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Direito Penal III

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Matéria Direito Penal III 
Professor Arruda 
 
 
 
TÍTULO I 
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA 
 
CAPÍTULO I 
DOS CRIMES CONTRA A VIDA 
 
 1 - Homicídio 
a) Homicídio Simples 
b) Homicídio Privilegiado 
c) Homicídio Qualificado 
d) Homicídio Culpado 
 
1.1 Carácteristicas do Homicídio: 
a) Motivação. 
b) Meios. 
c) Modos. 
d) Fins. 
 
1.2 Objeto Jurídico do Crime : A Vida 
1.3 Objeto Material do Crime : O corpo 
 
1.4 Elemento subjetivo do crime : Dolo 
a) dolo geral 
b) eventual 
c) específico. 
Obs: o código penal admite o crime de homicídio na modalidade culposa. 
 
1.5 Consumação do crime : Morte. 
Obs : Existe a modalidade tentado. 
Obs : Observar o rompimento do nexo causal. 
Obs : Arrependimento eficaz quando o agente se arrepende da prática do crime 
e socorre a vítima, vindo está a continuar viva, o agente responde pela lesão 
corporal 
 
1.6 Agente Ativo do Crime 
a) Autor 
b) Co-autor 
c) Partícipe 
 
1.7 Sujeito Passivo do Crime : Pode ser qualquer pessoa, pois não existe 
sujeito passivo específico. 
 
 
 
1.8 Homicídio Simples : Art. 121 caput 
 
 Art. 121. Matar alguém: 
 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 
 
Obs: Se torna crime hediondo quando passa a ter características de grupo de 
extermínio. 
 
1.9 Homicídio Privilegiado :Art. 121, § 1º 
 
Art. 121. Matar alguém: 
 
 § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social 
ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta 
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço 
 
 
Obs :O crime priveligiado prevê uma redução de pena que pode ser aplicado 
na terceira fazer da aplicação da pena. 
 
1.10 Homicídio Qualificado :Art. 121 § 2° 
 
Art. 121. Matar alguém 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
 
 I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo 
torpe; 
 
Obs: Motivo torpe e algo não aceito pela sociedade. 
Exemplo : ciúmes 
 
 II - por motivo futil; 
 
Obs : Motivo banal 
 
 III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro 
meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; 
 
Obs: quando a vítima vem a morrer devido a tortura e diferente de quando a 
vítima sofre tortura mais vem a óbito por outro motivo, como exemplo um tiro 
na cabeça. Nesse caso existe um concurso material de crimes. 
 
Obs: para configurar o uso do veneno, o objeto utilizado para prática do cine 
tem que estar na categoria de veneno. Ex: vidro moído não é veneno 
 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso 
que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; 
 
Obs : Dissimulação é fraude 
 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem 
de outro crime: 
 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
Feminicídio 
 
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino 
 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição 
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança 
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu 
cônjuge, companheiro ou parente consangüíneo até terceiro grau, em razão 
dessa condição: 
 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
 
Obs :A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino 
quando o crime envolve: 
 I - violência doméstica e familiar 
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
 
 
 
Obs: Se torna hediondo quando patriciados dentro de um dos incisos I, II, III, 
IV, V, VI e VII. 
Obs: Homicídio Hibrido - quando a motivaçao está no parágrafo primeiro e os 
meios e os modos nos incisos III e IV do parágrafo segundo. 
 
1.10.1 Características do Homicídio Qualificado : 
a) Motivação : Incisos I e II 
b) Meios : III 
c) Modos : Inciso IV 
d) Fins : Inciso V 
1.11 Homicidio Culposo: Art. 121 § 3° 
§ 3º Se o homicídio é culposo: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
 
1.12 Aumento de Pena : Art. 121 § 4°, 6º e 7º 
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime 
resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o 
agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as 
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo 
doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é 
praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) 
anos. 
 
§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for 
praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de 
segurança, ou por grupo de extermínio 
 
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o 
crime for praticado 
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; 
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou 
com deficiência; 
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. 
 
 
Obs : § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a 
pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão 
grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
 
 
2. Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio – Art. 122, CP 
 
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para 
que o faça: 
Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, 
de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de 
natureza grave. 
 
Para cair na modalidade tentada, a vitima deve sofrer uma lesão corporal 
grave. Caso venha a sofrer uma lesão corporal leve, nada responde quem 
induziu, instigou ou auxiliou. 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena – detenção, de três meses a um ano. 
Lesão corporal de natureza grave 
§ 1o Se resulta: 
I – incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
II – perigo de vida; 
III – debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV – aceleração de parto: 
Pena – reclusão, de um a cinco anos. 
§ 2o Se resulta: 
I – incapacidade permanente para o trabalho; 
II – enfermidade incurável; 
III – perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
IV – deformidade permanente; 
V – aborto: 
 
Observar o pacto de morte, que ocorre quando duas ou mais pessoas juntas 
formam um pacto para se matarem. As conseqüências jurídicas vai variar 
conforme o resultado. 
 
