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Aula 05 Direito Penal p/ TRT-SC (Analista Judiciário - Área Judiciária e Oficial de Justiça) Com videoaulas Professor: Renan Araujo Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo AULA 05: FALSIDADE DOCUMENTAL (FALSIFICAÌO DE DOCUMENTO PòBLICO, FALSIFICAÌO DE DOCUMENTO PARTICULAR, FALSIDADE IDEOLîGICA, FALSIDADE DE ATESTADO MDICO, USO DE DOCUMENTO FALSO E SUPRESSÌO DE DOCUMENTO). SUMçRIO 1 DOS CRIMES CONTRA A F PòBLICA ..................................................................... 2 1.1 Da Falsidade documental ............................................................................... 2 1.1.1 Falsificao de documento pblico .................................................................... 2 1.1.2 Falsificao de documento particular ................................................................. 5 1.1.3 Falsidade ideolgica ....................................................................................... 6 1.1.3.1 Diferena entre falsidade ideolgica e falsidade material ............................... 8 1.1.4 Falsidade de atestado mdico .......................................................................... 9 1.1.5 Uso de documento falso ................................................................................ 10 1.1.6 Supresso de documento .............................................................................. 12 2 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ............................................................... 13 3 SòMULAS PERTINENTES ..................................................................................... 14 3.1 Smulas do STJ ............................................................................................ 14 4 RESUMO .............................................................................................................. 15 5 EXERCêCIOS PARA PRATICAR ............................................................................. 17 6 EXERCêCIOS COMENTADOS ................................................................................. 26 7 GABARITO .......................................................................................................... 44 Ol, meu povo! Hoje vamos analisar os crimes contra a f pblica. Na verdade, veremos apenas alguns dos crimes de falsidade documental, apenas aqueles que so aqueles exigidos pelo edital que estamos seguindo. Bons estudos! Prof. Renan Araujo Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo 1! DOS CRIMES CONTRA A F PòBLICA 1.1!Da Falsidade documental 1.1.1!Falsificao de documento pblico O art. 297, por sua vez, trata da falsificao de documento pblico: Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento pblico, ou alterar documento pblico verdadeiro: Pena - recluso, de dois a seis anos, e multa. ¤ 1¼ - Se o agente funcionrio pblico, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. ¤ 2¼ - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento pblico o emanado de entidade paraestatal, o ttulo ao portador ou transmissvel por endosso, as aes de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. ¤ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Includo pela Lei n¼ 9.983, de 2000) I - na folha de pagamento ou em documento de informaes que seja destinado a fazer prova perante a previdncia social, pessoa que no possua a qualidade de segurado obrigatrio;(Includo pela Lei n¼ 9.983, de 2000) II - na Carteira de Trabalho e Previdncia Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdncia social, declarao falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; (Includo pela Lei n¼ 9.983, de 2000) III - em documento contbil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigaes da empresa perante a previdncia social, declarao falsa ou diversa da que deveria ter constado. (Includo pela Lei n¼ 9.983, de 2000) ¤ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no ¤ 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remunerao, a vigncia do contrato de trabalho ou de prestao de servios.(Includo pela Lei n¼ 9.983, de 2000) BEM JURêDICO TUTELADO F pblica SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa (crime comum). Entretanto, se o crime for cometido por funcionrio pblico prevalecendo-se do cargo, a pena aumentada em 1/6, nos termos do ¤ 1¡ do art. 297. SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado pela conduta. TIPO OBJETIVO A conduta pode ser de fabricar documento pblico falso ou alterar documento pblico verdadeiro ou at mesmo inserir informao errnea, no caso do ¤ 3¡. Vejam que se trata de hiptese (¤ 3¡) que mais se assemelha Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo falsidade ideolgica, mas que a lei considera como falsidade de documento pblico; TIPO SUBJETIVO Dolo, sem que seja exigida nenhuma especial finalidade de agir. No se admite na forma culposa. OBJETO MATERIAL O documento fabricado, alterado ou no qual foi inserida a informao falsa. CONSUMAÌO E TENTATIVA Consuma-se no momento em que o agente fabrica o documento falso ou altera o documento verdadeiro, ou, ainda, quando insere a informao inverdica nos documentos previstos no ¤ 3¡ do art. 297, no sendo necessria sua efetiva apresentao perante a Previdncia Social. Admite-se tentativa, pois no se trata de crime que se perfaz num nico ato (pode-se desdobrar seu iter criminis Ð caminho percorrido na execuo). CONSIDERAÍES IMPORTANTES ¥! O ¤ 2¡ traz um rol de documentos que so equiparados a documentos pblicos, embora elaborados por particulares. Cuidado! Trata-se de um rol taxativo, ou seja, no se pode ampli-lo por analogia, pois a falsificao de documento pblico mais grave que a falsificao de documento particular, gerando sano tambm mais grave. Desta forma, aplicar a analogia aqui seria fazer analogia in malam partem, o que, como ns j vimos, vedado no Direito Penal. Mas, qual o conceito de documento pblico? A Doutrina divide em: §! Documento pblico em sentido formal e material (substancial) Ð A forma pblica (emanado de rgo pblico, ou seja, por funcionrio pblico no exerccio das funes, com o cumprimento das formalidades legais) e o contedo tambm pblico (atos proferidos pelo poder pblico, como decises administrativas, sentenas judiciais, etc.). §! Documento pblico em sentido formal apenas Ð Aqui a forma pblica (emanado de rgo pblico), mas o contedo de interesse privado (Ex.: Escritura pblica de compra e venda de um imvel pertencente a um particular. O contedo de interesse particular, embora emanado de um rgo pblico). Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo Contudo, existem ainda os documentos equiparados a documento pblico. So eles: §! Emanado de entidade paraestatal Ð Elaborados por entidades que no pertencem ao Poder Pblico, mas que atuam em reas de interesse pblico que no so privativas do Estado (Ex.: SESC, SENAI,etc.). §! Ttulo ao portador ou transmissvel por endosso Ð Ttulo ao portador aquele que se transfere pela mera tradio (repasse para outra pessoa), no havendo no ttulo meno expressa ao seu titular (Ex.: Cheque de at R$ 100,00 e alguns outros). O ttulo transmissvel por endosso aquele que identifica nominalmente o titular e, para ser transferido para outra pessoa, precisa ser endossado pelo titular (Ex.: Cheque em geral, nota promissria, etc.). §! Aes de sociedade comercial Ð So partes do capital social de uma empresa por aes (sociedade annima e sociedade em comandita por aes). §! Livros mercantis Ð So os livros estabelecidos pela Lei para o registro de atividades empresariais (Ex.: Livro-caixa, etc.). Engloba, aqui, tanto os livros obrigatrios quanto os facultativos. §! Testamento particular Ð o documento por meio do qual uma pessoa capaz destina seus bens para quando ocorrer sua morte. O testamento pblico (aquele celebrado pelo Tabelio) documento pblico naturalmente, eis que tem forma pblica. O testamento particular, a princpio, no se enquadraria no conceito de documento pblico (j que possui forma e contedo de interesse particular). Entretanto, a Lei entendeu por bem equipar-lo a documento pblico (pela relevncia de seu contedo). ATENÌO! Telegrama, expedido pelos Correios, documento pblico? NÌO! Os Correios, aqui, atuam como uma empresa qualquer, limitando-se a transcrever e a entregar a outra pessoa aquilo que o cliente mandar. O funcionrio pblico (empregado dos Correios), aqui, no entra no mrito do ato (o contedo do telegrama no emana do Poder Pblico). Entretanto, se estivermos diante de um telegrama expedido por um funcionrio pblico no exerccio das funes, a estaremos diante de um documento pblico (Ex.: Telegrama expedido pelo funcionrio de um rgo pblico convocando determinado candidato para tomar posse no cargo). Por fim, o STJ e o STF entendem que se o documento falso fabricado para a prtica de estelionato, e a sua potencialidade lesiva se esgota nele, o crime de falso fica absorvido pelo crime de estelionato. Caso a potencialidade lesiva do documento no se esgote no estelionato praticado, o agente responde por ambos os delitos, em concurso material. