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Certificação e rastreabilidade Rastreabilidade: mecanismo que permite identificar a origem do produto desde o campo até o consumidor, podendo ter sido, ou não, transformado ou processado. Com a rastreabilidade é possível conhecer o registro de data e local de nascimento, filiação, manejo alimentar e sanitário e movimentação dos animais inscritos (da propriedade, abatedouro aos pontos de venda). Portanto é a capacidade de recuperar o histórico, a aplicação ou a localização daquilo que está sendo considerado: origem, histórico do processamento, a distribuição e localização do produto depois da entrega. O regulamento (CE) nº 1760/2000 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de Julho de 2000, que estabelece um regime de identificação e registo de bovinos e relativo à rotulagem da carne de bovino e dos produtos à base de carne de bovino, e que revoga o regulamento (CE) nº 820/97 do Conselho. O regulamento (CE) nº 1825/2000 da comissão de 25 de Agosto de 2000 que estabelece as normas de execução do Regulamento (CE) nº 1760/2000 do Parlamento Europeu e do Conselho no que respeita à rotulagem da carne de bovino e dos produtos à base de carne de bovino. Certificação: representa um conjunto de procedimentos pelo qual uma entidade certificadora (imparcial ou independente) reconhece e atesta que o produto atende a requisitos pré-estabelecidos. Assim, garantindo ao consumidor um produto, saudável, de alta palatabilidade e com as características organolépticas exigidas, através do controle de todas as fases da produção, controle das raças utilizadas, análises laboratoriais, industrialização, transporte, distribuição e comercialização, com uma perfeita correlação entre produto final e a matéria prima que lhe deu origem. Em 2002 foi criado o SISBOV (Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalinos) através da IN nº 1, de 10/01/2002 que tem como objetivo identificar, registrar e monitorar, todos os bovinos e bubalinos nascidos no Brasil ou importados. SISBOV - Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalinos: serviço de rastreabilidade da cadeia produtiva de bovinos e bubalinos. Consiste num conjunto de ações, medidas e procedimentos estabelecidos para caracterizar a origem, o estado sanitário, a produção e a produtividade da pecuária nacional e a segurança dos alimentos provenientes de bovinos e bubalinos. O objetivo é registrar e identificar o rebanho bovino e bubalino do território nacional, possibilitando o rastreamento do animal desde o nascimento até o abate, assim garantindo informações quanto a qualidade do rebanho nacional e importado. O serviço atua individualmente em cada animal, contendo dados como data e local de nascimento, dados veterinários, produtividade e deslocamento geográfico. Legislação: • IN nº51, 01 de outubro de 2018 - Institui o sistema brasileiro de identificação individual de bovinos e búfalos - SISBOV. • IN no 50, de 21 de julho de 2020 – REVOGOU ART 89 DA IN51 • Decreto nº 7.623, de 22 de novembro de 2011 - Regulamenta a lei nº 12.097, de 24 de novembro de 2009, que dispõe sobre a aplicação da rastreabilidade na cadeia produtiva das carnes de bovinos e de búfalos. • Lei nº 12.097, de 24 de novembro de 2009 - Dispõe sobre o conceito e a aplicação de rastreabilidade na cadeia produtiva das carnes de bovinos e de búfalo. Quem participa do sistema? Produtores rurais e estabelecimentos de criação de todo país, indústrias frigoríficas, certificadoras credenciadas pelo MAPA, fábricas e importadores de elementos de identificação, veterinários filiados ao sistema e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A adesão é voluntária e só se torna obrigatória no caso de comercialização de carne bovina e bubalina pra mercados que exijam a rastreabilidade. Como participar do sistema? O produtor deve escolher uma dentre as certificadoras credenciadas pelo MAPA, solicitar os documentos para cadastramento de sua propriedade, a certificadora encaminhará os documentos para que o produtor preencha e assine (formulários), o produtor encomenda a uma fábrica credenciada ou à certificadora, os elementos de identificação correspondentes aos animais da propriedade a serem identificados, recebe os elementos de identificação juntamente com a planilha de identificação, realiza a identificação individual dos animais e preenche a planilha, encaminhando-a à certificadora e comunica a certificadora que a vistoria já pode ser realizada. Mas a certificação SISBOV não é suficiente para exportar ao mercado europeu, a propriedade rural que adere ao SISBOV deve fazer parte da lista TRACES (Trade Control and Expert System), uma rede criada pela União Europeia para a saúde animal. Função da certificadora: a certificadora credenciada é a entidade governamental ou privada, credenciada pelo MAPA, incumbida da caracterização e do registro individual de bovinos e bubalinos em todo o território nacional na Base Nacional de Dados (BND). A certificadora realiza o cadastramento de produtores e estabelecimentos rurais aprovados no SISBOV (ERAS), controla códigos de identificação, realiza o registro: data, país, estado, município e a propriedade de nascimento/ou da propriedade identificada dos bovinos e bubalinos com características raciais e sexo, faz vistorias para detectar possíveis falhas e mantém o histórico de movimentação dos animais, inserindo dados da GTA correspondente. Também