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1 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES Aula 03 e 04 Sistema de Coordenadas ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES 3. Sistema de Coordenadas Um dos principais objetivos da Topografia → é a determinação de coordenadas relativas de pontos. Necessidade de que sejam expressas em um sistema de coordenadas. Sistema de coordenadas cartesianas Sistema de coordenadas esféricas 2 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES 3.1 Sistema de Coordenadas Cartesianas Quando se posiciona um ponto → está se atribuindo coordenadas ao mesmo. Estas coordenadas deverão estar referenciadas a um sistema de coordenadas. Existem vários, ex. Sistema de coordenadas retangular, polar, esférico, cilindrico, parabólico, etc. Espaços: -Bidimensional -Tridimensional ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES No espaço bidimensional → sistema de coordenadas retangulares ou cartesiano. Este é um sistema de eixos ortogonais no plano, constituído de duas retas orientadas X e Y, perpendiculares entre si. A origem deste sistema é o cruzamento dos eixos X e Y. Um ponto é definido neste sistema através de uma coordenada denominada abscissa (coordenada X) e outra denominada ordenada (coordenada Y). Um dos símbolos P(x,y) ou P=(x,y) são utilizados para denominar um ponto P com abscissa x e ordenada y. 3 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES Na figura a seguir é apresentado um sistema de coordenadas, cujas coordenadas da origem são O (0,0). Nele estão representados os pontos A(10,10), B(15,25) e C(20,-15). ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES Um sistema de coordenadas cartesianas retangulares no espaço tridimensional é caracterizado por um conjunto de três retas (X, Y, Z) denominadas de eixos coordenados, mutuamente perpendiculares, as quais se interceptam em um único ponto, denominado de origem. A posição de um ponto neste sistema de coordenadas é definida pelas coordenadas cartesianas retangulares (x,y,z). 4 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES Sistema de Coordenadas Polares Dado um ponto P do plano, utilizando coordenadas cartesianas (retangulares), descrevemos sua localização no plano escrevendo P=(a,b) onde a é a projeção de P no eixo x e b, a projeção no eixo y. Podemos também descrever a localização de P a partir da distância de P à origem O do sistema e do ângulo formado pelo eixo x e o segmento OP, caso P≠O. Denotamos P=(r,θ) onde r é a distância de P a O e θ o ângulo tomado no sentido anti–horário, da parte positiva do eixo Ox ao segmento OP, caso P≠O. ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES 5 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES Para representar pontos em coordenadas polares, necessitamos somente de um ponto O do plano e uma semi–reta com origem em O. Representamos abaixo um ponto P de coordenadas polares (r,θ), tomando o segmento OP com medida r. O ponto fixo O é chamado polo e a semi–reta, eixo polar. ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES a) Mudança de coordenadas polares para coordenadas cartesianas. Seja P um ponto com coordenadas polares (r,θ). Considerando inicialmente 0<θ<π/2, do triângulo retângulo OPx obtemos as seguintes relações: Se θ=0, temos P no eixo das abcissas. Logo, P tem coordenadas cartesianas (x,0) e coordenadas polares (x,0) (r=x e θ=0). Assim, x = x.1 = r.cosθ e y = 0 = r.0 = r.senθ. Para os casos onde θ≥π/2, fica como exercício mostrar que também x = r.cosθ e y = r.senθ. x y 0 r θ x = r . cos (θ) y = r . sen (θ) 6 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES b) Mudança de coordenadas cartesianas para coordenadas polares x y 0 r θ r = x2+y2 θ =arctang y x ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES 3.2 Sistema de Coordenadas Esféricas afastamento r entre a origem do sistema ponto R considerado, pelo ângulo β formado entre o segmento OR e a projeção ortogonal deste sobre o plano xy ângulo α que a projeção do segmento OR sobre o plano xy forma com o semi-eixo OX, 7 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES 3.3 Superfícies de referência * MODELO ESFÉRICO:MODELO ESFÉRICO: Terra pode ser considerada uma esfera → Astronomia Tratando-se de Astronomia, estas coordenadas são denominadas de latitude e longitude astronômicas. -Latitude Astronômica (Φ): é o arco de meridiano contado desde o equador até o ponto considerado, sendo, por convenção, positiva no hemisfério Norte e negativa no hemisfério Sul. - Longitude Astronômica (Λ): é o arco de equador contado desde o meridiano de origem (Greenwich) até o meridiano do ponto considerado. Por convenção a longitude varia de 0º a +180º no sentido leste de Greenwich e de 0º a -180º por oeste de Greenwich. ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES 8 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES * MODELO ELIPSOIDAL * MODELO ELIPSOIDAL A Geodésia adota como modelo o elipsóide de revolução. O elipsóide de revolução ou biaxial é a figura geométrica gerada pela rotação de uma semi-elipse (geratriz) em torno de um de seus eixos (eixo de revolução); se este eixo for o menor tem-se um elipsóide achatado. Um elipsóide de revolução fica definido por meio de dois parâmetros, os semi-eixos a (maior) e b (menor). Em Geodésia é tradicional considerar como parâmetros o semi-eixo maior a e o achatamento f, expresso pela equação: ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES As coordenadas geodésicas elipsóidicas de um ponto sobre o elipsóide ficam assim definidas: Latitude Geodésica ( φ ): ângulo que a normal forma com sua projeção no plano do equador, sendo positiva para o Norte e negativa para o Sul. Longitude Geodésica ( λ ): ângulo diedro formado pelo meridiano geodésico de Greenwich (origem) e do ponto P, sendo positivo para Leste e negativo para Oeste. A normal é uma reta ortogonal ao elipsóide que passa pelo ponto P na superfície física. 