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo Smula 17 do STJ ÒQuando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, por este absorvidoÓ. Um exemplo disso ocorre quando o agente, por exemplo, falsifica recibos mdicos para cometer crimes tributrios. Os referidos documentos (meros recibos) tm sua potencialidade lesiva esgotada na prtica do crime tributrio.1 Por outro lado, quando, por qualquer motivo, a potencialidade do falso no se exaurir na prtica do estelionato, ou seja, quando permanecer o documento possuindo potencialidade lesiva, no haver aplicao do princpio da consuno (absoro).2 1.1.2!Falsificao de documento particular A falsificao de documento particular tambm crime, possuindo, porm, pena mais branda. Nos termos do art. 298 do CP: Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro: Pena - recluso, de um a cinco anos, e multa. BEM JURêDICO TUTELADO F pblica SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa (crime comum). SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado pela conduta. TIPO OBJETIVO A conduta pode ser de fabricar documento particular falso ou adulterar documento particular verdadeiro. OBS.: Considera-se documento particular aquele que no pode ser considerado, sob qualquer aspecto, como documento pblico. 1 (AgRg no AREsp 356.859/PE, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 15/05/2014, DJe 23/05/2014) 2 03. Conforme precedentes desta Corte (HC 263.884/RJ, Rel. Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, DJe 16/05/2014; HC 221.660/DF, Rel.Ministro Marco Aurlio Bellizze, Quinta Turma, DJe 01.03.2012; HC 152.128/SC, Rel. Ministro Sebastio Reis Jnior, Sexta Turma, DJe 21/02/2013) e do Supremo Tribunal Federal, "no h falar em princpio da consuno entre os crimes de falso e de estelionato quando no exaurida a potencialidade lesiva do primeiro aps a prtica do segundo" (HC 116.979 AgR, Rel. Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 21.11.2013). (...) (HC 270.416/SP, Rel. Ministro NEWTON TRISOTTO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SC), QUINTA TURMA, julgado em 04/11/2014, DJe 12/11/2014) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo TIPO SUBJETIVO Dolo, sem que seja exigida nenhuma especial finalidade de agir. No se admite na forma culposa. OBJETO MATERIAL O documento fabricado ou alterado. DETALHE: O ¤ nico do art. 298 (includo pela Lei 12.737/12), equiparou o carto de crdito a documento particular, para os fins deste delito. CONSUMAÌO E TENTATIVA Consuma-se no momento em que ocorre a fabricao ou adulterao. Admite-se tentativa, pois no se trata de crime que se perfaz num nico ato (pode-se desdobrar seu iter criminis Ð caminho percorrido na execuo). CONSIDERAÍES IMPORTANTES ¥! Doutrina e jurisprudncia entendem que se a falsificao for grosseira, no h crime, por no possuir potencialidade lesiva (no tem o poder de enganar ningum). O poder de iludir (imitatio veri) indispensvel. Caso no haja esse poder, poderemos estar diante de estelionato, no mximo; 1.1.3!Falsidade ideolgica O art. 299 estabelece o crime de falsidade ideolgica, que, diferentemente do que a maioria das pessoas imagina, no est relacionado falsidade de identidade (prevista em outro crime). A falsidade ideolgica est relacionada alterao do contedo de documento pblico ou particular (embora no mesmo artigo, as penas so diferentes!): Art. 299 - Omitir, em documento pblico ou particular, declarao que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declarao falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigao ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - recluso, de um a cinco anos, e multa, se o documento pblico, e recluso de um a trs anos, e multa, se o documento particular. Pargrafo nico - Se o agente funcionrio pblico, e comete o crime prevalecendo- se do cargo, ou se a falsificao ou alterao de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. BEM JURêDICO TUTELADO F pblica Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa (crime comum). Porm, o ¤ nico prev que se o agente funcionrio pblico valendo-se da funo ou a falsidade recai sobre assentamento de registro civil, a pena aumentada de 1/6. SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado pela conduta. TIPO OBJETIVO Caracterizao Ð Aqui o agente no falsifica a estrutura do documento. O documento estruturalmente verdadeiro, mas contm informaes inverdicas. A falsificao ideolgica ocorre quando o agente: §! Omite declarao que devia constar no documento (conduta omissiva) §! Nele insere ou faz inserir declarao falsa ou diversa da que devia ser escrita (conduta comissiva) Contudo, no basta que o agente pratica a conduta.Ele deve agir desta forma com uma finalidade especfica (dolo especfico). Qual este especial fim de agir? a finalidade de prejudicar direito, criar obrigao ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. EXEMPLO: Jos preenche um termo de declarao de bens (para tomar posse em concurso), declarando que no possui qualquer bem. Na verdade, Jos possui diversos imveis e carros. Percebam que, neste caso, o documento verdadeiro, mas o que ali consta falso. TIPO SUBJETIVO Dolo. Entretanto, aqui a lei exige uma especial finalidade de agir3. Isto se revela quando o tipo diz Òcom o fim deÓ. Assim, no basta que o agente insira informao falsa, ele deve fazer isto com o fim de prejudicar direito, criar obrigao ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. No se admite na forma culposa. OBJETO MATERIAL O documento no qual foi omitida a informao ou inserida a informao falsa. 3 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 557 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo CONSUMAÌO E TENTATIVA Consuma-se no momento em que o agente omite a informao que deveria constar ou insere a informao falsa, no sendo necessrio que o documento seja levado ao conhecimento de terceiros. Admite-se tentativa, pois no se trata de crime que se perfaz num nico ato (pode-se desdobrar seu iter criminis Ð caminho percorrido na execuo); ATENÌO! Os Tribunais entendem que o crime no se caracteriza se o documento falsificado est sujeito reviso por autoridade, pois a reviso impediria que o crime chegasse a ter qualquer potencialidade lesiva4; E a insero de contedo falso em documento em branco assinado? A Doutrina entende que se o agente recebeu o documento em branco mediante confiana, a fim de que nele inserisse determinado contedo, e o fez de maneira diversa, h o crime de falsidade ideolgica. No entanto, se o agente se apodera do documento (por qualquer outro meio) e ali insere contedo falso, o crime no o de falsidade ideolgica, mas o de falsidade material, pois este documento (que prev obrigaes perante o signatrio e o agente) nunca existiu validamente5. Assim, o crime de falsidade na forma, na existncia do documento. Por fim, a pena ser aumentada de 1/6 (causa de aumento de pena) nos seguintes casos: §! Se o agente funcionrio pblico, e desde que cometa o delito valendo- se do cargo; ou §! Se a falsificao ou alterao de assentamento de registro civil. 1.1.3.1! Diferena entre falsidade ideolgica e falsidade material A diferena bsica entre a falsidade material e a falsidade ideolgica reside no fato de que, na primeira, o documento estruturalmente falso, e na segunda a estrutura verdadeira, mas o contedo (a ideia que o documento transmite) falsa. Ex. Paulo, ao preencher um formulrio para alugar seu apartamento, insere informao de que recebe R$ 20.000,00 mensais em atividade informal. Na verdade, Paulo nunca chegou nem perto de ver esse dinheiro. Temos, aqui, falsidade ideolgica. 