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Matéria Direito Penal III Professor Arruda TÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A PESSOA CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A VIDA 1 - Homicídio a) Homicídio Simples b) Homicídio Privilegiado c) Homicídio Qualificado d) Homicídio Culpado 1.1 Carácteristicas do Homicídio: a) Motivação. b) Meios. c) Modos. d) Fins. 1.2 Objeto Jurídico do Crime : A Vida 1.3 Objeto Material do Crime : O corpo 1.4 Elemento subjetivo do crime : Dolo a) dolo geral b) eventual c) específico. Obs: o código penal admite o crime de homicídio na modalidade culposa. 1.5 Consumação do crime : Morte. Obs : Existe a modalidade tentado. Obs : Observar o rompimento do nexo causal. Obs : Arrependimento eficaz quando o agente se arrepende da prática do crime e socorre a vítima, vindo está a continuar viva, o agente responde pela lesão corporal 1.6 Agente Ativo do Crime a) Autor b) Co-autor c) Partícipe 1.7 Sujeito Passivo do Crime : Pode ser qualquer pessoa, pois não existe sujeito passivo específico. 1.8 Homicídio Simples : Art. 121 caput Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Obs: Se torna crime hediondo quando passa a ter características de grupo de extermínio. 1.9 Homicídio Privilegiado :Art. 121, § 1º Art. 121. Matar alguém: § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço Obs :O crime priveligiado prevê uma redução de pena que pode ser aplicado na terceira fazer da aplicação da pena. 1.10 Homicídio Qualificado :Art. 121 § 2° Art. 121. Matar alguém § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; Obs: Motivo torpe e algo não aceito pela sociedade. Exemplo : ciúmes II - por motivo futil; Obs : Motivo banal III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; Obs: quando a vítima vem a morrer devido a tortura e diferente de quando a vítima sofre tortura mais vem a óbito por outro motivo, como exemplo um tiro na cabeça. Nesse caso existe um concurso material de crimes. Obs: para configurar o uso do veneno, o objeto utilizado para prática do cine tem que estar na categoria de veneno. Ex: vidro moído não é veneno IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; Obs : Dissimulação é fraude V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Feminicídio VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consangüíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Obs :A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: I - violência doméstica e familiar II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Obs: Se torna hediondo quando patriciados dentro de um dos incisos I, II, III, IV, V, VI e VII. Obs: Homicídio Hibrido - quando a motivaçao está no parágrafo primeiro e os meios e os modos nos incisos III e IV do parágrafo segundo. 1.10.1 Características do Homicídio Qualificado : a) Motivação : Incisos I e II b) Meios : III c) Modos : Inciso IV d) Fins : Inciso V 1.11 Homicidio Culposo: Art. 121 § 3° § 3º Se o homicídio é culposo: Pena - detenção, de um a três anos. 1.12 Aumento de Pena : Art. 121 § 4°, 6º e 7º § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. § 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio § 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. Obs : § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 2. Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio – Art. 122, CP Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. Para cair na modalidade tentada, a vitima deve sofrer uma lesão corporal grave. Caso venha a sofrer uma lesão corporal leve, nada responde quem induziu, instigou ou auxiliou. Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena – detenção, de três meses a um ano. Lesão corporal de natureza grave § 1o Se resulta: I – incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II – perigo de vida; III – debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV – aceleração de parto: Pena – reclusão, de um a cinco anos. § 2o Se resulta: I – incapacidade permanente para o trabalho; II – enfermidade incurável; III – perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV – deformidade permanente; V – aborto: Observar o pacto de morte, que ocorre quando duas ou mais pessoas juntas formam um pacto para se matarem. As conseqüências jurídicas vai variar conforme o resultado. 2.1 Aumento de Pena Parágrafo único. A pena é duplicada: Aumento de pena I – se o crime é praticado por motivo egoístico; II – se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. 3. Infanticídio – Art. 123 CP Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena – detenção, de dois a seis anos. O estado puerperal e analisado pelo medico forense. Sendo confirmado, o agente responde por infanticídio, não sendo confirmado, responde por homicídio. Logo após não existe um padrão, depende de uma analise médica podendo ser semanas e ate meses. Obs: Conforme o Art. 30 CP, a elementar pode ser transmitido a terceiro, quando esse terceiro sabendo dessas circunstâncias auxilia a mãe a praticar o infanticídio. Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. 