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BIODIREITO - FADI - DIREITOS DA PERSONALIDADE

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BIODIREITO
A partir do momento em que ocorre a revolução biotecnológica, na qual o homem intervém nos sistemas biológicos, quer para criar, quer para modificar e transformar os seres vivos (vegetais, animais e humanos), requer-se um espaço para discussões sobre essa nova forma de poder. Na pauta dessas discussões estão a ética e sua intersecção com o Direito. Fala-se, então, em bioética e biodireito.
A língua latina tem uma única palavra vida para traduzir dois termos gregos:
Bíos
Zoé
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BIODIREITO
“Ramo específico que se desenvolverá com fundamento no direito à vida, ampliando-se necessariamente para uma ‘biologização’ do direito, algo além do meramente biológico, com implicações no Direito Público e no Direito Privado.”(MARIA GARCIA)
“onde há vida (Biologia) e coexistência (Bioética), há de haver proteção (Biodireito)”. (MARIA GARCIA)
 “Biodireito é o ramo do Direito que trata da teoria, da legislação e da jurisprudência relativas às normas reguladoras da conduta humana em face dos avanços da Biologia, da Biotecnologia e da Medicina”. (HELOISA HELENA BARBOZA)
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BIODIREITO - PRINCÍPIOS
Princípio: “mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico.” (BANDEIRA DE MELLO)
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BIODIREITO - PRINCÍPIOS
 Maria de Fátima Freire de Sá e Bruno Torquato de Oliveira Naves elencam os seguintes princípios do Biodireito:
Precaução
Autonomia privada
Responsabilidade
Dignidade
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BIODIREITO - PRINCÍPIOS
 Precaução
Limitação da ação profissional
O Princípio da Precaução é a garantia contra os riscos potenciais que, de acordo com o estado atual do conhecimento, não podem ser ainda identificados. Este Princípio afirma que a ausência da certeza científica formal, a existência de um risco de um dano sério ou irreversível requer a implementação de medidas que possam prever este dano.
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BIODIREITO - PRINCÍPIOS
 Precaução
“Com o fim de proteger o meio ambiente, O PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO deverá ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não será utilizada como razão para o adiamento de medidas economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental” (Princípio 15 da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - )
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BIODIREITO - PRINCÍPIOS
 Precaução
“A disposição estende-se para além dos problemas como clima ou com o meio ambiente, atingindo o Biodireito como um todo, sempre que houver ameaça de prejuízo significativo e irreversível.”
 (SÁ e NAVES)
PRECAUÇÃO ≠ PREVENÇÃO
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BIODIREITO - PRINCÍPIOS
Autonomia privada
“Concessão de poderes de atuação à pessoa.” (SÁ e NAVES)
“cada ser humano é humano por força de seu espírito, que o distingue da natureza impessoal e que o capacita para, com base em sua própria decisão, tornar-se consciente de si mesmo, de autodeterminar sua conduta, bem como de formatar a sua existência e o meio que o circunda”. (GÜNTER DÜRIG apud SARLET)
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BIODIREITO - PRINCÍPIOS
Responsabilidade
“... revela o dever jurídico em que se coloca a pessoa, a fim de satisfazer as obrigações convencionadas ou suportar as sanções legais impostas por seu descumprimento.” (SÁ e NAVES) 
Preocupação com as consequências do progresso tecnológico:
Imperativo: “age de tal maneira que os efeitos da tua ação sejam compatíveis com a permanência de uma vida humana autêntica.” (HANS JONAS apud SÁ e NAVES) 
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BIODIREITO - PRINCÍPIOS
Responsabilidade
“Conceito fundamental concernente ao indivíduo é o da autonomia (autodeterminação) que envolve a questão da conduta moral e, por consequência, da responsabilidade: campo normativo, pelo que, diante do risco decorrente do potencial técnico da ciência e da tecnologia, há exigência de uma ética da responsabilidade solidária (Apel) do homem-no-mundo e, portanto, do cientista.
A ética da responsabilidade implica que todos os que detemos o poder de agir somos igualmente responsáveis pelas ‘previsíveis consequências de nossos atos’ (Weber). Razão, consciência, moral, responsabilidade são, portanto, características básicas do ser- Humano”. (MARIA GARCIA)
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BIODIREITO - PRINCÍPIOS
Dignidade da pessoa humana 
inviolabilidade do direito à vida
liberdade (autonomia) 
à igualdade (respeitando a diferença) 
fraternidade (solidariedade) 
densificam a dignidade da pessoa humana. Segue-se que esta dignidade se torna princípio fundamental do Biodireito, vetor de interpretação e fiel da balança, na tarefa de dirimir os conflitos que se instalam em decorrência dessa revolução biotecnológica. 
