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Revisão Bibliográfica Rastreabilidade

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Disciplina: Olericultura II - AGR0218C
Professora: Luciana Duarte Rota
Alunas: Alana Pasa Ravanello, Mônica Daneluz Rodrigues, Rafaela Meneguzzo e Thiago Cappellari
Revisão Bibliográfica
Instrução Normativa Conjunta nº 2 02/2018 - Procedimentos para a aplicação da rastreabilidade ao longo da cadeia produtiva de produtos vegetais frescos destinados à alimentação humana
A Instrução Normativa Conjunta nº 2 de Fevereiro de 2018 define os procedimentos para o cumprimento da rastreabilidade ao longo de cadeia produtiva de produtos vegetais frescos destinados à alimentação humana. Tem como principal objetivo o monitoramento e controle de resíduos de agrotóxicos. Deve ser aplicada em todo o território nacional, aos entes da cadeia de produtos vegetais frescos nacionais e importadas. A rastreabilidade é a única forma de identificar a origem do produto e o caminho percorrido até o consumidor final e é uma solução estratégia para o crescimento de empresas. 
Uma rastreabilidade adequada exige organização e comprometimento em questões de procedimentos, critérios e ações aplicadas, como por exemplo, o Procedimento Operacional Padrão (POP), aplicado pelo setor de qualidade nas indústrias. É indispensável o emprego de profissionais especializados para essas atividades. Existem pontos complexos para a implantação da rastreabilidade em questões econômicas e sociais, considerando confitos entre os entes das cadeias dos sistemas de produção. Tais conflitos podem gerar as chamadas “não-conformidades”, que nada mais é do que um item de adequação em que alguma parte dos entes não está alinhado, não permitindo a rastreabilidade de forma transparente e segura, além de comprometer a qualidade do produto final. (DULLEY; TOLEDO, 2003)
Um exemplo de conflito pode ser visto em estudo de caso por Dulley e Toledo (2003), em operacionalização do sistema orgânico de produção, onde destacaram-se dificuldades, principalmente por parte dos agricultores, em registrar e fornecer dados como de produção e produtividade. É evidente que a rastreabilidade exige que o agricultor tenha um mínimo de contabilidade (controle de entradas e saídas, destinos e procedências, entre outros), itens que os autores consideram fundamentais para a eficiência do processo.
Segundo Alves e Pereira (2015), o consumidor final é considerado a parte mais importante da cadeia produtiva, em tempos de novas tecnologias e de acesso ao conhecimento, é mais do que um simples desejo de ser saudável e consumir alimentos seguros, é um dever ético cobrar por segurança e qualidade, escolhendo conscientemente produtos que respeitem as normas de produção e processos. Sendo assim, as novas tecnologias chegam como aliadas para permitir muitas possibilidades de verificar a procedência dos produtos, mediante à implantação de rastreabilidade. É um direito e dever do consumidor saber a procedência dos alimentos que consome e não permitir a continuação de práticas de empresas inadequadas no mercado. 
 Do ponto de vista de direitos e deveres, Engelmann (2012) ressalta que os consumidores promovem o impulso e movimentação da economia, responsabilizando o fornecedor, principalmente no que diz respeito às informações sobre o produto. O direito à informação é primordial e está na Consituição. Sendo assim, é dever da empresa levar conhecimento aos consumidores com honestidade e expondo as possibilidades e riscos, utilizando ferramentas, como por exemplo, a publicidade comercial, para que os mesmos possam exercer o direito de escolha de consumo, garantindo a qualidade de vida para essa e para as próximas gerações, assumindo as consequências das suas escolhas. 
Como benefício de toda essa preocupação dos consumidores em relação aos alimentos, o sistema pode criar uma ação comercial, como a padronização de produtos. Desse modo, a rastreabilidade é vista como uma manobra para a preservação da identidade de um produto, focadas em nichos de mercado e consumidores podem refletir em maiores ganhos na cadeia produtiva. Mas para isso, a rastreabildiade deve ser certificada e transparente, garantindo confiabilidade à informação e impactando em bons resultados tanto para os consumidores quanto para o mercado. (SILVEIRA; RESENDE; PILATTI, 2007)
Barros e Conceição (2005) verificam que os consumidores começam a perceber um novo padrão mais sofisticado nos produtos rastreados, é perceptível também que os preços começam a subir, o que para a indústria é chamado de agregação de valor, mas para o consumidor torna-se um critério de compra, mas tem sido bem aceito nos mercados. QRCodes e códigos de barras são tecnologias de identificação de que facilitam o acesso à informação para a rastreabilidade. Sendo assim, os processos produtivos devem estar especificados, formalmente descritos e homologados, mediante protocolos de normas técnicas e descritos na embalagem dos produtos em forma de códigos numéricos, e linkados com os códigos, conforme prevê a Instrução Normativa.
Dulley e Toledo (2003), concluem que todo esse processo gera custos, os quais normalmente são custeados pelos entes da cadeia (produtor rural, distribuidor, etc.). É um processo complexo e deve ser lento, no que se refere à mudança de pensamento dos agentes dos segmentos da cadeia, como cita Machado (2000), tanto de quem produz o alimento no momento de se dedicar à manter a rastreabilidade eficaz, quanto do consumidor estar disporto para realizar o pagamento a preços diferenciados para produtos diferenciados. 
Referência Bibliográfica
ALVES, Marcos Alexandre; PEREIRA, Liziane Terezinha Machado. A rastreabilidade dos alimentos como política pública: exercício do direito à informação e o compromisso ético com o cumprimento das normas ambientais. Revista Monografias Ambientais, Santa Maria, v. 14, n. 2, p.170-182, maio 2015.
BARROS, Alexandre Lahóz Mendonça de; CONCEIÇÃO, Júnia Cristina P. R.; ERTIFICAÇÃO E RASTREABILIDADE NO AGRONEGÓCIO: INSTRUMENTOS CADA VEZ MAIS NECESSÁRIOS. Brasília: Ipea, 2005. (Texto para Discussão, n. 1122).
DULLEY, Richard Domingues; TOLEDO, Alessandra A. Gayoso Franco de. RASTREABILIDADE DOS PRODUTOS AGRÍCOLAS. Informações Econômicas, São Paulo, v. 33, n. 3, p.33-37, mar. 2003. 
MACHADO, Rosa Teresa Moreira. RASTREABILIDADE, TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COORDENAÇÃO DE SISTEMAS AGROINDUSTRIAIS. 2000. 256 f. Tese (Doutorado) - Curso de Administração, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.
SILVEIRA, José Verissimo Foggiatto; RESENDE, Luis Maurício Martins de; PILATTI, Luiz Alberto. Rastreabilidade: uma exigência da cadeia agroindustrial para produtos especiais. Revista Produção Online, [s.l.], v. 6, n. 1, p.1-11, 24 out. 2007. Associacao Brasileira de Engenharia de Producao - ABEPRO. http://dx.doi.org/10.14488/1676-1901.v6i1.88.

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