Buscar

PRATICA PENAL teoria e modelos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MANDATO
Conceito de Mandato: contrato pelo qual alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. 
Partes: mandante e mandatário. Aquele confere poderes a este.
	O mandatário recebe poderes para praticar atos em nome do mandante. Não tem grandes segredos. “Eu confiro poderes ao outro para fazer algo para mim”. O mandato tem seu conceito esculpido pelo artigo 653 do CC de 2002.
“Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato.” 
Características do Mandato:
	Os atos praticados pelo mandatário em nome do mandante vinculam-no. Se alguém fizer algo em meu nome, mediante contrato de mandato, a pessoa me vinculará. Posso pedir que alguém compre algo para mim na padaria e inclua na conta que tenho lá. No final do mês, terei que pagar, mesmo que não tenha sido eu quem pessoalmente comprou. Quem comprou imediatamente foi o mandatário, mas a compra e venda se reputa celebrada por mim. Porém se mandei comprar seis kg de farinha e Mévio, o mandatário, comprou oito? Não estou vinculado ao excesso.
	O mesmo se o contrato estiver extinto. Se os termos do contrato preveem que o mandatário terá que praticar determinado ato hoje, se praticados amanhã eles já não terão validade. Atos realizados pelo mandatário em nome dele próprio não vinculam o mandante.
Observação: casamento pode ser feito por procuração. Não existe um rol taxativo de atos que podem e que não podem ser praticado por meio de mandato. Os atos, em sua grande maioria, podem sim ser praticados por meio de procuração.
PROCURAÇÃO
	Procuração é um documento através do qual se permite que outra pessoa o represente legalmente quando o mesmo não pode se apresentar. Com esse documento o mandante autoriza o outorgado a executar atos em seu nome, exemplo matricula em uma instituição, assinar documentos, encerrar contratos etc., mas não fazer concurso ou apropriar-se de bens que estiverem em nome do mandante. 
O instrumento é a procuração.
Art. 657: “A outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a ser praticado. Não se admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito.”
	
	Na linguagem do Direito, a procuração pode ter denominações variadas de acordo com os poderes que são conferidos, ou para esclarecer o modo pelo qual foi outorgada. 
Assim, a procuração pode ser, entre outras:
a) pública: aquela realizada por serventuário público, a pedido do interessado;
b) por instrumento particular, isto é, escrito particular, assinado pelo outorgante, ou mandante, que terá validade perante terceiros, desde que reconhecida a firma do outorgante por tabelião;
c) especial, quando confere poderes especiais;
d) extrajudicial, também chamada ad negotia, em que se outorgam poderes para a realização de atos fora do Judiciário;
e) judicial ou ad judicia, aquela que confere poderes para o mandatário representar o mandante perante a justiça.
Mandato é contrato, e pode ser bilateral quando o mandatário for remunerado ou unilateral quando gratuito. É ainda consensual, aperfeiçoando-se com a mera manifestação de vontade e informal, vez que sequer precisa ser instrumentalizado (Art. 656 do Código Civil). Finalmente, é um contrato preparatório que visa outra relação jurídica e também personalíssimo, calcado na confiança.
Por seu turno, a procuração é um ato jurídico unilateral, por meio do qual uma pessoa outorga poderes de representação para outrem. A outorga da procuração pode ser anterior, concomitante ou posterior ao contrato de mandato. Ela servirá apenas para instrumentalizar o mandato para um terceiro.
SUBSTABELECIMENTO
Conceito: ato pelo qual o mandatário transfere ao substabelecido poderes que lhe foram conferidos pelo mandante. É a transferência de poderes por parte do procurador/ mandatário a outro. Para substabelecer não é necessário que haja procuração por parte do mandante.
Espécies de substabelecimento:
A) Com reserva de poderes: ele mantém os poderes que tinha.
B) Sem reserva de poderes: ele renuncia o mandato, se desliga e passa os poderes todos os poderes que tinha para o substabelecido.
C) Total: todos os poderes que o procurador tem o substabelecido também terá, tudo que um pode o outro também.
D) Parcial: o procurador transfere apenas uma parte, limitando os poderes do substabelecido.
OBS: O substabelecimento do mandato judicial – se feito sem reserva – depende de conhecimento do cliente – art. 24 do Código de Ética do Advogado (8.906/94).
	O substabelecimento, portanto, pode ser feito com ou sem reserva de poderes. Se não há reserva, o mandatário sai da relação e sobra somente o mandante e o terceiro. São três situações em que podemos ter substabelecimento. Podemos ter um mandato com autorização para substabelecer. Quanto às responsabilidades do mandatário no substabelecimento, temos três hipóteses:
a) Procuração com poderes para substabelecer: O mandatário não responde por danos causados pelo substabelecido. 
Exemplo: Ana passou para Beto, que comprou dois bolos de chocolate, quando pedi que fossem comprados somente um bolo de baunilha. Qualquer problema será resolvido entre o mandante (eu) e o substabelecido (Beto).
b) Mandato sem menção sobre o substabelecimento: o mandatário só responde por prejuízos causados ao mandante em função de comportamento negligente do substabelecido. Exemplo: Beto foi comprar bolo de morango e voltou com bolo de baunilha. Mas e se não tinha bolo de morango? Beto não foi negligente. Se houver algo a reclamar e houver negligência do terceiro, a responsabilidade é do mandatário, que foi quem assumiu o compromisso.
c) Proibição expressa do substabelecimento: Ana, e mais ninguém, comprará os bolos. Também sem saber por que motivo, Ana resolveu passar a obrigação para Beto, mesmo sabendo que não poderia fazê-la. Pode acontecer mesmo sem autorização. Neste caso, o mandatário responde por todos os atos do substabelecido. 
SUBSTABELECIMENTO SEM RESERVA DE PODERES
SUBSTABELECIMENTO
 Pelo presente instrumento particular e melhor forma de direito, substabeleço, sem reserva de iguais, os poderes que foram conferidos por FULANO DE TAL, devidamente qualificado nos presentes autos, ao advogado SICRANO DE TAL, inscrito na Ordem dor Advogados do Brasil, Secção de Brasília, sob o nº 11.111, portador da cédula portador da cédula de identidade RG 000000 inscrito no CPF sob o nº 000.000.000-00, com endereço profissional em (endereço completo), para representa-lo, nos autos da ação de ________, processo nº__________, em tramitação no(a) _________.
Brasília, (data do substabelecimento)
_________________________________
Fulano de Tal
___________________________________________________________________________
SUBSTABELECIMENTO COM RESERVA DE PODERES
SUBSTABELECIMENTO
Pelo presente instrumento particular e melhor forma de direito, substabeleço, com reservas iguais para mim, os poderes que foram conferidos por FULANO DE TAL, devidamente qualificado nos presentes autos, ao advogado SICRANO DE TAL, inscrito na Ordem dor Advogados do Brasil, Secção de Pernambuco, sob o nº 11.111, portador da cédula portador da cédula de identidade RG 000000 inscrito no CPF sob o nº 000.000.000-00, com endereço profissional em (endereço completo), para representa-lo, nos autos da ação de ________, processo nº__________, em tramitação no(a) _________.
Brasília, (data do substabelecimento)
Fulano de Tal
RENÚNCIA
E para o advogado que quer renunciar?
1. A renúncia do mandato se dá através de petição simples, a qual conterá a indicação da vara competente e do processo; 2. No tocante à renúncia, devemos observar que é dever do advogado omitir o motivo da renúncia (art. 13 do CED) 3. É dever do advogado a continuidade dos serviços pelo prazo de 10 (dez) dias para evitar prejuízo ao mandante.
PETIÇÃO DE RENÚNCIA AO MANDATO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARADA CIRCUNSCRIÇÃO DE GUARÁ -DF.
Processo nº 0000.00.00.00000-0
 BELTRANO DE TAL, advogado, devidamente constituído nos presentes autos para representar os interesses de FULANO DE TAL, autor da presente ação, vem a presença de Vossa Excelência comunicar sua renúncia ao patrocínio, informando que continuará a representar os interesses do autor até o dia ___ de____de 2013, conforme determina a boa prática da advocacia.
 Outrossim, requer a juntada da comunicação de renúncia para todos os seus efeitos.
Termos em que pede deferimento
Local e data.
ADVOGADO...
OAB...
1. Como já exposto, a rigor, pelo CPC (art. 44) não há a necessidade de dar ciência ao mandatário. Contudo, trata-se de providência recomendável. 2. Se for firmado substabelecimento, não há necessidade de se apresentar a revogação, mas apenas a juntada do substabelecimento. 3. Esta é a obrigação prevista em lei. A parte não dispõe de capacidade postulatória para apontar a revogação ao juiz. Isso deve ser feito por outro advogado. 4. Se o advogado que teve seu mandato renunciado não outorgar o substabelecimento, não haverá outra solução senão nova outorga de procuração. Para evitar qualquer infração ética (Código de Ética, art. 11) fundamental que haja a devida comunicação ao patrono anterior. 