9 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES No Brasil, o atual Sistema Geodésico Brasileiro (SIRGAS2000 - SIstema de Referência Geocêntrico para as AméricaS) adota o elipsóide de revolução GRS80 (Global Reference System 1980), cujos semi-eixo maior e achatamento são: a = 6.378.137,000 m f = 1/298,257222101 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES * MODELO GEOIDAL * O modelo geoidal é o que mais se aproxima da forma da Terra. *** É definido teoricamente como sendo o nível médio dos mares em repouso, prolongado através dos continentes. Não é uma superfície regular e é de difícil tratamento matemático. *** 10 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES Na figura abaixo são representados de forma esquemática a superfície física da Terra, o elipsóide e o geóide. ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES O geóide é uma superfície equipotencial do campo da gravidade ou superfície de nível, sendo utilizado como referência para as altitudes ortométricas (distância contada sobre a vertical, do geóide até a superfície física) no ponto considerado. Altitude ortométrica: distância contadasobre a vertical, do geóide até a superfície física Vertical 11 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES Vertical As linhas verticais são perpendiculares a essas superfícies equipotenciais e materializadas, por exemplo, pelo fio de prumo de um teodolito nivelado, no ponto considerado. A reta tangente à linha de força em um ponto simboliza a direção do vetor gravidade neste ponto, e também é chamada de vertical. P ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES * MODELO PLANO * Terra PLANA → Topografia Esta aproximação é válida dentro de certos limites e facilita bastante os cálculos topográficos. Face aos erros decorrentes destas simplificações, este plano tem suas dimensões limitadas. Tem-se adotado como limite para este plano na prática a dimensão de 20 a 30 km. A NRB 13133 (Execução de Levantamento Topográfico) admite um plano com até aproximadamente 80 km. 12 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES Uma vez que a Topografia busca representar um conjunto de pontos no plano é necessário estabelecer um sistema de coordenadas cartesianas para a representação dos mesmos. Este sistema pode ser caracterizado da seguinte forma: Eixo Z: materializado pela vertical do lugar (linha materializada pelo fio de prumo); Eixo Y: definido pela meridiana (linha norte-sul magnética ou verdadeira); Eixo X: formando 90º na direção leste. ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES Em alguns casos, o eixo Y pode ser definido por uma direção notável do terreno, como o alinhamento de uma rua, por exemplo: 13 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES Ponto Topográfico é uma posição de destaque, estrategicamente situado na superfície terrestre. Pontos cotados: Pontos que, nas suas representações gráficas, se apresentam acompanhados de sua altura. Pontos de apoio: Pontos, convenientemente distribuídos, que amarram o terreno ao levantamento topográfico e, por isso, devem ser materializados por estacas, piquetes, marcos de concreto, pinos de metal, tinta, dependendo da sua importância e permanência. Pontos de detalhe: Pontos importantes dos acidentes naturais e/ou artificiais,definidores da forma do detalhe e/ou do relevo, indispensáveis à sua representação gráfica.(NBR 13133) ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES Ponto cotado 14 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES Exercícios:Exercícios:Exercícios:Exercícios: 1. Construa um sistema de coordenadas cartesianas e plote os seguintes pontos: AAAA ( 5, 5) BBBB ( 7, 12) CCCC ( 10, -7) Calcule a distância entre os pontos AB, AC e BC. 2. Transforme coordenadas cartesianas em coordenadas polares: a) (1,1) b) (2,–2) c) ( d) (4,0) e) (0,–3) 3,1) 3. Transforme coordenadas polares em coordenadas cartesianas: a) (1,π/2) b) (–2,49π/6) c) (3,−5π/3) d) (0,π/9) e) (7,π) 4. Conforme as coordenadas esféricas (150, 45 ̊, 60̊ ), determine o terno cartesiano (x, y, z). ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES Medições Podemos obter medidas diretamente e indiretamente. •Diretas - quando o aparelho ( instrumento ) pode ser aplicado no terreno. •Indireta - quando se obtêm a medição após a realização de cálculos. 15 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃOCLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO Para representar a superfície da Terra são efetuadas medidas de grandezas como direções, distâncias e desníveis. Estas observações inevitavelmente estarão afetadas por erros. As fontes de erro poderão ser: • Condições ambientais: Causados pelas variações das condições ambientais, como vento, temperatura, etc. Exemplo: variação do comprimento de uma trena com a variação da temperatura. ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES Instrumentais: Causados por problemas como a imperfeição na construção de equipamento ou ajuste do mesmo. A maior parte dos erros instrumentais pode ser reduzida adotando técnicas de verificação/retificação, calibração e classificação, além de técnicas particulares de observação. 