2.1 Aumento de Pena 
Parágrafo único. A pena é duplicada: 
Aumento de pena 
I – se o crime é praticado por motivo egoístico; 
II – se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade 
de resistência. 
 
3. Infanticídio – Art. 123 CP 
Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o 
parto ou logo após: 
Pena – detenção, de dois a seis anos. 
 
O estado puerperal e analisado pelo medico forense. Sendo confirmado, o 
agente responde por infanticídio, não sendo confirmado, responde por 
homicídio. 
Logo após não existe um padrão, depende de uma analise médica podendo ser 
semanas e ate meses. 
Obs: Conforme o Art. 30 CP, a elementar pode ser transmitido a terceiro, 
quando esse terceiro sabendo dessas circunstâncias auxilia a mãe a praticar o 
infanticídio. 
Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter 
pessoal, salvo quando elementares do crime. 
 
4. Aborto – Art’s 124, 125 e 126 CP 
Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: 
Pena – detenção, de um atrês anos. 
 
O Art. 124 fica expresso que o abordo quando a própria gestante pratique o 
aborto, respondendo pela pena do art. 124. 
Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante: 
Pena – reclusão, de um a quatro anos. 
 
Caso um terceiro pratique o aborto na gestante com consentimento desta, esse 
terceiro responde pela pena do art. 126 
Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: 
Pena – reclusão, de três a dez anos. 
 
Quando terceiro pratica aborto na gestante sem consentimento dela, a gestante 
não responde por nada, e o terceiro responde pela pena do art. 125 
Obs: Paragrafo único do Art. 126 
 
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior (aplica a pena do artigo 
125), se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil 
mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou 
violência. 
 
OBS: O STF entendeu que quando o feto não tem cérebro (feto encefálico), a 
gestante pode provocar o aborto sem ser penalizada no art. 124 CP. 
 
4.1. Forma Qualificada 
 
Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores (Art. 125 e 126) são 
aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios 
empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza 
grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a 
morte. 
 
 
4.2. Não Punição do Aborto 
 
Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico: 
 
 
4.3. Aborto Legal 
Aborto necessário 
I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro 
II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento 
da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. 
 
O inciso I coloca a gestante em um estado de necessidade, na qual a vida dela 
ta em risco devido a gravidez, e o aborto é a única forma de resguardar a vida 
dela. 
O inciso II diz que não é exigência que a gestante prove que ela foi estuprada 
para requerer ao médico que pratique o aborto, porém o médico dificilmente vai 
realizar o aborto sem que a gestante comprove que foi estuprada. 
5. Observação Geral 
Todos os crimes contra a Vida – Art’s 121 ao 126 são julgados pelo Tribunal do 
Júri. 
 
Crimes Contra a Pessoa 
CAPÍTULO II – Das Lesões Corporais 
 
1. Lesão Corporal – Art. 129 
 
1.1 Caput do artigo 129, é definido a lesão corporal leve 
Lesão corporal 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena – detenção, de três meses a um ano. 
 
1.2 O §1º do artigo 129, é definido a lesão corporal grave. 
Se resulta: 
I – incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
II – perigo de vida; 
III – debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV – aceleração de parto: 
Pena – reclusão, de um a cinco anos. 
 
I – Medico legista vai diagnosticar se a pessoa vai ficar incapaz para as 
ocupações habituais. 
II – Medico legista vai diagnosticar a gravidade da lesão, caso ela corra um 
perigo de vida como uma facada próxima da artéria. 
III – Lesão resultar de dano permanente, como exemplo o rapaz que teve a 
testa tatuada “sou vacilão”, diagnosticado pelo médico legista. 
IV – Quando o agente causa uma lesão na gestante, causando uma aceleração 
do parto fora do tempo previsto, diagnosticado pelo médico legista. 
a) Objeto jurídico do Crime : Pessoa 
b) Objeto Material : Lesão Corporal 
c) Sujeito Ativo: Qualquer Pessoa 
d) Sujeito Passivo: Qualquer Pessoa 
e) Elemento Subjetivo do Tipo: Dolo direto ( art. 129 caput ); Dolo 
Específico 
1.3 O §2º do artigo 129, é definido a lesão corporal gravíssima 
 
I – incapacidade permanente para o trabalho; 
II – enfermidade incurável; 
III – perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
IV – deformidade permanente; 
V – aborto: 
Pena – reclusão, de dois a oito anos. 
 