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BIODIREITO - PRINCÍPIOS
O progresso biotecnológico, nesses termos, deve ocorrer desde que respeite e proteja a dignidade da pessoa humana (vida, liberdade, igualdade e solidariedade) e a própria humanidade, sob pena de representar uma nova ameaça, um novo perigo, um novo instrumento de opressão.
“... o ser humano é a razão e o fim último e único do ordenamento jurídico” (CLÁUDIA REGINA MAGALHÃES LOUREIRO)
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DIREITOS DA PERSONALIDADE
PACTO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS/1966
PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA (teoria concepcionista)
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ART. 5º, CAPUT
GARANTIAS CONSTITUCIONAIS CF, art. 5º, LXVIII a LXXIII
CÓDIGO CIVIL
Obs.: DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
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DIREITOS DA PERSONALIDADE
“direitos essenciais da pessoa”
“direitos subjetivos essenciais”
“direitos à personalidade”
“direitos essenciais”
“direitos fundamentais da pessoa”
“direitos sobre a própria pessoa”
“direitos individuais”
“direitos pessoais”
“direitos personalíssimos” 
“direitos de humanidade”
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CONCEITO
O Código Civil não conceitua.
Doutrina: são aqueles que protegem características inerentes à pessoa.
“... são direitos subjetivos que têm por objeto bens e valores essenciais da pessoa, no seu aspecto físico, moral e intelectual”. (Francisco Amaral)
“... aqueles que têm por objeto os atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa em si e em suas projeções sociais” (Gagliano e Pamplona Filho)
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CARACTERÍSTICAS – CC, art. 11
Regime jurídico geral:
Absolutos (oponíveis erga omnes);
Generalidade (ou necessário);
Extrapatrimoniais;
Perpétuos (vitalícios);
Intransmissíveis;
Irrenunciáveis;
Indisponíveis;
Ilimitados;
Impenhoráveis;
Imprescritíveis.
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Pergunta-se:
Os direitos da personalidade são passíveis de desapropriação? Ex.: PL n. 2307/2001 – ALERJ da deputada estadual Aparecida Gama.
Pode-se penhorar um jogador de futebol?
Pode-se veicular informações/notícias de modo insidioso e abusivo, de forma humilhante?
A pretensão indenizatória é imprescritível?
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GARANTIAS DO REGIME JURÍDICO GERAL
Cessação da ameaça ou da lesão do direito;
Perdas e danos (danos patrimoniais e morais);
Demais sanções previstas em lei (ex.: sanção criminal, administrativa etc.);
Garantias constitucionais: CF, art. 5º, LXVIII a LXXIII;
Dano moral reflexo ou por ricochete (ofensa dirigida contra o morto mas reflete nos parentes, que sofrem as consequências).
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GARANTIAS DO REGIME JURÍDICO GERAL
Temos, assim, conforme Gonçalves, as seguintes ações judiciais, de natureza:
preventiva: evitar a concretização da ameaça de lesão;
repressiva
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CLASSIFICAÇÃO
Encontramos em Pamplona Filho e Gagliano– direito à:
vida (e não sobre a vida);
integridade física (corpo, cadáver e voz);
integridade psíquica (liberdade, criações intelectuais, privacidade e segredo) e
integridade moral (honra, imagem e identidade pessoal).
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CLASSIFICAÇÃO 
CC, arts. 11 a 21
Rol exemplificativo:
Atos de disposição do
próprio corpo;
Direito à não submissão a tratamento médico de risco;
Direito ao nome e ao pseudônimo;
Proteção à palavra e à imagem e
Proteção à intimidade.
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DIREITO À VIDA
a) Eutanásia:
Ativa (homicídio)
Passiva 
Ortotanásia
Distanásia (prolongamento indevidamente da vida)
Mistanásia (social)
b) Aborto:
Terapêutico;
Sentimental (estupro);
	obs.:anencéfalos e embriões in vitro
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DIREITO À VIDA
c) Planejamento familiar – CF, art. 226, §7º e Lei n. 9263/96:
Esterilização:
E também:
Reprodução humana assistida
Clonagem reprodutiva
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DIREITO À VIDA
d) Transplante - CF, art. 199, § 4º e Lei n. 9434/97
Inter vivos – gratuito + órgãos duplos/regeneráveis
Post mortem - gratuito + morte encefálica
princípio do consenso afirmativo
e) Cirurgia de transgenitalização
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DIREITO À VIDA
f)Tratamento médico de risco – dever de informar
g) Narcoanálise/perícia hematológica – CC, art. 232
h) Direito à vida & liberdade religiosa
i) Direitos do nascituro
j) Direito aos alimentos
Obs.: alimentos transgênicos?
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DIREITO À INTEGRIDADE FÍSICA
Três aspectos:
Direito ao corpo vivo e suas partes integrantes;
Direito ao corpo morto;
Direito à voz (físico – mas se agrega à imagem). 