16 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES Pessoais: Causados por falhas humanas, como falta de atenção ao executar uma medição, cansaço, etc. ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES Os erros, causados por estes três elementos poderão ser classificados em: • Erros grosseiros • Erros sistemáticos • Erros aleatórios ERROS GROSSEIROS Causados por engano na medição, leitura errada nos instrumentos, identificação de alvo, etc., normalmente relacionados com a desatenção do observador ou uma falha no equipamento. A repetição de leituras é uma forma de evitar erros grosseiros. Alguns exemplos de erros grosseiros: • anotar 196 ao invés de 169; • engano na contagem de lances durante a medição de uma distância com trena. 17 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES ERROS SISTEMÁTICOS São aqueles erros cuja magnitude e sinal algébrico podem ser determinados, seguindo leis matemáticas ou físicas. Pelo fato de serem produzidos por causas conhecidas podem ser evitados através de técnicas particulares de observação ou mesmo eliminados mediante a aplicação de fórmulas específicas. São erros que se acumulam ao longo do trabalho. Exemplo de erros sistemáticos, que podem ser corrigidos através de fórmulas específicas: • efeito da temperatura e pressão na medição de distâncias com medidor eletrônico de distância; • correção do efeito de dilatação de uma trena em função da temperatura. ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES ERROS ACIDENTAIS OU ALEATÓRIOS São aqueles que permanecem após os erros anteriores terem sido eliminados. São erros que não seguem nenhum tipo de lei e ora ocorrem num sentido ora noutro, tendendo a se neutralizar quando o número de observações é grande. Quando o tamanho de uma amostra é elevado, os erros acidentais apresentam uma distribuição de freqüência que muito se aproxima da distribuição normal. Por isso, deve-se trabalhar com um número de amostras significativas. 18 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES ERROS ACIDENTAIS Exemplo de erros acidentais: • Inclinação da baliza na hora de realizar a medida; • Erro de pontaria na leitura de direções horizontais. 19 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES PRECISÃO E ACURÁCIA A precisão está ligada a repetibilidade de medidas sucessivas feitas em condições semelhantes, estando vinculada somente a efeitos aleatórios. A acurácia expressa o grau de aderência das observações em relação ao seu valor verdadeiro, estando vinculada a efeitos aleatórios e sistemáticos. ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES O seguinte exemplo pode ajudar a compreender a diferença entre eles: um jogador de futebol está treinando cobranças de pênalti. Ele chuta a bola 10 vezes e nas 10 vezes acerta a trave do lado direito do goleiro. Este jogador foi extremamente preciso. Seus resultados não apresentaram nenhuma variação em torno do valor que se repetiu 10 vezes. Em compensação suaacurácia foi nula. EleEle nãonão conseguiuconseguiu acertaracertar oo gol,gol, “verdadeiro“verdadeiro valor”,valor”, nenhumanenhuma vezvez.. 20 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES 21 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES 22 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES Atenção na interpretação da precisão!!! Um valor menor de precisão, possui uma melhor precisão. 23 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES Propagação de erros Se as medidas topográficas (direções, ângulos, leituras estadimétricas, distâncias, fases da portadora, etc) são consideradas variáveis aleatórias, sujeitas às leis da estatística, as quantidades derivadas delas (coordenadas, distâncias, áreas, volumes, etc) também o são. A fórmula que expressa a relação entre os erros das observações e as dos parâmetros é denominada ‘fórmula de propagação das variâncias’ ou ‘lei de propagação dos erros’. No caso dos projetos que utilizam medições de ângulos e distâncias, o estudo da propagação do erro baseado no conhecimento dos valores aproximados para ângulos e distâncias, e das variâncias provenientes de experiências anteriores ou das especificações dos instrumentos utilizados, conduzidos antes das operações de campo, caracterizando assim uma otimização “a priori” do processo. ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES 24 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES 1. Responda com C (certo) e E para (errado): Todas observações possuem erros. _______ A variação do comprimento da trena por altas temperaturas é uma conseqüência que tem uma fonte instrumental que favorece este erro. _________ Os erros sistemáticos podem ser corrigidos através de formulas. ____ Os erros acidentais são erros os quais podem ser totalmente eliminados após serem percebidos os erros grosseiros e sistemáticos. _____ Se a leitura correta é de 135m e quem estiver anotando anotar o valor de 153m, este é um tipo de erro acidental. _____ O plano topográfico é um plano normal a vertical do lugar num ponto da Superfície Física da Terra. ______ A localização planimétrica de uma coordenada (X,Y) se da por meio de um sistema de coordenadas cartesianas. ______ A Topografia é dividida em Topometria e Topologia. E a Topometria em Planimetria e Altimetria. Sendo que a realização simultânea recebe a denominação de planialtimetria. ____ 25 ENGA50 TOPOGRAFIA PROF. VIVIAN FERNANDES 2. 3.
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