REVOGAÇÃO DO MANDATO COM CIÊNCIA DO MANDATÁRIO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DA CIRCUNSCRIÇÃO DE GUARÁ -DF.
Processo nº 0000.00.00.00000-0
	FULANO DE TAL, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, respeitosamente perante V. exa., por meio do advogado, que a esta subscreve, expor e requerer o quanto segue.
 O autor vem comunicar ao juízo a REVOGAÇÃO do mandato outorgado ao patrono Dr. BELTRANO DE TAL. Outrossim, é conveniente informar que tal causídico já foi devidamente cientificado deste ato, conforme documento anexo.
	Assim, nos termos do art. 44 do CPC, vem o autor revogar o mandato de seu patrono, desde logo nomeando outro para assumir a causa – o subscritor da presente petição. Finalmente, protesta-se pela juntada de substabelecimento ou de novo instrumento de mandato no prazo de 15 dias, nos termos do art. 37 do CPC.
Termos em que pede deferimento
Local e data.
ADVOGADO...
OAB...
PEDIDO DE INSTAURAÇÃO DE IP
Fundamentação
Art. 5.º, II, do CPP
Conceito
Ocorre quando uma infração penal é levada ao conhecimento da autoridade policial. Esse requerimento é conhecido como notitia criminis (é a notícia da infração penal levada ao conhecimento da autoridade policial).
Hipóteses
O pedido de instauração de IP será cabível quando:
Alguém for vítima de um crime.
Tomar conhecimento de algum crime e queira provocar o Estado para apurar a autoria e materialidade do fato.
Prazo
6 meses na ação penal pública condicionada à representação (a contar do conhecimento da autoria) e na ação penal privada (queixa crime).
Legitimados a requerer a instauração de IP.
Ofendido ou quem tem qualidade para representa-lo (art. 5.º, II do CPP) ou qualquer do povo (§ 3.º).
Destinatário – a quem se dirige
Autoridade policial – Estadual
		 – Federal – art. 109 e 144, § 4.º da CF
MP – Se tiver elementos para denunciar – art. 27 e 39, §2.º do CPP
Recurso
Caberá recurso para o Chefe de Polícia (Art. 5.º, § 2.º do CPP).
Denominação das partes
Requerente – Quem solicita 
Requerido – É o suspeito. Nunca acusado, réu ou indiciado.
Verbo no preâmbulo
...vem, perante Vossa Senhoria, oferecer notitia criminis ou requerer a instauração de inquérito policial.
 Verbo no pedido
Diante do exposto, requer...
 Pedido
Instauração de inquérito policial.
Intimação de testemunhas.
Requerimento de diligências
ILUSTRÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO DE POLÍCIA DA ... DELEGACIA DE POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO.
Olívia Palito, brasileira, casada, atriz, portadora da cédula de identidade n.º .............. e do CPF n.º ....................., por meio de seu procurador, conforme procuração anexa (doc. 1), vem à presença de Vossa Senhoria, com fundamento no art. 5.º, II do Código de Processo Penal, requer a Instauração de Inquérito Policial, para apurar o crime de tentativa de homicídio praticado, em tese, por Brutus, brasileiro, casado, desempregado (elementos que a vítima possua), portador de cédula de identidade n.º ............., e do CPF n.º ......................., residente e domiciliado na rua ..........., n.º ........, bairro .........., na cidade de .................., pelas razões abaixo expostas:
A requerente é casada com o requerido. No dia 2 de dezembro de 2011 foi agredida a socos, apresentando edemas na região da cabeça e nos membros inferiores. A intenção do requerido, desde o início do iter criminis foi de matá-la, mas foi impedido pela vizinha (Dona Cleide), que chegou a tempo.
O casamento de Olívia e Brutus já estava conturbado, pois a requerente descobriu que o requerido mantinha uma família fora do casamento e não queria abandonar essa nova família. 
Após uma briga com insultos de ambas as partes, Brutus desferiu quatro socos na boca de Olívia e voz alta dizia que iria matá-la com uma faca que portava na mão esquerda.
Dona Cleide (vizinha), ao ouvir os gritos e perceber que aquela discussão não era a que costumava ouvir, resolver interferir, pois sabia que Brutus era violento dentro e fora de casa.
Ao chegar a casa dos vizinhos surpreendeu Brutus segurando a requerente pelo pescoço com a mão direita e com a mão esquerda empunhando uma faca de aproximadamente 30 centímetros. Percebendo que Brutus iria perfurar a Olívia, Dona Cleide segurou a mão que estava com a faca próximo a região da cabeça da vítima. 
Com isso, o requerido cometeu o crime de, em tese, tentativa de homicídio, capitulado no art. 121, e sua combinação com o artigo 14, II do Código Penal, o que, comprovado, ensejará propositura de ação penal buscando-se sua condenação ao final do processo.
Requer, com fundamento nos artigos 14, 158 e 184 do Código de Processo Penal, que a requerente seja submetida a exame de corpo de delito, a oitiva das testemunhas abaixo arroladas, bem como as medidas protetivas de urgência cabíveis conforme a lei 11.343/2006. A requerente desde já, coloca-se à disposição para esclarecer os fatos.
Neste termos, pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB/SP n.º .........
Rol de testemunhas
Cleide dos Santos. R.G n. ............. . Rua do Girassol n.º 23 
PEDIDO DE RELAXAMENTO DE PRISÃO
Fundamentação
Art. 5.º, LXV, da CF
Hipóteses
O Relaxamento de prisão caberá quando existir ilegalidade na prisão.
Ausência de flagrância 
Atipicidade do fato
Falta de observância das formalidades legais na lavratura do auto de prisão em flagrante (Excesso de prazo, falta de entrega da nota de culpa e outros) Súmulas 21, 52 e 64 STJ
Prazo
Não existe prazo para querer. O juiz pode relaxar quando verificar ilegalidade.
Destinatário – a quem se dirige
Juiz 
Denominação das partes
Requerente – Quem solicita 
Verbo no preâmbulo
...vem, perante Vossa Senhoria, requerer RELAXAMENTO DA PRISÃO.
Verbo no pedido
Diante do exposto, requer...
Pedido
Relaxamento da prisão
ESTRUTURA DA PEÇA
Endereçamento
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE .............
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ....... VARA CRIMINAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE .........
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA DO JURI DA COMARCA DE ........
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ...... VARA DO JURI DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE .............
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ...... JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE .......
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO ....... JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA .........
Fulano de tal, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG n.º ..... e do CPF n.º.........., residentee domiciliado a rua ........., n.º ......, bairro, na cidade, por meio de seu advogado, conforme procuração em anexo (doc. 01),Vem, perante Vossa Excelência, com base no artigo 5.º, XLV da CF, requerer RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE pelos fatos abaixo descritos:Capacidade postulatória
Nome da peça
Vocativo
Dos fatos
Expor os motivos da ilegalidade da prisão e quem pede será tratado por requerente.
Pedido.
Diante do exposto, querer seja relaxada a prisão em flagrante, expedindo-se alvará de soltura em favor do requerente.
Nestes termos, pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB/SP n.º .......
QUEIXA CRIME
Endereçamento
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA .... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ...
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA CRIMINAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE …
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO (JUIZ FEDERAL) DO .... JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL (FEDERAL) DA COMARCA DE... (SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA) ...
Preâmbulo
 			Nome completo, qualificação (nacionalidade, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade nº ... e do CPF nº ., residente e domiciliado na ........, nº ...., bairro ......, cidade, .......), por seu advogado, conforme procuração anexa (doc. 01), vem, perante Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 30, 41 e 44 do Código de Processo Penal em combinação com o artigo .... do Código Penal oferecer Queixa-Crime em face de (Nome completo, qualificação, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade nº .... e do CPF nº ....., residente e domiciliado na ........, nº ...., bairro ......, cidade, .......), pelo fato delituoso a seguir narrado:
Dos fatos
A narração dos fatos, com todas as minúcias.
Quem é o autor e vítima do delito?
Quando ocorreu o delito?
Local do delito e local da consumação
Iter criminis do delito
Qual o tipo penal?
Do direito
Argumentos jurídicos.
“Nesse sentido, o querelado cometeu o crime de ..., tipificado no artigo ..., do Código Penal, conforme ficou constatado no Inquérito Policial, constrangeu o querelante, mediante ....... . 
Do pedido
Diante do exposto, requer: 
O recebimento da Queixa-Crime observando-se o disposto no artigo 396 e seguintes do Código de Processo Penal e ao final seja o querelado condenado. 
Citação do querelado para responder a acusação; 
A Intimação do Ministério Público; 
Inquirição de testemunhas arroladas. 
Fechamento
Nesses termos, pede deferimento.
Local e data
Advogado
OAB/... n.º ........
Rol de testemunhas:
- Nome, e endereço.
