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Filosofia, comunicação e ética
Texto: O uso da linguagem. A Linguagem (Capítulo 5 – Unidade 4): CHAUI, Marilena. Convite à filosofia.
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Filosofia é o estudo de problemas fundamentais relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem.
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Platão, no Fedro, dizia que a linguagem é um pharmakon: remédio, veneno e cosmético. A linguagem pode ser conhecimento – comunicação, mas também pode ser encantamento-sedução. Essa mesma ideia aparece na Bíblia no mito da Torre de Babel, quando Deus lançou a confusão entre os homens, fazendo com que perdessem a língua comum e falassem línguas diferentes, abrindo as portas para todos os desentendimentos e guerras.
http://leandrodaldg.blogspot.com/2011/08/conversando-na-torre-de-babel.html
http://linguagemimagembobagem2009.blogspot.com/2010_09_01_archive.html
A importância da linguagem
Na Política, Aristóteles afirma que somente o homem é um “animal político” (social e cívico), porque é dotado de linguagem. Os outros animais possuem voz (phone) e com ela exprimem dor e prazer; o homem possui a palavra (logos) e, com ela, exprime o bom e o mau, o justo e o injusto.
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Rousseau: A palavra distingue os homens dos animais. Não se sabe de onde é um homem antes que ele tenha falado. Gestos e vozes, na busca da expressão e da comunicação, fizeram surgir a linguagem.
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A força da linguagem
A palavra grega mythos significa narrativa e, portanto, linguagem. Narra a origem dos deuses, do mundo, dos homens, das técnicas (o fogo, a agricultura, a caça, a pesca, o artesanato, a guerra) e da vida da comunidade.
Exemplo dessa força criadora da palavra mítica encontra-se no Gênese em que Deus cria o mundo do nada, apenas usando a linguagem: “E Deus disse: faça-se!”, e foi feito. Tem poder encantatório reúne sagrado e profano.
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As palavras assumem o poder contrário também, criam tabus: há coisas que não podem ser ditas porque não só trazem desgraças e desgraçam quem as pronunciar. Há palavras-tabus na vida social, sob os efeitos da repressão dos costumes, sobretudo os que se referem a práticas sexuais.
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A outra dimensão da linguagem
Para referir-se à palavra e à linguagem, os gregos possuíam duas palavras: mythos e logos. Logos é uma síntese de três palavras ou ideias: fala/palavra, pensamento/ideia e realidade/ser. É a palavra racional do conhecimento do real. É discurso (argumento e prova), pensamento (raciocínio e demonstração) e realidade (os nexos e ligações universais e necessários entre os seres): são conceitos ou ideias, estando referidas ao pensamento, à razão e à verdade.
 
A origem da linguagem
A Filosofia preocupou-se em definir a origem e as causas da linguagem. A primeira divergência surgiu na Grécia: a linguagem é natural aos homens ou é uma convenção social? Se for natural, as palavras possuem um sentido próprio e necessário; se for convencional, são decisões consensuais da sociedade e são arbitrárias, isto é, a sociedade poderia ter escolhido outras palavras para designar as coisas. Séculos mais tarde, surgiu a seguinte conclusão: 
A linguagem, capacidade de expressão, é natural: os humanos nascem com uma aparelhagem física, anatômica, nervosa e cerebral que lhes permite expressarem-se pela palavra; mas as línguas são convencionais: surgem de condições históricas, geográficas, econômicas e políticas determinadas: são fatos culturais.
Perguntar pela origem da linguagem levou a quatro tipos de respostas:
1. Por imitação. Sua origem: a onomatopeia ou imitação dos sons animais e naturais;
2. Por imitação dos gestos: espécie de pantomima ou encenação; o gesto indica um sentido e, pouco a pouco, passou a ser acompanhado de sons e estes se tornaram gradualmente palavras, substituindo os gestos;
http://helenaconectada.blogspot.com/2010/12/o-que-e-onomatopeia.html
3. Da necessidade: fome, sede, necessidade de abrigo, de reunir-se em grupo para defender-se das intempéries, dos animais e de outros homens mais fortes levaram à criação de palavras, formando um vocabulário elementar e rudimentar, que, gradativamente, tornou-se mais complexo e transformou-se numa língua;
4. Das emoções, particularmente do grito (medo), do choro (dor) e do riso (prazer).
O que é a linguagem?
A linguagem é um sistema de signos ou sinais usados para indicar coisas, para a comunicação entre pessoas e para a expressão de ideias, valores e sentimentos.
1. A linguagem é um sistema, isto é, uma totalidade estruturada, com princípios e leis próprios.
2. A linguagem é um sistema de sinais ou de signos. Exemplo, a fumaça é um signo ou sinal de fogo, a cicatriz é signo ou sinal de uma ferida. No caso da linguagem, os signos são palavras e os componentes das palavras (sons ou letras);
3. A linguagem indica coisas, isto é, os signos linguísticos (as palavras) possuem uma função indicativa ou DENOTATIVA, pois como que apontam para as coisas que significam (o significado no dicionário).
4. A linguagem tem uma função comunicativa: dialogamos, argumentamos, persuadimos
5. A linguagem exprime pensamentos, sentimentos e valores: possui uma função de conhecimento e de expressão, sendo neste caso CONOTATIVA, ou seja, uma mesma palavra pode exprimir (sentidos ou significados diferentes: água, H2O; um poeta pode conotar rios, chuvas, lágrimas).
http://blogdamarlizinha.blogspot.com/2010/04/charge-mosquito-da-dengue-assinale.html
Empiristas e intelectualistas diante da linguagem
O empirismo  é uma doutrina filosófica que tem como principal teórico o inglês John Locke (1632-1704), que defende uma corrente a qual chamou de Tabula Rasa. Esta corrente afirma que as pessoas nada conhecem, como uma folha em branco. O conhecimento é limitado às experiências vivenciadas, e as aprendizagens se dão por meio de tentativas e erros.
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EMPIRISTAS: a linguagem é um conjunto de imagens corporais e mentais formadas por associação e repetição e que constituem imagens verbais (as palavras).
As imagens corporais são de dois tipos: As imagens motoras são as que adquirimos quando aprendemos a articular sons (falar) e letras (escrever), graças a mecanismos anatômicos e fisiológicos. 
As imagens sensoriais são as que adquirimos graças aos nossos sentidos.
O intelectualismo  é a doutrina filosófica que afirma o predomínio da inteligência sobre os sentimentos e a vontade.
INTELECTUALISTAS: concepção diferente, embora aceitem que a possibilidade para falar, ouvir, escrever e ler esteja em nosso corpo (anatomia e fisiologia) afirmam que a capacidade para a linguagem é um fato do pensamento ou de nossa consciência. A linguagem, dizem eles, é apenas a tradução auditiva, oral, gráfica ou visível de nosso pensamento e de nossos sentimentos.
 
A grande prova dos intelectualistas contra os empiristas foi a história de Helen Keller. Nascida cega, surda e muda, aprendeu a usar a linguagem sem nunca ter visto as coisas, as palavras, sem nunca ter escutado ou emitido um som.
http://25.media.tumblr.com/tumblr_m525sore2j1r83v57o1_1280.jpg
As concepções empirista e intelectualista, apesar de suas divergências, possuem dois pontos em comum:
 
1. Ambas consideram a linguagem como sendo fundamentalmente indicativa ou denotativa, isto é, os signos linguísticos ou as palavras servem apenas para indicar coisas;
2. Ambas consideram a linguagem como um instrumento de representação das coisas e das ideias, ou seja, as palavras têm apenas uma função ou um uso instrumental
representativo.

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