4. Aborto – Art’s 124, 125 e 126 CP Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena – detenção, de um atrês anos. O Art. 124 fica expresso que o abordo quando a própria gestante pratique o aborto, respondendo pela pena do art. 124. Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena – reclusão, de um a quatro anos. Caso um terceiro pratique o aborto na gestante com consentimento desta, esse terceiro responde pela pena do art. 126 Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena – reclusão, de três a dez anos. Quando terceiro pratica aborto na gestante sem consentimento dela, a gestante não responde por nada, e o terceiro responde pela pena do art. 125 Obs: Paragrafo único do Art. 126 Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior (aplica a pena do artigo 125), se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. OBS: O STF entendeu que quando o feto não tem cérebro (feto encefálico), a gestante pode provocar o aborto sem ser penalizada no art. 124 CP. 4.1. Forma Qualificada Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores (Art. 125 e 126) são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. 4.2. Não Punição do Aborto Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico: 4.3. Aborto Legal Aborto necessário I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. O inciso I coloca a gestante em um estado de necessidade, na qual a vida dela ta em risco devido a gravidez, e o aborto é a única forma de resguardar a vida dela. O inciso II diz que não é exigência que a gestante prove que ela foi estuprada para requerer ao médico que pratique o aborto, porém o médico dificilmente vai realizar o aborto sem que a gestante comprove que foi estuprada. 5. Observação Geral Todos os crimes contra a Vida – Art’s 121 ao 126 são julgados pelo Tribunal do Júri. Crimes Contra a Pessoa CAPÍTULO II – Das Lesões Corporais 1. Lesão Corporal – Art. 129 1.1 Caput do artigo 129, é definido a lesão corporal leve Lesão corporal Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena – detenção, de três meses a um ano. 1.2 O §1º do artigo 129, é definido a lesão corporal grave. Se resulta: I – incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II – perigo de vida; III – debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV – aceleração de parto: Pena – reclusão, de um a cinco anos. I – Medico legista vai diagnosticar se a pessoa vai ficar incapaz para as ocupações habituais. II – Medico legista vai diagnosticar a gravidade da lesão, caso ela corra um perigo de vida como uma facada próxima da artéria. III – Lesão resultar de dano permanente, como exemplo o rapaz que teve a testa tatuada “sou vacilão”, diagnosticado pelo médico legista. IV – Quando o agente causa uma lesão na gestante, causando uma aceleração do parto fora do tempo previsto, diagnosticado pelo médico legista. a) Objeto jurídico do Crime : Pessoa b) Objeto Material : Lesão Corporal c) Sujeito Ativo: Qualquer Pessoa d) Sujeito Passivo: Qualquer Pessoa e) Elemento Subjetivo do Tipo: Dolo direto ( art. 129 caput ); Dolo Específico 1.3 O §2º do artigo 129, é definido a lesão corporal gravíssima I – incapacidade permanente para o trabalho; II – enfermidade incurável; III – perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV – deformidade permanente; V – aborto: Pena – reclusão, de dois a oito anos. I – Quando a pessoa não ter mais capacidade para trabalhar II – Se alguém transmitir uma enfermidade incurável,se torna uma lesão corporal grave. Ex: Sífilis, AIDS, quando o agente conhecia a doença e passou a doença para outra pessoa, para que essa vítima também sofra. III – Perder um membro IV – Quando a pessoa sofre uma lesão que não vai desaparecer V – Morte do feto. 1.4 O §3º do artigo 129, é definido a lesão corporal seguido de morte Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: Pena – reclusão, de quatro a doze anos. Preterdolo: Dolo na lesão, mais culpa na morte, por imprudência, negligência, imperícia. 1.5 O §6º do artigo 129, é definido a lesão corporal culposa Se a lesão é culposa: Pena – detenção, de dois meses a um ano. É aquela que o agente não tem dolo. 1.6 O §9º do artigo 129, é definido a lesão corporal doméstica Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: 1.7 O §12 do artigo 129, é definido a lesão corporal contra agentes da lei Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços. 1.8 Diminuição de Pena – Lesão Corporal Privilegiada – §4 Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 1.9 Substituição da Pena O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa. I – se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; II – se as lesões são recíprocas. 1.10 Aumento de Pena Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código. 1.11 Violência Doméstica § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. 