4 CUNHA, Rogrio Sanches. Op. Cit., p. 667 5 CUNHA, Rogrio Sanches. Op. Cit., p. 558 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo Ex.2: Jos funcionrio de uma imobiliria. Mariana, ao preencher o formulrio para alugar sua casa, declara verdadeiramente que recebe R$ 8.000,00 mensais em atividade informal. Jos, contudo, irritado porque deu uma cantada em Mariana e no foi correspondido, adultera o documento, para fazer constar como renda declarada ÒR$800,00Ó ao invs de ÒR$ 8.000,00Ó. Neste caso, temos falsidade MATERIAL. A informao contida no documento falsa, mas na verdade o prprio documento passou a ser falso, pois no transmite com fidelidade aquilo que Mariana colocou. Perceba que no primeiro caso o documento representa fielmente o que Paulo colocou. Contudo, o que Paulo colocou uma mentira. No segundo caso, o documento passa a ser falso (estruturalmente), porque no mais representa fielmente aquilo que Mariana colocou (foi adulterado). 1.1.4!Falsidade de atestado mdico J o art. 302 estabelece o crime de Òfalsidade de atestado mdicoÓ: Art. 302 - Dar o mdico, no exerccio da sua profisso, atestado falso: Pena - deteno, de um ms a um ano. Pargrafo nico - Se o crime cometido com o fim de lucro, aplica-se tambm multa. BEM JURêDICO TUTELADO F pblica SUJEITO ATIVO Somente o mdico6 poder praticar o crime. Portanto, trata-se de crime prprio. SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado pela conduta. TIPO OBJETIVO A conduta pode ser somente a de fornecer atestado falso. TIPO SUBJETIVO Dolo, sem que seja exigida nenhuma especial finalidade de agir. Entretanto, se houver a finalidade especial de agir, consistente na obteno de lucro, h previso de pena de multa cumulada com a privativa de liberdade, conforme o ¤ nico do art. 302. No se admite na forma culposa. 6 No pode ser praticado por enfermeiro, dentista ou qualquer outro profissional da rea de sade. CUNHA, Rogrio Sanches. Op. Cit., p. 676. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 566 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo OBJETO MATERIAL O atestado falsamente emitido. CONSUMAÌO E TENTATIVA Consuma-se no momento em que o mdico FORNECE o atestado falso. Assim, se o mdico elabora o atestado falso, mas se arrepende e deixa de entregar pessoa, no est cometendo crime7. Admite-se a tentativa. 1.1.5!Uso de documento falso O art. 304, por sua vez, dispe sobre o uso de documento falso, assim considerado qualquer dos documentos enumerados nos arts. 297 a 302 do CP: Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: Pena - a cominada falsificao ou alterao. BEM JURêDICO TUTELADO F pblica SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa (crime comum), ainda que o crime resultante da fabricao ou adulterao do documento seja prprio. SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado pela conduta. TIPO OBJETIVO A conduta consiste em fazer uso dos documentos produzidos nos crimes previstos nos arts. 297 a 3028. Percebam que o tipo penal praticamente no descreve as condutas, pois se remete aos outros tipos penais (arts. 297 a 302 do CP), inclusive no que se refere pena do delito (ser a mesma pena prevista para a falsificao do documento utilizado). Isso chamado pela Doutrina como tipo penal remetido, j que se remete a outros tipos penais para compor de forma plena a conduta criminosa.9 7 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 567 8 Fazer ÒUSOÓ significa a efetiva utilizao do documento, no bastando para o mero ÒporteÓ do documento para a caracterizao do delito. Porm, em se tratando de CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÌO, entende-se que o MERO PORTE j caracteriza o delito de uso de documento falso, pois o Cdigo de Trnsito Brasileiro dispe que o mero porte da CNH j considerado como ÒusoÓ. 9 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 571 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br11 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo TIPO SUBJETIVO Dolo, sem que seja exigida nenhuma especial finalidade de agir. No necessrio que o agente tenha a finalidade de obter vantagem ilcita, por exemplo. No se admite na forma culposa. OBJETO MATERIAL O documento utilizado pelo agente. CONSUMAÌO E TENTATIVA Consuma-se no momento em que o agente leva o documento ao conhecimento de terceiros, pois a se d a leso credibilidade, f pblica. NÌO SE ADMITE A TENTATIVA!10 Pois se trata dede crime que se perfaz num nico ato (no se pode desdobrar seu iter criminis Ð caminho percorrido na execuo), ou seja, crime unissubsistente. CUIDADO! E se quem usa o documento falso a prpria pessoa que fabricou o documento falso? Neste caso, temos (basicamente) dois entendimentos: 1 Ð O agente responde apenas pelo crime de Òuso de documento falsoÓ, pois a falsificao ÒmeioÓ para a utilizao (Rogrio Greco). 2 Ð O agente responde apenas pela falsificao do documento, e no pelo uso, pois natural que toda pessoa que falsifica um documento pretenda utiliz-lo posteriormente, de alguma forma (Cezar Roberto Bitencourt, Damsio e outros).11 Prevalece o segundo entendimento, sendo a utilizao considerada como mero "ps factum impunvel". Embora existam, no STJ, decises em sentido diverso, prevalece tambm este entendimento (o uso como ps-fato impunvel).12 De toda forma, existem duas correntes doutrinrias e jurisprudenciais, como prevalncia pela corrente que entende que o agente responde pelo FALSO, sendo o uso mero ps fato impunvel. 10 CUNHA, Rogrio Sanches. Op. Cit., p. 683. Bitencourt entende que a tentativa , teoricamente, possvel. Contudo, sustenta ser muito difcil sua caracterizao. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 572 11 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 571/572 12 (HC 228.280/BA, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 25/03/2014) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo ATENÌO! Com relao competncia para processar e julgar a demanda, o STJ sumulou entendimento no sentido de que importa saber a entidade ou rgo perante o qual foi apresentado o documento (federal, estadual, etc.), no importando a natureza do rgo expedidor: Smula 546 A competncia para processar e julgar o crime de uso de documento falso firmada em razo da entidade ou rgo ao qual foi apresentado o documento pblico, no importando a qualificao do rgo expedidor. 1.1.6!Supresso de documento O art. 305, por fim, trata do crime de Òsupresso de documentoÓ. Na verdade, o crime deveria ser de Òsupresso, destruio ou ocultaoÓ de documento, pois estas trs condutas so previstas neste tipo penal (so trs tipos objetivos, trs condutas incriminadas): Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefcio prprio ou de outrem, ou em prejuzo alheio, documento pblico ou particular verdadeiro, de que no podia dispor: Pena - recluso, de dois a seis anos, e multa, se o documento pblico, e recluso, de um a cinco anos, e multa, se o documento particular. BEM JURêDICO TUTELADO F pblica SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa (crime comum). SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado pela conduta. TIPO OBJETIVO A conduta pode ser de destruir, suprimir ou ocultar documento do qual o agente no poderia dispor. TIPO SUBJETIVO Dolo, exigindo-se a especial finalidade de agir, consistente na vontade de obter benefcio ou prejudicar algum. No se admite na forma culposa. OBJETO MATERIAL O documento suprimido, destrudo ou ocultado. CONSUMAÌO E TENTATIVA Consuma-se no momento em que o agente pratica qualquer das condutas previstas no ncleo do tipo (destri, suprime ou oculta o documento). Admite- se tentativa, pois no se trata de crime que se perfaz num nico ato (pode-se desdobrar seu iter criminis Ð caminho percorrido na execuo). Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo 2! DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES CîDIGO PENAL Ä Arts. 297, 298, 299, 302, 304 e 305 do CP Ð Tipificam os crimes de falsificao de documento pblico, falsificao de documento particular, falsidade ideolgica, falsidade de atestado mdico, uso de documento falso e supresso de documento: CAPêTULO III DA FALSIDADE DOCUMENTAL (...) Falsificao de documento pblico Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento pblico, ou alterar documento pblico verdadeiro: Pena - recluso, de dois a seis anos, e multa. ¤ 1¼ - Se o agente funcionrio pblico, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. ¤ 2¼ - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento pblico o emanado de entidade paraestatal, o ttulo ao portador ou transmissvel por endosso, as aes de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. ¤ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Includo pela Lei n¼ 9.983, de 2000) I Ð na folha de pagamento ou em documento de informaes que seja destinado a fazer prova perante a previdncia social, pessoa que no possua a qualidade de segurado obrigatrio;(Includo pela Lei n¼ 9.983, de 2000) II Ð na Carteira de Trabalho e Previdncia Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdncia social, declarao falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; (Includo pela Lei n¼ 9.983, de 2000) III Ð em documento contbil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigaes da empresa perante a previdncia social, declarao falsa ou diversa da que deveria ter constado. (Includo pela Lei n¼ 9.983, de 2000) ¤ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no ¤ 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remunerao, a vigncia do contrato de trabalho ou de prestao de servios.