Buscar

Tudo sobre Direito Civil III


Continue navegando


Prévia do material em texto

Tudo sobre Direito Civil III - Contratos
Antes de adentrar a parte específica disciplinada pelo Direito Civil III – Contratos é necessário a distinção entre igualdade material e igualdade formal para melhor compreensão do recorte histórico dos contratos.
Igualdade Formal: Funda - se na idéia de que todos são iguais perante a lei mesmo que não sejam na prática. Exemplo: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:”
Igualdade Material: Funda – se na idéia de Ruy Barbosa: “Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida em que eles se desigualam”.
Introdução (recorte histórico dos contratos, segundo professor Luis Carlos Vilas Boas Andrade Júnior, adaptado):
 Na época em que se concretizou a criação deste instituto jurídico, o mundo assistia a Revolução Industrial, e ao surgimento da Racionalização e Antropocentrismo e a ideologia da Autonomia da vontade, remetendo - se aos conceitos de igualdade material e formal.
 Evolução (segundo o referido professor):
A necessidade do homem em manifestar a sua vontade e regulamentar seus interesses fez com que o contrato surgisse com a finalidade de manifestar a autonomia da vontade das partes envolvidas.
 Topologia (ainda segundo o referido professor): Contrato de mandato ver artigo 117 do Código Civil de 2002.
 Conceito de Contrato:
Segundo Maria Helena Diniz: “Na linguagem jurídica em geral, significa: a) acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial; b) ato ou efeito de contratar; c) cláusula contratual; d) título ou documento onde está consignado um acordo, ajuste ou alteração introduzida numa avença contratual.” Fonte: DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico Universitário. – São Paulo: Ed. Saraiva 2010.
Segundo Orlando Gomes: “Contrato é uma espécie de negócio jurídico que se distingue, na formação, por exigir a presença de pelo menos, de duas partes. Contrato é, portanto, negócio jurídico bilateral ou plurilateral.” Fonte: Conceito Jurídico de Contrato de Marcus Valério Saavedra Guimarães de Souza. Disponível em: http://66.228.120.252/textosjuridicos/13580 acessado em 03 de setembro de 2010 às 16h: 08 min.        
      Segundo Caio Mário da Silva Pereira: “Contrato é um acordo de vontades, na conformidade da lei, e com finalidade de adquirir, resguardar, transferir, conservar ou modificar direitos”.  Fonte: Conceito Jurídico de Contrato de Marcus Valério Saavedra Guimarães de Souza. Disponível em:http://66.228.120.252/textosjuridicos/13580 acessado em 03 de setembro de 2010 às 16h: 08 min.       
 Natureza Jurídica: Negócio Jurídico.
 Validade dos contratos (segundo o professor Luis Carlos):
Basicamente para que os contratos sejam válidos são necessários 4 elementos, são eles: Vontade livre e desembaraçada; sujeito (s) capaz (es); objeto idôneo e forma adequada.
  Distinção entre  Ad Solemnitatem x Ad probationem:
Ad Probationem: Locução Latina. Para a prova. Indica, por exemplo, forma que deve ser observada para efeito de prova de um ato negocial; logo, sua inobservância não acarretará a invalidade de tal ato. Fonte: DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico Universitário. – São Paulo: Ed. Saraiva 2010.
Ad Solemnitatem: Locução Latina. Para a solenidade. Diz - se da forma solene exigida em lei para que o ato ou negócio jurídico tenha validade, por lhe ser essencial, de tal sorte que sua omissão acarretará a nulidade daquele ato ou negócio. Fonte: DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico Universitário. – São Paulo: Ed. Saraiva 2010.
 Suposta Crise dos Contratos: Vide Livro o sobre a nova teoria geral dos contratos.
 Classificação dos contratos (Segundo Rodolfo Pamplona e Pablo Stoze):
Contratos considerados em si mesmos: Sacrifício patrimonial = perca de dinheiro.   
Quanto à natureza da Obrigação: Características do próprio contrato
Contratos unilaterais e bilaterais. *Contrato unilateral (segundo o professor Luis Carlos): Quando uma parte só tem direitos, a outra parte tem direitos e deveres. Exemplo de contrato unilateral: doação. Segundo Maria Helena Diniz: “Aquele em que só dos contratantes assume obrigações em face do outro, de tal sorte que os efeitos são ativos e passivos de um lado de outro, pois uma das partes não se obriga, portanto, qualquer contraprestação, por exemplo, doação pura e simples, mandato etc.” Fonte: DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico Universitário. – São Paulo: Ed. Saraiva 2010.
Contrato Bilateral (segundo o professor Luis Carlos): Obrigação de ambas as partes. Exemplo: contrato de compra e venda. Segundo Maria Helena Diniz: “É o ajuste em que cada um dos contratantes é, simultânea e reciprocamente, credor e devedor do outro, pois produz direitos e obrigações para ambos, tendo por característica principal o sinalagma, ou seja,  a dependência recíproca de obrigações, daí ser chamado de contrato sinalagmático.” Fonte: DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico Universitário. – São Paulo: Ed. Saraiva 2010.
Contratos onerosos e gratuitos.*Contratos onerosos: sacrifício patrimonial das duas partes.*Contratos gratuitos: sacrifício patrimonial de uma das partes.
      Contratos comutativos e aleatórios. *contratos comutativos: É a regra. Os contratantes sabem quanto vão gastar. Exemplo: contrato de locação, contrato de compra e venda.*Contratos aleatórios: a prestação só será definida posteriormente, em um evento futuro e incerto. Exemplo: contrato de seguro. 
      Contratos paritários e por adesão. *contratos paritários: pode discutir as cláusulas, nível de igualdade entre contratantes. * contratos por adesão: as cláusulas já estão postas e não há igualdade entre contratantes e é uniforme.
 Quanto à disciplina jurídica: basicamente a classificação: consumidor, trabalhista etc.     
 Quanto à forma: Solenes e não solenes. * não solenes: é a regra. * solenes: existe uma solenidade. Exemplo: compra e venda (escritura).*Consensuais e reais. * consensuais: com o consenso para que o contrato seja perfeito. Declaração da vontade. Exemplo: doação. *reais: a formação do contrato exige a entrega da coisa. Exemplo: depósito.
 Quanto à designação: nominados e inomináveis. *nominados: tem nome no Código Civil de 2002. * inomináveis: não tem nome no Código Civil de 2002.
