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INTRODUÇÃO A COMUNICAÇÃO COM O PACIENTE Relação Médico-Paciente Relação construída espontaneamente, porém sua qualidade depende do esforço e habilidade do profissional da saúde de adequar-se às características de cada paciente; A criação da residência médica, bem como as especializações contribui muito no conhecimento específico e desenvolvimento de técnicas mais eficazes, elaboração de medicamentos altamente eficazes, diagnósticos precisos e danos menos nocivos. No entanto a especialização deixou de considerar a pessoa como um todo; O fator mais relevante na dinâmica atual da relação médio-paciente diz respeito a autonomia e busca do conhecimento por parte do efêmero, o paciente não se comporta mais passivamente frente ao diagnóstico , ele busca saber as causas , sintomas e tratamentos por meio de jornal, internet, televisão, etc ... Relação Médico-Paciente Um dos efeitos colaterais em uma relação médico-paciente deficiente e pouco comunicativa são os processos judiciais que pode acarretar ao profissional conseqüências diversas e graves , desde custos até a perder o direito de exercer à medicina ; Para criar uma boa relação médico-paciente se faz necessário que o médico se coloque no lugar do paciente para que tente compreender pelo que o doente está passando; Modelos de Relação Médico-Paciente Modelo Sacerdotal – é o modelo mais arcaico, que propõe a completa submissão do médico ao paciente; Modelo Engenheiro – é o inverso do sacerdotal , nele o médio tem a função de informar e executar procedimentos. A decisão é inteiramente tomada pelo paciente; Modelo Colegial – há um alto envolvimento entre o profissional e o doente. O poder de decisão é compartilhado de forma igualitária sem relação de superioridade/inferioridade; 4. Modelo Contractualista – é o mais adequado, o em que o conhecimento e as habilidades do médico são valorizados, preservando sua autoridade. Havendo a participação ativa do paciente e do médico, devido a isso há uma efetiva troca de informações e um comprometimento de ambas as partes; Relação Médico-Paciente Portanto, a relação médico-paciente é de difícil construção. É um processo que demanda esforço de ambas as partes, tem origem desde a hora em que o paciente entra em contato com o médico, passando pela parte em que se vê o paciente como um todo, como alguém que tem direitos e vontades, alguém que pode apresentar conhecimentos sobre sua enfermidade. Lembrando que ele se encontra em uma posição desfavorável e que tanto o médico quanto o paciente deve agir em conjunto para encontrar um diagnóstico conclusivo. `` A arte da medicina está em observar. Curar algumas vezes, aliviar muitas vezes, consolar sempre ´´ (Hipócrates) ANAMNESE ROTEIRO DE ANAMNESE A anamnese é classicamente desdobrada mas seguintes partes: Identificação Queixa Principal (Q.P.) História Pregressa da Moléstia Atual (H.P.M.A.) Interrogatório Complementar (I.C.) Antecedentes Pessoais (A.P.) Antecedentes Familiares (A.F.) História Pessoal (fisiológica) e Social (H.S.F) Identificação Nome Idade Sexo Cor Religião Profissão Estado civil Naturalidade Procedência Queixa Principal (Q.P.) Escreva apenas a queixa principal e o tempo de duração com as palavras do doente História Pregressa da Moléstia Atual (H.P.M.A.) Descrição da história que motivou a ida ao médico, em ordem cronológica de aparecimento dos sintomas, descrevendo cada sintoma para depois descrever outro , relatando os tratamentos realizados e medicamentos em uso; Interrogatório Complementar (I.C.) Pergunte todos os sintomas, caracterizando os que estiverem presentes. Quando para um determinado sistema ou órgão não houver sintomas presentes escreva (n.d.n). Obs: utilizando termos médicos . Sintomas gerais: Febre, mialgia, astenia, anorexia, emagrecimento, edema; Cabeça e Pescoço: Olhos: perturbações visuais (``embaçamento``, escotomas), inflamação (olhos vermelhos, prurido, secreção), dor, acuidade visual ; Ouvidos: perturbações auditivas (zumbidos, barulhos), inflamações (prurido, secreção, dor), acuidade auditiva; Nariz: epistaxe, coriza (aspecto), olfação; Boca : gengivas, lesões em língua, dentes ; Garganta: dor, rouquidão, inflamação. Interrogatório Complementar (I.C.) c) Aparelho Respiratório: Dor a