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PARASITOLOGIA MÉDICA Profª Ozenilde A. R. Martins Porto Nacional, 21/02/2017 1 PROTOZOÁRIOS DAS VIAS GENITURINARIAS E DIGESTIVAS Caracterização do parasito e ciclo evolutivo, Relação parasito- hospedeiro, Infectividade – Resistência ao parasito, Patologia, Diagnóstico, Prognóstico e Terapêutica. Posição sistemática dos flagelados das via na classificação zoológica Reino: Protista - Sub-reino: Protozoa Filo: Sarcomastigophora Sub-filo: mastigophora Classe: Zoomastigophora Ordens: Retortamonadida Diplomonadida Trichomonadida 3 Profª. Ozenilde A. R. Martins 4 Trichomonas vaginalis (Tricomoníases) Forma alongada ou piriforme 10 a 30 mm x 5 a 12 mm Possui 5 flagelos 4 no pólo anterior (canal periflagelar 1 flagelo recorrente - adere a toda extensão da célula seguindo uma membrana ondulante e saindo na extremidade posterior Feixes fiblilares: Axostilo (forma de fita) Costa (segue o flagelo recorrente) Corpo parabasal Núcleo grande no terço anterior Profª. Ozenilde A. R. Martins 5 http://www.btinternet.com http://www.bioweb.uncc.edu Vive na mucosa vaginal No homem já foi encontrado no prepúcio uretra e próstata. São anaeróbicos Cresce melhor em meio rico em bactérias pois o teor de oxigênio é menor Reprodução por divisão binária longitudinal (bipartição) Não há formação de cistos Profª. Ozenilde A. R. Martins 6 Trichomonas vaginalis (Tricomoníases) Infectividade Pode ser transmitido no ato sexual Mães infectadas transmitem para filhas no momento do parto. Ocorre também infecção em virgens quando a mãe esta parasitada (toalhas de banho, roupas intimas, gotículas em sanitário...etc). Não ocorre imunização consistente – durante a infecção ocorre produção de anticorpos; específicos mas não dão proteção contra novas infecções. Profª. Ozenilde A. R. Martins 7 Fatores que favorecem o crescimento de Trichomonas Modificação da Flora bacteriana normal Modificação do pH vaginal (3,8 a 4,5) Diminuição do glicogênio das células epiteliais Descamação da mucosa vaginal Fatores hormonais Profª. Ozenilde A. R. Martins 8 Processos patológicos e sintomas Pode ser assintomático Podem apresentar lesões vaginais discretas, irritações, e pequenas erosões na vagina ou uretra com infiltrado de neutrófilos e eosinófilos Leucorréia – células, piócitos flora bacteriana intensa. Vaginite Piora em grávidas. Geralmente acontece entre os cônjuges. No homem pode ser subclínica ou assintomática. Profª. Ozenilde A. R. Martins 9 Diagnóstico Demonstração do parasito no corrimento vaginal. Achado do parasito em sedimento urinário. Orientar a paciente a não usar soluções. antissépticas, cremes vaginais ou substâncias. anticoncepcionais de uso local. Profª. Ozenilde A. R. Martins 10 Trichomoniase Profª. Ozenilde A. R. Martins 11 Profª. Ozenilde A. R. Martins 12 Tratamento O tratamento deve ser administrado apara o casal para evitar reinfecção. Derivados metroimidazolicos são os mais indicados devendo ser utilizadas as mesmas dosagens para homens e mulheres . Metronidazol Ornidazol Tinidazol Nimorazol Furazolidona Quinacrina. Profª. Ozenilde A. R. Martins 13 Embora alguns flagelados sejam encontrados nas vias digestivas do homens apenas a Giardia intestinalis é patogênica. Mesmo não sejam patogênicas, as demais espécies precisam se reconhecidas para se ter o diagnóstico diferencial da espécie patogênica. Flagelados encontrados nas vias digestivas: Trychomona tenax (boca) Giardia duodenalis (duodeno); G. Lamblia; G. intestinal Chilomastix mesnili, Pentatrichomonas hominis, Enteromonas hominis e Retortamonas intestinalis (intestino). Profª. Ozenilde A. R. Martins 14 Nas vias digestivas: Giardíases Giardia duodenalis (Giardia intestinalis, Giardia lamblia ou Lamblia intestinalis) Caracteristicas Pequeno protozoário flagelado Parasita o homem e diversos animais domésticos Apresenta duas formas no ciclo vital: trofozoitas e cistos. Profª. Ozenilde A. R. Martins 15 Giardia duodenalis (Giardia intestinalis, Giardia lamblia ou Lamblia intestinalis) Simetria bilateral 15 a 30 mm x 5 a 15 mm. Disco adesivo (suctorial) Um par de núcleos e cariossomo 4 pares de flagelos 2 corpos parabasais semelhantes a virgulas (ap. de golgi) Vivem nas primeiras porções do duodeno Podem ser encontrados no jejuno e ducto biliar Aderem à superfície da mucosa intestinal pelo disco suctorial Prejudicam a absorção de lipídeos Nutrem-se por