 Quanto à pessoa do contrato: pessoais e impessoais. Individuais e coletivos.
Quanto ao tempo: instantâneo: efeitos jurídicos ocorrem de única vez. Exemplo: Compra e venda. Subdividem – se em: de execução imediata: é aquele que se esgota num só instante, mediante uma única prestação, como, por exemplo, a troca e a compra e venda à vista. Fonte: DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico Universitário. – São Paulo: Ed. Saraiva 2010., de execução diferida: aquele em que sua eficácia se subordina a um termo. Trata – se do “contrato de duração” Fonte: DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico Universitário. – São Paulo: Ed. Saraiva 2010. Exemplo: pagamento daqui a 90 dias. Duração ou trato sucessivo ou contrato de execução continuada: é o que se protrai no tempo, caracterizando - se pela prática ou abstenção de atos reiterados, solvendo - se num espaço mais ou menos longo de tempo; por exemplo, compra e venda a prazo; comodato; locação. Constitui modalidade de contrato de execução diferida. Fonte: DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico Universitário. – São Paulo: Ed. Saraiva 2010.    Ramifica - se em determinado e indeterminado. 
 Quanto à disciplina legal específica: Pode ser típico ou atípico. *contrato atípico: é também designado “contrato inominado”, que, por não estar regulamentado, expressamente, por lei, não tem denominação própria, podendo ser livremente convencionado pelos contratantes, desde que não fira aordem pública, os bons costumes e os princípios gerais do direito, pois é permitido juridicamente, ante o principio da autonomia da vontade e a doutrina do número apertus em que se desenvolvem as relações contratuais. Fonte: DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico Universitário. – São Paulo: Ed. Saraiva 2010. *contrato típico  contrato nominado: é o contrato típico, por ser uma espécie contratual com nomen juris, servindo de base à fixação dos modelos ou tipos de regulamentação específica da lei. (Antunes Varela). É o que tem denominação legal e própria, estando previsto e regulado por norma. O nosso Código Civil rege e esquematiza 23 tipos dessa espécie de contrato. Fonte: DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico Universitário. – São Paulo: Ed. Saraiva 2010.   
 Pelo motivo determinante do negócio: causais e abstratos. * causais: o contrato é vinculado à causa que o determinou. (motivo). *abstratos: não está vinculado a causa, ele está vinculado a vontade.  
 Pela função econômica. * troca: exemplo: compra e venda.*associativa: sociedade (coincidência de finalidade). * prevenção do risco: uma das partes assume o risco do negócio. * crédito: obtenção de um bem que será posteriormente restituído. * de atividade: baseado na prestação de conduta de fato. (trabalho).
 Contratos reciprocamente considerados: quanto à relação de dependência: *Principal: não depende de nenhum contrato.*acessório: quando a sua existência depende de outro contrato. Exemplo: fiança. * derivado: São aqueles que o objeto do contrato deriva de outro contrato. Exemplo: sublocação.
 Quanto à relação definitividade: * Preliminar: tem por objeto a celebração de outro contrato. *definitivo: o objeto é a celebração, é a sua própria celebração. É a regra.   
 Observação1: Divisão de contratos aleatórios Ver artigos 458 a 461 do Código Civil de 2002. Coisas futuras: com assunção de risco: ver artigo 458 do CC/02. Exemplo: o contratante se compromete a comprar a safra de café do ano que vem (a safra ainda não existe). Basicamente a coisa ou o bem tem que estar em risco.
Coisas futuras: sem assunção de risco. Ver artigos 458 e 459 do CC/02.
Coisa existente: sujeita a risco. Ver artigos 460 e 461 do CC/02.            
     
 Formação de contratos:*Noções: quando existe uma vontade encontrando a outra forma - se o contrato. Forma - se o contrato no momento da aceitação. *Fase de puntuação: são as tentativas preliminares. Traduzindo: discute - se o que se vai contratar, e se vai contratar. Não há nenhuma vinculação. Finalizada esta fase, temos a celebração e o vínculo.*Proposta ou Policitação: Via de regra a proposta vincula mesmo que não haja a aceitação. Artigo 427 do CC/02. Prazo de validade da proposta: artigo 428 CC/02.*Aceitação: Ato de aceitar alguma coisa; aquiescência; aprovação. Pode ser: a) expressa, se manifestada verbalmente ou em documento escrito; b) tácita, se caracterizada pela prática de ato indicativo da intenção de aceitar. Fonte: DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico Universitário. – São Paulo: Ed. Saraiva 2010. *Lugar de Formação: O lugar de formação do contrato é onde a proposta é feita. Na LICC, é o do domicílio do policitante. No CDC é o do domicílio do consumidor. O momento é o da expedição da aceitação, como regra, ou da recepção da aceitação, como exceção. Fonte: A atual teoria geral dos contratos de Roxana Cardoso Brasileiro Borges. Acessado em 16 de setembro de 2010. Disponível em:  http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=7267.
 Interpretação dos Contratos: *Introdução: Não há nada no Código de Civil de 2002 que verse sobre o tema.* Regras de Interpretação: Dividem – se em subjetiva e objetiva. Subjetiva: vontade dos contratantes. A intenção da vontade vale mais do que a vontade declarada. Fuga do positivismo e do legalismo. Na declaração de vontade, se atenderá a intenção nela consubstanciada. Objetiva: Princípio da conservação. Basicamente preza pelo cumprimento do contrato. Em caso de conflito, preservar a utilidade das cláusulas. Ver artigo 114 CC/02. Interpretação restritiva ler Maria Helena Diniz. Toda interpretação deve voltar – se aos princípios da dignidade da pessoa humana, função social e boa – fé. Ver artigo 113CC/02.*Contratos de adesão: Há duas regras de interpretação para esse tipo de contrato. *Primeira regra: se houver dúvida a cerca das cláusulas contratuais do contrato de adesão a cláusula deve ser interpretada contra quem estipulou. Ver artigo 423 CC/02. *Segunda regra: se houver conflito entre cláusulas impressas e as cláusulas acresentadas prevalecem às cláusulas acresentadas.
