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PATOLOGIA ORAL NEOPLASIAS BENIGNAS DA REGIÃO BUCOMAXILOFACIAL Hiperplasia: proliferação celular causada por agente exógeno Terapêutica: remoção do agente etiológico e remoção da lesão (depende do tamanho) Epitélio da mucosa bucal: - BASAL: células se proliferam e vão se diferenciando. Células cúbicas - ESPINHOSA: células poliédricas - GRANULOSA: produção de queratina - CÓRNEA: células achatadas Áreas de MAIOR atrição, MAIOR quantidade de queratina (ex: palato duro, língua) NEOPLASIA: ocorre mediante a um estímulo, mas mesmo cessado esse estímulo, essa proliferação continua Fator etiológico ≠ fator predisponente Patogenia: modificação/mutação de genes (na estrutura e/ou na expressão) NEOPLASIA BENIGNA - ORIGEM MESENQUIMAL - ORIGEM EPITELIAL Parênquima: proliferação Estroma: sustentação (ex: cápsula) LIPOMA Proliferação de tecido adiposo Características clínicas: lesão nodular, inserção séssil ou pedunculado, consistência flutuante/amolecida, superfície lisa, coloração amarelada (não é possível ver em lesões muito profundas) (coloração arroxeada: estroma acompanhando o crescimento). Histolopatológico: células adiposas maduras, geralmente tumor bem circunscrito Tratamento: excisão local (maioria) Bóia no formol Assintomático FIBROMA Proliferação de tecido conjuntivo Características clínicas: lesão nodular, superfície lisa, consistência fibrosa, inserção normalmente séssil, coloração semelhante a da mucosa Diagnóstico diferencial: hiperplasia fibrosa (reacional -> inflamação) e mucocele Histopatológico: cápsula de tecido conjuntivo quase imperceptível, massa nodular de tec. Conj. Fibroso, Só terá inflamação se secundária, pode apresentar hiperceratose secundária (trauma) Tratamento: excisão cirúrgica. Assintomáticas HEMANGIOMA Proliferação vascular (células endoteliais – estáveis) Características clínicas: consistência amolecida/flutuante, cor avermelhada/azulada, inserção séssil Histopatológico: células endoteliais dilatadas, Tratamento: pode haver regressão. Para intervir cirurgicamente é necessário diminuir a lesão (esclerosar os vasos, crioterapia) Vitropressão: mucosa distendida, a área fica esbranquiçada Diagnóstico diferencial: cisto de erupção (fisiológico durante a erupção dos dentes) O crescimento do estroma acompanha o parênquima LINFANGIOMA Proliferação de vasos linfáticos Características clínicas: múltiplas microvisículas, preferencialmente em língua, macroglossia (semelhança a ovos de rã), Histopatológico: vasodilatação dos vasos linfáticos Tratamento: excisão cirúrgica (depende do caso), não respondem a tratamento esclerosante, alto índice de recidiva, regressão espontânea é rara. Risco da cirurgia: resposta muito exacerbada (muito filtrado leucocitário) Diagnóstico diferencial: higroma cístico (malformação linfangiomatosa) Raro Relacionado a pacientes com síndromes NEURILEMONA (SCHWANOMA) Proliferação das células de Schwann (produção de mielina) Características clínicas: tumor encapsulado (nodular), bem delimitado, sólidos Tratamento: excisão cirurgica Usualmente assintomático NEUROFIBROMA Proliferação de células nervosas periféricas e tecido conjuntivo Características clínicas: lesões indolores, moles, crescimento lento, variam de tamanho Tratamento: excisão cirúrgica Diagnóstico diferencial: Doença de Von Recklinghausen: múltiplos neurofibromas, coloração café com leite, hereditária HPV – Papilomavírus humano Tropismo muito grande por células epiteliais Existem mais de 100 subtipos de HPV’s, alguns com potencial de malignidade Formas de contágio: - Sexual: uma das partes tem que estar com o vírus incubado ou com lesão para promover a infecção - Auto-inoculação: indivíduo contaminado manipulando sua própria lesão ou coçando pode inocular em outra região de seu próprio corpo - Objetos contaminados (roupas íntimas, batons...) - Parto (raro, devido ao pré-natal) Vírus DNA Mecanismo de desenvolvimento depende da subtipagem do vírus PAPILOMA ESCAMOSO HPV 6, 11 Proliferação benigna do epitélio escamoso estratificado Características clinicas: massa papilar ou verrucosa, aspecto de couve-flor, coloração muito semelhante a da mucosa, levemente mais esbranquiçada devido a queratina, inserção pedunculada, indolor Tratamento: excisão cirúrgica CONDILOMA ACUMINADO (VERRUGA VENÉREA) HPV 6, 11, 16, 18 Praticamente idêntico ao papiloma escamoso Diferença: relacionado a lesões venéreas, inserção séssil Tratamento: excisão cirúrgica, çases VERRUGA COMUM (VERRUGA VULGAR) HPV 2, 4, 6 e 40 Hiperplasia focal do epitélio escamoso estratificado Características clínicas: pápula ou nódulo indolor, com projeções pontiagudas, podem ser múltiplas Tratamento: excisão cirúrgica, crioterapia, curetagem, agentes ceratinolíticos. Obrigatoriamente apresenta a mesma lesão em pele também Maioria por auto-inoculação HIPERPLASIA EPITELIAL FOCAL (DOENÇA DE HECK) HPV 13, 32 Características clínicas: múltiplas pápulas, firmes, arredondadas ou planas, preferencialmente em lábio Tratamento: regressão espontânea, ou excisão cirúrgica Acredita-se ter caráter hereditário Tecido distendido -> lesão desaparece LESÕES CANCERIZÁVEIS (PRÉ-MALIGNAS, COM POTENCIAL DE MALIGNIDADE) LEUCOPLASIA “placa ou mancha branca que não pode ser caracterizada