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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru CAPÍTULO 9 OPERADORES DIAGONALIZÁVEIS No capítulo 8, viu-se que é possível determinar a matriz de uma transformação ou de um operador linear em relação a qualquer base do espaço onde estão definidos. Neste capítulo, considerado um operador linear VV:T → , quer-se determinar uma base de V em relação à qual a matriz de T seja a mais simples possível. Mostrar-se-á que essa matriz é diagonal, o que justificará a nomenclatura de operador diagonalizável. Para tanto, são necessários algumas definições e resultados. 1 Autovalores e Autovetores Definição: Sejam: V um espaço vetorial sobre o corpo K dos números complexos ou reais e VV:T → um operador linear. Um vetor não nulo Vv ∈ é um autovetor de T se existir um escalar K∈λ tal que ( ) vvT λ= . O escalar λ é chamado de autovalor de T associado ao autovetor v. Observação: podem ser usadas, alternativamente, as seguintes expressões para “autovetor”: vetor próprio ou vetor característico. Analogamente, podem ser usadas as seguintes expressões para “autovalor”: valor próprio ou valor característico. Exemplo: Sejam: V um espaço vetorial sobre um corpo K e λHT = a homotetia de razão λ , definida por: ( ) vvHv VV:H λλ λ = → a . Pela definição do operador linear λH , vê-se que todo vetor de V é um autovetor, com autovalor λ . Proposição: Seja VV:T → um operador linear. O autovalor λ é univocamente determinado pelo autovetor v de T. Demonstração: Hipóteses: VV:T → é um operador linear; v é um autovetor de T Tese: o autovalor λ é único De fato, suponha-se que existam dois autovalores λ e ∗λ associados ao autovetor v, isto é: ( ) vvT λ= e ( ) vvT ∗= λ . Então: ( ) ∗∗∗∗ =⇒=−⇒=−⇒= λλλλλλλλ 00vvv . INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru Logo, o autovalor λ determinado por v é único. Observação: este resultado significa que cada autovetor está associado a apenas um autovalor, ou seja, cada autovetor gera um único autovalor. Entretanto, como se verá a seguir, cada autovalor pode gerar infinitos autovetores. Definição: Sejam: V um espaço vetorial sobre o corpo K dos números complexos ou reais e VV:T → um operador linear. Dado o autovalor K∈λ , o subespaço próprio de λ é o subespaço ( )λV , dado por: ( ) ( ){ }vvT/VvV λλ =∈= . Proposição: Sejam: V um espaço vetorial sobre o corpo K dos números complexos ou reais e VV:T → um operador linear. Dado o autovalor K∈λ associado ao autovetor Vv ∈ , o subespaço próprio de λ é ( ) ( )IdTKerV λλ −= . Demonstração: Hipóteses: V é espaço vetorial sobre K; VV:T → é operador linear; K∈λ é autovalor de T associado ao autovetor Vv ∈ Tese: ( ) ( )IdTKerV λλ −= Da definição de ( )λV , tem-se que o subespaço próprio de λ é constituído pelos elementos de V tais que ( ) vvT λ= . Então, vem: ( ) ( )( ) 0=−⇒= vIdTvvT λλ , e, portanto, v pertence ao núcleo do operador linear ( )IdT λ− . Assim, pode-se escrever: ( ) ( )IdTKerV λλ −= . Exemplos: 1) Seja 22 ℜ→ℜ:T o operador linear definido por ( ) ( )x,yy,xT = . Determinar os subespaços próprios, se existirem. Inicialmente, observe-se que esse operador é a reflexão em torno da reta xy = . A representação geométrica de T é apresentada na Figura 19. Primeiramente, é preciso verificar se existem autovalores. Para tanto, considerem-se ( ) 2ℜ∈= y,xv ( )0≠v e ℜ∈λ . Impondo-se a condição ( ) vvT λ= , ou seja, ( ) ( )y,xy,xT λ= , vem: ( ) ( )y,xx,y λ= , de onde se segue que = = yx xy λ λ . Conclui-se, assim, que 1−=λ ou 1=λ , ou seja, existem dois autovalores. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru Determinam-se, agora, os autovetores associados a cada autovalor. FIGURA 19 Para 11 −=λ , tem-se: ⋅−= ⋅−= yx xy 1 1 , ou seja, 11 −=λ gera vetores da forma ( )x,xv −=1 . Mais precisamente, 11 −=λ gera o subespaço próprio ( ) ( ){ }xy/y,xV −=ℜ∈=− 21 . Geometricamente, os vetores desse subespaço pertencem à reta bissetriz do 2º e 4º quadrantes, onde ( ) 11 vvT −= (Figura 20). FIGURA 20 Para 12 =λ , tem-se: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru ⋅= ⋅= yx xy 1 1 , ou seja, 12 =λ gera vetores da forma ( )x,xv =2 . Esse autovetor gera o subespaço próprio ( ) ( ){ }xy/y,xV =ℜ∈= 21 . Geometricamente, os vetores desse subespaço pertencem à reta bissetriz do 1º e 3º quadrantes, onde ( ) 22 vvT = (Figura 21). FIGURA 21 2) Seja 22 ℜ→ℜ:T o operador linear dado por ( ) ( )x,yy,xT −= , que é a rotação de um ângulo de 90o em torno da origem. Determinar, se existirem, os subespaços próprios. A representação geométrica de T é apresentada na Figura 22. FIGURA 22 Sejam ( ) 2ℜ∈= y,xv ( )0≠v e ℜ∈λ . Impondo-se a condição ( ) vvT λ= , ou seja, ( ) ( )y,xy,xT λ= , vem: ( ) ( )y,xx,y λ=− , de onde se segue que = =− yx xy λ λ . Substituindo-se a primeira equação na segunda, vem: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru ( )xx λλ −= , ou seja, ( ) 010 22 =+⇒=+ xxx λλ . Para que essa equação seja verdadeira para todo x, deve-se ter 012 =+λ ; entretanto, essa equação não admite solução em ℜ . Conclui-se, assim, que não existem números reais λ tais que ( ) ( )y,xy,xT λ= , isto é, não existem subespaços próprios. 3) Seja 33 ℜ→ℜ:T o operador linear dado por ( ) ( )0,y,xz,y,xT = . Determinar, caso existam, os subespaços próprios. O operador T é a projeção ortogonal de um ponto ( )z,y,x sobre o plano Oxy. Geometricamente, pode-se visualizar a ação do operador linear T na Figura 23. FIGURA 23 Sejam ℜ∈λ e um vetor não nulo ( ) 3ℜ∈= z,y,xv . Impondo-se a condição ( ) vvT λ= , tem- se: ( ) ( )z,y,xz,y,xT λ= , isto é, ( ) ( )z,y,x,y,x λ=0 , de onde vem: = = = z yy xx λ λ λ 0 . Dessas equações, conclui-se que há dois valores de λ : 01 =λ e 12 =λ . Substituindo-se o valor 01 =λ nas equações (1), obtém-se: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru = = = z yy xx 00 0 0 , de onde se conclui que 0=x , 0=y e z pode assumir qualquer valor, isto é, obtém-se o vetor ( )z,,v 001 = . Assim, ( ) ( ){ }00 3 ==ℜ∈= yx/z,y,xV é o subespaço próprio gerado por 01 =λ . Esse subespaço, geometricamente, é o eixo 3ℜ⊂Oz (Figura 24). FIGURA 24 FIGURA 25 Substituindo-se, agora, o valor 12 =λ nas equações (1), obtém-se: = = = z yy xx 10 1 1 , de onde se conclui que 0=z e x e y são quaisquer, isto é, obtém-se o vetor ( )02 ,y,xv = . Assim, ( ) ( ){ }01 3 =ℜ∈= z/z,y,xV é o subespaço próprio gerado por 12 =λ . Esse subespaço, INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru geometricamente, é o plano 3ℜ⊂Oxy (Figura 25). Definição: Dada uma matriz quadrada A de ordem n, chama-se polinômio característico da matriz A, denotado por ( )λCP , ao determinante: ( )IdAdet λ− . Observação: nessa definição, Id denota a matriz identidade de ordem n. Assim, se = nnnn n n aaa aaa aaa A L LLLL L L 21 22221 11211 , então: − − − = − =− λ λ λ λλ nnnn n n nnnn n n aaa aaa aaa aaa aaa aaa IdA L LLLL L L L LLLL L L L LLLL L L 21 22221 11211 21 22221 11211 100 010 001 . Logo, ( ) λ λ λ λ − − − = nnnn n n C aaa aaa aaa P L LLLL L L 21 22221 11211 . Proposição: Matrizes semelhantes têm o mesmo polinômio característico. Demonstração: Hipótese: A e B são matrizes semelhantes Tese: A e B têm o mesmo polinômio característico De fato, sejam A e B duas matrizes equivalentes. Então, existe uma matriz inversível P tal que: PBPA 1−= . Então: IdPBPIdA λλ −=− −1 . Calculando o determinante das matrizes desta equação, vem: ( ) IdBPIdBPPIdBPIdPPPBPIdPBPIdA λλλλλλ −=−=−=−=−=− −−−−− 11111 Logo, A e B têm o mesmo polinômio característico. Exemplo: Mostrar que as matrizes = 12 31 A e −− − = 2 1 2 3 2 5 2 5 B são semelhantes. Mostrar-se-á que essas matrizes têm o mesmo polinômio característico. Tem-se: ( ) ( ) λ λ λλ − − =−= 12 31 IdAdetP AC , ou seja, ( ) 522 −−= λλλ ACP . INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru Por outro lado, tem-se: ( ) ( ) λ λ λλ −−− −− =−= 2 1 2 3 2 5 2 5 IdBdetP BC , de onde segue-se que ( ) 522 −−= λλλ BCP . Como ( ) ( )BCAC PP λλ = , conclui-se que A e B são semelhantes. Definição: Sejam V um espaço vetorial de dimensão n e VV:T → um operador linear. Chama-se polinômio característico do operador T o polinômio característico da matriz de T em relação a qualquer base. Notação: ( )λTP . Exemplo: Seja 33 ℜ→ℜ:T o operador linear definido por: ( ) ( )zx,yx,xz,y,xT ++= . Determinar o polinômio característico de T em relação: a) à base canônica do 3ℜ . b) à base ( ) ( ) ( ){ }211032101 ,,,,,,,,B −= . a) A base canônica do 3ℜ é: ( ) ( ) ( ){ }100010001 ,,,,,,,,C = . Para determinar a matriz de T em relação a essa base, calculam-se primeiramente, os vetores resultantes da aplicação de T em cada um dos vetores da base, isto é: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) =++= =++= =++= 10010000100 01000100010 11101011001 ,,,,,,T ,,,,,,T ,,,,,,T . A matriz de T em relação a essa base é aquela cujas colunas são as coordenadas dos vetores encontrados, ou seja: [ ] = 101 011 001 CT . Portanto, o polinômio característico de T é o polinômio característico dessa matriz, isto é: ( ) [ ]( ) λ λ λ λλ − − − =−= 101 011 001 IdTdetP CT , e, portanto, ( ) ( ) 1331 233 +−+−=−= λλλλλTP . b) Calculando o valor de T em cada vetor da base, obtém-se: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) =+−=− =++= =++= 30121111211 25202322032 21111011101 ,,,,,,T ,,,,,,T ,,,,,,T Escrevendo-se cada um dos vetores como combinação linear dos vetores da base B, tem-se: • ( ) ( ) ( ) ( )211032101211 ,,c,,b,,a,, −++= , de onde vem que: += −= ++= ca cb cba 22 31 21 , de onde se conclui que = = −= 5 2 8 c b a . • ( ) ( ) ( ) ( )211032101252 ,,f,,e,,d,, −++= , ou seja, += −= ++= fd fe fed 22 35 22 , de onde se segue que = = −= 10 5 18 f e d • ( ) ( ) ( ) ( )211032101301 ,,i,,h,,g,, −++= , isto é, += −= ++= ig ih ihg 23 30 21 , e, portanto, = = −= 2 2 9 i h g Assim, a matriz [ ]CT é: [ ] −−− = 2105 252 9188 CT . Logo, o polinômio característico de T é o polinômio característico dessa matriz, isto é: ( ) [ ]( ) λ λ λ λλ − − −−−− =−= 2105 252 9188 IdTdetP CT INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru e, portanto, ( ) ( ) 1331 233 +−+−=−= λλλλλTP Assim, independentemente da base, o polinômio característico de um operador linear T é sempre o mesmo. Proposição: Seja V um espaço vetorial de dimensão n e VV:T → um operador linear. Os zeros do polinômio característico do operador T são seus autovalores. Observação: os zeros do polinômio característico ( )λTP são as raízes da equação ( ) 0=λTP . Teorema: Autovetores associados a autovalores distintos são LI. Demonstração: Hipóteses: VV:T → é um operador linear; rv,,v,v L21 são autovetores associados aos autovalores r,,, λλλ L21 , distintos entre si Tese: os autovetores rv,,v,v L21 são LI Considere-se o operador linear VV:T → e sejam rv,,v,v L21 autovetores associados aos autovalores r,,, λλλ L21 , distintos entre si. A demonstração será feita por indução. Para 1=k , tem-se apenas um autovetor 1v , associado ao autovalor 1λ , o qual é LI, pois é não nulo. Para 2=k , têm-se os autovetores 1v e 2v , associados, respectivamente, aos autovalores 1λ e 2λ . Demonstrar-se-á que 1v e 2v são LI. De fato, tomando-se escalares 1α e 2α tais que: 02211 =+ vv αα , (1) vem: ( ) ( )02211 TvvT =+ αα , ou seja, ( ) ( ) 02211 =+ vTvT αα , isto é, ( ) ( ) 02211 =+ vTvT αα . Sendo 1v e 2v autovetores associados, respectivamente, aos autovalores 1λ e 2λ , pode-se escrever: ( ) ( ) 0222111 =+ vv λαλα . (2) Multiplicando-se a expressão (1) por 2λ , obtém-se: 0222121 =+ vv λαλα . (3) Subtraindo-se membro a membro a equação (2) da equação (3), vem: ( ) 01121 =− vλλα , de onde se segue que 01 =α , já que 01 ≠v e 21 λλ ≠ . Substituindo-se 01 =α em (1), INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru conclui-se que 02 =α e, portanto, conclui-se que 1v e 2v são LI. Supondo-se que são LI os autovetores kv,,v,v L21 ( )rk <<1 , demonstrar-se-á que 121 +kv,,v,v L são LI. De fato, sejam 121 +k,,, ααα L escalares tais que 0112211 =+++ ++ kk vvv ααα L . (4) Tem-se: ( ) ( )0112211 TvvvT kk =+++ ++ααα L , ou seja, ( ) ( ) ( ) 0112211 =+++ ++ kk vTvTvT ααα L , ou, ainda, ( ) ( ) ( ) 0111222111 =+++ +++ kkk vvv λαλαλα L . (5) Multiplica-se, agora, a expressão (4) por 1+kλ e vem: 0111212111 =+++ +++++ kkkKk vvv λαλαλα L . (6) Fazendo-se (6) – (5), vem: ( ) ( ) ( ) 0122121111 =−++−+− +++ kkkkkk vvv λλαλλαλλα L . Uma vez que os vetores kv,,v,v L21 são LI e os autovetores são distintos, conclui-se que 021 ==== kααα L . Substituindo-se esses escalares em (4), conclui-se que 01 =+kα e, portanto, os vetores 121 +kv,,v,v L são LI, o que demonstra o teorema. Observação: a recíproca desse teorema não é verdadeira, ou seja, se os autovetores rv,,v,v L21 são LI, isso não significa que eles são associados a autovalores distintos. De fato, considerando-se, por exemplo, a homotetia de razão λ , isto é, o operador ( ) vvHv VV:H λλ λ = → a , sendo V um espaço de dimensão 1>n , vê-se que todo vetor de V é um autovetor associado a um único autovalor, que é λ . Corolário: Se V é um espaço vetorial de dimensão n e VV:T → é um operador linear que admiten autovalores distintos, então V possui uma base cujos elementos são autovetores de T. Exemplo: Considere-se espaço vetorial real 3ℜ e o operador linear definido por: ( ) ( )zyx,zyx,zyxz,y,xT 3344463 +−+−+−= . Mostrar que existe uma base do 3ℜ constituída de autovetores de T, conforme afirma o corolário anterior. A matriz de T em relação à base canônica C do 3ℜ : INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru [ ] − − − = 331 441 463 CT O polinômio característico de T é obtido através do determinante: ( ) λ λ λ λ −− −− −− = 331 441 463 CP , de onde vem: ( ) 22 23 −++−= λλλλCP , cujas raízes são os autovalores de T: 11 −=λ , 12 =λ e 23 =λ . Tem-se, portanto, 3 autovalores distintos, sendo que ( ) 33 =ℜdim . Determinam-se, agora, os autovetores: Para 11 −=λ , tem-se: = +− +− −+ 0 0 0 1331 4141 4613 z y x , de onde vem que: =+− =+− =+− 043 043 0464 zyx zyx zyx . A solução geral desse sistema é: = = zy zx 2 2 , ℜ∈∀z , com 0≠z . Logo, 11 −=λ gera autovetores da forma ( )z,z,zv 22= , ℜ∈∀z , com 0≠z . Em particular, para 1=z , tem-se o autovetor ( )1221 ,,v = . Para 12 =λ , tem-se: = −− −− −− 0 0 0 1331 4141 4613 z y x , de onde se obtém o sistema: =+− =+− =+− 023 045 0462 zyx zyx zyx , cuja solução geral é dada por: = = zy zx , ℜ∈∀z , com 0≠z . Logo, 12 =λ gera autovetores da forma ( )z,z,zv = , ℜ∈∀z , com 0≠z . Em particular, para 1=z , tem-se o autovetor ( )1112 ,,v = . Para 23 =λ , tem-se: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru = −− −− −− 0 0 0 2331 4241 4623 z y x , ou seja, =+− =+− =+− 03 046 046 zyx zyx zyx cuja solução geral é dada por: = = zy zx 2 , ℜ∈∀z , com 0≠z . Logo, 23 =λ gera autovetores da forma ( )z,z,zv 2= , ℜ∈∀z , com 0≠z . Em particular, para 1=z , tem-se o autovetor ( )1123 ,,v = . Assim, cada autovalor gera apenas um autovetor. Pode-se verificar que o conjunto ( ) ( ) ( ){ }112111122 ,,,,,,,,B = é LI e, portanto, é uma base do 3ℜ , a qual é formada por autovetores de T. 2 Diagonalização de Operadores Teorema: Seja V um espaço vetorial n-dimensional. A matriz [ ]BT de um operador linear VV:T → , em relação a uma base B, é uma matriz diagonal se, e somente se, essa base B é formada por autovetores de T. Demonstração: Condição necessária: Hipóteses: { }nv,,v,vB L21= é base de V e nv,,v,v L21 são autovetores de T Tese: matriz de T em relação à base B é diagonal De fato, sendo nv,,v,v L21 são autovetores de T, tem-se: ( ) ( ) ( ) = = = nnn vvT vvT vvT λ λ λ M 222 111 , onde ( )nii ≤≤1λ são os autovalores, não necessariamente distintos. Ou seja, ( ) ( ) ( ) +++= +++= +++= nnn n n vvvvT vvvvT vvvvT λ λ λ L M L L 21 2212 2111 00 00 00 . Assim, a matriz do operador T, em relação a essa base, é: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru [ ] = n BT λ λ λ L LLLL L L 00 00 00 2 1 . Vê-se, assim, que a matriz de T em relação ao uma base de autovetores é diagonal. Condição suficiente: Hipóteses: { }nu,,u,uB L21=′ é base de V e a matriz de T em relação a essa base é diagonal Tese: nu,,u,u L21 são autovetores de T Seja [ ] =′ n B a a a T L LLLL L L 00 00 00 2 1 a matriz de T em relação à base B′ . Tem-se, então: ( ) ( ) ( ) +++= +++= +++= nnn n n uauuuT uuauuT uuuauT L M L L 21 2212 2111 00 00 00 , e, portanto, os vetores ( )niui ≤≤1 são autovetores de T associados aos autovalores ( )niai ≤≤1 , ou seja, a base B′ é composta de autovetores de T. A definição seguinte define o que é um operador diagonalizável. Definição: Seja VV:T → um operador linear. Diz-se que T é um operador diagonalizável se existir uma base de V formada por autovetores de T. Observação: por essa definição, se V tem dimensão n e se o operador é diagonalizável, então existe uma base B de V constituída por autovetores de T, associados a autovalores ( )nii ≤≤1λ . Conforme se viu acima, a matriz de T em relação a essa base é diagonal, sendo que sua diagonal contém os autovalores, isto é, [ ] = n BT λ λ λ L LLLL L L 00 00 00 2 1 . O questionamento que se pode fazer é: qual é a posição dos autovalores iλ na diagonal? O que determina a posição dos autovalores na diagonal é a posição dos autovetores dentro da base B. Lembrando que as raízes do polinômio característico de T são seus autovalores, é possível que haja raízes (isto é, autovalores) com multiplicidade maior do que 1. Assim, a INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru matriz de T em relação à base de autovetores é formada por blocos, cujas ordens são iguais à multiplicidade dos autovalores ( )nii ≤≤1λ , como raízes do polinômio característico. Por exemplo, se o polinômio característico de um operador linear T é: ( ) ( )( )234 +−= λλλTP , conclui-se que a raiz 41 =λ tem multiplicidade 1 e que a raiz 32 −=λ tem multiplicidade 2. Então, a matriz de T em relação à base dos autovetores associados a esses autovalores é formada por dois blocos: um de ordem 1, associado ao autovalor 41 =λ e um de ordem 2, associado ao autovalor 32 −=λ . Portanto, a matriz [ ]BT pode apresentar as seguintes formas: − − 300 030 004 ou − − 400 030 003 Exemplos: 1) Verificar quais dos operadores T é diagonalizável. Para os que forem, exibir a matriz de T em relação à base de autovetores. (a) ( ) ( )yx,yxy,xT 324 ++= (b) ( ) ( )zyx,zyx,zyxz,y,xT 46324665 −−++−−−= (a) Observe-se que T é um operador linear de 2ℜ em 2ℜ . Para determinar os autovalores, calculam-se as raízes do polinômio característico de T. Como o polinômio característico é o mesmo em relação a qualquer base, usar-se-á a base canônica de 2ℜ para construir a matriz de T. Tem-se: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) =++= =++= 34304010 21020101 ,,,T ,,,T , e, portanto, sua matriz em relação a essa base é: [ ] = 32 41 T . Assim, o polinômio característico de T é o determinante: ( ) 54 32 41 2 −−= − − = λλ λ λ λTP . Os zeros desse polinômio, isto é, as raízes da equação 0542 =−− λλ , são 11 −=λ e 52 =λ . Portanto, esses são os autovalores de T. Para determinar osautovetores associados, faz-se: ( ) vvT λ= , ou seja, [ ]( ) 0=− vIdT λ . INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru Tomando-se um vetor ( )y,xv = , vem: = − − 0 0 32 41 y x λ λ . Então: • para 11 −=λ , tem-se: ( ) ( ) = −− −− 0 0 132 411 y x , de onde se segue que =+ =+ 042 042 yx yx , ou seja, yx 2−= . Assim, os autovetores associados