 II° Unidade
 Efeitos dos contratos:*Noções Gerais: O efeito principal do contrato é criar obrigações. Via de regra os seus efeitos se estendem aos seus contratantes. Principio da relatividade subjetiva.*Efeitos: 1° efeito:Pacta sunt servanda, expressão em latim que quer dizer “os pactos devem ser observados”. 2°efeito: Os contratos são irrenunciáveis e inalteráveis para os contratantes. 3°efeito: Os efeitos dos contratos afetam terceiros, notado através do Princípio da Função Social. Efeitos dos contratos com relação aos contratantes: sua força vinculante restringe-se às partes contratantes, isto é, às pessoas que o estipularam direta ou indiretamente, pois nada impede que se contrate por meio de representante, mesmo sob forma de mandato ou de gestão de negócios.  
Fonte: http://www.centraljuridica.com/doutrina/81/direito_civil/efeitos_gerais_dos_contratos.html. Acessado em 14 de setembro de 2010 às 18h: 57 min.
Efeitos dos contratos em relação de terceiros: O contrato de estipulação em favor de terceiro. Exemplo: Seguro de vida. Peculiaridade: tanto o terceiro quanto o estipulante podem exigir a prestação. Exemplo: doação de um carro a C mediante o pagamento de D no valor de R$5.000,00 a F. Promessa de fato de terceiro: Exemplo: empresários da música. Ver artigo 439 parágrafo único CC/02. Contrato com pessoa a declarar: Ver artigos 467 a 471 CC/02. Ocorre uma espécie de “substituição das partes”. Cláusula pro amico eligendo.     
 Vícios redibitórios: Ver artigo 441 a 446 CC/02. Defeito oculto. Tem que ser um defeito que seja prejudique a utilização ou diminua o valor da coisa. Ocorre em contrato comutativo ou sinalagmatico. Vale lembrar que o mesmo, o defeito, já é pré – existente. *Características: 1° característica: Existência de contrato comutativo ou sinalagmatico. 2° característica: defeito oculto existente. 3° característica: Diminuição do valor ou prejuízo da adequada utilização. *Fundamento: Princípio da Garantia.*Conseqüências: Desfazimento do negócio, através da ação redibitória. Conceito de ação redibitória: é a ação proposta pelo adquirente de bem que apresenta vício redibitório conhecido pelo alienante para, ante sua rejeição à coisa defeituosa, rescindindo o contrato, reaver, por via judicial, o preço pago e obter o reembolso das despesas contratuais e a indenização das perdas e danos, uma vez que o bem se tornou impróprio ao uso ou teve seu valor diminuído. É também denominada ação edilícia.  Fonte: DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico Universitário. – São Paulo: Ed. Saraiva 2010.        Abatimento no preço através da ação estimatória ou quanti minoris. *Prazo: móveis  30 dias; imóveis  1 ano. Na posse da coisa, o prazo cai pela metade. Conta - se o prazo a partir do conhecimento do defeito. Enquanto estiver garantia contratual não conta o prazo redibitório.               
 Observação conceito de estipulação de terceiro: é um contrato entre 2 pessoas em que uma, o estipulante, convenciona com outra, o promitente, certa vantagem patrimonial em proveito de terceiro, o beneficiário, alheio a formação do vínculo contratual.  
     
 Observação 2: *Venire: Se um ato desperta confiança, essa confiança tem que ser respeitada. Facto proprium: é a conduta inicial. Confiança legitima: é análise fática. Comportamento Contraditório: é o comportamento que quebra a confiança.*Tu quoque: Quando uma parte não cumpre uma cláusula e mais na frente ela quer que aoutra parte cumpra essa mesma cláusula para seu benefício. Ver artigo 180 CC/02.*Distinção entre Venire e Tu quoque. No Venire, a quebra da confiança parte de um ato que a princípio é positivo, ou seja, é legal está previsto ou no ordenamento ou no contrato, e comina com o ato negativo, a quebra da confiança. Já o Tu quoque, faz o caminho inverso, começa com o fato ilícito, ou negativo, em busca do cumprimento do ordenamento ou contrato. *Supressio: é a perda de um direito pela falta de exercício. Não tem prazo estabelecido  Lapso Temporal. Elemento subjetivo confiança.*Surrectio: é o surgimento do direito em razão do não uso do mesmo direito pela outra parte. 
Extinção dos Contratos
 Noções Introdutórias:
Conceito: Configura - se a extinção dos contratos mediante o cumprimento da prestação pelo devedor junto ao credor. 
 Previsão Legal:
Código Civil de 2002 x Código Civil de 1916
É importante frisar que no Código Civil de 1916, não havia nenhuma disciplinação a cerca da extinção dos contratos. Já o Código Civil de 2002, o legislador disciplinou a extinção dos contratos através dos artigos 472 a 480, sedimentando em distrato, cláusula resolutiva, exceção de contratos não cumpridos e resolução por onerosidade excessiva. 
 Formas de Extinção dos Contratos:
Distrato: Dissolução do vínculo contratual deliberada por ambos os contratantes. A resilição bilateral ou distrato é um negócio jurídico que rompe o vínculo contratual mediante a declaração de vontade de ambos os contratantes de pôr fim ao contrato que firmaram. O distrato, em regra, produz efeitos ex nunc, ou seja, a ruptura do vínculo contratual só produz efeitos a partir do instante de sua celebração, não atingindo as conseqüências pretéritas nem os direitos adquiridos por terceiros, que serão respeitados. Fonte: DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico Universitário. – São Paulo: Ed. Saraiva 2010. Notado através do artigo 472 CC/02.
Cláusula Resolutiva: Disposição contratual que prevê o término do contrato pela inexecução, por parte de uma das partes envolvidas, contratantes, das obrigações que nele se contraíram. Deste modo, a parte prejudicada pelo inadimplemento do contrato pode pedir sua resolução ou exigir-lhe o cumprimento. Em qualquer caso, haverá indenização por perdas e danos. A cláusula resolutiva que estiver expressa no contrato possui eficácia plena, já aquela implícita depende de interpelação judicial. Vislumbrado pelo artigo 474 CC/02.                                                                                               Fonte: http://www.jurisway.org.br/v2/pergunta.asp?idmodelo=8742. Acessado em 13 de setembro de 2010 às 15h: 19 min. (adaptado)
Exceção de contrato não cumprido: Segundo o Código Civil de 2002, é vedado aos contratantes exigir implemento de outro nos  casos de contratos bilaterais antes de cumprir a sua obrigação. Entretanto, o mesmo diploma legal prevê que se uma das partes sofrer diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer a prestação pela qual se obrigou, pode recusar-se a cumpri-la até que a outra parte efetue a sua obrigação ou lhe dê garantias de que satisfará sua prestação. É a Exceção do Contrato Não Cumprido que, no entanto, só é prevista em caso de diminuição patrimonial sofrida por uma das partes. Visualizado no artigo 476 CC/02.