clinicamente ou patologicamente como qualquer outra doença” DISPLASIA. Não é maligna porque não se infiltrou nos tecidos Graus: - Mucosa normal - Leucoplasia fina e lisa (hiperceratose, acantose, linfócitos) - Leucoplasia espessa e fissurada (displasia branda/moderada) - Leucoplasia verrucosa granular (displasia grave/moderada, vasos congestionados, hifas de cândidas, cristas epiteliais bulbosas, hiperceratose irregular – verrucosa -, linfócitos em quantidade moderada) - Eritroleucoplasia (leucoplasia salpicada) (cristas epiteliais numerosas e bulbosas, hiperceratose irregular, linfócitos em quantidade moderada a numerosa, displasia grave, vasos convestionados, carcinoma in situ). Só falta a infiltração para se tornar maligna Teste de Shedd: ajuda a escolher a melhor área para biópsia - corante: azul de toluidina (afinidade por núcleo de célula) Diagnóstico diferencial: AGENTE ETIOLÓGICO - Hiperceratose (TRAUMA) - Estomatite Nicotínica (FUMO) - Candidíase (FUNGO) - Leucoplasia Pilosa (VÍRUS – EPSTEIN-BARR) - Exsudato pseudomembranoso (ÁLCOOL) - Glossite mediana romboidal (Candidíase localizada em dorso de língua com formato romboide devido a maneira de desenvolvimento da língua) Candidíase: única lesão branca que conseguimos remover com raspagem Tratamento: biópsia obrigatória para guiar o tratamento. Taxa de transformação de 0 a 20% CERATOSE ACTÍNICA (pele) – QUEILITE ACTÍNICA (lábio) Alteração pré-maligna do vermelhão do lábio Radiação solar (raios UV – não-ionizantes) Características clínicas: atrofia da borda do vermelhão do lábio, superfície lisa e áreas pálidas com erupções. Lábio mais firme, mais fibroso Histopatológico: atrofia do epitélio, acetuada produção de queratina, displasia em graus variados. Elastose solar no tecido conjuntivo (faixa acelular e amorfa – degeneração de fibras colágenas e elásticas) Tratamento: usar protetores labiais, biópsia das áreas endurecidas, espessas, com ulceração ou com leucoplasia. 95% -> áreas adjacentes à região média no lábio inferior Câncer de lábio: >50%: radiaçõesResto: fumo, transplante – imunossupressão, coloração da pele LÍQUEN PLANO Características clínicas: diferentes formas (reticular, erosivo, placoide, atrófico) (microscopicamente igual), estriações (Estrias de Wickham) Intimamente ligado ao estresse, ao emocional Diagnóstico diferencial: reação liquenoide (galvanismo -> reação inflamatória) Filtrado inflamatória adjacente ao epitélio 21% se torna maligno ERITROPLASIA “placa vermelha que não pode ser diagnosticada clinica ou patologicamente como qualquer outra condição” Características clínicas: lesão avermelhada com superfície coreacea (couro), assintomática Tratamento: biópsia deve ser feita para guiar tratamento Diagnóstico diferencial: Candidíase eritematosa, sarcoma de Kaposi, hemangioma (vitropressão) Displasia epitelial significativa, carcinoma in situ ou carcinoma de células escamosas invasivo (muito comum ter nas eritroplasias) Pode ser associada a uma leucoplasia (eritroleucoplasia) NEOPLASIAS MALIGNAS DA REGIÃO BUCOMAXILO Câncer: - 5 a 10% -> cabeça e pescoço. Desses 40% -> cav. Bucal - Incidência maior em homens - Localização preferencial: língua (bordo de língua região posterior) - 95% -> carcinoma de células escoamosas/epidermoides Genes supressores, proto-oncogenes, genes que regulam a apoptose, genes que regulam o reparo do DNA ->>> CÉLULAS -> apoptose / proliferação celular Fatores Exógenos x Fatores Endógenos -> MUTAÇÃO - Álcool + fumo: aumenta 30x o risco de ter câncer (80% dos casos -> só álcool) Tabagismo: substâncias carcinogênicas levam a mutação - manchas na língua -> papilas hiperplásicas devido a agressão do cigarro - regiões leucoplásicas em fundo de sulco: fumo mascado Pacientes etilistas: localização preferencial em ventre de língua Radiação: tanto ionizantes quanto não ionizantes - maior a frequência mais agressiva MELANOMA Alteração nos melanócitos Raro em cavidade bucal Radiações não-ionizantes REGRA DO ABCD: tendem a malignidade Assimetria Bordos Irregulares Cores distintas Diâmetro maior que 0,6 cm AGENTES INFECCIOSOS: - HPV - HIV: fator predisponente para alguns tumores malignos. Ex: Sarcoma de Kaposi CARCINOMA EPIDERMÓIDE Alteração na camada epitelial Bordo posterior de língua Características clínicas: ulceração, região de necrose, leucoplasias... Histopatológico: ausência de estratificação do epitélio, infiltração no tecido conjuntivo, intenso filtrado inflamatório mononuclear Bem diferenciado, moderadamente diferenciado, indiferenciado ANOMALIAS DENTÁRIAS Durante a odontogênese - Alterações dentárias: após a odontogênese Lâmina dentária primária: origina os decíduos Lâmina dentária secundária: origina os permanentes Lâmina dentária acessória: primeiros, segundos e terceiros molares Fatores Etiológicos - Fatores Hereditários (10%) - Fatores Ambientais (biológicos, químicos, físicos) (10%) - Fatores Idiopáticos (desconhecidos) (80%) 74% arco superior ANOMALIAS DE VOLUME - Tratamento: envolvendo estética e função MICRODONTIA Dentes com menor tamanho do que o normal Tipos: - Generalizada Verdadeira: todos os dentes com tamanho reduzido. Rara; Associada com nanismo pituitário - Generalizada Relativa: dentes com tamanho normal ou levemente menores inseridos em um maxilar muito