1.8 Natureza Jurídica. Os crimes de lesão corporal são de Ação Pública Incondicionada, porém a lei 9.099/95 Art. 88 mudou a natureza jurídica das lesões corporais leves e culposas, não são mais de Ação Publica Incondicionadas, se tornando Ação Publica Condicionada a Representação CAPÍTULO III DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE Os crimes de perigo são os crimes onde o agente exponha outras pessoas a perigo de dano ( perigo a vida e/ou a saúde ) São divididos em perigo comum e específico, concreto e abstrato 1. Perigo de Contágio Venério – Art. 130 Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. A consumação não depende da contaminação da vítima, ele se consuma na exposição ao perigo. Obs: De que sabe significa dolo direto Obs: deve saber significa culpa imprópria. 2. Perigo de Contagio de Moléstia Grave – Art. 131 Art. 131. Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produziro contágio: Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. O artigo 131 ocorre quando a pessoa tem a intenção de transmitir a moléstia grave especificamente para uma pessoa. 3. Perigo para Vida ou a Saúde de outrem – Art. 132 Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. Ocorre quando o agente expõe a vitima a um perigo diretamente que vai acontecer. O parágrafo único vai executar uma pena em branco, pois será necessário analisar em uma outra lei quais são as normas legais do qual o artigo faz referência. 4. Abandono de Incapaz – Art. 133 Art. 133. Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: Pena – detenção, de seis meses a três anos. O sujeito Ativo deste crime, e o sujeito próprio, pois somente quem esta na condição de estar com a guarda, cuidado, vigilância ou autoridade comete esse crime. Ocorre quando ocorre o abandono de uma pessoa que não pode se defender sozinha. § 1o Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: Pena – reclusão, de um a cinco anos. § 2o Se resulta a morte: Pena – reclusão, de quatro a doze anos. Se do abandono resultar em lesão corporal grave, não soma o abandono caput com a lesão corporal grave, aplica-se o abandono 1º§. O Mesmo vale para o §2º. 4.1 Aumento de Pena § 3o As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: I – se o abandono ocorre em lugar ermo; II – se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima; III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos. 5. Exposição ou abandono de recém-nascido – Art. 134 Art. 134. Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria: Pena – detenção, de seis meses a dois anos. § 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena – detenção, de um a três anos. § 2o Se resulta a morte: Pena – detenção, de dois a seis anos. Ocorre quando a mulher engravida, e se recolhe da sociedade para não ter sua honra abalada pela gravidez e o nascimento a criança. Então ela abandona a criança quando recém-nascido para preservar sua honra junto a sociedade. É necessário comprar que a exposição da criança ao perigo, para configurar o crime. A corrente majoritária entende que apenas a mãe é o sujeito ativo desse crime. 6. Omissão de socorro – Art 135 Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, a criança abandonada ou extraviada, ou a pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. Vale ressaltar, que deve ser analisado a possibilidade de prestar assistência sem o risco pessoal, como exemplo uma criança abandonada em uma casa pegando fogo, aquele que observou não pode ser punido por não entrar na casa em chamas para prestar a assistência a essa criança. Criança extraviada significa criança sumida. Obs: Crimes de trânsito são regulados por lei especifica. 6.1 Aumento de pena Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. 7. Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial – Art. 135 – A Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. Exemplo a pessoa que passa por uma situação médico-hospitalar e ao chegar no hospital informa de seu estado de saúde que requer urgência e um funcionário do hospital exige que ele preencha uma ficha para ser atendido. 7.1 Aumento de Pena Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. 8. Maus Tratos – Art. 136 Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa. § 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena – reclusão, de um a quatro anos. § 2o Se resulta a morte: Pena – reclusão, de quatro a doze anos. Esse crime tem um dolo específico, pois é necessária a exposição ao perigo, para fins de educação, ensino, tratamento ou custodia. 8.1 Aumento de Pena § 3o Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. 9. Rixa – Art. 137 Rixa é uma briga generalizada, havendo no mínimo três pessoas agredindo umas as outras. É um crime de concurso de agentes necessários ( que ocorre quando o tipo criminal exige um mínimo de participação de agentes ) O elemento subjetivo é o dolo. Art. 137. Participar de rixa, salvo para separar os contendores: Pena – detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. 