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Plantas Tóxicas de Interesse Zootecnico nATHália borges hott Victor Francisco de carvalho Introdução Pode-se entender planta tóxica como “todo o vegetal que, ingerido por um organismo vivo, seja capaz de causar danos que refletem na saúde e vitalidade do ser” (Schons, 2012). Na pecuária, as ingestões de plantas tóxicas representam uma significativa causa de prejuízos econômicos uma vez que influenciam diretamente na produção animal (Mello et al., 2010; Barbosa et al., 2007). As plantas tóxicas de interesse pecuário são classificadas como as espécies que promovem intoxicação nos animais (caprinos, eqüinos, suínos e bovinos) (Mello et al. 2010; Vasconcelos et al., 2009; Barbosa et al., 2007). A intoxicação depende da quantidade de substância tóxica absorvida, da natureza dessa substância e da via de introdução (Mello et al., 2010; Haraguchi, 2003). 2 Objetivo Esse trabalho apresentará 5 plantas tóxicas de interesse zootécnico, comentar o principio tóxico da planta e sinais clínicos de intoxicação. Pteridium aquilinum Imagem 1 Imagem 2 Pteridium aquilinum Nome popular: Samambaia. Planta invasora, frequente em solos ácidos, arenosos e de baixa fertilidade; infesta campos, matas ciliares, capoeiras, beiras de matos e de estradas. O broto e a porção mais tóxica de suas partes aéreas e o rizoma a parte da planta que possui maior atividade carcinogênica. Conforme destaca Hopkins (1986), a planta possui os seguintes princípios tóxicos: tanino; quercetina; ácido chiquímico; prumasina; ptaquilosideo; aquilideo A e canferol. Todas as partes da samambaia contém os princípios tóxicos em forma ativa, sendo o broto a porção mais tóxica de suas partes aéreas e o rizoma a parte da planta que possui maior atividade carcinogênica. 5 Pteridium aquilinum Imagem 3 Pteridium aquilinum A intoxicação é desencadeada após a ingestão de quantidades diárias superiores à 10g/kg de peso, por período de 3 semanas a poucos meses. (MARÇAL et al, 2002; PREDOSA&BOHLAND, 2008) Os sinais clínicos podem surgir três semanas após o inicio do consumo, e até dois meses após a ultima ingestão do Pteridium aquilinum (TOKARNIA et al., 2000; PEDROSA & BOHLAND, 2008). Os sinais manifestam repentinamente com hipertemia, salivação, melena, hemorragias, taquicardia e taquipneia, perda da condição corporal, com anorexia e parada da ruminação. A morte pode ocorrer em um a três dias, mas os animais podem sobreviver por 15 dias. Ricinus Communis Nomes Populares: Mamona, Carrapateira. As partes tóxicas da mamona são as folhas e as sementes. Princípio tóxico: Ricinina (alcalóide) na folha e ricina (toxoalbumina) na semente. Os equinos são os animais mais suscetíveis à intoxicação, ovinos, bovinos e suínos são intermediários, enquanto as galinhas são as mais resistentes (GARLAND; BAILEY, 2006; ALEXANDER et al., 2008; TOKARNIA et al., 2012). Imagem 4 Ricinus Communis Imagem 5 Imagem 6 Ricinus Communis Quantidade letal: Em torno de 20 g de folhas frescas ou 2 g de sementes por kg de peso vivo, ou um quarto disso no caso de bezerro. A intoxicação pelas sementes varia de aguda a subaguda, o animal apresenta fraqueza, apatia e diarreia sanguinolenta, por irritação do tubo digestivo. Intoxicação pelas folhas é aguda, de predominância neuro-muscular, o animal apresenta andar desequilibrado, tremores musculares, dificuldade de caminhar longas distâncias, procurando ficar deitado, eructação excessiva (arroto) acompanhada por sialorréia (baba). Ricinus Communis Imagem 7 Cynodon dactylon cv. Florarkik Imagem 8 Cynodon dactylon cv. Florarkik Obtida através do cruzamento Tifton 44 e Callie, (Pedreira, 1996). Grupo Bermudas Perene e estolonífera Planta macia e suculenta Planta glabra Cynodon dactylon cv. Florarkik Lançada com para fenação e muito pouco utilizada para pastejo. Um problema apresentado por Florakirk é o acúmulo de glicosídeos cianogênicos, principalmente quando submetido a altas doses de N. Esses compostos podem em condições específicas liberar ácido cianídrico (HCN), que em