	Paulo Silva estava conversando com amigos numa festa quando na presença de todos afirmou que Luiz Henrique cometeu estelionato contra uma empresa conhecida dos amigos. Luiz, ao saber da conduta de Paulo, pediu para instaurar IP para apurar tal atitude, onde ficou comprovada a conduta criminosa de Paulo. Como advogado de Luiz, proponha a medida cabível. 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
INTRODUÇÃO
A resposta à acusação é a primeira defesa a ser oferecida pelo réu na fase processual. Desde que a FGV passou a aplicar a prova, caiu em duas oportunidades: no primeiro Exame de Ordem realizado pela banca, no ano de 2010, e no sétimo. Como já não cai há algum tempo, e por ser uma peça que comporta muitas teses de defesa, é uma boa aposta para o XXI Exame de Ordem.
COMO IDENTIFICÁ-LA
O problema dirá que a petição inicial (denúncia ou queixa) foi recebida e que o seu cliente foi citado para oferecer defesa.
PRAZO
O prazo é de 10 dias. No entanto, é preciso tomar cuidado, pois a FGV costuma pedir para que o examinando date a peça no último dia de prazo. Se isso acontecer, atenção:
a) o prazo é contado da citação, e não da juntada do mandado aos autos. Por isso, se o oficial de justiça citou o réu no dia 2 de agosto, mas o mandado foi juntado aos autos no dia 5, o prazo final será o dia 12, e não o dia 15;
b) caso a citação tenha se dado por edital, o prazo passa a correr do dia em que comparecer ao processo (pessoalmente ou por advogado por ele nomeado);
c) se o problema disser o dia da semana em que a citação ocorreu, você terá de fazer o cálculo de acordo com o calendário fornecido. Ex.: o réu foi citado na quinta, 2. Portanto, o prazo encerra no dia 12, um domingo. Por ser prazo processual, deve ocorrer a sua prorrogação para o primeiro dia útil seguinte, segunda, 13. Neste caso, se a FGV pedisse para que a peça fosse datada no último dia de prazo, a resposta correta seria o dia 13;
d) entretanto, se o enunciado não fornecer o dia da semana, apenas conte os 10 dias. Ex.: o réu foi citado no dia 2. Logo, o último dia de prazo é o dia 12. Lembre-se: a FGV só pode exigir informações que ela própria fornece. O que não estiver no enunciado, não existe no mundo.
COMPETÊNCIA
A peça deve ser endereçada ao juiz que recebeu a petição inicial e determinou a citação. Ainda que ele seja incompetente, enderece a peça a quem citou o réu – neste caso, a incompetência deverá ser alegada como tese de defesa.
Alegação de incompetência em resposta à acusação
O CPP deixa bem claro, em seu art. 396-A, § 1º: a incompetência deve ser arguida em exceção, em peça separada, e não no corpo da resposta à acusação. No entanto, caso, em sua prova, o problema deixe bem claro que o juiz que recebeu a inicial é incompetente, não deixe de alegar a tese em sua resposta. Reflita:
a) se a FGV exigir a incompetência como tese de resposta à acusação, haverá uma chuva de recursos por quem não a alegou, e não há como prever se a banca voltará atrás de sua posição. Quem, entretanto, alegá-la, ganhará a pontuação e ficará livre desse estresse;
b) Se a banca exigir a incompetência e anular o quesito após os recursos, a sua pontuação continuará a mesma. Logo, é melhor alegar a incompetência desde o começo e não ter que depender de anulação;
c) Por fim, caso a FGV não pontue a incompetência, a sua alegação será simplesmente ignorada, e nenhum ponto será perdido. Não há prejuízo para quem alega teses além daquelas trazidas no gabarito.
Portanto, seja qual for o cenário, é melhor alegar a incompetência desde o começo.
TESES E PEDIDOS
Em resposta à acusação, você terá os seguintes objetivos:
1º A rejeição da petição inicial, nos termos do art. 395 do CPP. Durante muito tempo, discutiu-se se seria possível ao juiz, em resposta à acusação, a rejeição da petição inicial. A ideia é seguinte: em resposta, o juiz já recebeu a inicial, e, por isso, não poderia voltar atrás. Entretanto, atualmente, há julgados do STJ que entendem pela possibilidade.
2º A desclassificação do delito para outro menos gravoso. Também já foi alvo de muita polêmica a possibilidade de desclassificação em resposta à acusação. Hoje em dia, há posicionamento da jurisprudência favorável à possibilidade. No Exame de Ordem, na última vez em que caiu resposta, havia uma tese de desclassificação.
3º A anulação de atos processuais. Em resposta, como o processo recém começou, poucas são as nulidades possíveis. Consigo apenas imaginar alguma nulidade no recebimento da inicial, por violação ao art. 395 do CPP, ou na citação do acusado.
4º A desconstituição do crime. Neste ponto, o legislador demonstrou que não sabe nada de Direito Penal. Como sabemos, se afastada a ilicitude de uma conduta, o fato deixa de ser crime. Ademais, pela teoria tripartida, se presente alguma causa de exclusão da culpabilidade, o crime também deixa de existir. No entanto, o art. 397 assim dispõe:
Art. 397.  Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
I – a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;
II – a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade;
III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime.
Se pensarmos de acordo com o que se sabe a respeito de teoria do crime, concluiremos que os incisosI e II pertencem ao inciso III: se presente causa de exclusão da ilicitude ou alguma dirimente, o fato narrado não constitui crime. Entretanto, como o legislador dividiu o art. 397 da forma acima, devemos fundamentar a absolvição da seguinte forma:
Se afastado o fato típico (ex.: erro de tipo essencial inevitável, princípio da insignificância etc.), a absolvição deve se dar pelo art. 397, III;
Se afastada a ilicitude (ex.: legitima defesa), a absolvição deve ocorrer pelo art. 397, I;
Se presente alguma dirimente (ex.: erro de proibição inevitável), exceto inimputabilidade, a absolvição deve ser fundamentada no art. 397, II.
5º A demonstração de causa de extinção da punibilidade. As causas de extinção da punibilidade estão, em regra, no art. 107 do CP. Em qualquer peça processual, a extinção da punibilidade deve ser declarada, não sendo causa de absolvição. Entretanto, a Lei 11.719/08 trouxe o bizarro inciso IV do art. 397, que determina a absolvição, por exemplo, em caso de prescrição. A resposta à acusação é a única peça em que isso acontece.
Em resumo:
Testemunhas
Em resposta, a FGV sempre pede que sejam arroladas as testemunhas mencionadas no enunciado. Por isso, não deixe de incluir o pedido subsidiário de intimação das suas testemunhas.
FUNDAMENTAÇÃO
Para mim, a resposta à acusação está prevista no art. 396 do CPP, e não no 396-A. A FGV, nas duas vezes em que pediu a peça, aceitou quem fundamentou em um ou em outro. Para evitar dor de cabeça, fique em cima do muro, e fundamente a peça nos dois. Atenção: no rito do júri, a resposta à acusação está prevista no art. 406 do CPP.
RESPOSTA À ACUSAÇÃO NO JÚRI
Nunca caiu na segunda fase. Além de a fundamentação ser diferente (art. 406, e não art. 396), há muita polêmica sobre a possibilidade de absolvição sumária nesta fase, com fundamento no art. 397 do CPP. Infelizmente, não há como dizer neste resumo se a incidência do dispositivo é ou não possível no rito do júri. No entanto, a minha dica é a seguinte: se o enunciado trouxer uma das hipóteses do dispositivo, peça a absolvição sumária com fundamento no art. 397. Na pior das hipóteses, o artigo não estará no gabarito e nenhum ponto será atribuído à nota – mas também não haverá desconto. De qualquer forma, jamais peça absolvição com fundamento nos arts. 386 e 415 do CPP.
MODELO DE PEÇA
Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da… Vara Criminal da Comarca…
Observações: fique atento à competência. Se o processo for de competência do júri, enderece a peça ao “Juiz de Direito da … Vara do Júri”. Se competente a JF (CF, art. 109), enderece a peça ao “Juiz Federal da… Vara Criminal da Justiça Federal da Seção Judiciária…”. Se o problema não disser qual é a comarca, não a invente. Ademais, o uso de “Excelentíssimo”, de “Doutor” e de outras formas de tratamento é opcional. Fica a critério do examinando o estilo de redação a ser adotado.
RÉU, já qualificado nos autos, vem, por seu advogado, oferecer RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com fundamento nos artigos 396 e 396-A do Código de Processo Penal, pelas razões a seguir expostas:
Observações: não invente informações a respeito do réu. Se o problema disser que ele se chama “João”, não acrescente um sobrenome ou coisa do tipo. Como ele já foi qualificado na denúncia, não há razão para qualificá-lo novamente. Em relação à nomenclatura, alguns manuais falam em “defesa preliminar”. No entanto, a FGV adota a expressão “resposta à acusação”. Ademais, fique à vontade para incluir expressões de praxe em peças jurídicas (“muito respeitosamente”, por exemplo). Sobre a fundamentação, cuidado: no rito do júri, a peça está fundamentada no art. 406 do CPP. Por fim, o nome da peça está em letra maiúscula, o que também não é obrigatório.