(Includo pela Lei n¼ 9.983, de 2000) Falsificao de documento particular (Redao dada pela Lei n¼ 12.737, de 2012) Vigncia Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro: Pena - recluso, de um a cinco anos, e multa. Falsificao de carto (Includo pela Lei n¼ 12.737, de 2012) Vigncia Pargrafo nico. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o carto de crdito ou dbito. (Includo pela Lei n¼ 12.737, de 2012) Vigncia Falsidade ideolgica Art. 299 - Omitir, em documento pblico ou particular, declarao que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declarao falsa ou diversa da que devia ser Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigao ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - recluso, de um a cinco anos, e multa, se o documento pblico, e recluso de um a trs anos, e multa, se o documento particular. Pargrafo nico - Se o agente funcionrio pblico, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificao ou alterao de assentamentode registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. (...) Falsidade de atestado mdico Art. 302 - Dar o mdico, no exerccio da sua profisso, atestado falso: Pena - deteno, de um ms a um ano. Pargrafo nico - Se o crime cometido com o fim de lucro, aplica-se tambm multa. Reproduo ou adulterao de selo ou pea filatlica (...) Uso de documento falso Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: Pena - a cominada falsificao ou alterao. Supresso de documento Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefcio prprio ou de outrem, ou em prejuzo alheio, documento pblico ou particular verdadeiro, de que no podia dispor: Pena - recluso, de dois a seis anos, e multa, se o documento pblico, e recluso, de um a cinco anos, e multa, se o documento particular. 3! SòMULAS PERTINENTES 3.1!Smulas do STJ Ä Smula 17 do STJ Ð O STJ sumulou entendimento no sentido de que, se a potencialidade lesiva do falso se exaure no estelionato, o crime de estelionato absorve o falso, que foi apenas um meio para a sua prtica: Smula 17 do STJ QUANDO O FALSO SE EXAURE NO ESTELIONATO, SEM MAIS POTENCIALIDADE LESIVA, POR ESTE ABSORVIDO. Ä Smula 546 do STJ Ð O STJ sumulou entendimento no sentido de que, para fins de definio da competncia ratione materiae, importa saber a entidade ou rgo perante o qual foi apresentado o documento (federal, estadual, etc.), no importando a natureza do rgo expedidor: Smula 546 A competncia para processar e julgar o crime de uso de documento falso firmada em razo da entidade ou rgo ao Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo qual foi apresentado o documento pblico, no importando a qualificao do rgo expedidor. 4! RESUMO CRIMES CONTRA A F PòBLICA FALSIDADE DOCUMENTAL Falsificao de documento pblico Conduta Ð a de falsificar, no todo ou em parte, documento pblico. Pode ocorrer mediante: §! Fabricao de um documento pblico falso §! Adulterao de um documento pblico verdadeiro Consumao - No momento em que o agente fabrica o documento falso ou altera o documento verdadeiro. Conceito de documento pblico Ð A Doutrina divide em: §! Documento pblico em sentido formal e material (substancial) Ð A forma pblica (emanado de rgo pblico, ou seja, por funcionrio pblico no exerccio das funes, com o cumprimento das formalidades legais) e o contedo tambm pblico (atos proferidos pelo poder pblico, como decises administrativas, sentenas judiciais, etc.). §! Documento pblico em sentido formal apenas Ð Aqui a forma pblica (emanado de rgo pblico), mas o contedo de interesse privado (Ex.: Escritura pblica de compra e venda de um imvel pertencente a um particular. O contedo de interesse particular, embora emanado de um rgo pblico). Equiparados a documento pblico §! Emanado de entidade paraestatal §! Ttulo ao portador ou transmissvel por endosso §! Aes de sociedade comercial §! Livros mercantis §! Testamento particular Falso x estelionato §! Se o falso se exaure no estelionato Ð absorvido pelo estelionato: Smula 17 do STJ ÒQuando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, por este absorvidoÓ. §! Se o falso no esgota sua potencialidade lesiva no estelionato Ð O agente responde por ambos os delitos. Falsificao de documento particular Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo Caracterizao Ð A lgica a mesma da falsificao de documento pblico, s que com documento particular. Conceito de documento particular - Considera-se documento particular aquele que no pode ser considerado, sob qualquer aspecto, como documento pblico. Documento particular por equiparao Ð O CP equiparou a documento particular o carto de crdito ou dbito. Falsidade ideolgica Caracterizao Ð Aqui o agente no falsifica a estrutura do documento. O documento estruturalmente verdadeiro, mas contm informaes inverdicas. A falsificao ideolgica ocorre quando o agente (com o fim de prejudicar direito, criar obrigao ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante): §! Omite declarao que devia constar no documento (conduta omissiva) §! Nele insere ou faz inserir declarao falsa ou diversa da que devia ser escrita (conduta comissiva) Pena Ð A pena varia de acordo com o documento em que h falsidade ideolgica (documento pblico Ð recluso de um a cinco anos e multa; documento particular Ð recluso de um a trs anos e multa). Causa de aumento de pena Ð H aumento de pena (1/6): §! Se o agente funcionrio pblico, e desde que cometa o delito valendo- se do cargo; ou §! Se a falsificao ou alterao de assentamento de registro civil. ! Falsidade ideolgica x falsidade material (falsificao de documento pblico ou particular) - A diferena bsica entre a falsidade material e a falsidade ideolgica reside no fato de que, na primeira, o documento estruturalmente falso, e na segunda a estrutura verdadeira, mas o contedo (a ideia que o documento transmite) falsa. Falsidade de atestado mdico Crime prprio - Somente o mdico poder praticar o crime (enfermeiro, dentista, etc., no podem). Elemento subjetivo Ð Dolo. OBS.: Se houver finalidade de lucro = h previso de pena de multa cumulada com a privativa de liberdade. Consumao - Consuma-se no momento em que o mdico FORNECE o atestado falso. Se elaborar o atestado falso, mas se arrepender, no h crime. Uso de documento falso Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo Caracterizao Ð Consiste em fazer uso dos documentos produzidos nos crimes previstos nos arts. 297 a 302 do CP. Pena Ð a mesma prevista para a falsificao do documento. OBS.: Isso chamado pela Doutrina como tipo penal remetido, j que se remete a outros tipos penais para compor de forma plena a conduta criminosa. Consumao Ð No momento em que o agente leva o documento ao conhecimento de terceiros, pois a se d a leso credibilidade, f pblica. NÌO SE ADMITE A TENTATIVA! ATENÌO! E se quem usa o documento falso a prpria pessoa que fabricou o documento falso? Neste caso, temos (basicamente) dois entendimentos: 1 Ð O agente responde apenas pelo crime de Òuso de documento falsoÓ, pois a falsificao ÒmeioÓ para a utilizao 2 Ð O agente responde apenas pela falsificao do documento, e no pelo uso, pois natural que toda pessoa que falsifica um documento pretenda utiliz- lo posteriormente, de alguma forma Ð Prevalece na Doutrina e na Jurisprudncia. ______ Bons estudos! Prof. Renan Araujo 5! EXERCêCIOS PARA PRATICAR 01.! (FGV - 2014 - DPE-DF - ANALISTA - ASSISTæNCIA JUDICIçRIA) Maria foi condenada pela prtica do crime de estelionato cometido contra entidade de direito pblico (¤ 3¼ do Artigo 171 do CP) em concurso material com o crime de falsidade documental (Art. 298 do CP). De acordo com a sentena condenatria, Maria teria apresentado declarao falsa com assinatura atribuda a determinado servidor pblicoem que este ltimo reconheceria a existncia de unio estvel entre ambos. Com isso, Maria passou a receber penso por morte, como dependente do aludido funcionrio pblico. Exclusivamente sob o prisma do concurso de crimes, a sentena: a) est incorreta, pois o magistrado deveria ter reconhecido a existncia de concurso formal entre as condutas atribudas a Maria, j que ela no as teria realizado com desgnios autnomos. b) est incorreta, pois o magistrado deveria ter reconhecido a existncia de crime continuado entre as condutas atribudas a Maria, j que ela as teria realizado nas mesmas circunstncias de tempo, lugar e modo de execuo. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo c) est correta ao condenar Maria pela prtica de ambos os crimes, em concurso material, pois a conduta realizada ofendeu dois bens jurdicos distintos. d) est incorreta, pois o magistrado deveria ter reconhecido a absoro do crime de falsidade documental pelo crime de estelionato, uma vez que aquele se exauriu neste ltimo, sem mais potencialidade lesiva. e) est incorreta, pois o magistrado deveria ter condenado Maria apenas pela prtica do crime de falsidade documental, j que o crime de estelionato, neste caso, configura mero exaurimento do falso. 02.! (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - III - PRIMEIRA FASE) Ao concluir o curso de Engenharia, Arli, visando fazer uma brincadeira, inseriu, caneta, em seu diploma, declarao falsa sobre fato juridicamente relevante. A respeito desse ato, correto afirmar que Arli a) praticou crime de falsificao de documento pblico. b) praticou crime de falsidade ideolgica. c) praticou crime de falsa identidade. d) no praticou crime algum. 03.! (FGV Ð 2015 Ð OAB Ð XVII EXAME DE ORDEM) Paulo pretende adquirir um automvel por meio de sistema de financiamento junto a uma instituio bancria. Para tanto, dirige-se ao estabelecimento comercial para verificar as condies de financiamento e informado que, quanto maior a renda bruta familiar, maior a dilao do prazo para pagamento e menores os juros. Decide, ento, fazer falsa declarao de parentesco ao preencher a ficha cadastral, a fim de aumentar a renda familiar informada, vindo, assim, a obter o financiamento nas condies pretendidas. Considerando a situao narrada e os crimes contra a f pblica, correto afirmar que Paulo cometeu o delito de a) falsificao material de documento pblico. b) falsidade ideolgica. c) falsificao material de documento particular. d) falsa identidade. 04.! (FGV Ð 2015 Ð TCM-SP Ð AGENTE DE FISCALIZAÌO Ð CIæNCIAS JURêDICAS) Pablo, enquanto se dirigia para o trabalho, foi parado em uma blitz realizada pela Polcia Militar. O policial pediu ao motorista que se identificasse e apresentasse a documentao do veculo. Pablo, ento, apresentou os documentos do automvel e sua carteira de motorista. Ocorre que, em consulta ao sistema prprio, o agente da lei verificou que o documento de identificao apresentado era falsificado. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo Considerando apenas as informaes narradas, correto afirmar que a conduta de Pablo: (A) configura crime de uso de documento falso em concurso material com falsificao de documento particular; (B) configura crime de falsa identidade; (C) configura crime de uso de documento falso em concurso material com falsificao de documento pblico; (D) atpica, pois a apresentao dos documentos no foi espontnea, somente ocorrendo por solicitao dos policiais; (E) configura crime de uso de documento falso, apenas. 05.! (FCC Ð 2014 Ð TRT 18 Ð JUIZ DO TRABALHO) Falsificar carto de crdito a) conduta atpica. b) falsificao de documento pblico. c) falsidade ideolgica. d) falsa identidade. e) falsificao de documento particular. 06.! (FCC Ð 2015 Ð TRT23 Ð JUIZ) Alfredo, de posse de cheque em branco do empregador, falsifica a assinatura deste no ttulo e o utiliza na compra de determinado bem, obtendo vantagem ilcita em prejuzo do comerciante. Na hiptese, segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justia, Alfredo responde por a) falsificao de documento pblico e estelionato, em concurso formal. b) estelionato, apenas. c) falsificao de documento pblico e estelionato, em concurso material. d) estelionato e falsificao de documento particular, em concurso formal. e) falsificao de documento pblico, apenas. 07.! (FCC Ð 2015 Ð TJ-GO Ð JUIZ) Falsificar carto de crdito ou dbito a) conduta atpica. b) crime de falsificao de documento particular. c) crime de falsa identidade. d) crime de falsidade ideolgica. e) crime de falsificao de documento pblico, por equiparao. 08.! (FCC Ð 2015 Ð TRE-RR Ð ANALISTA JUDICIçRIO) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo Murilo, funcionrio pblico, escrevente judicirio de um determinado Tribunal de Justia brasileiro, no exerccio regular de suas atividades junto ao Cartrio de uma vara criminal, elabora um alvar de soltura falso em nome de Moiss, ru preso por ordem da Justia por crime de homicdio, inclusive com falsificao da assinatura do Magistrado competente, encaminhando-o ao Centro de Deteno Provisria onde o ru Moiss encontra-se recolhido. Moiss no colocado em liberdade, pois havia outro mandado de priso expedido em seu desfavor em decorrncia de outro delito por ele cometido. Neste caso, Murilo cometeu crime de a) falsificao de documento pblico tentado, uma vez que Moiss no foi colocado em liberdade, no produzindo o resultado final pretendido pelo agente, sem qualquer majorao da pena privativa de liberdade pelo fato de ser funcionrio pblico. b) falsidade ideolgica consumada, com a pena aumentada da tera parte pelo fato de ser funcionrio pblico e ter cometido o crime prevalecendo-se do cargo. c) falsidade ideolgica tentada, sem qualquer majorao da pena privativa de liberdade por ser funcionrio pblico. d) falsificao de documento pblico tentado, uma vez que Moiss no foi colocado em liberdade, no produzindo o resultado final pretendido pelo agente, com a pena majorada da sexta parte em razo de ser funcionrio pblico e ter cometido o crime prevalecendo-se do cargo. e) falsificao de documento pblico consumado e ter sua pena aumentada da sexta parte por ser funcionrio pblico e ter cometido o crime prevalecendo-se do cargo. 09.! (FCC - 2011 - TCE-SP - PROCURADOR) No crime de uso de documento falso, a) a infrao no se tipifica no caso de a falsidade do documento utilizado ser meramente ideolgica. b) a pena cominada sempre a mesma, independentemente da natureza do documento. c) h concurso com o delito de falso, se o agente que usa o documento o prprio responsvel pela falsificao, segundo amplo entendimento jurisprudencial. d) o objeto material pode ser simples fotocpia falsificada, ainda que no autenticada. e) a consumao se d com o efetivo uso do documento, no se exigindo resultado naturalstico, j que se trata de delito formal. 10.! (FCC - 2011 - TCE-SP - PROCURADOR) No crime de falsificao de documento pblico, a) ser o agentefuncionrio pblico causa de aumento da pena, ainda que no se tenha prevalecido do cargo. b) a forma do documento verdadeira, mas seu contedo falso. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo c) o objeto material pode ser testamento particular. d) a falsificao deve ser integral, no se punindo a meramente parcial. e) no basta para a tipificao da infrao a alterao de documento pblico verdadeiro. 11.! (FCC - 2009 - TCE-GO - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - DIREITO) Considere: I. Carta dirigida ao chefe de repartio pblica. II. Cheque. III. Testamento particular. IV. Livro Mercantil. Equiparam-se a documento pblico, para os efeitos penais, os indicados APENAS em a) I e III. b) I, II e IV. c) I e IV. d) II e III. e) II, III e IV. 12.! (FCC - 2011 - TRF - 1» REGIÌO - ANALISTA JUDICIçRIO - EXECUÌO DE MANDADOS) Aquele que falsifica a assinatura de avalista numa nota promissria, da qual credor, responder pelo crime de a) falsa identidade. b) falsidade ideolgica. c) falsificao de documento particular. d) falsificao de documento pblico. e) uso de documento falso. 13.! (FCC - 2008 - MPE-RS - SECRETçRIO DE DILIGæNCIAS) No que concerne aos delitos de falsidade documental, NÌO se equiparam ao documento pblico a) os ttulos ao portador. b) as declaraes assinadas por particular com firma reconhecida. c) os testamentos particulares. d) os ttulos transmissveis por endosso. e) os livros mercantis. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo 14.! (FCC - 2010 - TCE-AP - PROCURADOR) Constituem objeto material do delito de falsificao de documento pblico: a) as letras de cmbio, mas no o testamento particular. b) o cheque e o testamento particular. c) os emanados de entidade paraestatal, mas no as aes de sociedade mercantil. d) os livros mercantis, mas no a duplicata. e) as notas promissrias, mas no o warrant. 