 
I – Quando a pessoa não ter mais capacidade para trabalhar 
II – Se alguém transmitir uma enfermidade incurável,se torna uma lesão corporal 
grave. Ex: Sífilis, AIDS, quando o agente conhecia a doença e passou a doença para 
outra pessoa, para que essa vítima também sofra. 
III – Perder um membro 
IV – Quando a pessoa sofre uma lesão que não vai desaparecer 
V – Morte do feto. 
1.4 O §3º do artigo 129, é definido a lesão corporal seguido de morte 
 
Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o 
resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: 
Pena – reclusão, de quatro a doze anos. 
 
 
Preterdolo: Dolo na lesão, mais culpa na morte, por imprudência, negligência, 
imperícia. 
1.5 O §6º do artigo 129, é definido a lesão corporal culposa 
 
Se a lesão é culposa: 
Pena – detenção, de dois meses a um ano. 
 
 
É aquela que o agente não tem dolo. 
1.6 O §9º do artigo 129, é definido a lesão corporal doméstica 
 
Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou 
companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, 
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de 
hospitalidade: 
 
 
1.7 O §12 do artigo 129, é definido a lesão corporal contra agentes da lei 
 
Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 
144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força 
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência 
dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até 
terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois 
terços. 
 
 
1.8 Diminuição de Pena – Lesão Corporal Privilegiada – §4 
 
Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou 
moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta 
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
 
1.9 Substituição da Pena 
 
O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de 
detenção pela de multa. 
 
I – se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; 
II – se as lesões são recíprocas. 
 
1.10 Aumento de Pena 
 
Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos 
§§ 4o e 6o do art. 121 deste Código. 
 
 
1.11 Violência Doméstica 
 
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, 
cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, 
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de 
hospitalidade: 
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. 
 
 
1.8 Natureza Jurídica. 
Os crimes de lesão corporal são de Ação Pública Incondicionada, porém a lei 
9.099/95 Art. 88 mudou a natureza jurídica das lesões corporais leves e 
culposas, não são mais de Ação Publica Incondicionadas, se tornando Ação 
Publica Condicionada a Representação 
 
 
CAPÍTULO III 
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE 
 
Os crimes de perigo são os crimes onde o agente exponha outras pessoas a 
perigo de dano ( perigo a vida e/ou a saúde ) 
São divididos em perigo comum e específico, concreto e abstrato 
1. Perigo de Contágio Venério – Art. 130 
 
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato 
libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que 
está contaminado: 
 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
 
 
A consumação não depende da contaminação da vítima, ele se consuma na 
exposição ao perigo. 
Obs: De que sabe significa dolo direto 
Obs: deve saber significa culpa imprópria. 
 
2. Perigo de Contagio de Moléstia Grave – Art. 131 
Art. 131. Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está 
contaminado, ato capaz de produziro contágio: 
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 
O artigo 131 ocorre quando a pessoa tem a intenção de transmitir a moléstia 
grave especificamente para uma pessoa. 
 
3. Perigo para Vida ou a Saúde de outrem – Art. 132 
Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: 
Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime 
mais grave. 
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição 
da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas 
para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em 
desacordo com as normas legais. 
 
 
Ocorre quando o agente expõe a vitima a um perigo diretamente que vai 
acontecer. 
O parágrafo único vai executar uma pena em branco, pois será necessário 
analisar em uma outra lei quais são as normas legais do qual o artigo faz 
referência. 
 
4. Abandono de Incapaz – Art. 133 
Art. 133. Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou 
autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos 
resultantes do abandono: 
Pena – detenção, de seis meses a três anos. 
 
 
O sujeito Ativo deste crime, e o sujeito próprio, pois somente quem esta na 
condição de estar com a guarda, cuidado, vigilância ou autoridade comete esse 
crime. Ocorre quando ocorre o abandono de uma pessoa que não pode se 
defender sozinha. 
§ 1o Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena – reclusão, de um a cinco anos. 
§ 2o Se resulta a morte: 
Pena – reclusão, de quatro a doze anos. 
 
Se do abandono resultar em lesão corporal grave, não soma o abandono caput 
com a lesão corporal grave, aplica-se o abandono 1º§. O Mesmo vale para o 
§2º. 
4.1 Aumento de Pena 
§ 3o As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: 
I – se o abandono ocorre em lugar ermo; 
II – se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou 
curador da vítima; 
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos. 
 
 
5. Exposição ou abandono de recém-nascido – Art. 134 
Art. 134. Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria: 
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. 
 
§ 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena – detenção, de um a três anos. 
 
§ 2o Se resulta a morte: 
Pena – detenção, de dois a seis anos. 
 
Ocorre quando a mulher engravida, e se recolhe da sociedade para não ter sua 
honra abalada pela gravidez e o nascimento a criança. Então ela abandona a 
criança quando recém-nascido para preservar sua honra junto a sociedade. 
É necessário comprar que a exposição da criança ao perigo, para configurar o 
crime. 
A corrente majoritária entende que apenas a mãe é o sujeito ativo desse crime. 
 