determinadas concentrações menores pode deprimir o desempenho animal ou em maiores concentrações ser até mesmo letal (Nussio et al., 1998). Tetrapterys Multiglandulosa spp. Imagem 9 Tetrapterys Multiglandulosa spp. (Acutifolia, Ramiflora) Família: Malpighiaceae Nomes vulgares: Cipó-preto, Cipó-ruão, Cipó-vermelho É uma planta perene, presente em todos os estados da região Sudeste. A intoxicação ocorre mais no período da seca baixa palatabilidade exceto os brotos jovens. Tetrapterys Multiglandulosa spp. (Acutifolia, Ramiflora) Os princípios tóxicos são: heterosídeos flavônicos e esteróides na folha jovem, taninos condensados, alcalóides quaternários e esteróides na folha madura Sinais clínicos nos bovinos: Edema de barbela e na região esternal, jugular com pulso positivo, aborto, relutância do animal em andar, emagrecimento progressivo Palicourea marcgravii Imagem 10 Imagem 11 Palicourea marcgravii Nomes populares: cafezinho, erva de rato ou café bravo É considerada a principal planta tóxica do Brasil Ampla distribuição geográfica, bem aceita pelos cavalos pela pequena quantidade para toxidez, seu consumo excessivo pode ser letal em questão de minutos. É uma planta de boa palatibilidade Palicourea marcgravii O animal intoxicado apresentará: Perda de equilíbrio dos membros posteriores, relutância ao andar, tremores musculares, frequentes defecações e micções e pulsação intensa das veias jugulares. Recomendaçao:deixar em sossego os lotes de animais que tiverem casos de intoxicação. subdoses da planta podem se autodesintoxicar o animal. Lista de Figuras Imagem 1: < http://www.floresefolhagens.com.br/samambaia-americana-nephrolepis-exaltata/ > acessado em 02 de maio de 2018. Imagem 2: < http://agrosb.com.br/noticia/samambaia-do-campo-pode-intoxicar-bovinos/ > acessado em 02 de maio de 2018. Imagem 3: < https://www.youtube.com/watch?v=JwaIBy9kkqw > acessado em 02 de maio de 2018. Imagem 4: < https://orienteocidente.wordpress.com/2013/07/30/os-beneficios-do-oleo-de-mamona-2/ > acessado em 07 de maio de 2018. Imagem 5: < https://www.britannica.com/plant/castor-oil-plant > acessado em 07 de maio de 2018. Imagem 6: < https://www.chabeneficios.com.br/cha-de-mamona-combate-vermes-intestinais-e-trata-hemorroidas/ > acessado em 07 de maio de 2018. Imagem 7: ALBURQUERQUE, S. S. C., et al. SPONTANEOUS POISONING BY RICINUS COMMUNIS (EUPHORBIACEAE) IN CATTLE. Pesq. Vet. Bras. 34(9):827-831, setembro 2014 Imagem 8: Imagem 9: < https://www.researchgate.net/figure/Tetrapterys-multiglandulosa-Insets-fruits-top-and-flowers-bottom_fig7_285678393> acessado em 10 de maio de 2018. Imagem 10 e 11: <http://plantastoxicas-venenosas.blogspot.com.br/2009/07/erva-de-rato-palicourea-marcgravii.html#.WwG41TQvwfc > acessado em 10 de maio de 2018. Referências Carvalho, M. S., ESPÉCIES VEGETAIS TÓXICAS: IMPORTÂNCIA PARA A PECUÁRIA. Minas Gerais: PPGCB/UNIMONTES. < http://rehagro.com.br/plantas-toxicas-de-importancia-pecuaria/ > acessado em 02 de maio de 2018, às 19:00hrs. GARSZARECK, O. L., INTOXICAÇÃO DE BOVINOS POR INGESTÃO DE SAMAMBAIA (PTERIDUM AQUILINUM). Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária – ISSN: 1679-7353 – Ano VIII – Número 15 – Julho de 2010. MARÇAL, W. S., et al. OCORRÊNCIA DE INTOXICAÇÃO AGUDA EM BOVINOS PELA SAMAMBAIA (PTERIDIUM AQUILINUM, L. KUHN) NO NORTE DO PARANÁ-BRASIL. Ci. Agrárias, Londrina, v. 22, n.2, p. 139-144, jul./dez. 2001 GONÇALVES, R. C. et al. INTOXICAÇÃO AGUDA POR PTERIDIUM AQUILINUM EM DOIS BOVINOS. Ciência Animal Brasileira, p. 302 - 307, out. 2009. ISSN 1809-6891. FONSECA, N. B. S., BLANCO, B. S., TOXICIDADE DA RICINA PRESENTE NAS SEMENTES DE MAMONA. Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 3, p. 1415-1424, maio/jun. 2014 ALBURQUERQUE, S. S. C., et al. SPONTANEOUS POISONING BY RICINUS COMMUNIS (EUPHORBIACEAE) IN CATTLE. Pesq. Vet. Bras. 34(9):827-831,setembro 2014 < http://old.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/livros/plantastoxicas/21mamona.html > acessado em 09 de maio de 2018.
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