15.! (FCC - 2010 - TCE-RO Ð PROCURADOR) Inserir ou fazer inserir em documento contbil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigaes da empresa perante a previdncia social declarao falsa ou diversa da que deveria ter constado, tipifica delito a) contra a ordem tributria. b) contra a f pblica. c) praticado por particular contra a administrao em geral. d) contra a administrao da justia. e) contra as finanas pblicas. 16.! (FCC - 2010 - TRF - 4» REGIÌO - ANALISTA JUDICIçRIO - çREA JUDICIçRIA - EXECUÌO DE MANDADOS) Mrio falsificou, em parte, testamento particular. Neste caso, Mrio a) cometeu crime de falsidade ideolgica. b) cometeu crime de falsificao de documento pblico. c) no cometeu crime tipificado no Cdigo Penal Brasileiro. d) cometeu crime de falsificao de documento particular. e) cometeu crime de supresso de documento. 17.! (FCC - 2006 - SEFAZ-PB - AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS - PROVA 2) A aposio de assinatura falsificada em cheque de terceiro configura o crime de a) falsidade ideolgica. b) uso de documento falso. c) falsa identidade. d) falsificao de documento pblico. e) falsificao de documento particular. 18.! (FCC Ð 2012 Ð SP Ð AUDITOR FISCAL TRIBUTçRIO MUNICIPAL) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo No que concerne aos crimes contra a f pblica, INCORRETO afirmar que a) o testamento particular considerado documento pblico para os efeitos penais. b) no h crime se a falsidade ideolgica versar sobre fato juridicamente irrelevante. c) no h falsidade ideolgica se o contedo da declarao retrata a opinio do agente e no um fato. d) para a caracterizao do crime de falsidade ideolgica basta a potencialidade de um evento danoso. e) o crime de falsificao de documento particular pode ser praticado na forma dolosa ou culposa. 19.! (FCC Ð 2011 Ð TCE/PR Ð ANALISTA DE CONTROLE) A diferena entre falsidade material e ideolgica de documento que na falsidade material a) frauda-se a forma do documento e na ideolgica o contedo falso. b) frauda-se o contedo e na ideolgica a forma do documento. c) a conduta omissiva, e no falso ideolgico ela comissiva. d) exige-se o dolo e na ideolgica aceita-se a culpa. e) h previso de aumento especial de pena e na ideolgica no. 20.! (FCC - 2013 - TRT - 6» REGIÌO (PE) - JUIZ DO TRABALHO) Segundo a legislao penal, aquele que, na folha de pagamento, insere ou faz inserir pessoa que no possua a qualidade de segurado obrigatrio, comete o crime de: a) falsificao de documento particular b) falsificao de documento pblico. c) atentado contra a liberdade de contrato de trabalho. d) falsidade ideolgica. e) sonegao de contribuio previdenciria 21.! (FCC - 2013 - SEFAZ-SP - AGENTE FISCAL DE RENDAS - GESTÌO TRIBUTçRIA - PROVA 2) Em relao ao delito de falsificao de documento pblico, correto afirmar que a) tambm o configura a falsificao do contedo do documento, embora verdadeira a forma. b) os ttulos transmissveis por endosso podem ser objeto material da infrao. c) a pena deve ser aumentada da sexta parte se o agente funcionrio pblico, mesmo que no se prevalea do cargo. d) admite a forma culposa. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo e) no absorvido pelo estelionato, ainda que nele se exaure, sem mais potencialidade lesiva, segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justia. 22.! (FCC Ð 2012 Ð TRT1 Ð JUIZ) Para efeitos penais, NÌO se equipara a documento pblico a) o cheque. b) o atestado mdico particular. c) a duplicata. d) as aes de sociedade comercial. e) a letra de cmbio. 23.! (FCC Ð 2012 Ð TRT4 Ð JUIZ) Incorre nas penas cominadas ao delito de falsificao de documento pblico quem a) deixa de lanar mensalmente nos ttulos prprios da contabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de servios. b) insere, em documento contbil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigaes da empresa perante a previdncia social, declarao falsa ou diversa da que deveria ter constado. c) omite, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remuneraes pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuies sociais previdencirias. d) omite de folha de pagamento da empresa ou de documentos de informaes previstos pela legislao previdenciria segurados empregado, empresrio, trabalhador avulso ou trabalhador autnomo ou a este equiparado que lhe prestem servios. e) insere, em documento particular, declarao falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigao ou alterar verdade sobre fato juridicamente relevante. 24.! (FCC Ð 2012 Ð TRT11 Ð JUIZ) NÌO incorre nas penas cominadas ao delito de falsificao de documento pblico quem a) omite, em documento pblico, declarao que dele devia constar, ou nele insere ou faz inserir declarao falsaou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigao ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. b) insere, em documento contbil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigaes da empresa perante a previdncia social, declarao falsa ou diversa da que deveria ter constado. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo c) insere, na folha de pagamento ou documento de informaes que seja destinado a fazer prova perante a previdncia social, pessoa que no possua a qualidade de segurado obrigatrio. d) omite, em documento relacionado com as obrigaes da empresa perante a previdncia social, o nome do segurado e seus dados pessoais, a remunerao, a vigncia do contrato de trabalho ou de prestao de servios. e) faz inserir, na Carteira de Trabalho e Previdncia Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdncia social, declarao falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita. 25.! (FCC Ð 2012 Ð TRF2 Ð ANALISTA JUDICIçRIO) Clemente falsificou um alvar judicial para levantamento de depsito judicial em nome de Clementina. Clementina foi at a agncia bancria e o apresentou ao caixa, que acabou descobrindo a falsificao. Nesse caso, Clemente a) e Clementina respondero pelo crime de falsificao de papis pblicos. b) responder pelo crime de falsificao de documento pblico e Clementina por uso de documento falso. c) e Clementina respondero pelo crime de falsificao de documento pblico. d) responder pelo crime de falsificao de papis pblicos e Clementina por uso de papel pblico falsificado. e) responder pelo crime de falsificao de documento particular e Clementina por uso de documento falso. 26.! (FCC Ð 2007 Ð ISS-SP Ð AUDITOR-FISCAL) A falsificao de nota promissria configura o crime de a) falsificao de documento particular. b) falsidade ideolgica. c) uso de documento falso. d) falsificao de selo ou sinal pblico. e) falsificao de documento pblico. 27.! (FCC Ð 2007 Ð ISS-SP Ð AUDITOR-FISCAL) Aquela que omite, em documento particular, declarao que dele devia constar, com o fim de criar obrigao, comete o crime de a) uso de documento falso. b) falsidade ideolgica. c) supresso de documento. d) atestado ideologicamente falso. e) falsificao de documento particular. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo 28.! (FCC Ð 2009 Ð DPE-MA Ð DEFENSOR PòBLICO) Na considerao de que o crime de falso se exaure no estelionato, responsabilizando-se o agente apenas por este crime, o princpio aplicado para o aparente conflito de normas o da a) subsidiariedade. b) consuno. c) especialidade. d) alternatividade. e) instrumentalidade. 