a esse autovalor são do tipo ( ) ( )122 ,yy,yv −=−= . Fazendo-se, por exemplo, 1=y , obtém-se o autovetor ( )121 ,v −= . • para 52 =λ , tem-se: = − − 0 0 532 451 y x , isto é, =− =+ 022 044 yx yx , De onde se conclui que yx = . Logo, os autovetores associados a esse autovalor são do tipo ( ) ( )11,xx,xv == . Tomando-se, por exemplo, 1=x , obtém-se o autovetor ( )112 ,v = . Observe-se que esses autovetores são LI, pois, se 1a e 2a são escalares tais que: 02211 =+ vava , vem: ( ) ( ) ( )001112 21 ,,a,a =+− , ou seja, ( ) ( )002 2121 ,aa,aa =++− , de onde vem que: =+ =+− 0 02 21 21 aa aa . A resolução desse sistema linear leva à solução trivial, isto é, 021 == aa e, portanto, os vetores 1v e 2v são LI e formam uma base de 2ℜ , isto é, ( ) ( ){ }1112 ,,,B −= é uma base de 2ℜ . Conclui-se, assim, que T é um operador diagonalizável e sua matriz em relação a essa base é uma matriz diagonal, cuja diagonal principal é formada pelos autovalores, ou seja: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru [ ] − = 50 01 BT . É claro que [ ] − = 10 05 BT é também a matriz de T em relação à base B. A ordem dos autovalores na diagonal da matriz depende da posição dos autovetores dentro da base B. (b) Aqui, tem-se que T é um operador linear de 3ℜ em 3ℜ . Para determinar os autovalores, calculam-se as raízes do polinômio característico de T. Usar-se-á a base canônica de 3ℜ para construir a matriz de T. Tem-se: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) −−=−−++−−= −−=−−++−−= −=−−++−−−= 426400200600100 646060040060010 315003001005001 ,,,,,,T ,,,,,,T ,,,,,,T . Assim, a matriz de T em relação à base canônica de 3ℜ é: [ ] −− − −− = 463 241 665 T ; portanto, seu polinômio característico é: ( ) 485 463 241 665 23 +−+−= −−− −− −−− = λλλ λ λ λ λTP . Determinando-se os zeros desse polinômio, isto é, as raízes da equação 0485 23 =+−+− λλλ , obtêm-se: 11 =λ , com multiplicidade 1, e 22 =λ , com multiplicidade 2. Logo, o polinômio pode ser escrito na forma: Então ( ) ( )( )221 −−= λλλTP . Para determinar os autovetores associados, toma-se um vetor ( )z,y,xv = e impõe-se a condição: ( ) vvT λ= , ou seja, [ ]( ) 0=− vIdT λ , ou, ainda, = −−− −− −−− 0 0 0 463 241 665 z y x λ λ λ . Então: • para 11 =λ , vem: = −− − −− 0 0 0 563 231 664 z y x , de onde se obtém o sistema linear INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru =−− =++− =−− 0563 023 0664 zyx zyx zyx . De sua resolução, obtêm-se: −= −= yz yx 3 3 . Assim, os autovetores associados a esse autovalor são do tipo ( ) ( )31333 −−=−−= ,,yy,y,yv . Fazendo-se, por exemplo, 1=y , obtém-se o autovetor ( )3131 −−= ,,v . • para 22 =λ , vem: = −− − −− 0 0 0 663 221 663 z y x , de onde vem que: =−− =++− =−− 0663 022 0663 zyx zyx zyx , que leva à solução da forma zyx 22 += . Portanto, os autovetores associados e esse autovalor são do tipo ( ) ( ) ( )10201222 ,,z,,yz,y,zyv +=+= . Tomando-se, por exemplo, 1=y e 0=z , obtém-se o autovetor ( )0122 ,,v = ; tomando-se outro par de valores para y e z, por exemplo, 0=y e 1=z , obtém-se outro autovetor associado a esse autovalor: ( )1023 ,,v = . Pode-se verificar que os autovetores determinados são LI e, portanto, formam uma base de 3ℜ : ( ) ( ) ( ){ }102012313 ,,,,,,,,B −−= . Então, T é um operador diagonalizável e sua matriz em relação a essa base é diagonal, dada por: [ ] = 200 020 001 BT . Alternativamente, mudando-se a ordem dos vetores na base B, pode-se escrever a matriz de T na forma: [ ] = 100 020 002 BT . 