 1. Dos Fatos
De acordo com a denúncia, no dia 20 de julho de 2015, o denunciado subtraiu 03 (três) linguiças do “Supermercado Araújo”, conduta presenciada pelo gerente, Manoel, e por dois caixas, Francisco e José.
Logo após subtraí-las, o Sr. João foi preso em flagrante por policiais militares que passavam em frente ao estabelecimento no momento da conduta.
Na delegacia, ao ser interrogado, afirmou que a subtração ocorreu porque estava com “muita fome” (fl…), e que “teria morrido” (fl…) caso não comesse imediatamente.
O Ministério Público, então, ofereceu denúncia em seu desfavor, com fundamento no artigo 155 do Código Penal.
Observação: não perca tempo com o tópico “dos fatos”, pois não vale ponto. Limite-se a um resumo do enunciado, com menção ao que realmente importar para a peça.
2. Do Direito
Analisados os fatos, conclui-se que o réu deve ser absolvido sumariamente, com fundamento no art. 397, III, do Código de Processo Penal. Isso porque, em razão do princípio da insignificância, a conduta é materialmente atípica. Portanto, o fato narrado não constitui crime.
Ademais, ainda que se entenda pela tipicidade material, o denunciado deve ser absolvido (CPP, art. 397, I), pois agiu amparado por causa de exclusão da ilicitude – estado de necessidade, do art. 24 do Código Penal. Como a subtração se deu para a sua sobrevivência, trata-se de hipótese de furto famélico.
Observações: a FGV não exige a divisão em tópicos (preliminar, mérito etc.). No entanto, acho que a estética da peça fica melhor. Além disso, fica mais fácil para identificar as teses alegadas, tornando mais fácil a vida do examinador – e reduzindo a chance de erro na correção. Ao discorrer sobre as teses, não é preciso transcrever o que diz o dispositivo, bastando mencioná-lo. Por fim, um alerta já feito em outro “post”: alegue tudo o que for de interesse da defesa, ainda que pareça absurdo. Omissões em relação ao gabarito causam perda de pontos, enquanto o excesso não gera qualquer prejuízo.
 III. Do Pedido
Diante do exposto, requer a absolvição sumária do réu, com fundamento no art. 397, inciso III, ou no art. 397, I, do Código de Processo Penal, em virtude da atipicidade material pelo princípio da insignificância ou da exclusão da ilicitude pelo reconhecimento do estado de necessidade. Por derradeiro, caso os pedidos não sejam acolhidos, pede a intimação das testemunhas ao final arroladas.
Observação: o tópico “do pedido” é consequência lógica do tópico anterior, “do direito”. Antes de elaborar a peça, faça um rascunho do que deve ser pedido, para que nada seja esquecido. Os pedidos são pontuados individualmente. Caso um seja esquecido, a respectiva pontuação será descontada.
 
Pede deferimento.
 Comarca…, data…
 Advogado,
 OAB/…, n...
Observações: só mencione a comarca se o problema disser onde o processo está tramitando, senão, diga “Comarca…”. Não coloque a sua cidade de prova. Em relação à data, em resposta à acusação, a FGV costuma pedir que a peça seja datada no último dia de prazo. Fique atento! Por fim, não invente número de OAB ou nome para o advogado (ex.: “advogado Fulano”), sob pena de anulação da prova.
 
Rol de Testemunhas:
 1. Manoel, endereço…
2. Francisco, endereço…
 3. José, endereço…
Observação: em resposta, a FGV sempre cobra o rol de testemunhas ao final da peça. Não se esqueça!
ALEGAÇÕES FINAIS EM MEMORIAIS ESCRITOS
Dispõe o art. 403 do Código de Processo Penal:
Art. 403.  Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença.
1º Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual.
2 o Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa.
3 o O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença.
Via de regra, as alegações finais serão oferecidas oralmente pelas partesao final da audiência de instrução, oportunidade na qual também será prolatada a sentença pelo magistrado. Todavia, o § 3º do art. 403 traz uma exceção aplicável a alguns casos mais complexos, ou com considerável pluralidade de réus, quando o juiz poderá permitir que as partes apresentem suas derradeiras alegações de forma escrita, no prazo de 5 (cinco) dias sucessivos para a defesa e para a acusação.
Havendo intricada situação pela frente, com variadas provas a apreciar, pode ser inconveniente um mero debate oral destinado às partes, seguido de sentença. Por isso, faculta-se ao magistrado – esperando-se que não se torne regra, logo, norma risível – a concessão de prazo para a apresentação de memoriais (por escrito) e, depois, a possibilidade de sentenciar (por escrito), igualmente, à parte, longe da presença das partes. Ressalte-se, novamente: essa é a exceção e não pode se tornar a regra. Aliás, pela lógica apresentada pela reforma processual, somente se defere memoriais às partes se o juiz sentenciar à parte. Em outros termos, caso o magistrado sinta ser caso simples, não pode deferir memoriais e precisa, após as alegações finais orais, dar a sua decisão no termo da audiência [1] .
1.1. Teses da Defesa
Tendo em vista que este é o último momento processual em que as partes poderão se manifestar antes da sentença, diversas teses poderão ser formuladas pela defesa para pleitear tudo aquilo que seja de interesse do réu.
1.1.1. Nulidades
Nulidade é o vício processual decorrente da inobservância de exigências legais, capaz de invalidar o processo no todo ou em parte, prelecionam Fernando Capez e Rodrigo Colnago [2] . 
Consequentemente, as nulidades impossibilitam o julgamento do mérito da causa. Encontram previsão legal no art. 564 do CPP. Nesse sentido, quatro situações específicas devem ser observadas:
a) Irregularidade: é a inobservância de exigências formais sem relevância. Desse modo, se a inobservância não traz qualquer prejuízo, o processo não será anulado e o ato poderá produzir efeitos e atingir sua finalidade;
b) Nulidade relativa: é a violação de exigência instituída por norma infraconstitucional, estabelecida no interesse predominante das partes. Nesse caso, a formalidade é essencial ao ato, visto que tem o escopo de resguardar os interesses dos integrantes da relação processual, de modo que sua violação é capaz de gerar prejuízos. Todavia, o
interesse violado é da parte e não de ordem pública, e, portanto a invalidação do ato depende da demonstração do prejuízo sofrido, e da arguição do vício no momento oportuno;
c) Nulidade absoluta: a violação da formalidade exigida atinge diretamente norma constitucional. Mais especificamente falando, a violação atinge princípios constitucionais como o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa, o juiz natural, etc. Aqui os interesses são estabelecidos em benefício da ordem pública e o ato processual inconstitucional sempre será absolutamente nulo ou juridicamente inexistente. Nessa hipótese, a nulidade deverá ser declarada de ofício pelo magistrado em qualquer fase do processo (não há preclusão), sem necessidade de requerimento das partes. Existe, no entanto, uma exceção prevista na Súmula 160 do STF: “É nula a
decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício”;
d) Ato inexistente: é aquele que não reúne os elementos essenciais para ter existência como ato jurídico. Podemos citar como exemplo a sentença sem dispositivo. A inexistência do ato não precisa ser declarada como nas nulidades relativa e absoluta, sendo suficiente que o ato seja ignorado, bem como tudo aquilo que foi realizado subsequentemente.
e) Princípio “pas de nullité sans grief”: está previsto no a563 do CPP: “Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa”.
Aplica-se somente às nulidades relativas. As absolutas são presumíveis e dispensam comprovação do prejuízo.
Havendo nulidade, o examinando deverá pedir a anulação do processo até o ato viciado, a menos que todo o processo esteja contaminado por vício. Nesse caso, deve- se requerer a nulidade “ab initio” (desde o início), mas nunca a absolvição do acusado com base em nulidade. A nulidade “ab initio” poderá ser alegada, por exemplo, diante
de juiz absolutamente incompetente, denúncia inepta ou ilegitimidade da parte; já a nulidade “a partir de” poderá ser requerida em hipótese de vício na citação ou na audiência.
Por fim, recomendamos a leitura da matéria na doutrina, além da marcação dos arts. 563 a 573 do CPP no Vade Mecum.
1.1.2. Mérito
As teses de mérito são as que buscam absolver o réu, com fundamento no art. 386 do CPP:
I – estar provada a inexistência do fato;
II – não haver prova da existência do fato;
III – não constituir o fato infração penal;
IV –  estar provado que o réu não concorreu para a infração penal;
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1 o  do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência;
VII – não existir prova suficiente para a condenação. 
O inciso I trata da inexistência do fato, isto é, da ausência de materialidade. Logo, deve ser demonstrado que não ocorreu o fato criminoso no qual a acusação baseia, e não existindo crime, deve ser absolvido o réu.
O inciso II se refere à não existência de prova da ocorrência do fato. Neste caso, não existem provas suficientes e seguras de que o fato tenha ocorrido realmente. Diante da incerteza, prevalece o princípio in dubio pro reo.