pinocitose. Reprodução por divisão binária. longitudinal. Cistos São elipsóides 12 mm de comprimento Possui dupla membrana visível 4 núcleos com cariossomo 4 axonemas 2 corpos parabasais (axóstilos) São encontrados em fezes formadas e/ou diarréicas Sobrevivem em pH 2.0 (passam pelo estomago) Desencistam com a presença do suco pancreático Profª. Ozenilde A. R. Martins 16 Trofozoitas: Ciclo Biológico Profª. Ozenilde A. R. Martins 17 http://www.sobiologia.com.br/figuras/Reinos/Giardia.jpg Processos Patologicos (Relação com hospedeiros) Pode ser assintomático Podem ter quadros agudos de diarréia Casos de diarréia crônica com síndrome de má absorção Indivíduos com baixa imunidade desenvolvem quadros mais graves. Provocam lesões nas vilosidades intestinais Impedem absorção dos lipídeos que ficam na luz intestinal que causam uma síndrome diarréica constante. Produção de Anticorpos IgG , IgM e IgA Profª. Ozenilde A. R. Martins 18 Sintomatologia Períodos de incubação de 1 a 3 semanas ou até 6 meses. Evacuações numerosas, liquidas ou pastosas em 93 a 96% dos pacientes Mal estar, cólicas abdominais, flatulência, anorexia,fraqueza, perda de peso, cefaléia, nervosismo e febre. As fezes podem ser liquidas ou pastosas de cor geralmente acinzentadas, podendo ter muco ou apresentar sangue ou pus. Nos casos graves podem apresentar esteatorréia (fezes gordurosas) Podem apresentar sintomas semelhantes a gastrite, ulcera gástrica, pancreatite A giardíase pode se estabelecer de forma crônica durando de algumas semanas, meses e até anos. Profª. Ozenilde A. R. Martins 19 Diagnóstico Exame de fezes Busca de cistos em fezes formadas trofozoitas e cistos em fezes diarréicas Exame do conteúdo duodenal colhido através de sondas (positividade maior). Os parasitos podem ser observados a fresco corados pelo lugol ou fixados em laminas de coloração permanente. Testes imunológicos Profª. Ozenilde A. R. Martins 20 Profª. Ozenilde A. R. Martins 21 Tratamento Derivados metroimidazólicos são os mais indicados devendo ser observadas as dosagens para adultos e para crianças. Metronidazol Ornidazol Tinidazol Nimorazol Nitazoxanida Furazolidona e quinacrina Profª. Ozenilde A. R. Martins 22 Epidemiologia A giardíase é encontrada em todo o mundo porem com incidência maior em climas temperados Escolares São Paulo: prevalência de 20 a 25% Sergipe: 5% Bahia: 2% A incidência aumenta em crianças até a puberdade. É maior em grupos sociais de condições de higiene precária. O Homem e animais domésticos (cão e gato) bem como animais silvestres podem ser reservatórios do parasito. A infecção se da pelo consumo de água ou alimentos contaminados com fezes. Profª. Ozenilde A. R. Martins 23 Prevenção Medidas higiênicas para controlar a propagação das doenças infecciosas transmitidas pela água e pelas mãos sujas. Profª. Ozenilde A. R. Martins 24 Outros flagelados intestinais: Não causam patologias Trichomonas tenax (boca) Chilomastix meslini Pentatrichomonas hominis Enteromonas hominis Retortamonas intestinalis Profª. Ozenilde A. R. Martins 25 Amebas que parasitam o homem Profª. Ozenilde A. R. Martins 26 Subfilo: Sarcodina Profª. Ozenilde A. R. Martins 27 Posição sistemática das amebas na classificação zoológica Reino: Protista - Sub-reino: Protozoa Filo: Sarcomastigophora Sub-filo: Sarcodina Classe: Lobosea Ordens: Amoebida Schizopyrenida 28 Amebas Parasitas do homem Histolytica: quando parasito, é invasivo Coli: não invasivo Endolimax Iodamoeba são importantes no diagnóstico laboratorial Amebas Parasitas do homem Profª. Ozenilde A. R. Martins 30 (Ordem: Schizopyrenida) Negleríase => meningoencefalite amebiana primária Características da classe Lobosea Movem-se por pseudópodes ou fluxo de citoplasma. Na maioria são de vida livre... Não parasitam o homem. Alguns podem ser parasitos ocasionais ou obrigatórios (tem importância médica). Os parasitos podem ser patogênicos ou não patogênicos. Profª. Ozenilde A. R. Martins 31 Familia : Endamoebidae Parasitam o aparelho digestivo dos vertebrados mas podem ser de vida livre Não possuem flagelos nem vacúolo pulsátil. Formam cistos uni ou pluricelulares. Existem três gêneros de importância médica e particularmente laboratorial: Entamoeba, Endolímax e Iodamoeba. Profª. Ozenilde A. R. Martins 32 Gênero Entamoeba Possuem núcleo esférico revestido por membrana delgada podendo conter grânulos em sua parte interna. Alguns formam cariossomo