6. Omissão de socorro – Art 135 
Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco 
pessoal, a criança abandonada ou extraviada, ou a pessoa inválida ou ferida, 
ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o 
socorro da autoridade pública: 
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. 
 
Vale ressaltar, que deve ser analisado a possibilidade de prestar assistência 
sem o risco pessoal, como exemplo uma criança abandonada em uma casa 
pegando fogo, aquele que observou não pode ser punido por não entrar na 
casa em chamas para prestar a assistência a essa criança. 
Criança extraviada significa criança sumida. 
Obs: Crimes de trânsito são regulados por lei especifica. 
6.1 Aumento de pena 
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão 
corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. 
 
 
 
7. Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial – 
Art. 135 – A 
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem 
como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição 
para o atendimento médico-hospitalar emergencial: 
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
 
Exemplo a pessoa que passa por uma situação médico-hospitalar e ao chegar 
no hospital informa de seu estado de saúde que requer urgência e um 
funcionário do hospital exige que ele preencha uma ficha para ser atendido. 
7.1 Aumento de Pena 
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de 
atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta 
a morte. 
 
8. Maus Tratos – Art. 136 
Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, 
guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, 
quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a 
a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou 
disciplina: 
Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa. 
 
§ 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena – reclusão, de um a quatro anos. 
§ 2o Se resulta a morte: 
Pena – reclusão, de quatro a doze anos. 
 
Esse crime tem um dolo específico, pois é necessária a exposição ao perigo, 
para fins de educação, ensino, tratamento ou custodia. 
 
8.1 Aumento de Pena 
§ 3o Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa 
menor de 14 (catorze) anos. 
 
9. Rixa – Art. 137 
Rixa é uma briga generalizada, havendo no mínimo três pessoas agredindo 
umas as outras. É um crime de concurso de agentes necessários ( que ocorre 
quando o tipo criminal exige um mínimo de participação de agentes ) O 
elemento subjetivo é o dolo. 
Art. 137. Participar de rixa, salvo para separar os contendores: 
Pena – detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. 
 
9.1 Rixa Qualificada 
Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-
se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois 
anos. 
 
Obs: Todos os que participarem da Rixa que causaram lesão corporal grave ou 
o homicídio respondem pela Rixa Qualificada se não conseguirem identificar o 
autor específico. 
 
CAPÍTULO V – Dos Crimes contra a Honra 
 
Existe uma proteção a honra, que foi incorporado com o pacto São José de 
Costa Rita dento do Art. 5º da CF. 
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação; 
 
1. Calúnia 
Tem objetivo de proteger a honra objetiva da vítima, sendo necessário que uma 
pessoa afirme um fato não verídico, imputando a vítima um crime que este não 
cometeu. Ocorre quando uma pessoa espalha para outras pessoas, um crime 
que não ocorreu 
Calúnia 
Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: 
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 
 
Obs: Aquele que conhece a falsa imputação do crime, e mesmo assim propaga 
ou divulga o crime, decorre de calunia 
 
Obs: É punível a calúnia contra os mortos. 
1.1 Exceção da verdade ( provar a veracidade da acusação ) 
§ 3o Admite-se a prova da verdade, salvo: 
 
I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi 
condenado por sentença irrecorrível; 
 
II – se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no no I do art. 141; 
 
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido 
por sentença irrecorrível. 
 
 
2. Difamação 
Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação 
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 
Atribuir ato ofensivo a reputação. É diferente da Calúnia, pois o agente não 
imputa um fato criminoso à vítima. 
Esse ato ofensivo pode ser falso ou verídico, ou seja, uma pessoa que já 
praticou um crime de roubo pode sofrer difamação seoutras pessoas ficarem o 
chamando de ladrão. 
É um crime formal (ação e resultado no mesmo momento) 
2.1 Exceção da verdade ( provar a veracidade da acusação ) 
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é 
funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. 
 
3. Injuria – Art. 140 
Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: 
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. 
 
• Elemento Subjetivo : Dolo ( não existe modalidade culposa ) 
• Honra subjetiva ( dignidade ) 
 
3.1 Pode deixar de aplicar a pena ( Juiz ) 
I – quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; 
II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. ( revidar a injúria ) 
 
3.2 Injúria Real 
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza 
ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: 
Ex: cuspir, chutar, que se considerem aviltantes ( que humilha que desonra ) 
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena cor-
respondente à violência. 
 
Obs: Essa violência não tem lesão corporal, podendo ter a possibilidade de 
concurso de crimes, conforme a violência utilizada. 
 
3.3 Injúria Racial 
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, 
etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de 
deficiência: 
 
Pena – reclusão de um a três anos e multa. 
 