O inciso III se refere à não existência de infração penal. Aqui, o fato realmente ocorreu, mas não é típico. Há impossibilidade de condenação por ausência de uma das elementares da infração penal.
No inciso IV está a existência de prova da não concorrência do réu, sendo certa a sua inocência.
Cuida o inciso V, da inexistência de prova da concorrência do réu. Esta hipótese revela a existência de um fato criminoso, contudo não existem provas de o réu tenha nele tomado parte. Na dúvida, prevalece o in dubio pro reo.
O inciso VI versa sobre a existência de circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena, ou ainda fundada dúvida sobre sua existência. Este dispositivo é adotado nas seguintes hipóteses: de erro de tipo inevitável, pois afasta a tipicidade; erro de proibição inevitável, pois afasta a culpabilidade; coação moral irresistível ou obediência hierárquica, pois afastam a culpabilidade; excludentes de ilicitude ou caso de inimputabilidade por doença mental ou embriaguez completa acidental.
Finalmente, o inciso VII trata da inexistência de prova suficiente para a condenação, como ocorre nos incisos II e V, devendo ser adotado o in dubio pro reo.
1.1.3. Extinção da Punibilidade
As causas de extinção da punibilidade estão enumeradas art. 107 do Código Penal:
Art. 107 – Extingue-se a punibilidade:
I – pela morte do agente;
II – pela anistia, graça ou indulto;
III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV – pela prescrição, decadência ou perempção;
V – pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
VI – pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII e VIII revogados pela Lei nº 11.106, de 2005);
IX – pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
A punibilidade não é elemento do ilícito penal, mas sim uma consequência dele. Logo, a superveniência de causa extintiva da punibilidade faz desaparecer do mundo jurídico o jus puniendi do Estado, que não poderá mais punir o agente, mesmo existindo concretamente a infração penal. Todavia, existe uma exceção: o abolitio criminis, que consiste em causa de extinção da tipicidade, pois a nova lei torna atípico fato até então incriminado.
É unânime o entendimento doutrinário no sentido de ser exemplificativo o rol do art.107 do CP, o qual contém em seu interior algumas causas de extinção da punibilidade admitidas pelo Direito Penal brasileiro [3] . Mas, para fins de Exame de Ordem o que costuma ser cobrado são as causas listadas no art. 107. Sempre que alguma delas estiver presente no enunciado da questão, o examinando deverá pedir ao juiz que declare a extinção da punibilidade do acusado, mas não deve pedir absolvição.
1.1.4. Benefícios
Em caso de condenação, podem ser pleiteados subsidiariamente benefícios em favor do réu, tais como:
Reconhecimento de causas de diminuição de pena ou circunstâncias atenuantes;
Pedido de afastamento de qualificadora, causa de aumento ou de circunstância agravante;
Desclassificação do delito para outro mais leve;
Fixação de pena mínima ou de regime mais brando. Em caso de crime hediondo, o candidato pode argumentar que o STF declarou inconstitucional o regime inicial obrigatoriamente fechado;
Substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos ou concessão desursis;
Reconhecimento de privilégio; etc.
1.2. Teses da Acusação
É perfeitamente possível que a banca examinadora cobre do examinando a apresentação de alegações finais em memoriais escritos, no papel de assistente da acusação.
Não há nenhuma diferença na estrutura da peça para a acusação ou para a defesa, mas com relação às teses, as da acusação se basearão nas exceções aos benefícios pleiteados pelo réu em sua defesa. Assim, se o acusado alegar que se retratou de injúria, esta argumentação poderá ser contestada com base o art. 143 do Código Penal, que prevê a retratação somente para os crimes de calúnia e difamação. Ou seja, deve-se contradizer a defesa, buscando anular eventuais teses apresentadas.
1.3. Teses do Tribunal do Júri
Abrimos aqui um tópico especial para tratar exclusivamente das teses que poderão ser exploradas pelo examinando, quando a questão problema trouxer ilícito penal da competência do Tribunal do Júri (arts. 406 a 497, do CPP). Esta competência é definida no art. 5º, XXXVIII, alínea “d” da Constituição: “é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida” – homicídio (art. 121, CP); induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio (art. 122, CP); infanticídio (art. 123, CP) e aborto (arts. 124, 125 e 126, CP), todos de ação pública incondicionada. No CPP, a competência está definida no art. 74, § 1º.
O Tribunal do Júri é um órgão especial do Poder Judiciário de primeira instância, pertencente à Justiça Comum Estadual ou Federal, colegiado e heterogêneo, formado por um juiz togado, que é seu presidente, e por 25 (vinte e cinco) jurados, 7 (sete) dos quais compõem o Conselho de Sentença (…) [4] .
O procedimento é composto por duas fases distintas: iudicium accusationis ou sumário da culpa e iudicium causae, o julgamento em plenário. No sumário de culpa, há apenas a intervenção do juiz togado, aqui denominado de juiz sumariante. O iudicium accusationis é a fase em que se reconhece ao Estado o direito de submeter o acusado a julgamento perante o Tribunal do Júri [5] . 
A segunda fase, por sua vez, consiste no julgamento do mérito em plenário, realizado pelos jurados no Conselho de Sentença.
Na primeira fase o juiz poderá pronunciar o réu (art. 413, CPP); impronunciar o réu (art. 414, CPP); absolver sumariamente o réu (art. 415, CPP); ou desclassificar o crime para outro (arts. 419 e 418, CPP). Destas, interessam à defesa a impronúncia, a absolvição sumária e a desclassificação do delito.
1.3.1. Pronúncia
Nos termos do art. 413 do CPP:  “o juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação”. Não há julgamento de mérito realizado pelo magistrado, pois a pronúncia encerra o sumário de culpa e determina que o feito seja enviado para decisão do juízo natural da causa: o Tribunal do Júri.
1.3.2. Impronúncia
De acordo com o art. 414 do CPP: “não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado”. Mesmo assim, enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa contra o acusado, se houver prova nova (parágrafo único). De acordo com Renato Brasileiro (2015), a impronúncia é decisão interlocutória mista terminativa, porque não aprecia o mérito para dizer se o acusado é culpado ou inocente (só produz coisa julgada formal); mista, porque põe fim a uma fase procedimental; e terminativa, pois extingue o processo antes de se encerrar o procedimento. É possível que a impronúncia recaia parcialmente sobre a denúncia: digamos que o enunciado da questão problema descreva hipótese de homicídio simples, mas afirma que o réu foi denunciado por homicídio qualificado. Em tal situação, o examinando poderá pedir o afastamento da qualificadora e a pronúncia por homicídio simples.
1.3.3. Absolvição Sumária do Réu
Nessa hipótese prevista no art. 415, o juiz, fundamentadamente, absolverá o acusado em quatro circunstâncias:
Inciso I: quando estiver provada a inexistência do fato;
Inciso II: quando restar comprovado não ser o acusado o autor ou partícipe do fato;
Inciso III: quando o fato não constituir infração penal (fato atípico);
Inciso IV: quando se verificar demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. Porém, não se aplica este inciso ao caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva.
1.3.4. Desclassificação Para Outro Crime
Dispõe o art. 419 do CPP: “quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime diverso dos referidos no § 1 o  do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja”. Se o enunciado descrever situação em que o réu tenha sido denunciado por tentativa de homicídio, mas deixar claro que se trata de lesão corporal, por exemplo, o examinando deverá pedir a desclassificação do homicídio tentado para lesão corporal, além da remessa dos autos ao juízo cometente. Normalmente será descrita no enunciado hipótese de desistência voluntária ou de arrependimento eficaz (art. 15, CP).
Também poderão ser alegadas nulidades e causas de extinção da punibilidade.
 
APELAÇÃO
Conceito
Trata-se de recurso que caberá diante da inconformidade da decisão do juízo de 1º grau. Tem natureza residual, cabendo somente nos casos em que não comportar o (RESE) recurso em sentido estrito.
Objetivo
Reformar decisão judicial penal absolutória ou condenatória.
Dispositivos legais
Art. 416 CPP (Tribunal do Júri), 593 CPP (Procedimento ordinário) e arts. 76, § 5º e 82 da Lei nº 9.099/95.
Súmulas do STF: 320, 428, 710 e 713.
Art. 416.  Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação.
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:          
        I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular;          
        II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no
Capítulo anterior;          
        III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:          
        a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;          
        b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;          
        c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança;                 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.       
        § 1 o   Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei expressa ou divergir das respostas dos jurados aos quesitos, o tribunal ad quem fará a devida retificação.        
        § 2 o   Interposta a apelação com fundamento no n o III, c, deste artigo, o tribunal ad quem, se Ihe derprovimento, retificará a aplicação da pena ou da medida de segurança.      
        § 3 o   Se a apelação se fundar no n o  III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer de que a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda apelação
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
        § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
        § 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.
 Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
SÚMULA Nº 320 STF
A APELAÇÃO DESPACHADA PELO JUIZ NO PRAZO LEGAL NÃO FICA PREJUDICADA PELA DEMORA DA JUNTADA, POR CULPA DO CARTÓRIO.
SÚMULA Nº 428
NÃO FICA PREJUDICADA A APELAÇÃO ENTREGUE EM CARTÓRIO NO PRAZO LEGAL, EMBORA DESPACHADA
TARDIAMENTE.
SÚMULA Nº 710
NO PROCESSO PENAL, CONTAM-SE OS PRAZOS DA DATA DA INTIMAÇÃO, E NÃO DA JUNTADA AOS AUTOS DO
MANDADO OU DA CARTA PRECATÓRIA OU DE ORDEM.
SÚMULA Nº 713
O EFEITO DEVOLUTIVO DA APELAÇÃO CONTRA DECISÕES DO JÚRI É ADSTRITO AOS FUNDAMENTOS DA SUA
INTERPOSIÇÃO.  
Pra onde endereçar?
A primeira peça após a prolação da sentença será a INTERPOSIÇÃO que será endereçada a esse mesmo juiz (a quo) informando que não concorda com a decisão e que irá recorrer. As RAZÕES serão endereçadas ao Tribunal ou a Turma Recursal (ad quem), mas protocolizadas na mesma vara onde tramita o processo para depois seguirem juntas com os autos para o Tribunal. Nessa peça a parte irá demonstrar o porquê do seu desejo em mudar a sentença utilizando argumentos jurídicos.
Prazo
Prazo de 5 (cinco) dias contatos da publicação da sentença para INTERPOSIÇÃO e mais 8 (oito) dias para a apresentação de RAZÕES e CONTRARRAZÕES.
A apelação no juizado especial criminal o prazo é de 10 (dez) dias onde serão apresentadas as RAZÕES e AS CONTRARRAZÕES juntas.
Se o processo for relativo a contravenção penal o prazo para as RAZÕES será de 3 (três) dias conforme art. 600 do CPP.
Obs: Consistirá em mera irregularidade se apresentar as RAZÕES fora do prazo.
 Art. 600.  Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão o prazo de oito dias cada um para oferecer razões, salvo nos processos de contravenção, em que o prazo será de três dias
A Súmula 713 do STF:
No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou carta precatória ou de ordem.
Legitimidade
Conforme o art. 577 do CPP terão legitimidade para apelar será o Ministério Público, o querelante ou o réu pelo seu procurador ou defensor. O artigo 598 do mesmo código concede legitimidade supletiva ao ofendido ou a qualquer pessoa do art. 31 do CPP mesmo que não tenha sido habilitado como assistente de acusação.
Art. 31.  No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Art. 598.  Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.
Art. 577.  O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor.
Nomenclatura das partes
Trataremos por APELANTE o sujeito que interpõe a apelação que poderá ser Ministério Público, o querelante ou o réu pelo seu procurador ou defensor. O artigo 598 do mesmo código concede legitimidade supletiva ao ofendido ou a qualquer pessoa do art. 31 do CPP mesmo que não tenha sido habilitado como assistente de acusação. A parte contraria iremos tratar por APELADO.
Obs: No caso de ação penal privada a denominação será de QUERELANTE OU QUERELADO.
Art. 31.  No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Art. 598.  Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.
Procedimento
Após a publicação da sentença as partes (acusação e defesa) terão 5 (cinco) dias para apresentar a INTERPOSIÇÃO ao juízo que prolatou a sentença absolvendo ou condenando o réu. Esse juízo irá fazer o controle de admissibilidade, verificando se estão presentes os requisitos do recurso.
Se o recurso for rejeitado pela falta dos requisitos a parte prejudicada poderá interpor o (RESE) recurso em sentido estrito previsto no art. 581, XV do CPP.
Art. 581.  Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
Caso o recurso seja recebido a parte apelante será intimada a apresentar as RAZÕES que será endereçada ao Tribunal, mas apresentada no juízo onde foi prolatada a decisão, agora no prazo de 8 (oito) dias. No juizado especial criminal as RAZÕES e CONTRARRAZÕES serão apresentas ao mesmo tempo e será julgada pela Turma Recursal formada por 3 (três) juízes do 1º grau.
MODELO DE INTERPOSIÇÃO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ____________ DO ESTADO DE __________.
Processo n. ______/____
______________________, já qualificado nos autos do processo nº __________, por meio de seu advogado, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com base no art. 593, inciso ___ do CPP, interpor recurso de APELAÇÃO, por não se conformar com a decisão.
Diante do exposto, requer que, com as razões inclusas, o recebimento e regular processamento e que os autos sejam encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça, onde serão processados e provido o presente recurso.
Termos em que,
Pede deferimento.
Comarca, data
Advogado
OAB/UF
PETIÇÃO DE JUNTADA
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___________, ESTADO DE ___________
Processo nº ____/____
___________, já qualificado nos autos, por meio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, requerer a juntada aos autos das RAZÕES DE APELAÇÃO, conforme artigo 600 do código de processo penal.
Termos em que,
Pede deferimento.
Comarca, data
Advogado
OAB/UF
RAZÕES RECURSAIS
EGRÉGIO TRIBUNAL ______________
COLENDA CÂMARA,
INCLITOS DESEMBARGADORES
Processo nº: ______/_____
_____ª vara criminal da comarca de ______
Apelante: _______________
Apelado: Ministério Público
DOS FATOS
______________________________________________________________________________________________
DO DIREITO
______________________________________________________________________________________________
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer o conhecimento e provimento do presente recurso para:
a) com a reforma da sentença fls. ______ para o fim de absolver o réu conforme artigo 386, ____, d código de processo penal.
b) caso não seja o entendimento de Vossa Excelência, que o ato seja declarado nulo.c) caso não seja o entendimento de Vossa Excelência, que o crime seja desclassificado para o artigo _________ do
Código Penal.
Termos em que,
Pede deferimento.
Comarca, data.
Advogado OAB/UF
APELAÇÃO
1. Fundamentação
Arts. 416 e 593 do CPP
Art. 82, caput, da Lei n.º 9,099/95 (Juizado Especial Criminal)
2. Conceito
É um recurso onde o recorrente busca do tribunal o reexame de uma decisão definitiva ou com força de definitiva, de juiz singular ou do Tribunal do Júri, com objetivo de reforma.
3. Hipóteses
Os pedidos mais comuns:
 Em Contrarrazões de apelação, o pedido é a manutenção da sentença recorrida.
 Se a Tese da defesa for alegar alguma causa de nulidade processual, deve-se pedir a anulação do processo a partir do ato nulo.
 Se a Tese for pedir o reconhecimento da extinção da punibilidade, este será o pedido.
 Se a defesa apelar de sentença absolutória, só poderá recorrer para alterar o fundamento da absolvição da medida de segurança.
 Se a defesa alegar falta de justa causa, pede-se a absolvição.
 Se a defesa alegar a desclassificação, redução da pena ou a exclusão de alguma agravante ou de causa de aumento de pena, estes serão os pedidos, conforme o caso.
 No júri, caso alegue nulidade após a decisão de pronúncia, pede-se a anulação do julgamento.
 No júri, se for alegada decisão contrária a decisão dos jurados manifestamente contrária às provas dos autos, pede-se que o réu seja submetido a novo julgamento pelo júri
 No júri, se a sentença do juiz presidente for contrária à lei expressa ou á decisão dos jurados; se houver erro ou injustiça em relação à aplicação da pena ou da medida de segurança, pede-se que o tribunal corrija a sentença ou que altere a pena.
4. Prazo
 5 dias para a interposição contando da intimação da decisão (artigo 586 do CPP).
 Assistente de acusação se habilitado terá 5 dias, se não estiver habilitado terá o prazo de 15 dias, a contar do término do prazo do MP (Art. 584, § 1º CPP).
 8 dias para as razões e contrarrazões. (art. 600, § 4º do CPP)
 10 dias para razões e contrarrazões ao mesmo tempo no Jecrim.
5 dias > Interposição > Juiz de 1º Grau
8 dias > Razões > Tribunais ou Turma Recursal
8 dias > Contrarrazões > Tribunais ou Turma Recursal
5. Peças
São 2 peças: Interposição + Razões ou Contrarrazões.
Juiz de 1º grau
Carlos, por sentença de 21 de novembro de 2008 foi condenado à pena de um ano de reclusão, pelo delito de furto simples praticado em 13 de outubro de 2007.
Inconformado, interpôs recurso, ainda não julgado. Em 17 de dezembro de 2008, Carlos foi preso em flagrante delito antes de sair do estabelecimento comercial, sendo recuperados todos os objetos, inexistindo prejuízo algum para a vítima. Foi denunciado como incurso nas penas do art. 157, “caput”, c/c. o art. 14, II do CP.