Fonte: http://www.jurisway.org.br/v2/pergunta.asp?idmodelo=8743. Acessado em 13 de setembro de 2010 às 18h: 12 min. (adaptado)
Resolução por onerosidade excessiva: Visto como um dos vícios de consentimento trata da possibilidade do pedido de resolução do contrato na ocorrência de um desequilíbrio entre a situação dos contratantes em virtude de acontecimentos supervenientes e imprevisíveis, que sobrecarregam a prestação do devedor e, em contrapartida, geram vantagens ao credor. Notado através dos artigos 478 a 480 CC/02. Fonte: http://www.jurisway.org.br/v2/pergunta.asp?pagina=3&idarea=59&idmodelo=8744. Acessado em 13 de setembro de 2010 às 18h: 56 min. (adaptado)
Exceção do contrato não cumprido. *Conceito: consiste em um meio de defesa pela qual a parte demandada pela execução de seu contrato pode argüir que deixem de cumpri – lo pelo fato da outra parte ainda não ter satisfeito a prestação correspondente. Exceptio non adimpleti contractus. * Natureza Jurídica: Exceção substancial.* Elementos: contrato bilateral; demanda de uma das partes pelo cumprimento do pactuado; prévio descumprimento da prestação pela parte demandante.*Evicção – efeitos dos contratos: *Conceito: consiste na perda pelo adquirente (evicto) da posse ou propriedade da coisa transferida por força de sentença judicial ou ato administrativo que reconhecem o direito anterior de terceiro denominado evictor.*Elementos: Contrato Oneroso; Sentença judicial e ato administrativo. Ver artigos: 450 e 477 do CC/02 artigo 70 do CPC. *Teoria da imprevisão: Foi desenvolvida na França com o escopo de resgatar a cláusula redus sic stantibus. Surge na I° Guerra Mundial, pois há uma notória modificação no cenário econômico. Surge com a Lei Falliot de 1918. No Brasil, não há positivação da teoria da imprevisão.*Conceito: consiste no reconhecimento de que a ocorrência de acontecimentos imprevisíveis pelas partes e a elas não imputáveis com o impacto sob a base econômica ou a execução dos contratos admitiria a sua resolução ou revisão para ajusta – lo as circunstâncias supervenientes.*Elementos: superveniência de circunstância imprevisível; alteração da base econômica => desequilíbrio da balança contratual, via de regra o contrato é comutativo; onerosidade excessiva =>  tem que causar um ônus em cima dos contratantes, um só contratante ou os dois.*Conseqüências: Revisão do contrato; alteração do valor mudança de execução do contrato.*Distinções: Teoria da Imprevisão x Lesão (Vide artigo 157 CC/02) => Ambas exigem prestações desproporcionais. A Lesão: defeito do negócio jurídico. Desproporção no momento da celebração do contrato. Na teoria da imprevisão, surge posteriormente a desproporção. A Lesão gera anulação. A teoria da imprevisão gera revisão ou extinção. Teoria da Imprevisão x Inadimplemento Fortuito => Inadimplemento Fortuito: caso fortuito ou força maior. Ocorre a impossibilidade de execução do contrato sem ônus para as partes. Na teoria da imprevisão, a revisão é a regra, se não for possível a revisão tem – se a extinção do contrato.*Aplicação => Não se aplica execução imediata, se aplica execução diferida ou continuada. Vide artigos: 478 a 480 CC/02 e artigo 6°, V do CDC aplica a teoria da onerosidade excessiva. *Compra e venda: artigos 481 a 532 CC/02. *Topologia => Observação: o contrato de compra e venda não transfere a propriedade, ele obriga a transferência.*Conceito => Trata-se de um negócio jurídico bilateral pelo qual uma das partes se obriga a transferir a propriedade de uma coisa móvel ou imóvel a outra mediante o pagamento de uma quantia em dinheiro. Ver artigo 482 CC/02. *Características: o contrato de compra e venda é um negócio jurídico bilateral em regra consensual comutativo ou aleatório, translativo de propriedade de execução instantânea ou diferida, nominado, típico, impessoal, individual e oneroso. Via de regra forma livre.* Elementos => Consentimento, Preço e Coisa. Ver artigo 481 CC/02.* Consentimento => Agente capaz e legítimo. Observação: Defeitos do negócio jurídico anulável em especifico do contrato de compra e venda. *Preço => Ver artigo 481 CC/02. O preço pode ser determinável ou determinado. O terceiro pode fixar preço no contrato de compra e venda.*Coisa => Só pode vender coisas dentro do comércio. A coisa tem que ter potencialidade de existência. *Despesas com o contrato => Vide artigo 490 CC/02. *Responsabilidade pelos riscos da coisa => *Restrições => Baseado na autonomia da vontade, limitações do contrato de compra e venda. Tipos de restrição: venda a descendentes; venda de bens sob administração; venda a condômino; venda entre conjugues e companheiros. *Venda a descendentes => É anulável. Vide artigo 496 CC/02. Prazo para requerer a anulação2 anos conforme estipulação do Código Civil de 2002 presente no artigo 179, mas a súmula 494 do STF estipula o prazo de 20 anos. Neste caso prevalece o prazo previsto em Código Civil de 2002. Vale lembrar que é vedada a venda entre avô e neto.  *Venda de bens sob administração => É nulo. Venda a terceiro a permitida. Não é permitido o representante legal comprar bens do incapaz. Vide artigo 497 e 104 CC/02. * Venda a condômino => Vide artigo 504 CC/02. Tem eficácia real. Prazo de 18 dias. Trata - se de direito Potestativo. Atenção no parágrafo único do artigo 504: em caso de benfeitoria, prevalece a de maior valor.  Venda entre cônjuges ou companheiros => Via de regra é permitido no regime de separação total de bens. Vide artigo 499 CC/02. *Venda ad corpus e ad mensuram => Ad corpus: artigo 500 §3° CC/02. Trata – se de venda de coisa certa e determinada. Ad mensuram: Venda por área, com medida de extensão. Vide artigo 500 caput. Conseqüências da venda ad mensuram: complemento da área, resolução do contrato ou abatimento do preço.*Promessa de compra e venda => Vide artigos 1417 e 1418 CC/02. Trata – se de um contrato preliminar, que tem por finalidade a celebração de outro contrato, no caso, contrato de compra e venda. É peculiar. Tem eficácia real. Passível de adjudicação compulsória. É regido por instrumento particular. A compra e venda é regida por instrumento público. Apresenta os mesmos efeitos do contrato de compra e venda. Se houver cláusula de arrependimento não cabe adjudicação compulsória. Para que ela tem eficácia real, a promessa de compra e venda tem que estar registrada. Caso não haja o registro a eficácia será pessoal.