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Trabalho Lei da Gorjeta Matheus

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ATIVIDADE AVALIATIVA APLICADA DE APRENDIZADO – D3 
	
NOTA
	Disciplina: DIREITO DO TRABALHO II
	Turma:6ª FASE
	Professor: CLÊNIO DENARDINI PEREIRA
	Data:	09/02/2018
	Aluno: MATHEUS RAMOS DE AGUIAR
GORJETA: PARA ONDE VAI O DINHEIRO QUE VOCÊ PAGA?
INTRODUÇÃO
	O hábito de dar gorjetas está fortemente arraigado em nossa cultura, e funciona como uma forma de agradecimento a um serviço prestado de forma satisfatória, sendo que o próprio significado da palavra gorjeta remete à uma quantia deixada para o funcionário beber algo após o serviço: “ Gorjeta: 1-Quantia que se dá para beber à pessoa que nos serviu. 2 - Espórtula, gratificação.” (AURÉLIO, 2019)
	Embora esta prática seja diferente em diversos países, chegando a ser considerada um insulto em países orientais, como China e Japão, aqui no Brasil, o assunto precisou de regulamentação, pois não deixa de ser um fator de aumento de renda na relação trabalhista de funcionários de bares, restaurantes e hotéis, principalmente.
DESENVOLVIMENTO
	Já em 1953, o legislador preocupou-se em estabelecer a positivação da prática da gorjeta, quando, através da Lei 1999 ̸ 53, inseriu o caput do art 457 da CLT, que reza: “Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.”
	Porém, este é um tema que já suscitou discussões diversas, desde a obrigatoriedade da cobrança de taxa de serviço até para quem deveria ficar o valor recebido. Analisaremos alguns aspectos antes de verificar o que a Lei da Gorjeta (Lei 13.419 ̸ 2017) estabelece.
	Originalmente, a gorjeta era a bebida paga ao atendente de um bar, para que ele lhe atendesse com prontidão e como semelhante, pudesse também usufruir do prazer da bebida em momento oportuno. A palavra em inglês “tip”, remete à esta origem, uma vez que seria o acrônimo de “to insure promptitude”, ou “para garantir a prontidão”. Porém, a gorjeta não se limita apenas ao ambiente de bares, sendo normalmente praticada em restaurantes, que quanto maiores, mais pessoas estão envolvidas na satisfação do cliente. Em alguns estabelecimentos, existe um garçom responsável por servir as bebidas, outro, para servir a comida, além do metre que supervisiona o serviço e orienta o cliente em suas escolhas, além de um grande números de funcionários da cozinha, que realizam os serviços essenciais para uma refeição de qualidade. Assim, se o cliente realmente achou todo o conjunto satisfatório, não seria justo que apenas o profissional que recebe a conta seja o beneficiário da gratidão pelo serviço prestado.
	Outra controvérsia é oriunda da obrigatoriedade da gorjeta. Vejamos, o garçom, ou atendente recebe salário fixo como contrapartida pelo serviço prestado, sendo sua obrigação, oriunda da profissão, garantir o bom atendimento do cliente. Então, uma vez que ele já é pago por este serviço, não deveria haver necessidade de uma remuneração extra por parte do cliente, que vai ao estabelecimento justamente para usufruir do serviço prestado. Pelo menos não deveria ser obrigatória esta remuneração, muito embora já assegurada a facultatividade do pagamento por lei, ainda vários estabelecimentos façam constar em suas comandas a conhecida taxa de 10% de serviço, criando um constrangimento para o cliente que não concorda com o seu pagamento.
	Sem contar os casos onde o cliente não foi, ou considera que não foi atendido a contento, que não gostou da comida, do ambiente, do atendimento, ou que sofreu qualquer outro tipo de contrariedade no decurso do serviço. Deve ele, mesmo assim, premiar a falta de profissionalismo e de qualidade que lhe foram oferecidas?
	Para tentar dirimir, ou ao menos, amenizar estas questões, o legislador redigiu a Lei 13.419 ̸ 2017, que altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, para disciplinar o rateio, entre empregados, da cobrança adicional sobre as despesas em bares, restaurantes, hotéis, motéis e estabelecimentos similares.
	Esta lei estabelece a espontaneidade da contribuição e regulamenta o rateio, mesmo quando entregue em espécie, para determinado funcionário, entre os funcionários do estabelecimento, dirimindo a questão formal, enquanto regulamenta a anotação em carteira de trabalho e o pagamento pela média dos últimos meses da gratificação em caso de benefício cessante. Também estimula as convenções e acordos coletivos, para a adequação da norma à especificidade de cada estabelecimento. 
	Tentando uma condição mais justa e igualitária à toda equipe de trabalho, bem como a garantia do benefício em casos de sonegação por parte do empregador, a lei faculta ao cliente a colaboração ao não e garante ao grupo sua valorização. Agora, se alguém realmente deseja beneficiar um funcionário específico, recomenda-se o ologio ao mesmo ao seu supervisor.
CONCLUSÃO
	Mesmo com leis que positivem a conduta correta em relação à gorjeta, o assunto está longe de ser esgotado. Tanto no âmbito nacional, onde a legislação fornece atualmente boa base de referência, quanto em viagens ao exterior, onde a particularidade de cada cultura e a presença ou não de leis que determinem sobre a prática da gorjeta refletem em sua cobrança ou aceitação, este assunto ainda será tema de diversos debates e artigos até que se chegue a um consenso.
BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Lei 13419, disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13419.htm, acesso em 09 ̸ 02 ̸ 2019.
CÉSPEDES, L e ROCHA, F.D..Vade Mecum Saraiva Compacto. 19 ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
HOLANDA, Aurélio Buarque de. Dicionário Aurélio. Disponível em: https://dicionariodoaurelio.com/gorjeta, acesso em 09 ̸ 02 ̸ 2019.

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