9.1 Rixa Qualificada Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica- se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos. Obs: Todos os que participarem da Rixa que causaram lesão corporal grave ou o homicídio respondem pela Rixa Qualificada se não conseguirem identificar o autor específico. CAPÍTULO V – Dos Crimes contra a Honra Existe uma proteção a honra, que foi incorporado com o pacto São José de Costa Rita dento do Art. 5º da CF. X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 1. Calúnia Tem objetivo de proteger a honra objetiva da vítima, sendo necessário que uma pessoa afirme um fato não verídico, imputando a vítima um crime que este não cometeu. Ocorre quando uma pessoa espalha para outras pessoas, um crime que não ocorreu Calúnia Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Obs: Aquele que conhece a falsa imputação do crime, e mesmo assim propaga ou divulga o crime, decorre de calunia Obs: É punível a calúnia contra os mortos. 1.1 Exceção da verdade ( provar a veracidade da acusação ) § 3o Admite-se a prova da verdade, salvo: I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; II – se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no no I do art. 141; III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. 2. Difamação Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa. Atribuir ato ofensivo a reputação. É diferente da Calúnia, pois o agente não imputa um fato criminoso à vítima. Esse ato ofensivo pode ser falso ou verídico, ou seja, uma pessoa que já praticou um crime de roubo pode sofrer difamação seoutras pessoas ficarem o chamando de ladrão. É um crime formal (ação e resultado no mesmo momento) 2.1 Exceção da verdade ( provar a veracidade da acusação ) Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. 3. Injuria – Art. 140 Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. • Elemento Subjetivo : Dolo ( não existe modalidade culposa ) • Honra subjetiva ( dignidade ) 3.1 Pode deixar de aplicar a pena ( Juiz ) I – quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. ( revidar a injúria ) 3.2 Injúria Real § 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: Ex: cuspir, chutar, que se considerem aviltantes ( que humilha que desonra ) Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena cor- respondente à violência. Obs: Essa violência não tem lesão corporal, podendo ter a possibilidade de concurso de crimes, conforme a violência utilizada. 3.3 Injúria Racial § 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: Pena – reclusão de um a três anos e multa. Obs: Injuria racial e ofender a honra subjetiva da pessoa se utilizando dos elementos do parágrafo terceiro. Racismo é um preconceito que atinge a dignidade humana da pessoa. 4. Aumento de Pena nos crimes contra a honra Art. 141. As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: I – contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; II – contra funcionário público, em razão de suas funções; III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria; IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. Parágrafo único. Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro. 5. Exclusão do Crime Art. 142. Não constituem injúria ou difamação punível: I – a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador; II – a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; III – o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício. Parágrafo único. Nos casos dos nos I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade. 6. Retratação Assumir o erro ao fazer uma imputação a alguém. Exclui a punibilidade. Art. 143. O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. 7. Explicações em Juízo Art. 144. Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Obs: Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa. 8. Queixa Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, Obs: salvo quando, no caso do art. 140, § 2o, da violência resulta lesão corporal. Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código. CAPÍTULO VI – Dos Crimes contra a Liberdade Individual SEÇÃO I – Dos Crimes contra a Liberdade Pessoal 1. Constrangimento Ilegal – Art 146 Art. 146. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa. É um crime formal, se consuma com o constrangimento, os agentes passivos e ativos podem ser qualquer pessoa. Obs: esse crime pode ocorrer na forma tentada, quando o constrangimento for de modo escrito, e a pessoa a qual foi destinada a carta não teve conhecimento, e um terceiro que não era o alvo desse constrangimento vier a receber essa carta. 1.2 Aumento de Pena Aumento de pena § 1º As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas. As armas podem ser próprias ( armas de fogo ) e impróprias( armas brancas ). § 2º Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência. Pode haver um curso de crimes formal com lesão corporal. § 3º Não se compreendem na disposição deste artigo: Não comete o crime de constrangimento ilegal. I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; II – a coação exercida para impedir suicídio. 2. Ameaça – Art. 147 Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. Crime formal, consumando na ameaça. Os sujeitos ativos e passivos podem ser qualquer pessoa. A consumação depende da sensação da vítima de se sentir ameaçada, caso a vítima não se sinta ameaça, o crime se torna um crime impossível. Parágrafo único. Somente se procede mediante representação ( Prazo de 06 meses, conhecido o autor do fato ). 