*Cláusulas especiais => São três tipos de clausulas especiais. Não são elementos essenciais, mas apresentam características especiais no contrato. *Retrovenda => Outra nomenclatura: Cláusula de retrato ou pactum retrovendendo. Vide artigos 505 a 508 CC/02. Só vale para imóvel. Prazo de 3 anos. Trata – se de uma condição resolutiva expressa. *Venda a contento e sujeita a prova => Conceito de venda a contento: "Chama-se de venda a contento ou “pactum disciplicentiae” o contrato de compra e venda subordinado à condição de ficar desfeito se o comprador não se agradar da coisa" (Caio Mario da Silva Pereira). “É a realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa tenha sido entregue ao comprador e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado" (Carlos Roberto Gonçalves) *Características: a) negócio sob condição suspensiva; b) caso seja atribuído ao negócio condição resolutiva, descaracteriza-se a venda a contento; c) não há transmissão da propriedade, simplesmente a posse do objeto; d) não depende do arbítrio do comprador, mas, ao contrário, depende do fato de agradar o comprador; e) a manifestação de aceitação pode ser tácita ou expressa. O silêncio é manifestação de vontade válida, quando assinalado um prazo; f) venda a contento é diferente de venda em que se faculta ao comprador trocar o objeto por outro; g) é ato pessoal, não se transmite por herança, extinguindo-se com morte do comprador.*Conceito de venda sujeita a prova: "Na venda sujeita a prova presume-se feita sob condição suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se destina. Neste caso a recusa do comprador não se fundamenta do gosto, como na venda a contento, mas, no simples fato de que a coisa não tinha as qualidades asseguradas pelo vendedor e eram inadequadas as finalidades a que se destinavam" *Preempção ou Preferência => “É o pacto, adjeto à compra e venda, em virtude do qual o comprador de uma coisa, móvel ou imóvel, fica com a obrigação de oferecê-la a quem lhe vendeu, para que este use o seu direito de prelação em igualdade de condições, no caso de pretender vendê-la ou dá-la em pagamento" (Caio Mário da Silva Pereira) - "A preempção ou preferência impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto." (Washington de Barros Monteiro)*Características:- objeto da preferência ou preempção - coisas móveis ou imóveis; - obrigatoriedade de ser expressa a cláusula de preferência; - personalíssimo; - somente se aplica aos contratos de compra e venda; - aplicável somente a hipótese de alienação mediante compra e venda; - possibilidade do direito de preferência ser estipulado em favor de duas ou mais pessoas, em comum, caso em que só poderá ser exercido em relação à coisa no seu todo; - valor do pagamento na preferência – "tanto por tanto”; - prazo decadencial;* Doação*Conceito => É o negócio jurídico firmado entre dois sujeitos, doador e donatário, por força do qual o primeiro transfere bens móveis ou imóveis para o patrimônio do segundo animado pelo simples propósito de beneficência ou liberalidade.*Características =>  É um contrato típico, nominado, unilateral, gratuito, formal (instrumento escrito conforme disposto no art. 541 CC/02; exceção doação manual conforme parágrafo único do artigo 541), impessoal e individual. A doação modal ou com encargo, não descaracteriza a unilateralidade do contrato de doação. Com relação a valores do objeto a ser doado prevalece o disposto no artigo 108 CC/02. “Animus donandi” é a liberalidade, a vontade de beneficiar o outro.*Aceitação => Não precisa ser escrita. Semelhante a aceitação no contrato de adesão. Pode ser tácita. O silêncio implica em aceitação no caso de doação pura, não é válido para doação modal ou com encargo. O aceitante deve ser capaz e legítimo. Observação sobre aceitação segundo Maria Helena Diniz: A doação não se aperfeiçoará enquanto o beneficiário não manifestar sua intenção de aceitar a doação. (Aceitação do donatário). O doador poderá fixar, na oferta, prazo para o donatário declarar se aceita ou não a liberalidade, pois nem sempre a doação atende aos seus interesses, e em relação a donatário capaz não há presunção juris tantum do benefício da doação. Se o donatário, ciente do prazo, não declarar dentro dele que aceita a doação, entender – se á que a aceitou, se a doação não estiver obviamente sujeita a encargo, caso em que se terá a aceitação tácita. A modal requer, por ser onerosa e por envolver um ônus ou cumprimento de uma obrigação, aceitação expressa. Sobre aceitação tácita ver súmula 328 do STF.*Doação “mortis causa” => Ocorre quando o donatário recebe o bem doado mediante o falecimento do doador. Não existe em nosso sistema jurídico.*Doação Inoficiosa => Traduz a violação da parte legítima. Legítima: parcela do patrimônio que é reservado aos seus herdeiros. Princípio da Conservação. Nulidade = Imprescritível. Prazo para reaver o bem 10 anos. Observação sobre doação inoficiosa segundo Maria Helena Diniz: Nula será a doação da parte excedente do que poderia dispor o doador em testamento, no momento em que doa, pois, se houver herdeiro necessário (descendente, ascendente e cônjuge), o testador só poderá dispor da metade da herança, preservando assim, a legítima daquele herdeiro. Nula será a doação apenas no que exceder o montante disponível do doador no momento da liberalidade e não no instante da abertura da sucessão, reduzindo – se – lhe até o limite permitido por lei. *Doação Universal => Trata – se da doação do patrimônio em toda a sua totalidade conforme disposto em artigo 548 CC/02. A doação universal é vedada por dois fundamentos: político e jurídico. O fundamento jurídico funda – se no Princípio Dignidade da Pessoa Humana. O fundamento político funda – se em interesses estatais, pois o Estado não quer mais um mendigo porque obviamente irá implicar em custos para o mesmo.*Promessa de doação => Contrato preliminar no qual a parte se obriga a celebrar o contrato de doação. É admitida pela doação modal ou com encargo.