Obs: Injuria racial e ofender a honra subjetiva da pessoa se utilizando dos 
elementos do parágrafo terceiro. Racismo é um preconceito que atinge a 
dignidade humana da pessoa. 
 
4. Aumento de Pena nos crimes contra a honra 
Art. 141. As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se 
qualquer dos crimes é cometido: 
I – contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; 
II – contra funcionário público, em razão de suas funções; 
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da 
calúnia, da difamação ou da injúria; 
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, 
exceto no caso de injúria. 
Parágrafo único. Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de 
recompensa, aplica-se a pena em dobro. 
 
5. Exclusão do Crime 
Art. 142. Não constituem injúria ou difamação punível: 
I – a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por 
seu procurador; 
II – a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo 
quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; 
III – o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação 
ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício. 
 
Parágrafo único. Nos casos dos nos I e III, responde pela injúria ou pela 
difamação quem lhe dá publicidade. 
 
6. Retratação 
Assumir o erro ao fazer uma imputação a alguém. Exclui a punibilidade. 
Art. 143. O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da 
calúnia ou da difamação, fica isento de pena. 
 
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou 
a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se 
assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. 
 
 
7. Explicações em Juízo 
Art. 144. Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação 
ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. 
 
Obs: Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá 
satisfatórias, responde pela ofensa. 
 
8. Queixa 
Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante 
queixa, 
Obs: salvo quando, no caso do art. 140, § 2o, da violência resulta lesão 
corporal. 
 
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no 
caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação 
do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o 
do art. 140 deste Código. 
 
 
 
CAPÍTULO VI – Dos Crimes contra a Liberdade Individual 
SEÇÃO I – Dos Crimes contra a Liberdade Pessoal 
 
1. Constrangimento Ilegal – Art 146 
Art. 146. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois 
de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a 
não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: 
 
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
 
É um crime formal, se consuma com o constrangimento, os agentes passivos e 
ativos podem ser qualquer pessoa. 
Obs: esse crime pode ocorrer na forma tentada, quando o constrangimento for 
de modo escrito, e a pessoa a qual foi destinada a carta não teve 
conhecimento, e um terceiro que não era o alvo desse constrangimento vier a 
receber essa carta. 
1.2 Aumento de Pena 
Aumento de pena 
 
§ 1º As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a 
execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de 
armas. 
 
As armas podem ser próprias ( armas de fogo ) e impróprias( armas brancas ). 
 
§ 2º Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência. 
 
Pode haver um curso de crimes formal com lesão corporal. 
 
§ 3º Não se compreendem na disposição deste artigo: 
 
Não comete o crime de constrangimento ilegal. 
 
I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de 
seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; 
 
II – a coação exercida para impedir suicídio. 
 
2. Ameaça – Art. 147 
Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro 
meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: 
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. 
 
Crime formal, consumando na ameaça. Os sujeitos ativos e passivos podem 
ser qualquer pessoa. A consumação depende da sensação da vítima de se 
sentir ameaçada, caso a vítima não se sinta ameaça, o crime se torna um 
crime impossível. 
 
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação ( Prazo de 06 
meses, conhecido o autor do fato ). 
 
3. Sequestro e Cárcere Privado 
Art. 148. Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere 
privado: 
Pena – reclusão, de um a três anos. 
 
Esse é um crime permanente, tendo uma ação que decorre com passar do 
tempo. 
Sujeito ativo e passivo qualquer um, no parágrafo 1 inciso I, o passivo é 
específico 
Obs: Súmula 711 STF 
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, 
se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. 
 
3.1 Majorante de Pena 
§ 1º A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: 
 
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente 
ou maior de 60 (sessenta) anos; 
 
II – se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou 
hospital; 
 
III – se a privação da liberdade dura mais de quinze dias. 
 
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; 
 
V – se o crime é praticado com fins libidinosos. 
Obs: Se houver contato intimo com a pessoa se configura um estupro 
 
 
§ 2 Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ( Art. 136 )ou da natureza da 
detenção, grave sofrimento físico ou moral: 
 
Pena – reclusão, de dois a oito anos. 
 
4. Redução a Condição Análoga à de Escravo – Art. 149 
Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a 
trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições 
degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção 
em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: 
 
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à 
violência. 
Obs:Se houver lesão corporal responde também pelo crime de lesão em 
concurso de crime 
 
4.1. Nas mesmas penas incorre quem: 
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com 
o fim de retê-lo no local de trabalho; 
 
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de 
documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local 
de trabalho. 
 
4.2 Aumento de Pena 
§ 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: 
I – contra criança ou adolescente; 
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. 
 
