidades maiores o cobre vai se acumulando no fígado e com 
situações de estresse há liberação na corrente sanguínea causando hemólise (crise 
hemolítica – crônica). 
Formas de Intoxicação 
06.1-Aguda: ocorre por ingestão de grandes quantidades de cobre rapidamente. 
Verifica-se distúrbios gastrintestinais (raro). 
06.2--Crônica (crise hemolítica): ocorre por ingestão de baixas quantidades 
constantemente (efeito acumulativo). 
Primária: ocorre por ingestão direta de cobre. Alimentos com grande 
quantidade de cobre (grãos de cereais) e ingestão de sal de bovinos (teor três 
vezes maior de cobre que as necessidades). 
Secundária: 
Fitógena: pela baixa concentração de molibdênio nas pastagens. 
Molibdênio é antagônico ao cobre (molibdênio diminui a absorção do 
cobre) e leguminosas (principal é o trevo vermelho) tem baixo teor 
molibdênio. 
*Molibdênio inferior ou igual a 0,36 ppm e cobre igual 15 a 20 ppm; 
 
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Hepatógena: por lesão hepática crônica (intoxicação por senecio). 
 
 
Sinais Clínicos 
Verifica-se anorexia, poliúria, corrimento ocular e avermelhamento, depressão, 
hemoglobinúria (urina escura), fezes pastosas e fétidas. Podem morrer em 24h, em geral 
4 dias. 
Macroscopia 
Icterícia generalizada, líquido seroso nas cavidades, embebição hemolítica nas 
serosas, fígado friável de cor amarelada ou alaranjada, rins de coloração marrom-escura, 
edemaciados e de consistência amolecida. 
Urina de cor vermelho escura. 
Microscopia 
Coletar fígado e rim e verifica-se tumefação e necrose de hepatócitos, acúmulo 
de bile nos canalículos e hiperplasia biliar e nefrose hemoglobínica. 
Diagnóstico 
Diagnóstico baseado em epidemiologia associada aos sinais clínicos e de 
necropsia e determinação dos níveis de cobre no fígado e/ou rim (500 ppm para fígado / 
80 ppm para rim). 
Tratamento 
Molibidênio na concentração de 7,7 ppm: 50 a 100 mg de molibidato de amônia 
a 1g de sulfato de sódio por via oral/ animal/ dia por 10 dias. 50 a 500mg de molibidato 
de amônia na ração durante 3 semanas. 
*No solo 70g de molibdênio/ha; 
**Blocos para lamber: 76 kg de NaCl, 63kg de gesso moído e 0,45 kg de molibdênio; 
***O caprinoé tão exigente em relação ao cobre quanto o bovino, se der sal mineral de 
ovino ocorra deficiência; 
 
07-Deficiência de Cobre 
Características Clínicas 
Molibidenose: excesso de molibdênio levando a deficiência secundária de cobre. 
 
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Ocorre em bovinos; 
Meses de novembro e dezembro em regiões íngremes e quando há excesso de 
chuvas; 
Vegetais dependem do cobre, ocorre lixiviação do cobre com a chuva e há 
excesso de molibdênio; 
Sinais Clínicos 
Verifica-se diarreia contínua e não responsiva a tratamento, morte ocorre por 
desidratação e halo em volta dos olhos (bovino com óculos). 
Macroscopia 
Conteúdo líquido no intestino e caquexia. 
Tratamento 
Sulfato de cobre 2,5g/ dia no mínimo por 30 dias (diluído em água ou na ração). 
 
08-Micotoxicoses 
Características Clínicas 
São menos importantes para ruminantes; 
Todos têm sinais clínicos bem caracterizados; 
Somente o fato de isolar a micotoxina, não quer dizer que é a causa morte, tem 
que ter a doença compatível; 
Plantas 
Claviceps purpúrea (micotoxinas: ergotina e ergovalina); 
Fusarium solani (micotoxina: solanina) – fungo de batata doce; 
Ramaria flavo-brunnescens (cogumelo de eucalipto); 
Aspergillus clavatus (micotoxina: patulina); 
Fusarium moniliforme (micotoxina: fumonisinas) – leucoencefalomalácia; 
 
08.1-Claviceps purpúrea (micotoxinas: ergotina e ergovalina) 
Características Gerais 
 