*Espécies => Doação Pura x Doação com fatores eficaciais: A doação pura não tem nenhum ônus e não há incidência de fator eficacial. A doação com fatores eficaciais apresenta vertentes: condição, termo e encargo. Doaçãocondicional: evento futuro e incerto. Doação a termo: evento futuro e certo. Doação com encargo ou modal: “Grava” a doação com algum ônus. Caso não haja o cumprimento da doação modal, gera extinção e a depender pode coagir o donatário a cumprir o encargo. Observação sobre a doação com encargo segundo Maria Helena Diniz: Se a doação for onerosa ou modal (donatione sub modo), o encargo estabelecido em favor do próprio doador, de terceiro ou do interesse geral deverá ser cumprido, sob pena de revogação da liberalidade. Se o encargo ou modo for estabelecido em prol da coletividade ou do interesse geral, como, por exemplo, na doação de um terreno para a construção de um hospital, neste caso, como os herdeiros do doador podem não ter interesse no cumprimento do encargo, a lei reconhece ao Ministério Público legitimidade para exigir sua execução depois do óbito do doador. As demais doações não cabem evicção e juros moratórios. *Doação Contemplativa x Doação Remuneratória: A doação contemplativa é uma espécie de doação em que o doador indica as razões que o levaram a fazer a doação. A Doação feita em contemplação a casamento futuro“propter nuptias” ver artigo 546 CC/02 => Doação Condicional. Cabem evicção (mesmo com o cumprimento) e juros moratórios (em caso de não cumprimento) A doação remuneratória é aquela feita em retribuição a serviços prestados pelo donatário.  *Doação Conjuntiva: Feita a duas ou mais pessoas ou a um conjunto de pessoas. O silêncio implica em divisão igual dos bens conforme redação do artigo 551 CC/02. Não cabe direito de acrescer. Em caso de falecimento de uma das partes, a parte concernente a do falecido fica para seus ascendentes e descendentes. Exceção ver parágrafo único do artigo 551 CC/02.*Doação com cláusula de reversão: (Conceito Maria Helena Diniz) Ocorre quando o doador estipula expressamente que os bens doados devem voltar ao seu patrimônio caso sobreviva ao donatário. Tal cláusula opera como uma condição resolutiva, de cujo implemento resultará a restituição do bem doado, sendo que os frutos pertencerão ao donatário. *Doação Mista x Doação Mútuas A doação mista (negotium mixtum cum donatione) é um negócio jurídico de conteúdo prestacional híbrido, com característica de negócio oneroso, mas trazendo em seu bojo também um matiz de liberalidade. Exemplo clássico pode ser invocado no caso de um sujeito pagar, livremente, 200 reais por um bem que vale apenas 100. Já nas doações mútuas pressupõe que duas partes realizem reciprocamente atos de liberalidade, beneficiando-se mutuamente em um só ato. Uma parte doa à outra, e vice-versa. Aproxima-se da troca, mas com esta não se confunde pela diferença de causa (a liberalidade), uma vez que na doação existe uma liberalidade que não há na troca. Nesta última, há uma finalidade negocial típica de permutar o que é de um pelo que é de outro. Nas doações mútuas, há apenas o interesse de beneficiar o outro contratante, sem interesse na reciprocidade, embora existente no mesmo ato.*Doação sob forma de subvenção periódica => Trata - se de uma constituição de renda a título gratuito que estabelece os períodos em que devam as partes da liberalidade ser entregues ao donatário. Extingue – se com a morte do doador, salvo se o contrário estiver disposto. A subvenção constitui, portanto, um favor pessoal, que termina com o falecimento do doador, não se transferindo a obrigação para seus herdeiros. Ver artigo 545 CC/02 (Conceito de Maria Helena Diniz) *Doação indireta x Doação disfarçada => A doação disfarçada, por sua vez, é aquela que encobre um negócio jurídico simulado ou em fraude à lei. É o exemplo do indivíduo que forja uma doação, quando, na verdade, está vendendo o bem, para evitar que seus exijam o preço como garantia de suas dívidas ou de alguém que faz uma doação, para não incidir em vedações contratuais de compra e venda. LecionaCARVALHO DE MENDONÇA, acerca da doação indireta: “As indiretas operam-se freqüentemente: a) nas renúncias; b) nas estipulações em favor de terceiros; c) nas remissões de débitos”. *Doação entre companheiros e concubinos Ver artigo 544 CC/02. O pai, por exemplo, poderá fazer doação a seus filhos, e um cônjuge a outro, que importará em aditamento do que lhes cabe por herança, ou melhor, da legítima, devendo se por isso conferida no inventário do doador, por meio da colação, embora este possa dispensar a conferência, determinando, em tal hipótese, que saia de sua metade disponível, contanto que não a exceda. Se avô doar bem a neto, este apenas deverá colacionar se suceder na herança de seu avô por estirpe, representando seu pai premorto. Mas, se seu genitor sobreviver ao seu avô, nada receberá por herança, conseqüentemente não terá o dever de colacionar. Em relação aos cônjuges, no regime de separação obrigatória de bens talo doação não se dará, pois o cônjuge não concorre na sucessão com descendentes do de cujus, o mesmo se diga no da comunhão universal ou na comunhão parcial, se não houver bens particulares do de cujus. Donde se infere, logicamente, que a doação de um cônjuge a outro, sendo o regime de separação convencional de bens, de comunhão parcial, havendo patrimônio particular, ou de participação final nos aquestos, refere - se a seus bens particulares. De acordo com o diploma legal cível tal doação implica em aditamento da legitima. Nesse sentido é válido saber o conceito de aditamento da legítima: é a doação de pais a filhos, ou de um cônjuge a outro, que importa a antecipação da legítima, ou seja, daquilo que por morte do doador o donatário iria receber. É, portanto, uma entrega adiantada, por conta da herança, da legítima do herdeiro necessário, feita mediante doação de ascendente a descendente. Essa doação deverá ser por isso, conferida no inventário do doador, por meio da colação, mas este poderá dispensar tal verificação, determinado, em tal hipótese, que saiam os bens doados de sua metade disponível, desde que não a excedam. Se nada prescrever, impor – se – á a colação. (Conceito de Maria Helena Diniz) *Doação feita ao nascituro e ao embrião: O nascituro (infans conceptus) poderá receber doação, mas a aceitação deverá ser manifestada pelo seu representante legal, ou seja, por