 
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DIREITO À INTEGRIDADE FÍSICA
Obs.:
 Emergência (não constitui constrangimento ilegal);
Autolesão: práticas esportivas - princípio da adequação social, mas:
Excesso ou
Atuação dolosa grave
Profissões (mineradores, mergulhadores etc.) – responsabilidade objetiva 
 
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DIREITO À INTEGRIDADE FÍSICA
Direito ao corpo vivo e suas partes integrantes – CC, art. 13:
Transplante (CF, art. 199, § 4º);
Transexualidade
Direito ao corpo morto – CC, art. 14:
Direito à prova;
Necessidade (ex.: transplante);
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DIREITO À INTEGRIDADE MORAL
Pesquisas em seres humanos
Experiências biomédicas
Engenharia genética
Células tronco
Clonagem
Estética humana
Saúde física e mental
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DIREITO À INTEGRIDADE FÍSICA
Direito à voz:
Componente físico que se agrega a imagem. Uso da voz – direitos autorais (direitos conexos).
Obs.: CF, art. 5º, XXVIII, a (parte final) 
Honra (objetiva e subjetiva) – CF, art. 5º, X e CP, arts. 138 a 140 (calúnia, difamação e injúria)
Identidade – nome (CC, arts. 16-19)
Obs.: identidade genética
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DIREITO À INTEGRIDADE MORAL
Imagem (retrato e atributo) – essência da individualidade humana – CF, art. 5º, V e X; CC, art. 20.
DANO = utilização indevida (imagem, palavra, voz e escritos)
Súm. 403 do STJ: 
“Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais”.
Ex.: uso indevido da imagem – álbum de figurinhas.
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CC, ARTS. 12 E 20
CC, art. 12:
Caráter geral
Inclui o art. 20 (exceto no tocante à legitimidade).
CC, art. 20:
Finalidade específica: direito de imagem;
Projeção dos bens personalíssimos nas situações enumeradas.
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CC, ARTS. 12 e 20
Legitimados: morte do titular
Lesados indiretos
Dano indireto ou dano em ricochete
CC, art. 12 – ascendentes, descendentes, cônjuge e colaterais até quarto grau.
Obs.: companheiro/convivente
CC, art. 20 – ascendentes, descendentes e cônjuge
Obs.: companheiro/convivente
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DIREITO À INTEGRIDADE PSÍQUICA
Direito à liberdade – limite: “o outro”
Liberdade de pensamento;
Liberdade de expressão;
Direito às criações intelectuais;
Direito à privacidade
Direito ao segredo (comunicações, profissional e doméstico
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DANO MORAL
Depende de dor? Angústia? Sofrimento?
Imprescritível?
Prescritível?
Código Civil – 3 anos
Código de Defesa do consumidor - 5 anos
Obs.: imprescritibilidade – crime de tortura
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Pessoa
Ente no qual se concretiza a personalidade: 
Pessoa física ou
Pessoa jurídica
suscetível de direitos e obrigações
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Pessoas naturais
Art. 1º do Código Civil de 2002
Obs.:
CC/16 – “Todo homem é capaz de direitos e obrigações na ordem civil.”
CC/02 – “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.” 
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PERSONALIDADE
Dependerá da lei de cada país:
Qualquer óvulo fecundado
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PERSONALIDADE
Dependerá da lei de cada país:
Após 3 meses de vida intra-uterina
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PERSONALIDADE
Dependerá da lei de cada país:
Logo após o nascimento
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PERSONALIDADE
Código Civil argentino e o húngaro:
A concepção já dá origem à personalidade.
Código Civil – suíço, português, italiano e alemão:
nascimento com vida.
Código Civil francês e holandês:
Nascimento com vida + 
viável e apto para a vida.
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PERSONALIDADE
Código Civil espanhol - Teoria da viabilidade (até 22.07.2011): 
24 h do nascimento com vida + forma humana.
Art. 30 
Para los efectos civiles, sólo se reputará nacido el feto que tuviere figura humana y viviere veinticuatro horas enteramente desprendido del seno materno. 
Obs.: nova redação – “La personalidad se adquiere en el momento del nacimiento con vida, una vez producido el entero desprendimiento del seno materno.” 
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Personalidade 
Na Índia nasceu uma menina fusionada a um irmão gêmeo parcialmente desenvolvido, sem desenvolvimento cefálico. Ela apresentava oito membros.(...)
A família recebeu a proposta de compra da menina por parte de um proprietário de um circo de Nova Delhi, mas recusou. Uma equipe médica se prontificou a realizar uma cirurgia de separação dos corpos, sem custo para a família. Mais de 30 profissionais foram envolvidos em uma preparação que durou mais de dois meses. A cirurgia foi realizada com sucesso.