3. Sequestro e Cárcere Privado Art. 148. Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado: Pena – reclusão, de um a três anos. Esse é um crime permanente, tendo uma ação que decorre com passar do tempo. Sujeito ativo e passivo qualquer um, no parágrafo 1 inciso I, o passivo é específico Obs: Súmula 711 STF A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. 3.1 Majorante de Pena § 1º A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; II – se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital; III – se a privação da liberdade dura mais de quinze dias. IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; V – se o crime é praticado com fins libidinosos. Obs: Se houver contato intimo com a pessoa se configura um estupro § 2 Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ( Art. 136 )ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral: Pena – reclusão, de dois a oito anos. 4. Redução a Condição Análoga à de Escravo – Art. 149 Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência. Obs:Se houver lesão corporal responde também pelo crime de lesão em concurso de crime 4.1. Nas mesmas penas incorre quem: I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho; II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. 4.2 Aumento de Pena § 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: I – contra criança ou adolescente; II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. 5. Tráfico de Pessoas – Art. 149 – A Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de: I – remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; II – submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; III – submetê-la a qualquer tipo de servidão; IV – adoção ilegal; ou V – exploração sexual. Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. O crime é formal, tem um tipo misto, por haver mais de um verbo ( mais de uma forma de praticar o crime ), e mais de um modos operandi. 5.1 Aumento de Pena § 1º A pena é aumentada de um terço até a metade se: I – o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las; II – o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com deficiência; III – o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; ou IV – a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional. 5.2 Redução de Pena § 2º A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e não integrar organização criminosa. SEÇÃO II – Dos Crimes contra a Inviolabilidade do Domicílio 1. Violação de domicílio – Art. 150 Art. 150. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena – detenção, de um a três meses, ou multa. Elemento Subjetivo: Dolo Sujeito Ativo : Quem de direito Sujeito Passivo : Qualquer um § 1º Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas: Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência. Existe um concurso eventual de agentes, e em caso de lesão corporal, um concurso de crimes. § 2º Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder. Se for invadido por policias, esses responderam por abuso de poder, conforme lei específica. 1. Não é crime § 3º Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências: I – durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência; II – a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. 2. Casa é entendido como: § 4º A expressão “casa” compreende: I – qualquer compartimento habitado; II – aposento ocupado de habitação coletiva; III – compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. 3. Casa não é entendido como: § 5º Não se compreendem na expressão “casa”: I – hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do no II do parágrafo anterior; II – taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. SEÇÃO III – Dos Crimes contra a Inviolabilidade de Correspondência 1. Violação de correspondência – Art. 151 Art. 151. Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem: Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. Elemento Subjetivo: Dolo Específio e vontade de praticar Sujeito Ativo : Qualquer um Sujeito Passivo : Dono da correspondência Objeto Jurídico: Inviabilidade da correspondência a) Sonegação ou Destruição de Correspondência Sonegação ou destruição de correspondência § 1º Na mesma pena incorre: I – quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não fechada e, no todo ou em parte, a sonega ou destrói; SEÇÃO IV – Dos Crimes contra a Inviolabilidade dos Segredos 1. Divulgação de Segredo – Art. 153 Art. 153. Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem: Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. § 1º Somente se procede mediante representação. § 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública: Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. § 2º Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal será incondicionada. 2. Divulgação do Segredo Profissional Art. 154. Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa. Parágrafo único. Somente se procede mediante representação. Ex: Médico que divulga uma doença de um paciente Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. § 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput. § 2º Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico. § 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido: Pena – reclusão, de 6 (seis) mesesa 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave. Aumento de Pena § 4º Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos. § 5º Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra: I – Presidente da República, governadores e prefeitos; II – Presidente do Supremo Tribunal Federal; III – Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de As- sembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou IV – dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal. Ação penal Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação, salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos.TÍTULO II – Dos Crimes contra o Patrimônio Antes de iniciar os estudos específicos dos crimes, existem algumas características que podem isentar o agente da pena e da forma da ação nos crimes contra o patrimônio. Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; II - ao estranho que participa do crime. III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 1. Furto – Art. 155 CP Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. O verbo subtrair significa a pessoa assenhoramento (apossamento) do bem alheio com caráter definitivo O imóvel só pode ser objeto de crime de estelionato. • Elemento Subjetivo: Dolo • Elemento Objetivo: “Res Furtivo” • Elemento Passivo e Ativo: Qualquer pessoa 1.1 Furto de Uso Quando uma pessoa subtrai o objeto móvel alheio por um curto período de tempo, e após devolve o objeto furtado nas mesmas condições com qual o subtraiu pois não tinha intenção de apossar do objeto com caráter definitivo. O furto de uso é um fato atípico, e não se considera crime. 1.2 Furto Famélico É o furto de alimentos, onde a pessoa que passa por um estado de necessidade (passando fome) e ela subtrai comida para sobreviver. 1.3 Princípio da Insignificância A res furtada é insignificante diante do patrimônio lesado, além de ter baixa relevância social o furto praticado e comportamento não violento do agente, exclui a tipicidade (crime). Obs: O princípio da insignificância não se vale para o parágrafo 2º do Art. 155, que trata do furto privilegiado 1.4 Arrependimento Posterior O crime de furto admite o arrependimento posterior contido no Art. 16 CP 1.5 Consumação do Furto a)Teoria Contrectatio: Para que o crime se consuma, basta o agente tocar na coisa ( Não adotada pelo CP ) b) Teoria Amotio ou Apreensão: O crime se consuma quando a coisa subtraída passa para o poder do agente, mesmo que não haja posse mansa e pacífica e mesmo que a posse dure curto espaço de tempo. Não é necessário que o bem saia da esfera patrimonial (esfera visual) da vítima c) Teoria Oblatio: Consuma-se quando o agente consegue levar a coisa tirando-a da esfera patrimonial da vítima. d) Teoria Ilatio: Para que o crime se consuma é necessário que a coisa seja levada para o local desejado pelo agente e mantida a salvo. Obs: A corrente que prevalece o STF e no STJ é a Teoria Amotio. 1.6 Furto Tentado a) Perfeito: quando o agente pratica todos os atos de execução, mas por circunstâncias alheias à sua vontade não se dá a consumação. b) Imperfeito: ocorre quando há interrupção do processo executório em razão do agente não praticar todos os atos de execução do crime por circunstâncias alheias à sua vontade. 1.7 Furto Simples Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. 1.8 Furto Privilegiado § 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. O STF entende que o valor da coisa para se enquadrar no parágrafo 2º, é de até um salário mínimo. Obs: O crime quando se situa dentro dos parágrafos 1º e 2º ao mesmo tempo, havendo assim um aumento e uma redução de pena, se aplica a redução conforme o parágrafo 2º, pois conforme o Art. 68 parágrafo único, quando existe esse concurso de aumento e diminuição de pena, se aplica a que for maior ( se a redução e maior ou se o aumento maior ). Art. 68. Parágrafo único. No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua. 1.9 Furto De Energia § 3º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. Ex: Furto de internet, Água TV a cabo 1.10 Furto Qualificado § 4º A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I – com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; Ex: Quebrar o vidro do carro furtar algo dentro dele II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; • Confiança: Quando a vítima confia na pessoa e deixa seus pertences a mostra dela, que vem a furtar o objeto da vítima. • Fraude: Quando agente utiliza de artifícios para induzir a pessoa ao erro, e vir a subtrair um objeto seu • Escalada: Subir um muro, a fachada do prédio, etc. • Destreza: Quando agente executa o furto de forma