aquele a quem incumbe cuidar de seus interesses: pai, mãe ou curador. Se nascer morto, embora aceita a liberalidade, esta caducará. Se tiver um instante de vida, receberá o benefício, transmitindo – o a seus sucessores. (Conceito de Maria Helena Diniz) Ver artigos 542°, 543°, 1.748°, 3° e 4° CC/02. *Doação a incapazes: (Segundo Maria Helena Diniz) O artigo 543 do Código Civil conflita, em parte, com o artigo 1.748, II. O artigo 543 dispensa a aceitação de doação pura e simples ou típica (vera et absoluta) se o donatário, que se encontrar sob poder familiar, for absolutamente incapaz, com o escopo de protegê – lo, possibilitando que receba a liberalidade ao desobrigá – lo  da aceitação, que deixa de ser exigida, por haver presunção juris tantum de benefício da doação, logo nada obsta a que o representante legal demonstre em juízo a desvantagem da liberalidade do incapaz. E o artigo 1.748, II, combinado com os artigos 1.767, 1.774 e 1.781, exige que o tutor ou curador aceite a doação, ainda que com encargo, pelo tutelado e curatelado, havendo autorização judicial para tanto. Vislumbramos aqui, seguindo a concepção de Alf Ross, no que atina à extensão da contradição, uma antinomia parcial – parcial, pois as duas normas têm um campo de aplicação que em parte um entra em conflito com o de outra e em parte não entra. Se o artigo 543 dispensa a aceitação, que nosso entender seria a expressa, do donatário absolutamente incapaz, que sentido teria o artigo 1.748, II, combinado com os artigos 1.767, 1.774 e 1.781, ao prescrever que tutor, ou curador, pouco importando que o tutelado ou curatelado seja absoluta, ou relativamente incapaz, deva aceitar por ele doação, ainda que com encargo? Mesmo as pessoas que não podem contratar poderão aceitar doações puras e simples, sem intervenção de representante legal, exceto na hipótese do artigo1.748, II combinado com os artigos 1.767, 1.774 e 1.781 do Código Civil de modo que sua aceitação é tácita. Dispensada está a aceitação se o donatário for absolutamente incapaz,por ser a doação pura e simples um contrato benéfico, não acarretando quaisquer ônus ao favorecido. Daí preferir denominá – la Caio Mário da Silva Pereira aceitação ficta ou legal, uma vez que a doação se torna perfeita e acabada desde que o doador a efetue. Mas, sem embargo desta opinião, há quem ache como João Figueirêdo Alves, que a aceitação, no caso em tela, não mais ficta, nem presumida, visto que deixa de ser exigida como elemento integrante da formação do contrato. Já para doações com encargo a sua aceitação será expressa, por meio de representante legal. E, se a doação for de pai a filho menor, de boa cautela será nomear curador especial para aceitá – la em nome do incapaz, principalmente se houver reserva de usufruto ou encargo. (Ver artigo 1.692 CC/02) *Doação feita em contemplação do merecimento do donatário: (Segundo Maria Helena Diniz) A doação meritória, feita em contemplação do merecimento do donatário, vem a ser uma doação pura e simples, em que o doador manifesta claramente o porquê de sua liberalidade. Por exemplo, doação de um objeto a “A” por ser um grande cientista. Trata – se de doação contemplativa. É uma doação porque o doador não está obrigado a nenhuma retribuição, entregando o bem por mera liberalidade, fazendo uma homenagem ao donatário pelos seus méritos no campo social, científico ou cultural.*Doação de adúltero a seu cúmplice: O cônjuge adúltero não poderá fazer doação a seu cúmplice, pois tal doação poderá ser anulada pelo outro consorte, na constância do matrimônio, ou por seus herdeiros necessários até dois anos após a dissolução da sociedade conjugal. O artigo 550 não alcança a doação a companheiro. *Caducidade de doação a entidade futura: (Segundo Maria Helena Diniz) Pessoa jurídica ou entidade futura pode receber doação, mas esta caducará se a donatária não for constituída regularmente dentro de dois anos, contados da efetivação da doação. A doação a entidade futura sujeitar – se – á, portanto, a essa condição suspensiva. A norma sub examine tem por escopo evitar que o bem doado fique vinculado a entidade que nunca venha a constituir – se, com isso tutela o patrimônio do doador e os direitos de seus herdeiros.                                                    
                                                            
Revogação da doação
A revogação da doação pode ser motivada por ingratidão do donatário e por inexecução do encargo conforme disposto pelo artigo 555 CC/02. Nesse sentido é válido afirmar que a doação é um ato de liberalidade, logo o doador não poderá revogá -  la unilateralmente, no todo ou em parte, se já houve aceitação do donatário.
Mesmo após a aceitação pelo donatário, o doador poderá revogar unilateralmente doação pura e simples por: a) ingratidão do donatário por ter este o dever moral de ser grato ao doador, devendo abster – se de atos que constituem prova de ingratidão revelando seu não reconhecimento e sua falta de sensibilidade ao favor recebido; b) descumprimento do encargo: O doador reclamará a devolução da coisa doada, mas o donatário inadimplente, em mora, não responderá pelas perdas e danos. Fonte: Diniz, Maria Helena. Código Civil Anotado – 15°edição revisado e atualizado – São Paulo: Saraiva, 2010.
  O direito de revogar a doação por ingratidão é irrenunciável se manifestado antecipadamente. O doador poderá usar ou não desse direito, porém não poderá abrir mão dele, por antecipação, de modo que nula será a cláusula pela qual o doador se obrigue a não exercer. Fonte: Diniz, Maria Helena. Código Civil Anotado – 15°edição revisado e atualizado – São Paulo: Saraiva, 2010.
O doador, sendo a doação pura e simples, poderá revogá – la se o donatário:  a) atentou contra sua vida desde que esse ato não seja culposo ou decorrente de legítima defesa, ou cometeu homicídio doloso contra ele; b) ofendeu fisicamente, causando – lhe lesão corporal dolosa, leve ou grave; c) o injuriou ou caluniou gravemente; d) lhe negou, tendo meios econômicos, alimentos para a sua sobrevivência, por estar ele na penúria e não ter parentes, cônjuge ou companheiro a quem reclamar prestação alimentícia. Fonte: Diniz, Maria Helena. Código Civil Anotado – 15°edição revisado e atualizado – São Paulo: Saraiva, 2010.