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Muito importante na agricultura; 
Fungo parasita sementes de diversas espécies de gramíneas (azevém, aveia, 
setaria, festuca, lanuda, phalaris entre outras); 
Pode ocorrer a campo (aveia, azevém) ou com a semente no cocho (aveia); 
Importante para bovinos, equinos e outras espécies; 
Sementes de aveia (importante para equinos) e suínos resíduos de trigo; 
Formas Clínicas 
Distérmica; 
Gangrenosa; 
Reprodutiva/abortiva (équas); 
Nervosa; 
Sinais Clínicos 
Forma gangrenosa: ocorre principalmente no inverno (vasoconstrição de 
extremidades). Verifica-se diminuição da produção leiteira, hipertermia, claudicação, 
edema, hiperemia de coroa do casco, necrose com rachadura de pele nas extremidades, 
ruptura de tendões e dos cascos, casco pode cair. 
Forma distérmica: enfermidade de diagnóstico raro. Verifica-se febre (40 a 42º 
C), respiração acelerada nas horas quentes do dia, animal respira com a boca aberta e 
com a língua exposta (patognomônico), salivação, fica na sombra ou na água, diminui a 
produção de leite, perda de peso e pelo comprido, lesões de casco e pode ter artrite 
devido a lesão de casco pode ter contaminação (poliartrite). Em suínos verifica-se 
necrose de cauda. Se tirar da causa pode recuperar. 
Forma abortiva: mais comum em éguas. Abortos ocorrem terço final da 
gestação e não há desenvolvimento de glândula mamária. 
Forma nervosa: verifica-se tremores musculares, convulsões, cegueira, paralisia 
de posterior e decúbito. 
Macroscopia 
Somente a nível de pele e cascos; 
Microscopia 
 Não auxilia no diagnóstico. 
*Diagnóstico é baseado em sinais clínicos. 
 
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Tratamento 
Retirar a fonte, deixar os animais a sombra. 
*Forma gangrenosa é irreversível; 
 
08.2-Fusarium solani (micotoxina: solanina) – fungo de batata doce 
Características Gerais 
Presente em raiz de mandioca, batata doce, aipim; 
Toxina é muito potente e produz enfisema pulmonar; 
Sinais Clínicos 
Verifica-se desconforto (animal fica mudando de posição), animal não deita, 
observa-se enfisema subcutâneo (diferenciar de carbúnculo sintomático e gangrena 
gasosa). Morte por insuficiência respiratória e enfisema pulmonar. 
Curso clínico: 2 a 3 dias; 
Macroscopia 
Enfisema subcutâneo (fáscias musculares subcutânea) e pulmão enfisematoso. 
Microscopia 
 Pneumonia atípica. 
*Deve-se coletar pulmões. 
Diagnóstico 
Diagnóstico baseado na macroscopia e sinais clínicos (quadro de enfisema 
subcutâneo com dificuldade respiratória) e histórico (perguntar se foi oferecido batata 
doce ao animal). 
Tratamento 
Não há tratamento. 
 
08.3-Ramaria flavo-brunnescens (cogumelo de eucalipto) 
Características Gerais 
 
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Toxina não é conhecida 
Ocorre somente em maio e junho; 
Parecido com couve flor, amarela e brota do chão onde tem folha de eucalipto; 
Muito palatável; 
Sinais Cínicos 
Animal não caminha, verifica-se salivação, lesões de casco e na boca (pode 
confundir com febre aftosa - parte córnea se solta por completo e língua fica lisa), solta 
a capa córnea do chifre, lesão de casco (na região da coroa de coloração vermelha no 
início e depois necrose) e nos casos crônicos perdem pelos da vassoura da cauda. 
 Se não morre na forma aguda morre de fome. Morte pode ocorrer em 2 a 3dias 
ou se não morrer não serve mais para produção. 
Macroscopia 
 Lesões em boca, língua, chifres, casco e cauda. 
Microscopia 
 Não há lesão. 
Diagnóstico 
 Diagnóstico baseado no histórico do animal com sinais clínicos (animal pode ter 
lesões e não existir mais o cogumelo na propriedade – curso crônico). Também é 
importante observar a época do ano (outono) e se há plantação de eucalipto. 
Tratamento 
Evitar contato com eucalipto no outono. 
 
08.4-Aspergillus clavatus (micotoxina: patulina) 
Características Gerais 
Fungo da cevada; 
Causa sinais nervosos; 
Fungo precisa pelo menos 15 dias com temperatura acima de 18º C (não ocorre 
na região da serra catarinense devido a baixa temperatura). 
 