inspiração, tosse, expectoração, sibilos, dispnéia, ortopnéia, d.p.n, hemoptise; d) Aparelho Circulatório: Precordialgia , palpitações, hipertensão, hipotensão, tontura; e) Aparelho Gastro-Intestinal: - Dor abdominal, ritmo intestinal, diarréia, náuseas e vômitos, icterícia, enterorragia, halitose, hematemese, dor epigástrica, tipo de digestão (intolerância á alimentos ); f) Aparelho Genito-Urinário: Alteração de volume urinário, piúria, hematúria, disúria, incontinência urinária, uretrorragia , dor uretral, lesões penianas e vulva , tipo de ciclo menstrual; Interrogatório Complementar (I.C.) g) Sistema nervoso (neurológico ): Cefaléia, tontura , vertigem, lipotmia, sincope, confusão mental, convulsões, parestesia de extremidades , plegia , mioclônias, afasia, torpor, letargia; h) Psiquiátrico : Alucinações, idéias delirantes, depressão; i) Pele: - Prurido , lesões; j) Metabólico: Alteração da tireóide: tremores, exoftalmia, pele seca, intolerância a frio e calor , emegracimento, obesidade, agitação; Antecedentes Pessoais (A.P.) Viroses próprias da infância: sarampo, rubéola, varicela, coqueluche, difteria; Patologias anteriores: has ,dm , chagas, asma, dpoc, etc.... ( perguntar inicio e medicamentos em uso para tal patologia ); Cirurgias anteriores; Hábitos : etilismo, tabagismo , drogas ; Alergias ; Antecedentes Familiares (A.F.) Doenças importantes na família (hereditariedade / transmissíveis ) Óbito de familiares , por quais causas; História Pessoal (fisiológica) e Social (H.S.F) Tipo de moradia (alvenaria – madeira – barro); Luz elétrica, água encanada , condições sócio-econômicas; EXAME FÍSICO GERAL I-EXAME FÍSICO GERAL É a primeira etapa do exame clínico e além de complementar a anamnese,fornecendo a visão do paciente como um todo; Dividida em 2 partes : Qualitativo Quantitativo Exame físico geral Qualitativo A) Avaliação do estado geral: avaliação subjetiva do que aparenta o paciente , em sua totalidade nível de consciência , fácies, fala, confusão mental, mobilidade, entre outros . Geralmente descrevemos o estado do paciente no momento, em BEG, REG, MEG; B) Avaliação de grau de palidez: Observar mucosa palpebral do paciente, mucosa oral, leito ungueal e palma das mãos. Encontra-se corado (mais avermelhado) ou descorado . Caso descorado classifica-se o grau em cruzes (ex: +/4+) Exame físico geral Qualitativo C) Avaliação de grau de hidratação: observar umidificação da mucosa oral, globo ocular e turgor da pele; D) Avaliação da presença de icterícia: Observar coloração da palma da mão, esclera e freio da língua, caracterizando-se por um tom amarelado nesses locais; Exame físico geral Qualitativo E) Avaliação da presença de cianose: observar a presença de uma coloração mais azulada no lábio, leito ungueal, e outras extremidades; F) Avaliação do padrão respiratório: observar se há dificuldade para respirar ou uso de força excessiva para inspirar. O paciente pode estar eupneico ou dispneico. Observar a freqüência respiratória , podendo estar bradpneico (poucas inspirações) ou taquipneico (muitas inspirações) Exame físico geral Quantitativo A) Pressão Arterial (PA) - mmhg. B) Freqüência cardíaca (FC) – bpm. C) Freqüência respiratória (FR) – irpm. D) Altura e Peso : - calculo do IMC = (kg/m²) II - Exame Físico Especial Cabeça : Face : observar o tipo do rosto do paciente (fácies), existem alguns muito famosose que o padrão pode levar a suspeita de algumas doenças, por exemplo: # hipocráticas ( extremamente emagrecido ) # cushingoide ( face em lua cheia ) # lúpica ( vermelhidão em forma de ¨borboleta¨) # Atípica (normal) II - Exame Físico Especial Olhos : observar presença de edema , alteração nas pálpebras , alteração de globo ocular ; Oroscopia (garganta): observar lábios, gengivas, dentes e língua. Note a presença de alteração de coloração, secreção, placas, que podem indicar processo infeccioso; II - Exame Físico Especial Cadeias linfonodais: deve ser feita fazendo movimentos circulares com os dedos, movendo a pele sobre os linfonodos das principais cadeias : Submentoniana Submandibular Cervical anterior e posterior Occiptal Pré-auricular Retroauricular Supraclavicular Axilar Inguinal II - Exame Físico Especial Tireóide: técnicas de palpação bimanuais Abordagem posterior Abordagem anterior Carótida e Veia Jugular III – EXAME FÍSICO PULMONAR INSPEÇÃO (Estática