grande; Hereditariedade (ex: maxilar do pai, dentes da mãe) - Localizada ou Focal: um dente ou um grupo de denes menores; Preferencialmente em ILS (lateral conoide) ou 3ºMS MACRODONTIA Dentes com tamanho maior do que o normal Tipos: - Generalizada Verdadeira: todos os dentes maiores; associada ao gigantismo pituitário - Generalizada Relativa: dentes com tamanho normal ou levemente maiores inseridos numa arcada pequena - Localizada ou Focal: um dente ou um grupo de dentes maiores Mais frequente em 3º MS, 2º MS e IC ANOMALIAS DE NÚMERO AGENESIA Ausência do desenvolvimento dentário Mais frequente em 3º M, IL Tipos: - Completa: ausência de todos elementos; associada a Síndrome da Displasia Ectodérmica Hereditária - Parcial Pseudoagenesia: elemento dentário extraído Falsa Agenesia: elemento dentário incluso ou impactado Anodontia: todos os dentes ausentes Hipodontia: até 5 dentes ausentes Oligodontia: mais de 6 dentes ausentes Síndrome da Displasia Ectodérmica Hereditária: situação sistêmica, má formação óssea DENTES SUPRANUMERÁRIOS Se originam da divisão de um germe dentário Mais frequentes em 3º MS (4º M -> distomolar) (entre os ICS -> mesiodens) DENTIÇÃO PRÉ-DECÍDUA Não tem raiz No nascimento ou nas primeiras semanas de vida Mais frequentes em Incisivos inferiores Mal implantados e com extensa mobilidade Diagnóstico diferencial: Dentes decíduos com erupção precoce e dentes supranumerários. DENTIÇÃO PÓS-PERMANENTE A chamada terceira dentição pós-permanente também representa, na grande maioria dos casos, a erupção ativa ou passiva (por reabsorção alveolar) de dentes supranumerários retidos, após a remoção da dentição permanente (KING, 1993). Alguns autores acreditam que se trate de uma verdadeira terceira dentição, mas não foram encontradas bases científicas para sua comprovação (SILVA; SILVA, 1985) ANOMALIAS DE FORMA GEMINAÇÃO Tentativa de divisão de um germe dentário. Quando completa origina um supranumerário Nem todos os supramerários se originam de geminação Nem sempre haverá apenas 1 canal radicular, depende do grau Pode ocorrer tanto em decíduos quanto com permanentes Tipos: - Completa - Incompleta FUSÃO Tentativa ou união de duas estruturas dentárias Nem sempre tem 2 condutos radiculares separados, depende da época em que ocorreu a fusão Ocorre principalmente em 2º M Tanto em decíduos quanto permanentes Tipos: - Completa - Incompleta (só coroa/só raiz) Displasia Cleidocranial: alterações em nível de tecido ósseo (clavícula) Geminação: contando o dente anômalo, a contagem dentária é normal Fusão: contando o dente anômalo, falta um dente CONCRESCÊNCIA União entre estruturas dentárias unicamente pelo cemento Ocorre preferencialmente nos posteriores superiores Pode ser causado por trauma durante o processo de formação do cemento, ocorre fratura do osso interdental DILACERAÇÃO Curvatura a nível radicular Ocorre durante a formação da bainha epitelial de Hertwig Implicações durante endodontia e exodontia Fatores idiopáticos na maioria das vezes DENTES INVAGINADOS (DENS IN DENTE) Ocorre durante a fase do sino quando há invaginação do epitélio interno do órgão do esmalte Comum em caninos e prés-molares Implicação clínica: área retentiva -> cárie -> necrose pulpar Depende do grau: - Tipo 1: invaginação limitada a coroa - Tipo 2: estende-se abaixo da junção cemento-esmalte - Tipo 3: estende-se através da raiz DENTE EVAGINADO (Dente de Talon) Crescimento externo/exofítico do epitélio interno do órgão do esmalte Preferencialmente em molares e prés. Visualizado clinicamente como uma cúspide anômala Implicação: oclusão, necrose pulpar Prevenção: desgaste oclusal Geralmente porção central da oclusal Diagnóstico diferencial: pérola de esmalte (desprovido de tecido conjuntivo) RAÍZES SUPRANUMERÁRIAS Mais frequentes em CI e 3º MI Ambas as dentições TAURODONTIA Aumento do corpo e da câmara pulpar de um dente multirradicular com deslocamento do assoalho pulpar e da bifurcação das raízes (região de furcamais pra apical), sem as concavidades cervicais, dentes retangulares Relacionada com o Taurodontismo Comum em pacientes com síndrome de down Mais frequente em 2º MS, 2º MI Fator idiopático Invaginação tardia da bainha epitelial de Hertwig Normalmente ocorre em mais de um dente ANOMALIAS DE IMPLANTAÇÃO DIREÇÃO Rotação do germe dentário Vestibuloversão Lateroversão Retroversão LUGAR Ectopia: dente erupciona fora de seu local de erupção (ex: IL -> C) Transposição: dente erupciona no lugar de outro (ex: IL <-> C) Heterotopia: dentes fora dos maxilares ALTERAÇÕES DE DESENVOLVIMENTO AMELOGÊNESE IMPERFEITA Alterações de desenvolvimento na estrutura do esmalte na ausência de uma alteração sistêmica 14 subtipos de amelogênese imperfeita hereditária Pode-se destacar distúrbios severos no metabolismo de cálcio, especialmente no período de odontogênese, baixo peso ao nascer, injúrias traumáticas associadas à intubação orotraqueal e laringoscopia, traumas e infecções nos dentes decíduos, doenças da infância (sarampo, rubéola,difteria) OPACIDADE DIFUSA E DEMARCADA NO ESMALTE Fatores ambientais Um ou vários dentes, parte ou toda superfície dentária Opacidades difusas: esmalte de espessura normal, coloração branca e sem nítida delimitação com o esmalte normal Opacidades demarcadas: áreas de