rápida e com agilidade. III – com emprego de chave falsa; • Uma chave que não é a chave original. Ex: chave micha. IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas. • Concurso Eventual § 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. • Explosão de caixa eletrônico como exemplo § 5º A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. O parágrafo 5º também é qualificadora do crime de furto. § 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. Este é um tipo de furto dentro do crime de furto. É um furto focado na subtração de animais domesticável de produção, como gado, galinha, cabra, etc. Este parágrafo foi inserido pela Lei 13.330/2016. § 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. • Subtração do explosivo ou e materiais que podem ser utilizados para fabricar um explosivo 2. Furto de Coisa Comum – Art. 156 Art. 156. Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum: Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. § 1º Somente se procede mediante representação. Elemento Ativo e Passivo: Condômino, Coerdeiro ou Sócio. 2.1 Não se Pune o Furto de Coisa Comum § 2º Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente. 3. Roubo – Art. 157 Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 3.1 Roubo Próprio – Art. 157 caput parte 1 O crime decorre da subtração da coisa, invertendo a posse da coisa móvel, com emprego de violência física ou grave ameaça a pessoa, antes da subtração. Esse é o Roubo Próprio.3.2 Roubo Impróprio – Art. 157 caput parte 2 e § 1º Decorre do crime do roubo também após de subtrair o objeto, por algum meio, reduzir a possibilidade de resistência da vítima. Esse e o Roubo Impróprio. § 1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. Ex: Uso de bebidas alcoólicas, drogas (remédios), etc. Obs: Súmula 582 STj Súmula 582 do STJ: “Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.” • Elemento Subjetivo: Dolo • Elemento Objetivo: “Res Furtivo” • Elemento Passivo e Ativo: Qualquer pessoa 3.3 Roubo Tentado O crime de roubo aceita a modalidade tentada, conforme o Art. 14 CP 3.4 Roubo Qualificado § 2º A pena aumenta-se de um terço até metade: I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; II – se há o concurso de duas ou mais pessoas; III – se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; V – se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. • O Inciso IV é uma circunstância de aumento de pena, e não qualificadora. Obs: Simulacros de arma de fogo não entram no aumento de pena, respondendo o agente apenas pelo 157 caput. 3.5 Aumento de Pena § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; • Deve ser arma de fogo municiada. II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. § 3º Se da violência resulta: I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; • Crime preterdoloso, onde ele tem o dolo de realizar o roubo e a culpa pela lesão corporal, não sendo combinado o crime de roubo com o crime de lesão corporal. 3.6 Latrocínio § 3º Se da violência resulta: II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. a) Latrocínio Consumado: O latrocínio se consuma com a consumação da morte e a subtração do objeto, ou Súmula 610 STF Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima. b) Latrocínio Tentado : tentativa de homicídio e subtração consumada, tentativa de homicídio e tentativa de roubo. Obs: Se o agente consuma o roubo, e após consumado o roubo ele praticar o homicídio, ele responde por ambos, nas formas do Art. 69 Concurso Material Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. 4. Extorsão – Art. 158 Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. • Elemento Subjetivo: Dolo • Elemento Objetivo: Constranger • Agente Ativo e Passivo: Qualquer um 4.1 Aumento de Pena § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade. 4.2 Extorsão Seguida por Lesão Corporal Grave ou Morte § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior. 4.3 Extorsão Qualificada § 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; • Se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. 5. Extorsão mediante seqüestro Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate Pena - reclusão, de oito a quinze anos. O crime se consuma no momento da restrição da liberdade. Ele se difere do parágrafo 3º do art. 158, pois neste a restrição da liberdade é necessária para que o agente consiga a obtenção da vantagem econômica, e não é exigido vantagem para que a vítima seja colocada em liberdade. Já no Art. 159 o agente restringe a liberdade da vítima, para obter qualquer vantagem, como condição para colocar a vítima em liberdade. Pode ainda existir um cumulo material se o agente praticar o crime do art. 158 parágrafo terceiro, e consumado, ele resolver praticar o crime do art. 159. 5.1 Desistência Voluntária O crime do art. 159 aceita a desistência voluntária na forma do art. 15. Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. Extorsão Qualificada § 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
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