Neste processo, foi proferida sentença, datada de 20 de maio de 2009 condenando- o à pena de 4 anos de reclusão. Na dosimetria da pena, o Juiz fixou a pena-base em 4 anos, aumentando-a em 2 anos, sob a justificativa de ser o réu reincidente pelo delito de furto, e diminuindo-a, em 1/3, sem justificar a razão da aplicação deste grau de diminuição.
Elabore a peça processual conveniente, em favor de Carlos destinando-a a autoridade judiciária competente.
Resposta
Peça: APELAÇÃO – Art. 593, I do CPP
Tese: NULIDADE – Art. 14, II do CP c/c art. 93, IX da CF e art. 381, III do CPP.
a) Não há que se falar no acréscimo pela reincidência, pois é indispensável prova, por certidão, de que a condenação anterior transitou em julgado. – art. 63 do CP.
b) Todas as decisões devem ser fundamentadas. Não pode prevalecer a diminuição da pena, em virtude da tentativa, em 1/3, pois é dever do juiz quando não aplica a redução máxima de 2/3, justificar, fundamentar a razão dessa diminuição. – art. 14 do CP
c) Seja verificada as condições para aplicação do sursis em face da pena a ser aplicada.
Competência:
Interposição: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA ..... DA COMARCA DE SÃO PAULO.
Razões: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. (0,50)
Pedido: requer seja conhecido e provido o recurso interposto, decretando-se a anulação da r. sentença, afastando-se a majoração da pena em face da reincidência, bem como seja aplicada a redução da tentativa em seu grau máximo, e, por via de consequência, seja verificada as condições para aplicação do sursis, como medida de justiça.
Agnaldo, que reside com sua esposa, Ângela e seus dois filhos na cidade de São Paulo – SP, pretendendo fazer uma reforma na casa onde mora com a família, dirigiu-se a uma loja material de construção para verificar as opções de crédito existentes. Entre as opções que o vendedor da loja apresentou, a mais adequada ao seu orçamento familiar era que o vendedor da loja apresentou, a mais adequada ao seu orçamento familiar era a emissão de cheques pré-datados como garantia da dívida.
Como não possui conta-corrente em agência bancária, Agnaldo pediu a seu cunhado e vizinho, Firmino, que lhe emprestasse seis cheques para a aquisição do referido material, pedido prontamente atendido. Com o empréstimo, retornou ao estabelecimento comercial e realizou a compra, deixando como garantia da dívida os seis cheques assinados pelo cunhado.
Dias depois, Firmino, que tivera seu talonário de cheques furtado, sustou todos os cheques que havia emitido, entre eles, os emprestados a Agnaldo. Diante da sustação, o empresário, na delegacia de polícia mais próxima, alegou que havia sido fraudado em uma transação comercial, uma vez que Firmino frustrara o pagamento dos cheques pré-datados.
Diante das alegações, o delegado de polícia instaurou inquérito policial para apurar o caso, indiciando Firmino, por entender que havia indícios de ele ter cometido o crime previsto no inciso VI do § 2º do artigo 171 do CP.
Inconformado, Firmino impetrou habeas corpus perante a 1ª vara criminal da comarca de São Paulo, tendo o juiz denegado a ordem.
Considerando essa situação hipotética, na condição de advogado (a) contratado (a) por Firmino, interponha a peça judicial cabível, privativa de advogado, em favor de seu cliente.
Resposta
Peça: RESE – Art. 581, X do CPP (0,50)
Tese: Falta de justa causa;
1. Alegar que o Firmino não é devedor (0,40)
2. Alegação de recebimento de cheques pré-datados (0,40)
3. Cheques entregues como garantia de dívida (0,60)
4. Inexistência de fraude (0,30); Cheques sustados em decorrência do furto (0,30)
5. Ausência de fraude não configura crime de emissão de cheques (0,20)
6. Súmula 246 STF (0,20)
Competência:
Interposição: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO PAULO. (0,50)
Razões: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. (0,50)
Pedido: conhecido e provido o recurso interposto, decretando-se trancamento do inquérito policial, como medida de justiça! (0,60)
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
1. Fundamentação
Art. 581 do CPP
2. Conceito
É o recurso utilizado com objetivo de impugnar algumas decisões interlocutórias, conforme o art. 581 do CPP. Existe a possibilidade de retratação do juiz que preferiu a decisão, mas caso não ocorra a retratação o recurso será encaminhado ao tribunal competente e este analise novamente a decisão em relação a matéria de fato e/ou de direito, podendo ocorrer a confirmação ou a alteração de forma parcial ou total.
3. Hipóteses
O RESE poderá ocorrer nos casos indicados no artigo 581 do CPP, esse rol é TAXATIVO, mas admite interpretação extensiva.
Obs: Lei n. 11.689/08 cabe APELAÇÃO contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária no Júri.
4. Prazo
 5 dias contando da intimação da decisão (artigo 586 do CPP).
 Assistente de acusação se habilitado terá 5 dias, se não estiver habilitado terá o prazo de 15 dias, a contar do término do prazo do MP (Art. 584, § 1º CPP).
 20 dias é o prazo para inclusão ou exclusão de jurado da lista contando a partir da publicaçãoda lista definitiva (art. 581, XIV CPP).
5 dias > Interposição > Juiz de 1º grau (Juízo de retratação)
2 dias > Razões > Tribunais
2 dias > Contrarrazões > Tribunais
5. Peças
São 2 peças: Interposição + Razões ou Contrarrazões.
Fulano e Beltrano eram amigos de infância. Resolveram excursionar por lugar extremamente perigoso, hostil, deserto e com algumas cavernas localizadas no município de São Paulo. Ficaram perdidos durante 2 meses. Finalmente os bombeiros alcançaram o lugar onde eles estavam. Fulano havia tirado a vida de Beltrano e os homens viram Fulano sentando ao lado de uma fogueira, tranquilamente assando a coxa da perna esquerda de Beltrano. Os bombeiros ficaram horrorizados e Fulano foi preso em flagrante. Processado no juízo competente, por homicídio doloso simples, alcançou a liberdade provisória. Acabou pronunciado pelo magistrado, por sentença de pronúncia prolatada há 2 dias.
Elabore a peça processual conveniente, em favor de Fulano destinando-a a autoridade judiciária competente.
Resposta
Peça: RESE – Art. 581, IV do CPP (0,50)
Tese: Excludente de ilicitude – Estado de necessidade – Arts. 23, I e 24 do CPP.
Competência:
Interposição: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO JÚRI DA COMARCA DE SÃO PAULO. (0,50)
Razões: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. (0,50)
Pedido: conhecido e provido o recurso interposto, decretando-se a reforma da decisão a fim de que seja o recorrente absolvido, com base no artigo 415 do CPP, como medida de justiça! (0,60)
Agnaldo, que reside com sua esposa, Ângela e seus dois filhos na cidade de São Paulo – SP, pretendendo fazer uma reforma na casa onde mora com a família, dirigiu-se a uma loja material de construção para verificar as opções de crédito existentes. Entre as opções que o vendedor da loja apresentou, a mais adequada ao seu orçamento familiar era que o vendedor da loja apresentou, a mais adequada ao seu orçamento familiar era a emissão de cheques pré-datados como garantia da dívida.
Como não possui conta-corrente em agência bancária, Agnaldo pediu a seu cunhado e vizinho, Firmino, que lhe emprestasse seis cheques para a aquisição do referido material, pedido prontamente atendido. Com o empréstimo, retornou ao estabelecimento comercial e realizou a compra, deixando como garantia da dívida os seis cheques assinados pelo cunhado.
Dias depois, Firmino, que tivera seu talonário de cheques furtado, sustou todos os cheques que havia emitido, entre eles, os emprestados a Agnaldo. Diante da sustação, o empresário, na delegacia de polícia mais próxima, alegou que havia sido fraudado em uma transação comercial, uma vez que Firmino frustrara o pagamento dos cheques pré-datados.
Diante das alegações, o delegado de polícia instaurou inquérito policial para apurar o caso, indiciando Firmino, por entender que havia indícios de ele ter cometido o crime previsto no inciso VI do § 2º do artigo 171 do CP.
Inconformado, Firmino impetrou habeas corpus perante a 1ª vara criminal da comarca de São Paulo, tendo o juiz denegado a ordem.
Considerando essa situação hipotética, na condição de advogado (a) contratado (a) por Firmino, interponha a peça judicial cabível, privativa de advogado, em favor de seu cliente.
Resposta
Peça: RESE – Art. 581, X do CPP (0,50)
Tese: Falta de justa causa;
1. Alegar que o Firmino não é devedor (0,40)
2. Alegação de recebimento de cheques pré-datados (0,40)
3. Cheques entregues como garantia de dívida (0,60)
4. Inexistência de fraude (0,30); Cheques sustados em decorrência do furto (0,30)
5. Ausência de fraude não configura crime de emissão de cheques (0,20)
6. Súmula 246 STF (0,20)
Competência:
Interposição: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO PAULO. (0,50)
Razões: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. (0,50)
Pedido: conhecido e provido o recurso interposto, decretando-se trancamento do inquérito policial, como medida de justiça! (0,60)
RESE
Conceito
Trata-se de recurso cujo objetivo é a impugnação das decisões interlocutórias expressamente previstas na legislação penal.