espessura normal com nítida delimitação com o esmalte circundante. A região afetada pode apresentar- se branca, creme, amarela ou castanha HIPOPLASIA DO ESMALTE Defeito quantitativo do esmalte resultante da deposição insuficiente de matriz orgânica durante a amelogênese Fatores: deficiência nutricional, disturbios neonatais, parto demorado, sífilis congenita, estresse, trauma Características clínicas: pode apresentar-se como um ponto ou uma linha horizontal, cuja superfície é rugosa a sondagem. Geralmente de extensão delimitada, com formato oval ou arredondado em superfícies lisas livres, acometendo ambas dentições O processo de formação do esmalte (amelogênese) tem seu início na fase de coroa do desenvolvimento do dente e consiste basicamente em dois estágios: o primeiro é a fase de secreção, onde os ameloblastos produzem o esmalte parcialmente mineralizado (30%), e o segundo, de maturação, consiste na deposição de mineral, remoção de matéria orgânica e água AMELOGÊNESE IMPERFEITA Distúrbio no ectoderma Origem hereditária 3 estágios de formação do esmalte: 1. Formação da matriz orgânica (defeito -> esmalte hipoplasico) 2. Mineralização da matriz (defeito -> esmalte hipocalcificado) 3. Maturação do esmalte (defeito -> esmalte hipomaturado) HIPOPLÁSICO: não existe a matriz de esmalte adequadamente formada, o esmalte pode ter pouca espessura e/ou fossas e canaletas HIPOCALCIFICADA: matriz normal, calcificação deficiente, esmalte não resistente, opaco, branco amarelado, fratura facilmente HIPOMATURADA: deposição da matriz é normal, defeito na maturação da estrutura cristal do esmalte. Dentes com coloração opaca-branco-marrom-amarelada, esmalte mais mole que o normal e tende a fraturar FLUOROSE DENTÁRIA Ingestão de quantidades excessivas de flúor durante a odontogênese Retenção de proteínas da amelogênese na estrutura do esmalte -> esmalte hipomineralizado. Hipomaturação permanente do esmalte Características clínicas: aumento da porosidade, áreas com aparência branco-giz, esmalte sem brilho, zonas de pigmentação amarela ou marrom-escura. Podem ocorrer fossetas profundas, irregulares e acastanhadas. Defeitos bilaterais e simetricamente distribuídos DENTINOGÊNESE IMPERFEITA Dentina: produzida por odontoblastos (controle genético) Caráter hereditário, autossômico dominante de alta penetrância 3 tipos: - tipo I: ocorrência simultânea da Osteogênese Imperfeita (fragilidade tecidual, mutação em genes envolvidos na produção de colágeno tipo I). (Osteogênese Imperfeita com dentes opalescentes) - tipo II: mais comum. Se manifesta unicamente no tecido dentinário, sem síndrome associada. Pode ocorrer por mutações pontuais - tipo III: rara. Ocorre de forma isolada num grupo racial em Maryland, nos EUA. Características clínicas: alteração de cor que varia entre o cinzento e o castano, alvos de atrito e posterior desgaste, esmalte (isento de alterações) facilmente destacável, sensibilidade diminuída Radiograficamente: coroas bulbosas, raízes curtas e delgadas, obliteração parcial ou total da câmara e canais pulpares Histopatológico: tubulos dentinários dispostos de forma irregular, com amplas áreas de intervalo, túbulos mais largos e menos numerosos, junção amelodentinária se apresenta lisa Etiologia: mutações relacionadas ao gene codificante da DSPP (dentina sialofosfoproteína ) – transversão gênica Tratamento: medidas de prevenção que evitem o desgaste, reabilitação protética, restabelecimento da dimensão vertical, da função mastigatória e da estética ALTERAÇÕES NOS TECIDOS DUROS DOS DENTES CÁRIE DENTÁRIA Doença microbiana, multifatorial Atinge os tecidos mineralizados Etiologia: DENTE + MICROBIOTA + SUBSTRATO (+ tempo, + características salivares, + fluoretos...) Locais: frequência: cicatrículas e fissuras > superfícies lisas > raiz Cárie de mamadeira ou cárie de radiação apresentam rápida evolução e alto grau de distribuição Bactérias ácidos desmineralização Histologia Lesão em Esmalte: 1. Zona superficial: (superfície gredosa do esmalte) aparentemente intacta pela deposição de íons cálcio e fosfato 2. Corpo da lesão: área mais desmineralizada com 5 a 25% de microporos 3. Zona Escura: 2 a 4% de microporos 4. Zona Translúcida: 1% de microporos Lesão em dentina: tecido menos mineralizado + matriz org. -> enzimas proteolíticas dos microrganismos -> avanço mais rápido Ação dos microrganismos: desmineralização/proteólise Reação dos odontoblastos: barreiras: - Esclerose dentinária - Formação de dentina reacional - Selamento (calcificações) dos túbulos dentinários Histologia Lesão em Dentina: 1. Zona destruição e desorganização total – dentina necrótica 2. Zona de desmineralização avançada ou superficial; 3. Zona de invasão bacteriana – presença de microorganismos dentro dos túbulos dentinários; 4. Zona de desmineralização inicial ou profunda – causada por produtos bacterianos como ácidos e enzimas provenientes da zona anterior; 5. Zona de esclerose dentinária, mais próxima da polpa = zona de reação dos odontoblastos, caracterizada pela deposição de sais de cálcio nos canalículos. Cárie radicular: exposição do cemento ao meio bucal com penetração das bactérias nos espaços cementários Semelhante à cárie de dentina: – Crescimento inicial em extensão e depois se aprofunda; Não atinge a