Se o donatário vier a praticar quaisquer atos arrolados no artigo 557 do Código Civil contra cônjuge, ascendente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador, este poderá revogar a doação feita, alegando ingratidão, visto que aquelas pessoas lhe são caras, em relação à afetividade que o une a elas. Fonte: Diniz, Maria Helena. Código Civil Anotado – 15°edição revisado e atualizado – São Paulo: Saraiva, 2010.
A revogação da doação deverá ser pleiteada dentro do prazo decadencial de um ano, contado do conhecimento do fato da ingratidão do donatário pelo próprio doador, mediante ação judicial.  
O dever de gratidão é pessoal, não podendo o doador exigi - lo dos herdeiros do beneficiado; logo, os herdeiros do doador não poderão revogar a doação por ingratidão do donatário, podendo tão somente prosseguir na ação por ele iniciada, continuando - a contra os herdeiros do donatário, se este vier a falecer após a lide ter sido ajuizada na qualidade de substitutos processuais. Fonte: Diniz, Maria Helena. Código Civil Anotado – 15°edição revisado e atualizado – São Paulo: Saraiva, 2010.
A jurisprudência tem admitido, no caso de homicídio doloso do doador, que os seus herdeiros movam ação revocatória contra o donatário assassino, o que foi consagrado pelo artigo 561 do Código Civil. Se o doador foi dolosamente assassinado pelo donatário, seus herdeiros, na ordem de vocação hereditária, excluindo - se os mais remotos pelos próximos em grau, poderão revogar a liberalidade feita, exceto se o doador, antes de falecer, tenha perdoado seu algoz. Não se terá aqui substituição processual, visto que haverá, por força de lei, transmissão da titularidade da ação para os herdeiros do doador, comprovado pelo donatário, impedirá, portanto, que os herdeiros tenham a iniciativa de revogar a doação. Fonte: Diniz, Maria Helena. Código Civil Anotado – 15°edição revisado e atualizado – São Paulo: Saraiva, 2010.
Revogada a doação por ingratidão, o bem doado retornará ao patrimônio do doador, respeitados os direitos de terceiros (adquirente, mutuário, comodatário, titular de direito real de fruição ou de garantia em relação ao bem doado), já que os atos anteriores à revogação não serão atingidos.
O donatário, em caso de revogação da doação por ingratidão, devolverá o bem, mas terá direito aos frutos percebidos antes da citação válida, devendo pagar os percebidos posteriormente. Se não mais puder restituir a coisa doada, por já tê – la vendido, deverá, então, pagar uma indenização ao doador, cujo quantum será média do valor do bem, calculada entre o tempo da doação e a data da revogação da liberalidade. Trata - se do valor médio do mercado, considerando – se a qualidade do bem doado, sua valorização e desvalorização, desde a doação e o desgaste que veio a sofrer pela ação do tempo. No dizer de Clóvis Beviláqua, o “meio – termo do seu valor” seria “a média do valor que a coisa teve ou podia ter entre a data da tradição ao donatário a da restituição”. Fonte: Diniz, Maria Helena. Código Civil Anotado – 15°edição revisado e atualizado – São Paulo: Saraiva, 2010.
Será inadmissível revogar por ingratidão dor donatário: a) as doações remuneratórias, exceto na parte que exceder ao valor do serviço prestado pelo donatário ao doador. Se um dentista não vier a cobrar R$ 1.500,00 por um tratamento de canal e seu cliente entregar – lhe um relógio avaliado em R$1.800,00, havendo ingratidão do donatário, a doação poderá ser revogada no “quantum” de R$300,00; b) as doações com encargos, que, por exigirem uma contraprestação do donatário, o desobrigam, se já cumpridos, do dever de gratidão; c) as doaçõesfeitas em cumprimento de obrigação natural, por exemplo de dívida de jogo, por ser inexigível; d) as feitas em contemplação de casamento futuro, pois, se se perfazem com o ato nupcial, sua revogação atingiria o cônjuge inocente e a prole do casal conforme disposto pelo artigo 546 e 1.639 do CC/02. Fonte: Diniz, Maria Helena. Código Civil Anotado – 15°edição revisado e atualizado – São Paulo: Saraiva, 2010.
Observação:  A doação é um favor, é uma generosidade, é um benefício, é uma liberalidade, e por isto não se aceita que o donatário seja ingrato com o doador. A moral e a lei exigem que o donatário respeite o doador, sob pena de revogação da doação por ingratidão (arts. 555 e 557). Gratidão é assim obrigação de não - fazer do donatário, que deve se abster de praticar condutas que revelem desapreço pelo doador e seus filhos (558).  Estes motivos são exaustivos/taxativos, não são exemplificativos, não havendo outros casos de ingratidão que autorizam a revogação além destes previstos no código. Tomando o doador conhecimento destas condutas, deve processar o donatário no prazo de um ano para recuperar a coisa doada (559).  O direito de revogar é irrenunciável, pode porém não ser exercido (556).  A revogação não atinge terceiros, de modo que se o doador tiver alienado a coisa doada, o terceiro adquirente não será prejudicado, pois não há ação real sobre a coisa. Deverá sim  o donatário indenizar o doador pelo equivalente, ou seja, poderá o doador mover apenas ação pessoal contra o donatário. Igualmente, em se tratando, por exemplo, de uma fazenda doada, a revogação da doação não obrigará o donatário a devolver os frutos (ex: colheitas, crias dos animais, etc.), apenas a fazenda em si (563).  O direito de revogação da doação é personalíssimo,  só o doador pode exercê-lo (560), salvo se ele tiver sido morto pelo donatário, hipótese em que seus herdeiros poderão processar o donatário (561).  Não se exige gratidão dos herdeiros do donatário, apenas deste. Há espécies de doação que não se revogam por ingratidão, previstas no art. 564. A doação feita para determinado casamento não se revoga para não prejudicar o cônjuge inocente.
Fonte: http://www.rafaeldemenezes.adv.br/contratos/aula13.htm acessado em 19 de novembro de 2010 às 15h: 45 min.