Objetivo
Reformar as decisões judiciais interlocutórias taxativamente previstas na legislação penal ou a retratação do juízo
Dispositivos legais
 Art. 581.  Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
        I - que não receber a denúncia ou a queixa;
        II - que concluir pela incompetência do juízo;
        III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
        IV – que pronunciar o réu; 
        V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante; 
        VI - (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008)
        VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
        VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;
        IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade;
        X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
        XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;
        XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional;
        XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
        XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
        XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
        XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;
        XVII - que decidir sobre a unificação de penas;
        XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
        XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado;
        XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra;
        XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do  art. 774 ;
        XXII - que revogar a medida de segurança;
        XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação;
        XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples.     
Decreto lei nº 201/67
Art. 2º O processo dos crimes definidos no artigo anterior é o comum do juízo singular, estabelecido pelo Código de
Processo Penal, com as seguintes modificações:
III - Do despacho, concessivo ou denegatório, de prisão preventiva, ou de afastamento do cargo do acusado, caberá recurso, em sentido estrito, para o Tribunal competente, no prazo de cinco dias, em autos apartados. O recurso do despacho que decreta a prisão preventiva ou o afastamento do cargo terá efeito suspensivo.
Lei nº 9503/97
Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção.
 
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida cautelar, ou da que indeferir o requerimento do Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo.
Pra onde endereçar?
A primeira peça após a prolação da sentença será a INTERPOSIÇÃO que será endereçada ao mesmo juiz (a quo) informando que não concorda com a decisão e que irá recorrer e admitindo a hipótese da retratação. As RAZÕES serão endereçadas ao Tribunal, mas protocolizada na mesma vara onde tramita o processo para depois seguirem juntas com os autos para o Tribunal.
Prazo
Prazo de 5 (cinco) dias contatos da publicação da sentença para INTERPOSIÇÃO e mais 2 (dois) dias para a apresentação de RAZÕES e CONTRARRAZÕES conforme art. 588 do CPP.
O recurso interposto pelo assistente de acusação quando não estiver habilitado terá o prazo de 15 dias a contardo término do prazo para o Ministério público (art. 584, §1º do CPP), já o assistente de acusação habilitado terá o prazo de 5 dias para interpor do RESE.
Da decisão que incluir jurado na lista geral ou desta excluir terá o prazo de 20 dias de acordo com o art. 581, XIV do CPP).
 Art. 586.  O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de cinco dias.
Parágrafo único.  No caso do  art. 581, XIV , o prazo será de vinte dias, contado da data da publicação definitiva da lista de jurados.
Legitimidade
Conforme o art. 577 do CPP terão legitimidade para apelar será o Ministério Público, o querelante ou o réu pelo seu procurador ou defensor. O artigo 598 do mesmo código concede legitimidade supletiva ao ofendido ou a qualquer pessoa do art. 31 do CPP mesmo que não tenha sido habilitado como assistente de acusação.
Art. 31.  No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Art. 598.  Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.
Art. 577.  O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor.
Nomenclatura das partes
Trataremos por RECORRENTE o sujeito que interpõe o recurso em sentido estrito que poderá ser Ministério Público, o querelante ou o réu pelo seu procurador ou defensor. O artigo 598 do mesmo código concede legitimidade supletiva ao ofendido ou a qualquer pessoa do art. 31 do CPP mesmo que não tenha sido habilitado como assistente de acusação. A parte contraria iremos tratar por RECORRIDO.
Art. 31.  No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Art. 598.  Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.
Procedimento
Após a publicação da sentença as partes (acusação e defesa) terão 5 (cinco) dias para apresentar a INTERPOSIÇÃO ao juízo que prolatou a sentença absolvendo ou condenando o réu. Esse juízo irá fazer o controle de admissibilidade, verificando se estão presentes os requisitos do recurso.
Se o recurso for rejeitado pela falta dos requisitos a parte prejudicada poderá interpor o (RESE) recurso em sentido estrito previsto no art. 581, XV do CPP.
Art. 581.  Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
Caso o recurso seja recebido a parte apelante será intimada a apresentar as RAZÕES que será endereçada ao Tribunal, mas apresentada no juízo onde foi prolatada a decisão, agora no prazo de 8 (oito) dias. No juizado especial criminal as RAZÕES e CONTRARRAZÕES serão apresentas ao mesmo tempo e será julgada pela Turma Recursal formada por 3 (três) juízes do 1º grau.
MODELO DE INTERPOSIÇÃO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ____________ DO ESTADO DE __________.
Processo n. ______/____
______________________, já qualificado nos autos do processo nº __________, por meio de seu advogado, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com base no art. 593, inciso ___ do CPP, interpor recurso de APELAÇÃO, por não se conformar com a decisão.
Diante do exposto, requer que, com as razões inclusas, o recebimento e regular processamento e que os autos sejam encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça, onde serão processados e provido o presente recurso.
Termos em que,
Pede deferimento.
Comarca, data
Advogado
OAB/UF
PETIÇÃO DE JUNTADA
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___________, ESTADO DE ___________
Processo nº ____/____
___________, já qualificado nos autos, por meio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, requerer a juntada aos autos das RAZÕES DE APELAÇÃO, conforme artigo 600 do código de processo penal.
Termos em que,
Pede deferimento.
Comarca, data
Advogado
OAB/UF
RAZÕES RECURSAIS
EGRÉGIO TRIBUNAL ______________
COLENDA CÂMARA,
INCLITOS DESEMBARGADORES
Processo nº: ______/_____
_____ª vara criminal da comarca de ______
Apelante: _______________
Apelado: Ministério Público
DOS FATOS
______________________________________________________________________________________________
DO DIREITO
______________________________________________________________________________________________
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer o conhecimento e provimento do presente recurso para:
a) com a reforma da sentença fls. ______ para o fim de absolver o réu conforme artigo 386, ___, d código de processo penal.
b) caso não seja o entendimento de Vossa Excelência, que o ato seja declarado nulo.
c) caso não seja o entendimento de Vossa Excelência, que o crime seja desclassificado para o artigo ___ do Código Penal.
Termos em que,
Pede deferimento.
Comarca, data.
Advogado
OAB/UF
HABEAS CORPUS
1. Fundamentação
Art. 5º, LXVIII da CF.
Art. 647 e seguintes do CPP.
2. Conceito
É uma ação autônoma de impugnação, mesmo que disciplinado como recurso.
3. Hipóteses
O HC será cabível quando alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir, vir e permanecer, por ilegalidade ou abuso de poder, não importando que se trate de contravenção penal.
As hipóteses estão contempladas nos artigos 647 e 648 do CPP.
 Quando não houver justa causa.
 Quando alguém estiver preso por mais do que determina a lei.
 Quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo.
 Quando houver cessado o motivo que autorizou a coação.
 Quando não se admitir fiança, nos casos em que a lei prevê.
 Quando o processo for manifestamente nulo.
 Quando extinta a punibilidade.
Não cabe Habeas Corpus:
 Contra prisão civil.
 Durante estado de sítio (art. 138 da CF)
 Contra prisão disciplinar militar (art. 142, §2º da CF)
 Contra omissão de relator de extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito (Súmula 692 STF).
 Contra decisão condenatória à pena de multa ou relacionada a processo em trâmite por infração penal cuja pena pecuniária seja a única cominada (Súmula 693 STF).
 Contra a imposição da pena de exclusão de militar ou perda de patente ou de função pública (Súmula 694 STF).
 Quando extinta a pena privativa de liberdade (Súmula 695 STF).
4. Prazo
 Não existe prazo
5. Competência
 Autoridade Pública – JUIZ FEDERAL OU ESTADUAL
 Particular – JUIZ FEDERAL OU ESTADUAL
 Delegado Federal/Estadual – JUIZ FEDERAL OU ESTADUAL
 Promotor de Justiça/Procurador da República – TJ/TRF
 Juiz Federal/Estadual – TJ/TRF
 Tribunal de Justiça - STJ
 Tribunal Regional Federal - STJ
 Ministros de Estado – STJ 
 Comandantes das Forças Armadas – STJ 
 Superior Tribunal de Justiça – STF 
 Juiz do Juizado Especial Criminal – TURMA RECURSAL 
 Turma Recursal – TJ/TRF 
6. Recurso
HC > Negado em 1ª instância (art. 581, X do CPP) > RESE
HC > Negado em 2ª instância - STJ art. 105, II, “a” e “b” CF. / STF art. 102, II, “a” CF > ROC
7. Legitimidade Ativa.
Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira, MP.
Se for pessoa jurídica em crime ambiental cabe MS, mas tem posicionamento jurisprudencial admitindo HC.
8. Liminar

Continue navegando