polpa rapidamente (menor número de canalículos); Também faz área de esclerose; Histológico semelhante à cárie de dentina. Esmalte 95% inorgânico (cristais de hidroxiapatita -> prismas) Dentina 70% inorg (hidroxiapatita) 30% orgânica Primária: fisiológica, dente nasce com ela Secundária: fisiológica, começa a se formar quando o dente entra em oclusão Terciária: reacional, se forma por estímulos à polpa (estímulo externo) Esclerosada: reacional, alteração dentro da dentina primária onde há deposição de dentina peritubular altamente mineralizada, reduzindo o diâmetro dos túbulos dentinários causando a esclerose da dentina. ATRIÇÃO Perda da estrutura dentária causada pelo contato entre dentes antagonistas Fisiológico e patológico Dentição decídua e permanente Fatores que podem acelerar: - qualidade inferior ou ausência de esmalte- contatos prematuros - abrasivos intraorais e hábitos de ranger os dentes Características clínicas: desgaste nas superfícies incisais e oclusais, desgaste nas superfícies palatinas dos dentes superiores anteriores e vestibular dos dentes inferiores anteriores, facetas grandes, planas, lisas e brilhantes, dor e exposição pulpar pouco frequentes ABRASÃO Perda da estrutura dental ou de alguma restauração causada pela ação MECÂNICA de um agente EXTERNO Patológico - escovação - hábito de colocar lápis ou palitos entre os dentes - uso inadequado do fio dental - roer as unhas, cortar linha com os dentes Características clínicas: - por escovação: entalhes cervicais horizontais na vestibular dos dentes, expondo cemento e dentina - dentes proeminentes no arco são mais atingidos (C, PM, dentes adjacentes a áreas edêntulas) EROSÃO Perda da estrutura dental causada por processo QUÍMICO interagindo com ação bacteriana/mecânica Patológica (produtos ácidos) Características clínicas: atinge mais superfícies vestibulares dos dentes superiores anteriores, nos dentes posteriores há perda da estrutura dental na superficie oclusal, lesões em superfícies linguais/palatinas sugerem refluxo gastro-esofágico ou bulimia ABFRAÇÃO Causada por repetida pressão sobre os dentes devido ao estresse oclusal Patológica Características clínicas: defeitos em formas de cunha na região cervical vestibulares dos dentes Mais frequente nos inferiores Estresse oclusal falha no esmalte e na dentina distante do ponto de pressão Estresse oclusal Forças oclusais excêntricas tensão do fulcro cervical rompimento das ligações químicas dos cristais do esmalte na zona cervical esmalte danificado (microfraturas) removido por erosão ou abrasão Como diferenciar? -As lesões envolvem dentes isolados - Lesões subgengivais, fora do alcance das cerdas das escovas - Lesões muito profundas em ‘V’, também fora do alcance das cerdas, Associadas ao bruxismo ÁCIDOS •alimentos, bebidas •medicamentos •refluxo gástrico, bulimia MENOS SALIVA •medicamentos •diabetes, radiação •desidratação, Síndrome de Sjögren EROSÃO •Em áreas desprotegidas da saliva REABSORÇÕES INTERNA E EXTERNA Perda da estrutura dental radicular realizada por células da polpa (reabsorção interna) ou por células do ligamento periodontal (reabsorção externa) CÉLULAS CLÁSTICAS (derivadas de macrófagos) INJÚRIA (trauma, tratamento ortodôntico, restaurações mal adaptadas, lesões patológicas) + FATOR ESTIMULADOR (lesões de cárie, infecções periodontais) Perda de Odontoblastos REABSORÇÃO INTERNA Ação dos Odontoclastos Perda de Cementoblastos REABSORÇÃO EXTERNA Ação dos Cementoblastos REABSORÇÃO INTERNA Rara, assintomática Ocorre geralmente após algum dano à polpa: traumatismo, pulpite Características radiográficas: “balão dentro da raiz” Características histológicas: tecido conjuntivo da polpa permeado por tecido conjuntivo frouxo, presença das células clásticas reabsorvendo a dentina (células gigantes multinucleadas de origem clástica) – células margeando a dentina; Tratamento: Endodontia ou Exodontia Ex: dente rosa de Mummery (coroa com coloração rosa – quando a polpa coronária é afetada) REABSORÇÃO EXTERNA Extremamente comum Fatores: cistos, traumatismos, força mecânica excessiva, pressão exercida por dentes impactados, inflamação perirradicular, reimplantes dentários; Níveis de severidade: - Mínima a moderada: até 1mm - Severa: 2mm até 1/3 da raiz - Extrema: mais de 1/3 da raiz Características histológicas: processo inflamatório crônico e células clásticas PIGMENTAÇÕES DENTÁRIAS POR FATORES AMBIENTAIS (PÓS-ERUPTIVAS) Manchas extrínsecas: alimentos, materiais restauradores, medicamentos Manchas intrínsecas: trauma, hiperbilirrubinemia, medicamentos HIPERCEMENTOSE Deposição não-neoplásica de cemento excessivo, contínuo com o cemento radicular normal Predominante em adultos Mandíbula > maxila Dentes isolados ou vários dentes Molares inferiores > 2PM inferiores e superiores > 1PM inferiores Fatores etiológicos: - LOCAIS: - Trauma oclusal anormal - Inflamação (pulpar, periapical, periodontal) - Dentes sem antagonistas - Reparo de raizes fraturadas - SISTÊMICOS: - Acromegalia - Artrite - Calcinose - Doença de Paget - Febre Reumática - Síndrome de Gardner - Deficiência de vitamina A Aspectos radiográficos: Raiz rômbica circundada por área radiolúcida (ligamento periodontal) e lâmina dura intacta Aspectos histopatológicos: deposição excessiva de cemento