faz o registro das transferências, desaparecimentos, morte e outras ocorrências, vacinações, testes e qualquer procedimento sanitário, manejo alimentar, data e local de abate, mantém o registro de bovinos e bubalinos que forem transferidos para propriedades não cadastradas, treinamentos e vistorias periódicas. Requisitos para cadastramento do produtor no SISBOV: o produtor faz a solicitação de cadastro para a certificadora. Estabelecimento Rural Aprovado no SISBOV (ERAS): recebe um termo de Adesão ao SISBOV, faz o cadastro de produtor, cadastro da propriedade, protocolo básico de produção e registro dos insumos utilizados na propriedade. Todos os bovinos e bubalinos da propriedade são identificados individualmente (animais nascidos no ERAS devem ser identificados até o desmame ou no máximo até 10 meses de idade), é realizado o controle de movimentação dos animais (animais não registrados adquiridos pelo ERAS identificação na entrada), acompanhado por uma única certificadora, precisa de vistorias periódicas pelas certificadoras com intervalo máximo de 180 dias (criação) e 60 dias (confinamento). Ainda fazem parte do sistema: • Secretaria de Defesa Agropecuária (DAS): órgão responsável pela implementação, promoção e auditoria para certificação da execução da identificação e cadastro individual dos bovinos e bubalinos e o credenciamento das entidades certificadoras, cujos dados resultantes serão inseridos na BND. • MAPA: realiza auditorias e controle da BND com checagem do número de animais. Auditorias são feitas pelo Fiscal Federal Agropecuário nas certificadoras, ERAS, fábricas/importadores de elementos de identificação e demais entidades vinculadas ao SISBOV. Auditorias pelo serviço oficial tem como objetivo avaliar a conformidade das normas operacionais, avaliar a eficiência da certificadora e demais entidades envolvidas. No caso de estabelecimentos rurais aprovados no SISBOV, as auditorias poderão ser realizadas por servidores dos órgãos de defesa agropecuária dos estados e do Distrito Federal por médico veterinário, engenheiro agrônomo e zootecnista. Rastreabilidade para confinamentos: confinamentos que enviarem os bovinos e bubalinos para abate destinado a mercados que exijam rastreabilidade serão obrigatoriamente cadastrados como ERAS. E se as normas forem descumpridas? faz procedimentos administrativos para descumprimento: advertência por escrito, suspensão temporária do credenciamento dos ERAS, dacertificadora, do fabricante ou do importador de elemento de identificação, pelo tempo requerido para a solução do problema e descredenciamento do estabelecimento rural, certificadoras e fábricas/importadoras de elementos de certificação. A Rastreabilidade inicia quando o animal é identificado e inserido em um banco de dados nacional. A base nacional de dados do SISBOV (BND) é o banco de dados oficial do MAPA, todos os processos ocorridos com os animais cadastrados serão registrados nesse banco! Ele contém informações de bovinos e bubalinos identificados e de ERAS. Identificação individual dos bovinos e bubalinos: código de até 15 dígitos numéricos. É um sistema único em todo o território nacional, emitido e controlado pela SDA na BND, as ERAS deverão ter todos animais na BND. A identificação ocorre somente uma vez em toda a vida do animal, podendo ser simples ou dupla. Pela IN nº 51, os brincos devem ter as seguintes características: invioláveis assim impossibilitando sua reutilização, devem ter a identificação do fabricante, brincos fêmeas devem ter a data de fabricação, devem ser acompanhados por uma planilha de coleta de dados em duas vias (a 1ª fica com a certificadora e a 2ª com o produtor). Identificação dos bovinos e bubalinos: 1. um brinco auricular padrão SISBOV em uma das orelhas e um brinco botão auricular na outra; 2. um brinco auricular padrão SISBOV em uma das orelhas; Identificação dos bovinos e bubalinos: 3. um brinco auricular padrão SISBOV + um brinco botão na outra orelha e o número de manejo SISBOV marcado a ferro quente, em uma das pernas traseiras Identificação dos bovinos e bubalinos; 4. outras formas de identificação individual aprovadas pela Secretaria de Defesa Agropecuária em ato próprio. E se ocorrer a perda da identificação? O produtor comunica a certificadora que comunica a Coordenação de Sistema de Rastreabilidade (CSR). • Perda → Reidentificação com outro número; • Perda de um dos elementos de identificação → Reimpressão. E se o animal for vendido? • De estabelecimento rural aprovado para outro estabelecimento rural aprovado: nº SISBOV é mantido e incluído na base de dados da propriedade compradora; • De um estabelecimento rural não aprovado para um estabelecimento rural aprovado: identificação na entrada; • De um estabelecimento rural aprovado para um estabelecimento não aprovado: o produtor deve comunicar a certificadora no prazo de 30 dias, e esta deve dar a baixa na BND em 3 dias úteis após a informação. Movimentação dos animais: • ERAS: Informações sobre movimentação de entrada animais no prazo máximo 30 dias; • Informações sobre a saída dos animais quando o destino for estabelecimentos não aprovados no SISBOV ou abate em frigoríficos – SIM ou SIE, no prazo máximo de 30 dias. Nos estabelecimentos de Abate (SIF) e habilitados: é necessário conferir a identificação dos animais, documentos e GTA, conferir dados BND, analisar DIA e caso não haja cruzamento de dados corretos ocorre a desclassificação.