5. Tráfico de Pessoas – Art. 149 – A 
Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher 
pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a 
finalidade de: 
I – remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; 
II – submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; 
III – submetê-la a qualquer tipo de servidão; 
IV – adoção ilegal; ou 
V – exploração sexual. 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
O crime é formal, tem um tipo misto, por haver mais de um verbo ( mais de 
uma forma de praticar o crime ), e mais de um modos operandi. 
5.1 Aumento de Pena 
§ 1º A pena é aumentada de um terço até a metade se: 
 
I – o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções 
ou a pretexto de exercê-las; 
 
II – o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com 
deficiência; 
 
III – o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de 
coabitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de 
superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; 
ou 
 
IV – a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional. 
 
5.2 Redução de Pena 
§ 2º A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e não 
integrar organização criminosa. 
 
 
 
 
 
SEÇÃO II – Dos Crimes contra a Inviolabilidade do Domicílio 
 
1. Violação de domicílio – Art. 150 
Art. 150. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a 
vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas 
dependências: 
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa. 
 
Elemento Subjetivo: Dolo 
Sujeito Ativo : Quem de direito 
Sujeito Passivo : Qualquer um 
 
§ 1º Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o 
emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas: 
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à 
violência. 
Existe um concurso eventual de agentes, e em caso de lesão corporal, um 
concurso de crimes. 
§ 2º Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário 
público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades 
estabelecidas em lei, ou com abuso do poder. 
Se for invadido por policias, esses responderam por abuso de poder, conforme 
lei específica. 
1. Não é crime 
§ 3º Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas 
dependências: 
I – durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão 
ou outra diligência; 
 
II – a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali 
praticado ou na iminência de o ser. 
 
2. Casa é entendido como: 
§ 4º A expressão “casa” compreende: 
I – qualquer compartimento habitado; 
II – aposento ocupado de habitação coletiva; 
III – compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou 
atividade. 
 
3. Casa não é entendido como: 
§ 5º Não se compreendem na expressão “casa”: 
I – hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto 
aberta, salvo a restrição do no II do parágrafo anterior; 
II – taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. 
 
SEÇÃO III – Dos Crimes contra a Inviolabilidade de 
Correspondência 
1. Violação de correspondência – Art. 151 
Art. 151. Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, 
dirigida a outrem: 
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. 
 
Elemento Subjetivo: Dolo Específio e vontade de praticar 
Sujeito Ativo : Qualquer um 
Sujeito Passivo : Dono da correspondência 
Objeto Jurídico: Inviabilidade da correspondência 
 
a) Sonegação ou Destruição de Correspondência 
Sonegação ou destruição de correspondência 
§ 1º Na mesma pena incorre: I – quem se apossa indevidamente de 
correspondência alheia, embora não fechada e, no todo ou em parte, a sonega 
ou destrói; 
 
SEÇÃO IV – Dos Crimes contra a Inviolabilidade dos Segredos 
1. Divulgação de Segredo – Art. 153 
Art. 153. Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular 
ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja 
divulgação possa produzir dano a outrem: 
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. 
 
§ 1º Somente se procede mediante representação. 
 
§ 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim 
definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de 
dados da Administração Pública: 
 
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
§ 2º Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal será 
incondicionada. 
 
2. Divulgação do Segredo Profissional 
Art. 154. Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em 
razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa 
produzir dano a outrem: 
 
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação. 
 
Ex: Médico que divulga uma doença de um paciente 
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de 
computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com 
o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização 
expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para 
obter vantagem ilícita: 
 
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
 
§ 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde 
dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da 
conduta definida no caput. 
 
§ 2º Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo 
econômico. 
 
§ 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações 
eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações 
sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do 
dispositivo invadido: 
 
Pena – reclusão, de 6 (seis) mesesa 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não 
constitui crime mais grave. 
 
 
 
Aumento de Pena 
§ 4º Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver 
divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos 
dados ou informações obtidos. 
 
§ 5º Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra: 
 
I – Presidente da República, governadores e prefeitos; 
 
II – Presidente do Supremo Tribunal Federal; 
 
III – Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de As-
sembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou 
de Câmara Municipal; ou 
 
IV – dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, 
municipal ou do Distrito Federal. 
 
Ação penal 
 
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante 
representação, salvo se o crime é cometido contra a administração pública 
direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal 
ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos.TÍTULO II – Dos Crimes contra o Patrimônio 
Antes de iniciar os estudos específicos dos crimes, existem algumas 
características que podem isentar o agente da pena e da forma da ação nos 
crimes contra o patrimônio. 
 Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste 
título, em prejuízo: 
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; 
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, 
seja civil ou natural. 
 
 Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto 
neste título é cometido em prejuízo: 
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; 
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; 
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. 
 
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: 
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego 
de grave ameaça ou violência à pessoa; 
II - ao estranho que participa do crime. 
 III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 
(sessenta) anos. 
 
