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PSICOPATOLOGIA FENOMENOLOGICA

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PSICOPATOLOGIA FENOMENOLÓGICA
DISCIPLINA DE FENOMENOLOGIA
PROFA. ME. JULLY FORTUNATO BUENDGENS
[...] por detrás do doente, há o homem (p.150).
Psicopatologia Fenomenológica
Se propõe a uma aproximação com a vivência, com a realidade existencial do ser humano em todas as suas manifestações. Na Fenomenologia, o ser humano é encarado como um
 ser-no-mundo (119).
Pensamentos, vivências, enfim, tudo acontece na relação que se estabelece com o mundo (119).
as coisas não podem ser sem o homem
e o homem não pode ser sem as coisas que encontra
(intencionalidade)
Psicopatologia sob a ótica da Fenomenologia é fundamentalmente relacional, dado que o ser humano só existe em relação com algo ou com alguém, e implica significado a estas experiências, dando assim sentido à sua existência (119).
A pessoa-doente não se encontra totalmente livre nem dispõe normalmente das possibilidades de relação com o mundo. O adoecimento existencial é um adoecimento da relação, é produto da diminuição da abertura às possibilidades (120).
Ex. TOC
A pessoa com TOC foi uma criança que teve medo e que não teve esse medo acolhido, reconhecido, cuidado! Para dar conta sozinha desse medo, fez alguns comportamentos e acabaram por “aliviar” ou pelo menos diminuir seu medo por um período (lavar as mãos, contar em números pares, rever se fechou as portas, etc.).
Essa “criança” cresceu sem confiança em si mesma e por isso precisa conferir tantas e tantas vezes, repetir, lavar. Ela não confia nem em si e nem no outro e tem relações interrompidas. 
Os pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos são apenas sua forma única e existencial para lidar com sua dor da infância. 
FILME: MELHOR É IMPOSSÍVEL (3’ 40’’)
A loucura sempre existiu desde os primórdios da humanidade. Se sempre existiu, o que faz com que seja algo tão complexo e contraditório?
A figura do "louco" ainda impressiona, seja por
temor ou expectativa, seja por simples curiosidade. Parece que isto deriva de um espaço interno obscuro, desconhecido, que ao mesmo tempo aproxima e repele. O "louco" ou a "loucura" são presença e ausência em nós mesmos (121).
HOSPÍCIO
O nome dado às casas de hospedagem para viajantes e peregrinos, sendo dirigidas por uma ordem religiosa, durante os primeiros séculos da Idade Média, ao tempo de Ambrósio e Agostinho. 
Do latim hospitium, deriva de "hospitalidade", que significa, em princípio, uma casa de hospedagem, cuja função seria acolher doentes ou pobres. 
Na tradição latina e romana, era o termo geral para qualquer lugar onde um viajante poderia encontrar alojamento e mesa, por um tempo, podendo ser uma casa de amigo, hospedaria ou alojamento alugado. Mais tarde ganhou conotação de “acolhimento de loucos” (122)
A LOUCURA É TÃO ANTIGA QUANTO A HUMANIDADE...
Se tem registro de Craniotomia há cerca de 5000 anos para deixar escapar “demônios”. 
Nabucodonosor sofreu de uma doença mental, com sintomas parecidos com a licantropia. 
Nascimento 	632 a.C.
LOUCURA
como obra de intervenção dos deuses sobre os homens;
como produto dos conflitos passionais do homem;
como efeito de disfunções somáticas, ocasionadas por eventos afetivos, uma concepção mais organicista;
Foi somente em época muito recente (sec.XVIII) que a loucura ascendeu ao status de doença mental, ou seja, até o advento da medicina tradicional positiva, o louco ainda era considerado como um "possuído", ideia esta que se perpetua através da Igreja na Idade Média, a partir de uma concepção "demonológica“ (125).
Psicopatologia
Ludwig Binswanger diz que a Psicopatologia deve ser fenomenológica, na direção de uma objetivação da compreensão das modalidades existenciais dos pacientes, elucidando os sentidos dos seus sintomas. 
Para ele, a doença mental seria um fenômeno biográfico, passível de uma interpretação "fenomenológico-antropológica"
Na psiquiatria, no modelo médico, o discurso dos pacientes é anulado (146).
 O modelo fenomenológico produz uma crítica a estes modelos, em especial por considerar que estes não dão conta da realidade pessoal e vivencial dos sujeitos hospitalizados.
A investigação baseada no enfoque
fenomenológico permite aos investigadores e aos clínicos captar a experiência dos sujeitos para conhecer melhor sua vida cotidiana.
MOVIMENTO DA LUTA ANTIMANICOMIAL
O Movimento da Luta Antimanicomial possui raízes fenomenológicas. 
Com o objetivo de denunciar a violência a que são expostas as pessoas que sofrem de transtornos psíquicos, o movimento afirma que os manicômios são instrumentos de segregação e de alienação para essas pessoas, submetendo-as - invariavelmente – a uma terapêutica "iatrogênica, cronificadora e opressora“ (151).
A psicopatologia fenomenológica pode ser entendida como essa perspectiva que coloca em xeque o sentido absoluto do poder médico, resgata a voz do "doente", recoloca o sujeito em contexto e em situação e, por fim, questiona o próprio sentido de "normalidade“ (155).
referência
HOLANDA, Adriano Furtado. Gênese e histórico da psicopatologia fenomenológica. In. ANGERAMI, Valdemar Augusto. Psicoterapia e brasilidade. São Paulo: Cortez, 2011. p.114-160.
Alucinações são manifestações psicopatológicas da esfera da sensopercepção definidas como percepções nítidas e objetivas de qualquer modalidade (visual, auditiva, olfativa, táctil, ou um conjunto destas) que habitam espaço externo na ausência de um percepto real. 
Ex. Em cima dessa mesa estou vendo um elefante cor de rosa.
Delírios são ideias ou crenças que centralizam sobremaneira a vida psíquica de uma pessoa, havendo situações em que o paciente passa a viver em um mundo autístico, completamente absorto nessa “nova realidade”. Os delírios constituem um falso juízo da realidade e possui uma forma psicopatológica própria, caracterizada por serem crenças não argumentáveis, incorrigíveis e não compartilhadas por indivíduos de mesma cultura e com alta significação pessoal. A temática dos delírios é extremamente variável (grandeza, hipocondria, persecutória, reivindicatória, ciúme, entre outros).
Ex. Estou namorando a Julia Roberts e ela me convidou para sair hoje.

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