(GOLDIM, in http://www.ufrgs.br/bioetica/lakshmi.htm)
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Personalidade 
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Capacidade 
Capacidade de gozo ou de direito (todos têm – não há gradação: absoluta)
Capacidade de fato ou de exercício ou de ação (comporta gradação: relativa)
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Capacidade 
 
Capacidade de direito:
manifestação da personalidade jurídica;
pressuposto de todos os direitos e deveres;
representa uma posição estática do sujeito.
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Capacidade 
Capacidade de fato:
“... aptidão para a prática dos atos da vida civil, e para o exercício dos direitos como efeito imediato da autonomia que as pessoas têm”(Francisco Amaral, p. 229).
traduz uma atuação dinâmica;
é variável, nem todos a têm – comporta diversidade de graus;
depende da capacidade natural de entendimento, inteligência e vontade própria da pessoa natural;
possibilidade de praticar atos com efeito jurídico, adquirindo, modificando ou extinguindo relações jurídicas.
 
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Capacidade 
A capacidade de fato se desdobra: 
capacidade processual (atuar em juízo, na defesa de seus interesses);
capacidade penal (de ser responsável pela prática de ilícito penal);
capacidade para a prática de atos jurídicos. Esta se subdivide:
capacidade negocial;
capacidade extranegocial. 
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Capacidade plena
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Conceitos 
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Resumindo (AMARAL, 231):
Personalidade: “... é um valor jurídico que emana da pessoa”.
Capacidade de direito: “... provém do ordenamento jurídico que a confere a indivíduos ou a aos grupos, de modo legalmente estabelecido” – algo estático.
Capacidade de fato: “... é a aptidão para a pessoa praticar atos da vida civil” – algo dinâmico.
Legitimação: “... é o poder da pessoa de atuar concretamente em determinada relação jurídica”.
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Condição jurídica do nascituro
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Condição jurídica do nascituro
Nascituro
Na abordagem dos conceitos de “pessoa” e “personalidade”, surge a questão da condição jurídica do nascituro. 
O nosso Código Civil, art. 2º, estabelece que a personalidade civil da pessoa começa com o nascimento com vida, mas a lei põe a salvo, desde a concepção, direitos do nascituro.
Teorias:
Natalista
Concepcionista
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Condição jurídica do nascituro
Personalidade formal:
Direito à vida, à filiação, à integridade física e alimentos, adequada assistência pré-natal, à ser adotado, legitimidade ativa na investigação de paternidade.
Personalidade material
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Condição jurídica do nascituro
“Quem diz direitos, 
afirma capacidade. 
Quem afirma capacidade, reconhece personalidade”.
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Condição jurídica do nascituro
Pacto de São José da Costa Rica, art. 4º., I:
“Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção.
Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente”. 
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Condição jurídica do nascituro
Enunciado n. 1 do Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal:
“A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura”. 
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Condição jurídica do nascituro
Pré-embrião (a primeira etapa do desenvolvimento humano)
Neologismo que surge na Inglaterra para legitimar a conversão do embrião em objeto de experimentação para utilização terapêutica dos tecidos e que isto, por sua vez, revela um processo de desumanização com o intuito de apropriação das matérias corporais.
 
Jean Bernard esclarece que o termo “pré-embrião” ou “proto-embrião” foi proposto “para designar os primeiríssimos tempos da vida, aqueles em que a pessoa não existe ainda e em que tudo é permitido”, não levando em consideração que desde a concepção, já estão presentes no genoma as condições necessárias para o seu desenvolvimento. Das suas considerações extraímos a seguinte ilação: "A vida humana passa a ser um mero conceito operacional”. 
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Condição jurídica do nascituro
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Ação Direta de Inconstitucionalidade
ADI n. 3510
Para existir vida humana, é preciso que:
o embrião tenha sido implantado no útero humano: tem que haver a participação ativa da futura mãe. 
E o embrião não sobrevive no útero sem a mãe: o zigoto (embrião em estágio inicial) é a primeira fase do embrião humano, a célula-ovo ou célula-mãe, mas representa uma realidade distinta da pessoa natural, porque ainda não tem cérebro formado.
		Ministro do STF Carlos Ayres Britto 
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Condição jurídica do nascituro
útero artificial
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FIM DA PERSONALIDADE
Extinção da personalidade da pessoa natural → morte. 
A morte é um fato jurídico ordinário que acarreta o fim da personalidade. Com a morte termina a capacidade de direito, a personalidade. Assim, tudo o que se refere à pessoa acaba com a morte (mors omnia solvit = a morte tudo resolve). 
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FIM DA PERSONALIDADE
Morte: 
ocorrência de parada cardíaca prolongada e a ausência de respiração, ou seja, cessação total e permanente das funções vitais;
morte encefálica – para fins de transplantes, mesmo que os demais órgãos estejam em pleno funcionamento, ainda que ativados por drogas.
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