 
1. Furto – Art. 155 CP 
Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 
O verbo subtrair significa a pessoa assenhoramento (apossamento) do bem 
alheio com caráter definitivo 
O imóvel só pode ser objeto de crime de estelionato. 
• Elemento Subjetivo: Dolo 
• Elemento Objetivo: “Res Furtivo” 
• Elemento Passivo e Ativo: Qualquer pessoa 
 
1.1 Furto de Uso 
Quando uma pessoa subtrai o objeto móvel alheio por um curto período de 
tempo, e após devolve o objeto furtado nas mesmas condições com qual o 
subtraiu pois não tinha intenção de apossar do objeto com caráter definitivo. 
O furto de uso é um fato atípico, e não se considera crime. 
1.2 Furto Famélico 
É o furto de alimentos, onde a pessoa que passa por um estado de 
necessidade (passando fome) e ela subtrai comida para sobreviver. 
1.3 Princípio da Insignificância 
A res furtada é insignificante diante do patrimônio lesado, além de ter baixa 
relevância social o furto praticado e comportamento não violento do agente, 
exclui a tipicidade (crime). 
Obs: O princípio da insignificância não se vale para o parágrafo 2º do Art. 155, 
que trata do furto privilegiado 
1.4 Arrependimento Posterior 
O crime de furto admite o arrependimento posterior contido no Art. 16 CP 
1.5 Consumação do Furto 
a)Teoria Contrectatio: Para que o crime se consuma, basta o agente tocar na 
coisa ( Não adotada pelo CP ) 
b) Teoria Amotio ou Apreensão: O crime se consuma quando a coisa subtraída 
passa para o poder do agente, mesmo que não haja posse mansa e pacífica e 
mesmo que a posse dure curto espaço de tempo. Não é necessário que o bem 
saia da esfera patrimonial (esfera visual) da vítima 
c) Teoria Oblatio: Consuma-se quando o agente consegue levar a coisa 
tirando-a da esfera patrimonial da vítima. 
d) Teoria Ilatio: Para que o crime se consuma é necessário que a coisa seja 
levada para o local desejado pelo agente e mantida a salvo. 
Obs: A corrente que prevalece o STF e no STJ é a Teoria Amotio. 
1.6 Furto Tentado 
 
a) Perfeito: quando o agente pratica todos os atos de execução, mas por 
circunstâncias alheias à sua vontade não se dá a consumação. 
 
b) Imperfeito: ocorre quando há interrupção do processo executório em 
razão do agente não praticar todos os atos de execução do crime por 
circunstâncias alheias à sua vontade. 
 
 
 
 
 
1.7 Furto Simples 
Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso 
noturno. 
 
1.8 Furto Privilegiado 
§ 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz 
pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois 
terços, ou aplicar somente a pena de multa. 
 
O STF entende que o valor da coisa para se enquadrar no parágrafo 2º, é de 
até um salário mínimo. 
Obs: O crime quando se situa dentro dos parágrafos 1º e 2º ao mesmo tempo, 
havendo assim um aumento e uma redução de pena, se aplica a redução 
conforme o parágrafo 2º, pois conforme o Art. 68 parágrafo único, quando 
existe esse concurso de aumento e diminuição de pena, se aplica a que for 
maior ( se a redução e maior ou se o aumento maior ). 
Art. 68. Parágrafo único. No concurso de causas de aumento ou de diminuição 
previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma 
só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua. 
 
1.9 Furto De Energia 
§ 3º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha 
valor econômico. 
Ex: Furto de internet, Água TV a cabo 
 
 
 
1.10 Furto Qualificado 
§ 4º A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é 
cometido: 
I – com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; 
Ex: Quebrar o vidro do carro furtar algo dentro dele 
 
II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; 
• Confiança: Quando a vítima confia na pessoa e deixa seus pertences a 
mostra dela, que vem a furtar o objeto da vítima. 
• Fraude: Quando agente utiliza de artifícios para induzir a pessoa ao 
erro, e vir a subtrair um objeto seu 
• Escalada: Subir um muro, a fachada do prédio, etc. 
• Destreza: Quando agente executa o furto de forma rápida e com 
agilidade. 
 
III – com emprego de chave falsa; 
• Uma chave que não é a chave original. Ex: chave micha. 
 
IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
• Concurso Eventual 
 
 § 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver 
emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. 
• Explosão de caixa eletrônico como exemplo 
 
§ 5º A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo 
automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. 
O parágrafo 5º também é qualificadora do crime de furto. 
 
§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de 
semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em 
partes no local da subtração. 
 
Este é um tipo de furto dentro do crime de furto. É um furto focado na 
subtração de animais domesticável de produção, como gado, galinha, cabra, 
etc. Este parágrafo foi inserido pela Lei 13.330/2016. 
 