2) Mostrar que o operador linear ( ) ( )zy,zy,yxz,y,xT 422 +−+= não é diagonalizável. Tem-se, aqui, um operador linear de 3ℜ em 3ℜ . Considerando-se a base canônica de 3ℜ , verificar-se-á se existe uma base de 3ℜ constituída por autovetores de T. Para isso, determinam-se, primeiramente os autovalores de T, construindo o polinômio característico e calculando-se seus zeros. Tem-se: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) −=+−+= =+−+== =+−+= 410401000100 211020110010 002000002001 ,,,,,,T ,,,,,,T ,,,,,,T e, portanto, a matriz de T em relação à base canônica de 3ℜ é: [ ] −= 420 110 012 T . Portanto, o polinômio característico é: ( ) 12167 420 110 012 23 +−+−= − −− − = λλλ λ λ λ λTP . Determinando-se as raízes da equação 012167 23 =+−+− λλλ , obtêm-se 21 =λ , com multiplicidade 2, e 32 =λ , com multiplicidade 1. Assim, o polinômio pode ser escrito na forma ( ) ( )( )223 −−= λλλTP . Tomando-se um vetor ( )z,y,xv = e impondo-se a condição ( ) vvT λ= , ou, equivalentemente, [ ]( ) 0=− vIdT λ , obtém-se: = − −− − 0 0 0 420 110 012 z y x λ λ λ . • Para 31 =λ , tem-se: = −− − 0 0 0 120 120 011 z y x , de onde vem que: =+ =−− =+− 02 02 0 zy zy yx , que leva a −= = yz yx 2 . Logo, os autovetores associados são do tipo ( ) ( )2112 −=−= ,,yy,y,yv . Tomando-se, por exemplo, 1=y , obtém-se o autovetor ( )2111 −= ,,v . • Para 22 =λ , tem-se: = −− 0 0 0 220 110 010 z y x , isto é, INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru =+ =−− = 022 0 0 zy zy y , de onde se conclui que 0== zy . Portanto,os autovetores associados são do tipo ( ) ( )00100 ,,x,,xv == . Tomando-se, por exemplo, 1=x , obtém-se o autovetor ( )0012 ,,v = . Vê-se, assim, que há apenas dois autovetores associados aos autovalores obtidos, e, portanto, o conjunto ( ) ( ){ }001211 ,,,,,B −= não é uma base de 3ℜ . Se não existe uma base de 3ℜ constituída pelos autovetores de T, então T não é um operador diagonalizável e, portanto, não possui uma matriz diagonal em relação a nenhuma base de 3ℜ . 3 Relação entre Matriz Diagonalizável e Autovetores No Capítulo 1, viu-se que uma matriz quadrada B, de ordem n, é diagonalizável se existe uma matriz não singular P, de mesma ordem, tal que BPPA 1−= é uma matriz diagonal. Quando isso ocorre, diz-se que A e B são semelhantes. A dificuldade consiste em determinar a matriz P. No entanto, pode-se demonstrar que se B for diagonalizável, as colunas da matriz P são constituídas das coordenadas dos autovetores relativos a um operador linear T e a matriz A, cuja diagonal principal é constituída dos autovalores associados, é a representação diagonal da matriz B. Exemplos: 1) No Exemplo 1) do item 3.6 Matrizes Semelhantes, do Capítulo 1, mostrou-se que as matrizes − = 20 03 A e −− = 36 14 B são semelhantes, determinando-se, através da definição, a matriz − − = 61 11 P ; ou seja, impôs-se que BPPA 1−= , ou equivalentemente, BPPA = , e determinou-se a matriz P. Determinar-se-á, agora, essa mesma matriz P, utilizando-se os conceitos de autovetores e autovalores associados a um operador linear T. A partir da matriz B, determina-se seu polinômio característico: ( ) 6 36 14 2 −+= − −−− = λλ λ λ λCP , cujas raízes são os autovalores 31 −=λ e 22 =λ . Os autovetores associados são calculados a seguir. Para 31 −=λ , tem-se: ( ) ( ) = −− −−−− 0 0 336 134 y x , INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru ou seja, = −− 0 0 66 11 y x , que leva ao sistema linear =+ =−− 066 0 yx yx . Desse sistema, conclui-se que yx −= , isto é, o autovetor gerado por 31 −=λ é da forma ( )y,yv −=1 , ℜ∈∀y , com 0≠y . Em particular, para 1=y , gera-se o autovetor ( )111 ,v −= . Para 22 =λ , tem-se: = − −−− 0 0 236 124 y x , isto é, = −− 0 0 16 16 y x , de onde se obtém: =+ =−− 06 06 yx yx . A solução geral desse sistema é xy 6−= , com ℜ∈x . Então, o autovetor gerado por 22 =λ é da forma ( )x,xv 62 −= , ℜ∈∀x , com 0≠x . Em particular, para 1=x , tem-se o autovetor ( )612 −= ,v . Logo, a matriz P é constituída dos autovetores 1v e 2v , ou seja, − − = 61 11 P , que é a matriz obtida anteriormente. Essa matriz é não singular e sua inversa é −− −− =− 5 1 5 1 5 1 5 6 1P . Assim, da mesma forma que se fez no Exemplo 1) do item 3.6 Matrizes Semelhantes, do Capítulo 1, tem-se: ABPP = − = − − −− = − − −− −− −− =− 20 03 61 11 61 11 36 14 5 2 5 2 5 3 5 18 5 1 5 1 5 1 5 6 1 . 