Buscar

Consequências sistêmicas e patológicas da inflamação

Prévia do material em texto

Consequências sistêmicas e patológicas da inflamação
Qualquer pessoa que tenha sofrido um episódio severo de doença viral experimentou os efeitos sistêmicos da inflamação, que juntos são chamados de reação da fase aguda. As citocinas TNF, IL-1 e IL-6 são os mediadores mais importantes da reação da fase aguda. Eles são produzidos pelos leucócitos e outros tipos celulares durante a resposta imune inata a infecções ou danos teciduais e têm efeitos sistêmicos que contribuem para a defesa do hospedeiro e são responsáveis por muitos dos sinais clínicos de doenças infecciosas e inflamatórias.
A resposta da fase aguda consiste em várias alterações clinicas e patológicas: 
- Febre: elevação da temperatura corporal. É uma das manifestações mais proeminentes na resposta da fase aguda. Ela é produzida em resposta a substancias chamadas de pirógenos que atuam estimulando a síntese de prostaglandinas nas células do hipotálamo. No hipotálamo, as prostaglandinas, estimulam a produção de neurotransmissores, os quais funcionam para reajustar a temperatura em nível mais alto. O TNF, Il-1 e Il-6 são chamados pirógenos endógenos, pois são causadores de febre produzidos pelo próprio hospedeiro. Já o LPS, por exemplo, é um pirógeno exógeno, derivado de microorganismos, que induz febre por meio do estimulo para a produção de TNF e IL-1. As vantagens da febre não são bem entendidas, mas podem estar relacionadas ao aumento das funções metabólicas das células imunológicas, à redução das funções metabólicas dos microorganismos e às alterações do comportamento do hospedeiro febril que diminuem o risco de piora das infecções.
- Níveis plasmáticos elevados de proteínas da fase aguda: essas proteínas plasmáticas são sintetizadas principalmente no fígado, pela indução de IL-1, TNF e IL-6, e na inflamação aguda, suas concentrações podem aumentar muito. Esses níveis elevados são comumente usados na clinica médica como sinais da presença de infecção ou outros processos inflamatórios. Dessas proteínas, as três mais conhecidas são a proteína C reativa (CRP), o fibrinogênio e a proteína amilóide A sérica (SAA). 
- Leucocitose: é uma característica das reações inflamatórias, especialmente aquelas induzidas por infecções bacterianas. Há uma grande elevação no numero de leucócitos que são chamadas de reações leucemóides. A leucocitose ocorre inicialmente devido à liberação acelerada de células precursoras pela medula óssea, causada por citocinas, TNF e IL-1, e está associada a uma elevação do número de neutrófilos mais imaturos no sangue. Uma infecção prolongada também estimula a produção de fatores estimuladores de colônia (CSFs), levando ao aumento de saída de leucócitos da medula óssea, para compensar a perda dessas células na reação inflamatória. A maioria das infecções bacterianas induz aumento dos neutrófilos (neutrofilia); Infecções virais induz o aumento do número absoluto de linfócitos (linfocitose) e infecções parasitárias induzem o aumento do número absoluto de eosinófilos (eosinofilia).
Outras manifestações da resposta da fase aguda incluem; aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial; redução da sudorese (principalmente devido ao redirecionamento do fluxo sanguíneos para os leitos vasculares profundos a fim de diminuir a perda de calor através da pele); tremores; calafrios; anorexia; sonolência e mal- estar. 
- Em infecções bacterianas graves (sepse), a grande quantidade de produtos bacterianos, como o LPS e ác. lipoteicóico, no sangue ou no tecido extravascular induz a sinalização por TLR que leva à produção de várias citocinas como TNF, IL-12 e IL-1. Altos níveis de TNF causam coagulação intravascular disseminada e distúrbios metabólicos. Essa tríade clinica é descrita como choque séptico.
- Após a ocorrência da inflamação os linfonodos ficam sensibilizados para recolher a linfa de todo o organismo, que estará repleta de produtos liberados pelo agente etiológico. 
- Se há necrose o tecido destruído é fagocitado e depois surgem fenômenos de reparação: Regeneração: Quando o tecido necrosado possui capacidade regenerativa, os restos celulares são reabsorvidos e fatores de crescimento são liberados pelas células vizinhas e pelos leucócitos exsudados, induzindo a multiplicação celular das células parenquimatosas. Cicatrização: O tecido necrosado é extenso, assim é fagocitado e substituído por tecido conjuntivo cicatricial.

Continue navegando