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a 
subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou 
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. 
• Subtração do explosivo ou e materiais que podem ser utilizados para fabricar 
um explosivo 
 
2. Furto de Coisa Comum – Art. 156 
Art. 156. Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a 
quem legitimamente a detém, a coisa comum: 
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
 
§ 1º Somente se procede mediante representação. 
 
Elemento Ativo e Passivo: Condômino, Coerdeiro ou Sócio. 
2.1 Não se Pune o Furto de Coisa Comum 
§ 2º Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não 
excede a quota a que tem direito o agente. 
 
3. Roubo – Art. 157 
Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave 
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, 
reduzido à impossibilidade de resistência: 
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
 
 
3.1 Roubo Próprio – Art. 157 caput parte 1 
O crime decorre da subtração da coisa, invertendo a posse da coisa móvel, 
com emprego de violência física ou grave ameaça a pessoa, antes da 
subtração. Esse é o Roubo Próprio.3.2 Roubo Impróprio – Art. 157 caput parte 2 e § 1º 
Decorre do crime do roubo também após de subtrair o objeto, por algum meio, 
reduzir a possibilidade de resistência da vítima. Esse e o Roubo Impróprio. 
§ 1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega 
violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do 
crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. 
 
Ex: Uso de bebidas alcoólicas, drogas (remédios), etc. 
Obs: Súmula 582 STj 
Súmula 582 do STJ: “Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse 
do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve 
tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa 
roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.” 
 
• Elemento Subjetivo: Dolo 
• Elemento Objetivo: “Res Furtivo” 
• Elemento Passivo e Ativo: Qualquer pessoa 
 
3.3 Roubo Tentado 
O crime de roubo aceita a modalidade tentada, conforme o Art. 14 CP 
 
 
3.4 Roubo Qualificado 
§ 2º A pena aumenta-se de um terço até metade: 
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; 
II – se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
III – se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece 
tal circunstância. 
IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado 
para outro Estado ou para o exterior; 
V – se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. 
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, 
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou 
emprego. 
• O Inciso IV é uma circunstância de aumento de pena, e não 
qualificadora. 
 
Obs: Simulacros de arma de fogo não entram no aumento de pena, 
respondendo o agente apenas pelo 157 caput. 
3.5 Aumento de Pena 
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): 
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; 
• Deve ser arma de fogo municiada. 
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de 
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. 
 
§ 3º Se da violência resulta: 
 I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, 
e multa; 
• Crime preterdoloso, onde ele tem o dolo de realizar o roubo e a culpa 
pela lesão corporal, não sendo combinado o crime de roubo com o 
crime de lesão corporal. 
 
3.6 Latrocínio 
§ 3º Se da violência resulta: 
 II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. 
 
a) Latrocínio Consumado: O latrocínio se consuma com a consumação 
da morte e a subtração do objeto, ou 
Súmula 610 STF 
Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize 
o agente a subtração de bens da vítima. 
 
b) Latrocínio Tentado : tentativa de homicídio e subtração consumada, 
tentativa de homicídio e tentativa de roubo. 
Obs: Se o agente consuma o roubo, e após consumado o roubo ele praticar o 
homicídio, ele responde por ambos, nas formas do Art. 69 
Concurso Material 
 Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica 
dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas 
privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa 
de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. 
 
 
 
 
 
4. Extorsão – Art. 158 
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o 
intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, 
tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa: 
 Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
 
• Elemento Subjetivo: Dolo 
• Elemento Objetivo: Constranger 
• Agente Ativo e Passivo: Qualquer um 
 
4.1 Aumento de Pena 
 § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de 
arma, aumenta-se a pena de um terço até metade. 
 
4.2 Extorsão Seguida por Lesão Corporal Grave ou Morte 
 § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo 
anterior. 
 
4.3 Extorsão Qualificada 
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e 
essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena 
é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; 
 
• Se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas 
no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. 
 
 
5. Extorsão mediante seqüestro 
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, 
qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate 
Pena - reclusão, de oito a quinze anos. 
 
 
O crime se consuma no momento da restrição da liberdade. 
Ele se difere do parágrafo 3º do art. 158, pois neste a restrição da liberdade é 
necessária para que o agente consiga a obtenção da vantagem econômica, e 
não é exigido vantagem para que a vítima seja colocada em liberdade. 
Já no Art. 159 o agente restringe a liberdade da vítima, para obter qualquer 
vantagem, como condição para colocar a vítima em liberdade. 
Pode ainda existir um cumulo material se o agente praticar o crime do art. 158 
parágrafo terceiro, e consumado, ele resolver praticar o crime do art. 159. 
 
5.1 Desistência Voluntária 
O crime do art. 159 aceita a desistência voluntária na forma do art. 15. 
 Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou 
impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. 
 
Extorsão Qualificada 
§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é 
menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é 
cometido por bando ou quadrilha. 
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.

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