sobre o cemento primário; cemento depositado de forma concêntrica, na região apical ou em toda a extensão da raiz; cemento hipocelularizado ou semelhante a tecido ósseo Tratamento: Não requer tratamento; dificuldades na exodontia PATOLOGIA DAS GLÂNDULAS SALIVARES Glândulas salivares: 3 grandes agregados de tecido glandular exócrino (glândulas maiores) e pequenos agregados espalhados pela mucosa bucal (glândulas menores) Exócrinas Origem ectodérmica Parênquima: estruturas secretórias terminais e sistema de ductos Unidades secretoras: produzem saliva - Ácinos serosos: núcleo da cél. Redondo e no terço basal, cél. Piramidal - Túbulo mucoso: coloração mais clara, cel. Piramidal, núcleo mais achatado e na periferia Sistema de ductos: transporte de saliva e regulação de água e eletrólitos Células mioepiteliais: função contrátil. Para a saliva “andar” pelo sistema de ductos. Com filamentos de actina no citoplasma Glândulas salivares menores: em toda a cavidade bucal exceto na gengiva inserida e porção anterior do palato duro PARÓTIDA - serosa, bilateral, forma triangular - atravessada pelo nervo facial (parte superficial/parte profunda) - ducto excretor: 4 cm ducto de Stenon - presença de tecido linfoide SUBMANDIBULAR - mista (mais serosa) - base inferior da mandíbula SUBLINGUAL - conjunto de várias glândulas revestidas por uma cápsula ligadas por um estroma comum - numerosos ductos (quando se unem Ducto de Bartholin) SIALOADENITE Inflamação das glândulas salivares Aguda ou Crônica Mais comum na parótida Bilateral (25% dos casos) Edema, dor, calor, rubor (pode sair secreção purulenta pelo ducto) Etiologia: - após cirurgias de grande porte (atropina: diminui o fluxo salivar glândula propensa a inflamar) - infecção bacteriana - infecção viral (caxumba e outros vírus) PAROTIDITE EPIDÊMICA - caxumba – paramixovirus: tropismo pelas gl. Salivares e gônadas - ductos intercalares da parótida - Transmissão: gotículas de saliva e respiratórias - Vacina (tríplice viral) - Características clínicas: febre baixa, cefaleia, mal-estar, anorexia e mialgia, orquite (aumento do volume dos testículos) (25% dos homens) - Diagnóstico clínico - Tratamento paliativo: repouso, evitar alimentos e bebidas ácidas (estimulam a salivação -> dor) SIALOMETAPLASIA NECROSANTE Condição inflamatória incomum, auto-limitante e localmente destrutiva Glândulas salivares menores Etipatogenia incerta: isquemia infarto localizado necrose de coagulação; lesões traumáticas, anestesias odontológicas, próteses, infecções das vias aéreas, tumores adjacentes, cirurgias prévias Características clínicas: tumefação não-ulcerada, associada frequentemente a dor e parestesia. Entre 2 a 3 semanas o tecido necrótico separa-se levando a uma úlcera. Diagnóstico diferencial: Carcinoma mucoepidermóide Biópsia Cicatrizam de 5 a 6 semanas MUCOCELE Ruptura de um ducto de glândula salivar (trauma) extravasamento de muco nos tecidos adjacentes Lesão comum Muco circundado por tecido de granulação Características clínicas: tumefação da mucosa, lesão séssil, sub-mucosa, coloração ou semelhante a da mucosa ou esbranquiçada, lesão aumenta/diminui Adultos jovens, lábio inferior, incomum no palato e região retromolar Tratamento: remoção cirúrgica (da glândula também) RÂNULA: mucocele no assoalho bucal (tumefação azulada) ou ventre lingual. Tratamento: marsupialização ou remoção da glândula RETENÇÃO DE MUCO Muco retido dentro do ducto Tampão mucoso (algo obstruindo o ducto) cisto mucoso Clinicamente semelhante a mucocele Raro SIALOLITÍASE Estruturas calcificadas que se desenvolvem dentro dos ductos das glândulas Sais de Cálcio ao redor de restos orgânicos (muco, bactérias, céls epiteliais, corpos estranhos) no lúmen do ducto Mais frequentes na glândula submandibular ducto longo, tortuoso e secreção espessa Características clínicas: dor ou tumefação, intensidade dos sintomas depende do grau de obstrução e pressão Aparecem nos exames radiográficos (técnica oclusal) como massas radiopacas Sialografias Tratamento: remoção cirúrgica, ocasionalmente expulsão espontânea, estirpação total da glândula pode ser o último recurso, litotripsia (para fragmentar os cálculos). ALTERAÇÕES NEOPLÁSICAS raras: 6 a 7% dos tumores de cabeça e pescoço Origem: das unidades secretoras epiteliais, do ducto intercalar, do ducto estriado, do ducto excretor 64 a 80% Parótida BENIGNA MALIGNA Mobilidade Fixação ao tecido adjacente Sem ulceração Ulceração Crescimento lento Crescimento rápido Sem dor Dor Sem paralisia facial Com paralisia facial Superfície uniforme Coloração normal Forma arredondada Diagnóstico: clínico, exames complementares (exames de imagem, biópsia por agulha) ADENOMA PLEOMÓRFICO Tumor misto benigno (misto: as vezes dá aspecto de origem epitelial e as vezes de mesenquimal) Características clinicas: massa firme, crescimento lento e indolor. Inicialmente é móvel. Diversidade de aspectos microscópicos Parcialmente encapsulado Sexo feminino, +- 40 anos Crescimento lento Células glandulares e células mioepiteliais Tratamento: cirúrgico, prognóstico excelente (índice de cura de mais de 95%). Pode ocorrer degeneração maligna carcinoma ex-adenoma pleomórfico (5% dos casos) CARCINOMA MUCOEPIDERMÓIDE Parótida, palato, região retromolar Pode ser intra-ósseo (raro) Crescimento lento Características clínicas: tumefação assintomática, nas glândulas salivares menores podem ser confundidos com mucocele, pode aparentar ser translúcido, mais azulado Histopatologia: células mucosas, células epidermóides (escamosas), células intermediárias (basalóides) Graus: não necessariamente se relacionam com o prognóstico - BAIXO GRAU: inúmeros espaços císticos, pouca atipia, maior proporão de células mucosas - GRAU INTERMEDIÁRIO: misto entre os dois - ALTO GRAU: grande displasia nas ilhotas epiteliais, muito sólido, pode haver áreas de necrose, áreas de invasão neural Imunomarcação (para diagnóstico) Tratamento: depende do estadiamento tumoral, remoção cirúrgia, radioterapia CARCINOMA ADENÓIDE CÍSTICO Pode acometer glândulas salivares menores (principalmente palato duro) e/ou maiores 5ª e 6ª década de vida, discreta predileção pelo sexo feminino Características clínicas: pode causar perfuração no palato duro (diferenciar de sífilis), - Crescimento lento e persistente - Invasão Perineural (dor de baixa intensidade mas contínua) Pode fazer metástases e recorrências focais Histopatologia: células luminais e mioepiteliais - Padrões histológicos: diretamente ligado com o prognóstico - Tubular (menos agressivo) - Cribiforme (mais comum) (grau intermediário de malignidade) - Sólido (mais agressivo) Tratamento: remoção cirúrgica, radioterapia ADENOCARCINOMA POLIMORFO DE BAIXO GRAU DE MALIGNIDADE Exclusivo de glândulas salivares menores Predileção pelo sexo feminino, 5ª e 7ª décadas de vida Características clínicas: lembra muito o carcinoma adenoide cístico - crescimento indolor - baixo potencial de metástase - capacidade de se infiltrar localmente Histopatológico: células com diversidade histológica e com uniformidade histológica (1 célula que se apresenta de várias formas) (podem apresentar padrões diferentes de crescimento – pleomórfico). Célula que fica na junção ácino-ducto intercalar CARCINOMA EX-ADENOMA PLEOMÓRFICO Modificação fenotípica das células mioepiteliais ocorre paralelamente à malignização das células luminais Tumor que era benigno passa a se comportar como maligno 6ª ou 7ª décadas Risco de uma transformação maligna aumenta com a duração do tumor Histopatologia: adenoma pleomórfico + carcinoma Prognóstico ruim Tratamento cirúrgico SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (AIDS) HIV = vírus da imunodeficiência humana ≠ AIDS Surgiu de um vírus presente em macacos na África Transmitido pelo sangue e secreções corpóreas (sêmen, secreção vaginal, leite materno). Já foi isolado na saliva e em lágrimas mas não transmitem a doença Não tem cura Fases (estágios) - Infecção aguda (síndrome retroviral aguda): assintomática ou sintomática (sintomas de gripe). Vírus se replicando e pode ser transmitido - Fase assintomática (latência clinica): vírus se replica mais devagar. Contagem de CD4 melhora um pouco - AIDS: sistema imunológico muito deficiente aparecimento de doenças oportunistas. Contagem de CD4 <200/mm³ (não necessariamente) Meta 90 – 90 – 90 cascata do cuidado contínuo (diagnosticadas – em tratamento – com carga viral suprimida) Benefícios em inicial a terapia anti-retroviral assim que alguém é diagnosticado superam os riscos de atrasá-lo até que a contagem de CD4 caia para 350 células/mm³ (Estudo START) VÍRUS HIV: - Virion: partícula virótica elementar constituída de um ácido nucleico (RNA), cercado por uma cápsula de proteína – CAPSÍDEO (proteção) - Envelope Viral: 2ª camada de revestimento externo, derivada principalmente da membrana celular do hospedeiro HIV tropismo por linfócitos CD4 principalmente HIV 2 cópias de RNA genômico 3 enzimas virais (envoltas pelo capsídeo): integrase, transcriptase reversa, protease P24: principal proteína do capsídeo; antígeno viral mais facilmente detectável – diagnóstico Gp120 e gp41: no envelope viral, são críticas para infecção das células pelo HIV, possuem receptor nos CD4 Penetração do HIV na célula hospedeira: Superfície da célula hospedeira: Receptor + proteínas do envelope viral (FUSÃO Vírus + linfócito CD4) Co-receptor FUSÃO une o envelope viral com a membrana e o vírus solta dentro da célula hospedeira o virion e o capsídeo capsídeo se abre solta o virion e as enzimas no citoplasma Transcriptase reversa: faz uma transcrição reversa do virion para ser inserido no DNA da célula hospedeira pela integrase RNA (fita única) fita dupla como se fosse DNA Célula hospedeira vai sintetizar proteínas virais Protease: responsável pela síntese proteica de proteínas que o vírus precisa para sobreviver Vírus sai da célula, se replica, recomeça o ciclo matando CD4 Terapia Anti-retroviral: Inibidores da fusão inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos inibidores da transcriptase reversa não-nucleosídeos Inibidores da integrase Inibidores da protease Tratamento odontológico clínico geral NÃO difere do paciente HIV negativo Precauções universais são seguidas Cuidar: complicações decorrentes da AIDS/decorrentes das drogas utilizadas ContagemCD4 é inversamente proporcional à carga viral Proporção CD4/CD8 2:1. Quando inverte complicações odontológicas sérias HIV positivos: carga viral alta problemas resultantes da imunossupressão e de co-morbidades Considerações médicas: - susceptibilidade