 
 
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Sinais Clínicos 
Verifica-se perda da coordenação dos movimentos, decúbito esternal (tenta 
levantar e fica com os membros posteriores abertos - lembra botulismo) e balança a 
cabeça. 
Macroscopia 
Lesão na articulação coxofemoral (ocorre devido a posição com os membros 
abertos). 
Microscopia 
Necrose neuronal. 
Diagnóstico 
Baseado nos sinais clínicos (membros abertos e balança a cabeça) e histórico do 
animal (alimentação com cevada). 
 
08.5-Fusarium moniliforme (micotoxina: fumonisinas) 
leucoencefalomalácia 
Características Gerais 
Específico de equinos; 
Pode ocorrer com milho aparentemente normal; 
É diagnosticado erroneamente como encefalomielite; 
Ocorre de maio a setembro; 
Problema em climas frios e em épocas chuvosas; 
Milho colhido de agosto a setembro e milho que passa no secador não tem 
problema. Se usar quirera (sobra de secador) ocorre intoxicação; 
Sinais clínicos ocorrem 2 a 3 dias após a ingestão; 
Sinais Clínicos 
Verifica-se sonolência, incoordenação, pode morder (agressividade), fica em pé 
com mão aberta e cabeça baixa, cegueira, pressiona a cabeça contra objetos, escoriações 
na parte frontal e andar em círculos. 
Sinais clínicos ocorrem 2 a 3 dias após a ingestão e morte em até 3 dias (100% 
de letalidade). 
 
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Macroscopia 
Perda das circunvoluções (encéfalo – leucoencefalomalacia), hemisfério 
aumentado uni ou bilateralmente. Corte do cérebro: observa-se lesão de coloração 
amarela e forma cavidade cheia de líquido (necrose de liquefação). 
*Suínos podem ter edema pulmonar. 
Intoxicações 
Produto Sinais Clínicos Macroscopia 
Ionóforo Agudo: cansaço, diarreia, pulso jugular evidente, 
arrastar de pinças, incoordenação, andar rígido, 
mioglobinúria 
Crônico: ICC e morte repentina. 
Coração pálido (bovinos e equinos), ICC, palidez 
de musculatura esquelética (cães e suínos e bovinos 
menos frequentemente mas em músculo como 
diafragma e quadríceps). Bovinos podem apresentar 
fígado de noz moscada, edema pulmonar e ascite. 
Chumbo(líquido de 
bateria e tintas) 
Agudo: morte em 12 a 24 horas. 
Subagudo: cegueira, diarreia, marcha, head pressing, 
andar em cículos, anorexia, salivação, agressividade, 
nistagmo, atonia ruminal, diarreia fétida e tremores 
musculares em face, pescoço e orelhas. 
Amolecimento de córtex cerebral com cavitação e 
coloração amarelada da substância cinzenta, 
abomasite, enterite e coloração marrom-acinzentada 
de lábios e mucosas de cavidade oral e estômagos. 
Organofosforado* 
(inseticidas e 
antiparasitários) 
Ex.: triclorfon 
Muscarinicos: miose, salivação, protrusão de língua, timpanismo, diarreia, cianose e dispneia. 
Nicotínico: tremores, rigidez muscular e tetania. 
Crônica: paralisia flácida. 
Uréia Dor abdominal intensa, tremores musculares, incoordenação, fraqueza, dispneia, timpanismo e mugidos 
altos. 
Closantel 
(antiparasitário) 
Cegueira, dilatação de pupila e andar em círculos. 
Estricnina Tremores musculares, contrações vigorosas, salivação, taquipnéia, midríase e morte por parada respiratória. 
*Inibem a colinesterase e aumentam os níveis séricos de acetilcolina nos tecidos levando a sinais clínicos 
de receptores muscarínicos (resposta visceral) e nicotínicos (resposta neuromuscular). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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www.veterinariandocs.com.br 
Referências Bibliográficas 
Aulas de Plantas Tóxicas e Toxicologia – Prof. Dr. Aldo Gava – CAV/UDESC, 2012. 
BARBOSA J. D. OLIVEIRA C.M. DUARTE M.D. Intoxicações com Manifestações 
Neurológicas em Ruminantes. II Simpósio Mineiro de Buiatria, 2005. Acesso on-line: 
www.ivis.org 
NOGUEIRA V.A. FRANÇA T. N. PEIXOTO P. V. Intoxicação por Antibióticos 
Ionóforos em Animais. Pesq. Vet. Bras. vol.29 no.3 Rio de Janeiro Mar. 2009. 
LEMOS R. A. et al. Alterações Clínicas, Patológicas e Laboratoriais na Intoxicação 
Crônica por Cobre em Ovinos. Ciência Rural, Santa Maria. V.27, 1997.

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