2) Também no Exemplo 1) do item 3.6 Matrizes Semelhantes, do Capítulo 1, mostrou-se que as matrizes = 600 010 002 A e −= 420 110 012 B não são semelhantes, ou seja, não existe a matriz P tal que BPPA 1−= . Pode-se chegar a essa mesma conclusão utilizando-se autovalores e autovetores associados a um operador linear T. A partir de B, determina-se seu polinômio característico: ( ) ( )( )23 2312167 420 110 012 −−=+−+−= − −− − = λλλλλ λ λ λ λCP ; INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru as raízes desse polinômio são os autovalores 31 =λ (com multiplicidade 1) e 22 =λ (com multiplicidade 2). Para 31 =λ , tem-se: = − −− − 0 0 0 3420 1310 0132 z y x , isto é, =+ =−− =+− 02 02 0 zy zy yx . A resolução do sistema leva às conclusões yx = e yz 2−= , para ℜ∈y . Então, o autovetor gerado por 31 =λ é da forma ( )y,y,yv 21 −= , ℜ∈∀y , com 0≠y . Em particular, para 1=y , gera-se o autovetor ( )2111 −= ,,v . Para 22 =λ , tem-se: = − −− − 0 0 0 2420 1210 0122 z y x , ou seja, obtém-se o sistema linear =+ =−− = 022 0 0 zy zy y , cuja solução geral é 0== zy e ℜ∈x . Então, o autovetor gerado por 22 =λ é da forma ( )002 ,,xv = , ℜ∈∀x , com 0≠x . Em particular, para 1=x , tem-se o autovetor ( )0012 ,,v = . Como só existem dois autovetores ( )2111 −= ,,v e ( )0012 ,,v = , não existe a matriz P de ordem 3, constituída de autovetores, tal que BPPA 1−= . Conclui-se, portanto, que as matrizes A e B não são semelhantes, ou seja, B não é diagonalizável, como já se havia concluído no citado exemplo do Capítulo 1. 3) No Exemplo 2) do item 2 Diagonalização de Operadores deste Capítulo, mostrou-se: que a matriz −− − −− = 463 241 665 A , que é a matriz de um operador linear em relação à base canônica do 3ℜ , é diagonalizável, que seus autovalores são 11 =λ e 22 =λ e que os autovetores gerados são ( )3131 −−= ,,v , ( )0122 ,,v = e ( )1023 ,,v = . Logo, existe a matriz − − = 103 011 223 P , cuja inversa é: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru −− − −− =− 563 231 221 1P . Pode-se, assim, utilizar-se essa matriz para determinar a matriz diagonal B que é semelhante à matriz A. Basta que se efetue o produto APP 1− : = − − −− − −− −− − −− =− 103 011 223 463 241 665 563 231 221 1APP = − − −− − −− = 200 020 001 103 011 223 10126 462 221 . Obteve-se, assim, a matriz = 200 020 001 B , diagonal, a qual é semelhante à matriz A, que é a mesma obtida anteriormente no citado exemplo. Exercícios Propostos 1) Seja ( ) ( )TSMTSM:T 22 → , onde ( )TSM2 é o espaço vetorial das matrizes triangulares superiores, cuja base canônica é = 10 00 00 10 00 01 ,C . Mostrar que o operador linear ++− = cba ba c ba T 30 33 0 é diagonalizável e exibir sua matriz em relação à base de autovetores. R: [ ] = 100 030 003 BT ou [ ] = 300 030 001 BT 2) Verificar quais dos operadores lineares é diagonalizável. Para os que o forem, exibir a matriz do operador em relação à base de autovetores. a) ( ) ( )zx,zyx,zxz,y,xT 3222 +−++= R: é diagonalizável; [ ] = 400 020 001 BT ou [ ] = 200 040 001 BT ou [ ] = 400 010 002 BT ... b) ( ) ( ) ( )taaaataaT 101010 7968 −+−=+ R.: é diagonalizável; [ ] − = 10 02 BT ou [ ] − = 20 01 BT INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÁLGEBRA LINERAR Luiz Francisco da Cruz – Departamento de Matemática – Unesp/Bauru c) ( ) ( )zyx,zyx,zyxz,y,xT −−−+++= R.: é diagonalizável; [ ] − = 200 020 001 BT ou [ ] −= 200 020 001 BT ou [ ] − = 200 010 002 BT ... d) ( ) +− = 4 32 4 6 yx , yx y,xT R.: é diagonalizável; [ ] = 10 0 4 5 BT ou [ ] = 4 50 01 BT e) ( ) ( )z,zy,xz,y,xT 2+= R.: não é diagonalizável. f) ( ) ( )zyx,zyx,zyxz,y,xT ++++++= 332232 R.: é diagonalizável; [ ] − −= 200 010 006 BT ou [ ] − −= 100 020 006 BT ou [ ] − − = 600 010 002 BT ...
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