6! EXERCêCIOS COMENTADOS 01.! (FGV - 2014 - DPE-DF - ANALISTA - ASSISTæNCIA JUDICIçRIA) Maria foi condenada pela prtica do crime de estelionato cometido contra entidade de direito pblico (¤ 3¼ do Artigo 171 do CP) em concurso material com o crime de falsidade documental (Art. 298 do CP). De acordo com a sentena condenatria, Maria teria apresentado declarao falsa com assinatura atribuda a determinado servidor pblico em que este ltimo reconheceria a existncia de unio estvel entre ambos. Com isso, Maria passou a receber penso por morte, como dependente do aludido funcionrio pblico. Exclusivamente sob o prisma do concurso de crimes, a sentena: a) est incorreta, pois o magistrado deveria ter reconhecido a existncia de concurso formal entre as condutas atribudas a Maria, j que ela no as teria realizado com desgnios autnomos. b) est incorreta, pois o magistrado deveria ter reconhecido a existncia de crime continuado entre as condutas atribudas a Maria, j que ela as teria realizado nas mesmas circunstncias de tempo, lugar e modo de execuo. c) est correta ao condenar Maria pela prtica de ambos os crimes, em concurso material, pois a conduta realizada ofendeu dois bens jurdicos distintos. d) est incorreta, pois o magistrado deveria ter reconhecido a absoro do crime de falsidade documental pelo crime de estelionato, uma vez que aquele se exauriu neste ltimo, sem mais potencialidade lesiva. e) est incorreta, pois o magistrado deveria ter condenado Maria apenas pela prtica do crime de falsidade documental, j que o crime de estelionato, neste caso, configura mero exaurimento do falso. COMENTçRIOS: O STJ editou o verbete n¼ 17 de sua smula de jurisprudncia, entendendo que o delito de ÒfalsoÓ, neste caso, fica absorvido pelo estelionato, j que a potencialidade lesiva do documento falso se esgota no estelionato praticado: Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo Smula 17 do STJ ÒQuando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, por este absorvidoÓ. Sobre a hiptese especfica em questo, temos o seguinte julgado, que no deixa dvidas: (...) A falsificao de documento - consistente em declarao de servidor pblico - com vistas obteno de penso previdenciria configura crime- meio para o estelionato (art. 171, ¤ 3¼, do CP). Incidncia da Smula 17/STJ. 2. Hiptese em que a acusada pleiteou penso por morte como dependente de servidor falecido do Senado Federal, colacionando, em processo administrativo, declarao falsa do de cujus que reconhecia a existncia de unio estvel. (...) (CC 124.890/DF, Rel. Ministro SEBASTIÌO REIS JòNIOR, TERCEIRA SEÌO, julgado em 27/02/2013, DJe 05/03/2013) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA A LETRA D. 02.! (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - III - PRIMEIRA FASE) Ao concluir o curso de Engenharia, Arli, visando fazer uma brincadeira, inseriu, caneta, em seu diploma, declarao falsa sobre fato juridicamente relevante. A respeito desse ato, correto afirmar que Arli a) praticou crime de falsificao de documento pblico. b) praticou crime de falsidade ideolgica. c) praticou crime de falsa identidade. d) no praticou crime algum. COMENTçRIOS: Arli, neste caso, no praticou crime algum, pois a conduta, embora OBJETIVAMENTE se amolde ao tipo penal do art. 299 (falsidade ideolgica), desprovida do elemento subjetivo especfico exigido pelo tipo penal (Òcom o fim de prejudicar direito, criar obrigao ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevanteÓ). Vejamos: Falsidade ideolgica Art. 299 - Omitir, em documento pblico ou particular, declarao que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declarao falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigao ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - recluso, de um a cinco anos, e multa, se o documento pblico, e recluso de um a trs anos, e multa, de quinhentos mil ris a cinco contos de ris, se o documento particular. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA A LETRA D. 03.! (FGV Ð 2015 Ð OAB Ð XVII EXAME DE ORDEM) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo Paulo pretende adquirir um automvel por meio de sistema de financiamentojunto a uma instituio bancria. Para tanto, dirige-se ao estabelecimento comercial para verificar as condies de financiamento e informado que, quanto maior a renda bruta familiar, maior a dilao do prazo para pagamento e menores os juros. Decide, ento, fazer falsa declarao de parentesco ao preencher a ficha cadastral, a fim de aumentar a renda familiar informada, vindo, assim, a obter o financiamento nas condies pretendidas. Considerando a situao narrada e os crimes contra a f pblica, correto afirmar que Paulo cometeu o delito de a) falsificao material de documento pblico. b) falsidade ideolgica. c) falsificao material de documento particular. d) falsa identidade. COMENTçRIOS: A conduta de Paulo configura um crime de falso, mas na modalidade de falsidade ideolgica, pois no criou um documento materialmente falso, mas inseriu informaes inverdicas num documento que , estruturalmente, verdadeiro, na forma do art. 299 do CP. Contudo, entendo que o crime praticado por Paulo se amolda mais perfeitamente ao tipo penal do art. 19 da Lei de crimes contra o sistema financeiro nacional: Art. 19. Obter, mediante fraude, financiamento em instituio financeira: Pena - Recluso, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Trata-se de uma modalidade especfica de estelionato, que absorve o crime de falso praticado. Assim, entendo que a questo deveria ser anulada, por no haver resposta correta. 04.! (FGV Ð 2015 Ð TCM-SP Ð AGENTE DE FISCALIZAÌO Ð CIæNCIAS JURêDICAS) Pablo, enquanto se dirigia para o trabalho, foi parado em uma blitz realizada pela Polcia Militar. O policial pediu ao motorista que se identificasse e apresentasse a documentao do veculo. Pablo, ento, apresentou os documentos do automvel e sua carteira de motorista. Ocorre que, em consulta ao sistema prprio, o agente da lei verificou que o documento de identificao apresentado era falsificado. Considerando apenas as informaes narradas, correto afirmar que a conduta de Pablo: (A) configura crime de uso de documento falso em concurso material com falsificao de documento particular; (B) configura crime de falsa identidade; (C) configura crime de uso de documento falso em concurso material com falsificao de documento pblico; Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo (D) atpica, pois a apresentao dos documentos no foi espontnea, somente ocorrendo por solicitao dos policiais; (E) configura crime de uso de documento falso, apenas. COMENTçRIOS: No caso em tela a conduta de Pablo configura apenas o delito de uso de documento falso, pois a questo no diz se foi Pablo quem falsificou o documento. Caso Pablo tivesse falsificado o documento (e isto deveria estar EXPLêCITO na questo), responderia apenas pelo falso, no sendo punvel o uso (ps-fato impunvel). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA A LETRA E. 05.! (FCC Ð 2014 Ð TRT 18 Ð JUIZ DO TRABALHO) Falsificar carto de crdito a) conduta atpica. b) falsificao de documento pblico. c) falsidade ideolgica. d) falsa identidade. e) falsificao de documento particular. COMENTçRIOS: A conduta de falsificar carto de crdito caracteriza o delito de falsificao de documento particular, eis que o carto de crdito passou a ser considerado equiparado documento particular, para estes fins. Vejamos: Falsificao de documento particular (Redao dada pela Lei n¼ 12.737, de 2012) Vigncia Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro: Pena - recluso, de um a cinco anos, e multa. Falsificao de carto (Includo pela Lei n¼ 12.737, de 2012) Vigncia Pargrafo nico. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o carto de crdito ou dbito. (Includo pela Lei n¼ 12.737, de 2012) Vigncia Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA A LETRA E. 06.! (FCC Ð 2015 Ð TRT23 Ð JUIZ) Alfredo, de posse de cheque em branco do empregador, falsifica a assinatura deste no ttulo e o utiliza na compra de determinado bem, obtendo vantagem ilcita em prejuzo do comerciante. Na hiptese, segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justia, Alfredo responde por a) falsificao de documento pblico e estelionato, em concurso formal. b) estelionato, apenas. c) falsificao de documento pblico e estelionato, em concurso material. d) estelionato e falsificao de documento particular, em concurso formal. e) falsificao de documento pblico, apenas. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo COMENTçRIOS: Neste caso o agente responde apenas por estelionato, j que o falso foi utilizado como mero meio para a prtica do estelionato, exaurindo nele sua potencialidade lesiva, nos termos do verbete n¼ 17 da smula de jurisprudncia do STJ. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA A LETRA B. 07.! (FCC Ð 2015 Ð TJ-GO Ð JUIZ) Falsificar carto de crdito ou dbito a) conduta atpica. b) crime de falsificao de documento particular. c) crime de falsa identidade. d) crime de falsidade ideolgica. e) crime de falsificao de documento pblico, por equiparao. COMENTçRIOS: A conduta descrita se amolda ao tipo penal do delito de falsificao de documento particular, nos termos do art. 298, ¤2¼ do CP: Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro: Pena - recluso, de um a cinco anos, e multa. Pargrafo nico. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o carto de crdito ou dbito. (Includo pela Lei n¼ 12.737, de 2012) Vigncia Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA A LETRA B. 08.! (FCC Ð 2015 Ð TRE-RR Ð ANALISTA JUDICIçRIO) Murilo, funcionrio pblico, escrevente judicirio de um determinado Tribunal de Justia brasileiro, no exerccio regular de suas atividades junto ao Cartrio de uma vara criminal, elabora um alvar de soltura falso em nome de Moiss, ru preso por ordem da Justia por crime de homicdio, inclusive com falsificao da assinatura do Magistrado competente, encaminhando-o ao Centro de Deteno Provisria onde o ru Moiss encontra-se recolhido. Moiss no colocado em liberdade, pois havia outro mandado de priso expedido em seu desfavor em decorrncia de outro delito por ele cometido. Neste caso, Murilo cometeu crime de a) falsificao de documento pblico tentado, uma vez que Moiss no foi colocado em liberdade, no produzindo o resultado final pretendido pelo agente, sem qualquer majorao da pena privativa de liberdade pelo fato de ser funcionrio pblico. b) falsidade ideolgica consumada, com a pena aumentada da tera parte pelo fato de ser funcionrio pblico e ter cometido o crime prevalecendo-se do cargo. c) falsidade ideolgica tentada, sem qualquer majorao da pena privativa de liberdade por ser funcionrio pblico. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo d) falsificao de documento pblico tentado, uma vez que Moiss no foi colocado em liberdade, no produzindo o resultado final pretendido pelo agente, com a pena majorada da sexta parte em razo de ser funcionrio pblico e ter cometido o crime prevalecendo-se do cargo. e) falsificaode documento pblico consumado e ter sua pena aumentada da sexta parte por ser funcionrio pblico e ter cometido o crime prevalecendo-se do cargo. COMENTçRIOS: Murilo praticou o delito de falsificao de documento pblico, pois CRIOU um documento completamente falso, materialmente falso. Murilo no ÒapenasÓ inseriu informaes falsas num documento verdadeiro, o que configuraria o delito do art. 299 do CP (falsidade ideolgica). O crime no foi meramente tentado, e sim CONSUMADO, eis que o delito em questo se consuma com a mera prtica da falsificao, ainda que o agente no alcance seu objetivo final (a soltura da pessoa, no caso). Murilo ter, ainda, sua pena aumentada em 1/6, por ser funcionrio pblico e ter praticado o delito prevalecendo-se desta condio, nos termos do art. 297, ¤1¼ do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA A LETRA E. 09.! (FCC - 2011 - TCE-SP - PROCURADOR) No crime de uso de documento falso, a) a infrao no se tipifica no caso de a falsidade do documento utilizado ser meramente ideolgica. ERRADA: A infrao ir ocorrer, pois o art. 304 estabelece que o crime se aplica quando o agente faz uso de qualquer dos documentos previstos nos crimes dos arts. 297 a 302, estando a falsidade ideolgica dentro deste rol, pois est tipificada no art. 299 do CP; b) a pena cominada sempre a mesma, independentemente da natureza do documento. ERRADA: A pena a mesma prevista para o crime de falsificao ou alterao do documento utilizado, quer varia, conforme a natureza do documento (pblico ou privado); c) h concurso com o delito de falso, se o agente que usa o documento o prprio responsvel pela falsificao, segundo amplo entendimento jurisprudencial. ERRADA: Se o agente que usa o documento o mesmo que realizou a adulterao, o entendimento que predomina o de que ocorre o fenmeno da consuno, ou seja, o crime de uso de documento falso absorve o crime anterior, desde que a potencialidade lesiva do documento falso tenha se exaurido; d) o objeto material pode ser simples fotocpia falsificada, ainda que no autenticada. ERRADA: A fotocpia no considerada documento, no sendo, portanto, objeto material do delito; Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo e) a consumao se d com o efetivo uso do documento, no se exigindo resultado naturalstico, j que se trata de delito formal. CORRETA: A simples utilizao do documento falso j produz a consumao do delito, no sendo necessrio que deste ato resulte leso a qualquer bem jurdico, ou mesmo que o documento efetivamente ludibrie terceiros; 10.! (FCC - 2011 - TCE-SP - PROCURADOR) No crime de falsificao de documento pblico, a) ser o agente funcionrio pblico causa de aumento da pena, ainda que no se tenha prevalecido do cargo. ERRADA: Para que haja o aumento de pena, o agente deve ser funcionrio pblico e deve ter se valido desta condio para praticar o crime, nos termos do art. 297, ¤ 1¡ do CP; b) a forma do documento verdadeira, mas seu contedo falso. ERRADA: Isso ocorre no crime de falsidade ideolgica, previsto no art. 299, no qual o agente altera o contedo (a ideia, da o nome ÒideolgicaÓ) do documento. No crime de falsificao de documento pblico o documento em si falso; c) o objeto material pode ser testamento particular. CORRETA: O art. 297, ¤ 2¡ estabelece que o testamento particular se equipara a documento pblico para os efeitos penais; d) a falsificao deve ser integral, no se punindo a meramente parcial. ERRADA: O art. 297 estabelece que a conduta do agente ser criminosa se falsificar Òno todo ou em parteÓ, logo, plenamente admissvel o crime no caso de falsificao parcial; e) no basta para a tipificao da infrao a alterao de documento pblico verdadeiro. ERRADA: No necessrio que o agente crie um documento falso, tambm sendo considerada crime a conduta de alterar documento pblico que seja verdadeiro. Essa alterao, no entanto, no pode ser relacionada ao contedo do documento, sob pena de se caracterizar outro crime, o de falsidade ideolgica; 11.! (FCC - 2009 - TCE-GO - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - DIREITO) Considere: I. Carta dirigida ao chefe de repartio pblica. II. Cheque. III. Testamento particular. IV. Livro Mercantil. Equiparam-se a documento pblico, para os efeitos penais, os indicados APENAS em a) I e III. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo b) I, II e IV. c) I e IV. d) II e III. e) II, III e IV. COMENTçRIO: A alternativa correta a letra ÒEÓ, pois, nos termos do art. 297, ¤ 2¡ do CP, o cheque (ttulo ao portador, transmissvel por endosso), o livro mercantil e o testamento particular so equiparados a documentos pblicos para fins penais; 12.! (FCC - 2011 - TRF - 1» REGIÌO - ANALISTA JUDICIçRIO - EXECUÌO DE MANDADOS) Aquele que falsifica a assinatura de avalista numa nota promissria, da qual credor, responder pelo crime de a) falsa identidade. ERRADA: No h que se falar no crime de falsa identidade, pois o agente no atribui a si ou a terceiro, falsa identidade, nos termos do art. 307 do CP; b) falsidade ideolgica. ERRADA: O contedo da nota promissria permanece o mesmo, entretanto, o agente alterou um aspecto da forma do documento. Desta maneira, no h que se falar em falsidade ideolgica; c) falsificao de documento particular. ERRADA: A nota promissria um ttulo ao portador transmissvel por endosso, sendo, portanto, considerada documento pblico para fins penais, nos termos do art. 297 do CP; d) falsificao de documento pblico. CORRETA: Nesta hiptese, o agente alterou documento pblico verdadeiro, e responde pelo crime do art. 297 do CP. A nota promissria um ttulo ao portador transmissvel por endosso, sendo, portanto, considerada documento pblico para fins penais, nos termos do art. 297 do CP; e) uso de documento falso. ERRADA: O enunciado no diz se o agente chegou a utilizar o documento alterado, no sendo, portanto, cabvel falarmos em uso de documento falso; 13.! (FCC - 2008 - MPE-RS - SECRETçRIO DE DILIGæNCIAS) No que concerne aos delitos de falsidade documental, NÌO se equiparam ao documento pblico a) os ttulos ao portador. ERRADA: Os ttulos ao portador so equiparados a documento pblico, nos termos do art. 297, ¤ 2¡ do CP; b) as declaraes assinadas por particular com firma reconhecida. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 45 DIREITO PENAL P/ TRT-SC (2017) Ð AJAJ E OJA Teoria e questes Aula 05 Ð Prof. Renan Araujo CORRETA: Este documento no est no rol do ¤ 2¡ do art. 297 do CP, que estabelece os documentos que so equiparados a documento pblico. Assim, havendo falsidade nesse documento, dever ser aplicada a pena prevista com relao falsidade de documento particular, pois no cabe analogia in malam partem, j que a conduta de falsificar documento pblico maios grave e recebe pena mais elevada; c) os testamentos particulares. ERRADA: So equiparados a documento pblico, nos termos do art. 297, ¤ 2¡ do CP; d) os ttulos transmissveis por endosso. ERRADA: So equiparados a documento pblico, nos termos do art. 297, ¤ 2¡ do CP; e) os livros mercantis. ERRADA: So equiparados a documento pblico, nos termos do art. 297, ¤ 2¡ do CP; 14.! (FCC - 2010
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