e Dinâmica) PALPAÇÃO PERCUSSÃO AUSCULTA INSPEÇÃO - ESTÁTICA Basicamente devemos olhar a aparência do tórax. INSPEÇÃO - DINÂMICA Visa a definir o padrão respiratório do paciente, podendo apresentar as seguintes alterações: Eupneico Taquipnéia Bradipnéia PALPAÇÃO EXPANSIBILIDADE: PALPAÇÃO FRÊMITO TORACOVOCAL (FTV) Pedir para o paciente falar 33; Palpa-se o tórax com a mesma mão e sente-se a vibração; - Diminuído: Derrame pleural,enfisema pulmonar . - Aumentado: Consolidações pulmonares. PERCUSSÃO Som claro pulmonar ; Som timpânico; Som submaciço; Som maciço; AUSCULTA Os murmúrios vesiculares são o som normal escutado no pulmão. Representa o som causado pela entrada e saída de ar dos pulmões; AUSCULTA Os sons respiratórios normais podem ser classificados em: Som traqueal ; Ruídos Brônquicos ; Murmúrios vesiculares ; Os sons anormais ou ruídos adventícios são classificados em : sibilos , estertores, roncos, atrito pleural , estridor; III – EXAME FÍSICO PRECÓRDIO INSPEÇÃO PALPAÇÃO PERCUSSÃO AUSCULTA ANATOMIA ANATOMIA INSPEÇÃO E PALPAÇÃO Abaulamentos ou deformidades. Palpação: Ictus cordis: localização (¨ápice do coração¨) Obs: localização diferente pode ser patológico ICTUS CORDIS 5º espaço intercostal esquerdo Linha hemiclavicular esquerda AUSCULTA Posição do paciente e uso correto do estetoscópio. Focos de ausculta: Mitral Tricúspide Aórtico Aórtico acessório Pulmonar AUSCULTA Foco Aórtico Foco Pulmonar Foco Tricúspide Foco Aórtico Acessório Foco Mitral Ângulo de Louis AUSCULTA – BULHAS CARDÍACAS Ritmo: regular / irregular. B1 Fechamento das valvas átrio-ventriculares Início da sístole Melhor audível com o diafragma no foco tricúspide e mitral Desdobramento geralmente de dá por atraso de T1 B2 Fechamento das valvas ventrículo-atriais. Início da diástole. Melhor audível com diafragma nos focos de base. Desdobramento fisiológico de B2: na inspiração, atrasa o fechamento da P2. TUM TÁ - TUM TÁ Ausculta – Sopros Turbilhonamento na passagem do sangue por valvas parcialmente funcionantes Classificação : - Intensidade : depende da amplitude das vibrações; (Escala de Levine) + sopro apenas perceptível ++ sopro suave +++ sopro moderado ++++intenso +++++ muito intenso ++++++extraordinariamente intenso Ausculta – Sopros Localização : em qual foco se ausculta com maior facilidade e em que momento do ciclo cardíaco ele acontece (sistólico ou diastólico); Irradiação : o som é audível em outros focos e locais ; AUSCULTA – BULHAS CARDÍACAS EXTRAS B3 É a vibração da parede ventricular, decorrente da brusca transição da fase de enchimento rápido para a fase de enchimento lento Indica sobrecarga volumétrica de ventricular Melhor audível com campânula B4 É a vibração da parede ventricular, produzida por vigorosa contração atrial A complacência do ventrículo deve estar baixa (déficit no relaxamento ventricular) Melhor audível com campânula TUM-TÁ - - TÁ (B3) TRUM- TÁ (B4) III – EXAME FÍSICO ABDOMINAL INSPEÇÃO PALPAÇÃO PERCUSSÃO AUSCULTA ANATOMIA Anatomia Abdominal INSPEÇÃO Busca de alterações em região abdominal : presença de estrias , circulação colateral venosa, cicatrizes, ale do formato do abdômen PLANO GLOBOSO BATRÁQUIO AVENTAL ESCAVADO AUSCULTA Deseja-se avaliar a motilidade intestinal; Sons intestinais são denominados ruídos hidroaéreos e são caracterizados por estalidos e gorgolejos (sons de água); Ausculta nos quadrantes por até 1 minuto; Pesquisar presença de sopros abdominais. PERCUSSÃO – ABDOMINAL GERAL Timpânicos Maciços Hepatimetrica Tamanho Distância Ajuda a localizar o figado para palpação Esplênica - Espaço de Traube PALPAÇÃO ABDOMINAL Posição : decúbito dorsal e leve flexão dos mmii Superficial Sensibilidade dolorosa Resistência muscular Profunda Visceromegalias Massas Sensibilidade dolorosa PALPAÇÃO ABDOMINAL FIGADO Tecnicas Bimanual Lemos – Torres Mathié Característica Consistência ( maciça // endurecida ) Superfície ( lisa // nodular ) Borda ( romba ou fina ) BAÇO ORITRAS MANOBRAS GIORDANO ( pielonefrite) PIPAROTE (ascite) MACIÇEZ MÓVEL (ascite) VALSALVA (hernias) Sinais patológicos Descompressão brusca ( peritonite ) Descompressão brusca no ponto de Macburney Blumberg positivo (apendicite) Sinal de Rovising (apendicite) Sinal do Psoas (apendicite) Sinal de Murphy (colecistite)
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