a infecções - problemas hemostáticos - interações e efeitos secundários medicamentosos - resistência ao estresse e ao trauma causado por tratamentos odontológicos Doenças crônicas secundárias ao tratamento: - lipodistrofia (distribuição irregular) - hiperglicemia - doenças hepáticas Prevalência de lesões bucais CANDIDÍASE PSEUDOMEMBRANOSA E ERITEMATOSA Indica imunossupressão grave Agente etiológico: Candida albicans Pode acontecer em qualquer local da boca Diagnóstico clinico, citológico, biópsia Candidíase PSEUDOMEMBRANOSA: placas brancas aderentes removíveis com raspagem Candidíase ERITEMATOSA: não forma pseudomembrana branca, sensação de queimação, perda difusa das papilas filiformes da superfície dorsal da língua, resultando numa língua avermelhada e “careca” Candidíase LEUCOPLÁSICA: mais rara, não é removível com raspagem Queilite angular: eritema, fissuração e descamação dos ângulos da boca Tratamento: antifúngicos LEUCOPLASIA PILOSA Agente etiológico: Epstein-Barr vírus Placas brancas em formato estriado Principalmente em borda de língua Geralmente bilateral Diagnóstico: clinico, histopatológico, citológico, hibridização in situ Tratamento: antifúngicos - TÓPICO: ácido retinóico (0,1%), podofilina (2%) - SISTÊMICO: aciclovir Remissão espontânea em 10% dos casos ULCERAÇÕES ASSOCIADAS À INFECÇÃO PELO HIV • INFECCIOSAS –fúngica, bacteriana, viral • NEOPLÁSICA • REAÇÃO À MEDICAMENTOS – foscarnet, interferon • ÚLCERA AFTOSA RECORRENTE São debilitantes – desidratação e perda de peso Persistentes, severas, áreas não usuais, resistem ao tratamento. ÚLCERAÇÃO AFTOSA RECORRENTE MENORES – 2-4 mm de diâmetro, margens definidas MAIORES – > 10mm de diâmetro, crateriforme (CD4 <100 cél/mm³) HERPETIFORMES – múltiplas, 1 mm de diâmetro Sugere severa imunossupressão Marcador de progressão da doença Tratamento: - tópico: corticóide orabase, gluconato de clorexidine - sistêmico: talidomida HERPES SIMPLES Lesões mais amplamente disseminadas, padrão atípico, podendo persistir por meses, resiste ao tratamento Vírus HHV1 ou HHV2 - HHV1: lesões na face, pode ser intrabucal onde há mucosa queratinizada - HHV2: lesões na pele da cintura para baixo (genitais) Pode causar auto-inoculação em outro local Estresse Diagnóstico clínico, teste citológico, biópsia Tratamento: aciclovir Características clínicas: vesículas com ulcerações pequenas e rasas, tendem a cicatrizar em 7 a 10 dias podendo se estender em imunocomprometidos PERIODONTOPATIAS Convencional – Biofilme – Apinhamentos Relacionada com a infecção pelo HIV ERITEMA GENGIVAL LINEAR Alguns autores percebem candidíase sobreposta (antifúngicos) Não cede com raspagem Não está relacionada com biofilme Alo avermelhado na margem gengival GENGIVITE ULCERATIVA NECROSANTE (GUNA) Dor, halitose, sangramento, mal estar Necrose das papilas sem a perda da inserção periodontal Tratamento: profilaxia/controle da placa, irrigação oxidante, bochechos oxidantes, bochechos com clorexidina Precedida pelo eritema gengival linear Rápida progressão PERIODONTITE NECROTIZANTE Ulceração gengival e necrose associadas a perda do ligamento periodontal de rápida progressão Edema, dor intensa, hemorragia espontânea Não responde ao tratamento periodontal convencional Tratamento periodontal: Raspagem e profilaxia dento radicular; Irrigação iodeto sódio 2% + H2O210; bochecho “periogard”; Antibioticoterapia sistêmica: metronidazol. LESÕES VERRUCOSAS CAUSADAS PELO HPV • Papiloma • Verruga vulgar • Condiloma acuminatum • Hiperplasia epitelial focal SARCOMA DE KAPOSI Apareceu antes do HIV mas se tornou mais frequente após seu aparecimento Etiologia: herpes vírus humano tipo 8 (HHV8) Estimula a proliferação neoplásica das células endoteliais Comum no tronco, nos membros e na cav oral (palato duro, língua, gengiva, mucosa jugal) Características clínicas: coloração azulada/avermelhada/arroxeada e as vezes acastanhada, lesões múltiplas, com o tempo podem desenvolver placas ou nódulos, não responde positivamente a vitropressão, dor, sangramento e necrose Tratamento: biópsia é necessária, quimioterápicos, quimioterapia intra lesional, pacientes que saem da imunossupressão lesões regridem e/ou até desaparecem (responde a terapia anti-retroviral) LINFOMA NÃO-HODKIN DE CÉLULAS B Vem sendo associado ao Epstein-Barr vírus Características clínicas: lesões nodulares, muitas vezes ulceram, extranodais, pode imitar infecção dental Palato, gengiva Tratamento: quimioterápico (altamente fatal) (não responde ao tratamento anti-retroviral) Pacientes com imunossupressão grave OUTRAS: HERPES ZOSTER Características clínicas: dor intensa, erupções cutâneas, febre, cefaleia, mialgia e linfadenopatia. Vesículas branco-opacas de 1 a 4mm Agente Etiológico: HZV (vírus da varicela zoster humano) Tratamento: antivirais CITOMEGALOVÍRUS Agente etiológico: citomegalovírus (CMV) Tratamento: antivirais Características Clínicas: ulcerações inespecíficas em qualquer área da mucosa oral HISTOPLASMOSE Agente etiológico: histoplasma capsulatum (fungo) Características clínicas: ulceração solitária, variavelmente dolorosa, podem aparecer eritematosas ou brancas, com superfície irregular, com varias semanas de duração Não requer tratamento especifico
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