central . Os diferentes grupos ou espécies são classificadas no laboratório de acordo com o numero de núcleos que apresentam nos seus cistos. Profª. Ozenilde A. R. Martins 33 Histolytica Identificação pelo número de núcleos dos cistos De 5 a 8 nucleos: Entamoeba coli Até 4 núcleos : Entamoeba histolytica, E. dispar e E. hartmanni Com 1 núcleo: Entamoeba polecki ( parasita o porco) Não possui cisto : Entamoeba gingivalis ( parasita a cavidade bucal) Profª. Ozenilde A. R. Martins 34 Mesmo tamanho Não causa periodontia Entamoeba coli São os protozoários mais freqüentes na cavidade intestinal . São parasitos não patogênicos Cisto e trofozoitas são eliminados pelas fezes Cistos com mais de 4 núcleos ( de 5 até 8) Núcleos visíveis com cariossoma excêntrico e grânulos periféricos. Podem estar visíveis estruturas em formas de agulhas ( corpos cromatóides) Profª. Ozenilde A. R. Martins 35 Não vizualizado em exame de fezes Cistos e Trofozoitos de E. coli Profª. Ozenilde A. R. Martins 36 http://www.colegiosaofrancisco.com.br http://www.farmacia.ufmg.br/ http://www.k-state.edu/parasitology Exame de fezes Genero: Endolimax Endolimax nana É uma ameba pequena e delicada Vive no intestino humano sem causar doença. Os cistos são elípticos ou ovóides (8 a 12 mm no maior diametro e 5 a 7 mm de largura) Pode-se encontrar até 4 núcleos pobres em cromatina Profª. Ozenilde A. R. Martins 37 Gênero: Iodamoeba Iodamoeba butschlii E um protozoário que é muito encontrado nas parasitando o intestino porém não esta associado a nenhuma patologia Possui formas e tamanhos irregulares . Fagocitam bactérias Possuem 1 ou mais vacúolos São diferenciados por possuírem grânulos de glicogênio que se coram pelo lugol. Profª. Ozenilde A. R. Martins 38 Idosos I. butshlii Profª. Ozenilde A. R. Martins 39 http://lh4.ggpht.com/ AMEBÍASE É causada pela Entamoeba histolytica Que pode se beneficiar de seu hospedeiro sem causar benefício ou prejuízo em alguns casos; Ou agir de forma invasora causando doença intestinais, pulmonares, hepáticas , cutâneas e encefalites. Profª. Ozenilde A. R. Martins 40 - Poder invasor maior que a giardíase - Em crianças e idosos Diarreia com pus, cólica, desidratação e pode causar até morte Profª. Ozenilde A. R. Martins 41 Ciclo Biológico Invasão da mucosa intestinal e necrose atingindo submucosa e tecidos visinhos. Formação de amebomas (nodulos semelhantes a tumores na parede intestinal) em casos de pacientes hipersensíveis. Abcessos amebianos hepáticos. Amebiase pulmonar (geralmente com um antecedente hepático), propagação hematogênica ou linfática. Amebíase cutânea – em lactentes e pessoas imunodeprimidas. Profª. Ozenilde A. R. Martins 42 Processos Patológicos Confusão com turmores cancerígenos Perfurações intestinais evoluindo para peritonites graves. Hemorragias digestivas crônicas que levam a anemias graves. Apendicite e tiflite amebiana(invasão do ceco). Amebíase hepática, pleuropulmonar e cerebrais. Profª. Ozenilde A. R. Martins 43 Complicações Sintomas Colite aguda ou crônica. Colite fulminante ( imunodeprimidos). Desconforto abdominal, que pode variar de leve a moderado, forte diarréia acompanhada de sangue ou mucóide, além de febre e calafrios.F A forma trofozoítia do protozoário pode por via hematogenica afetar o fígado, pulmões ou cérebro. Se não diagnosticado e tratado o paciente pode evoluir para o óbito. Profª. Ozenilde A. R. Martins 44 Inflamação no intestino Fezes mucopiosanguinolentas Transmissão Transmissão direta mãos sujas Transmissão sexual – relação anal. Transmissão Indireta A amebíase é transmitida ao homem através do consumo de alimentos ou água contaminados por fezes com cistos amebianos, Falta de higiene domiciliar Manipulação de alimentos por portadores desse protozoário. Seu período de incubação pode variar de dias a anos; de forma geral, atribui-se um período comum de duas a quatro semanas. Profª. Ozenilde A. R. Martins 45 Dependente da resposta do hospedeiro Diagnóstico/Prognóstico Seu diagnóstico mais comum se dá pela presença de trozoítos (diarreias intensas) e cistos de E. histolytica nas fezes endoscopia ou proctoscopia, através da análise de abcessos ou cortes de tecido, etc. Quando não tratada, esta doença pode durar anos (fase crônica). Em adulto, pode ser assintomático A forma invasiva pode levar o paciente ao óbito rapidamente (diarréia fulminante). Profª. Ozenilde A. R. Martins 46 Agride as vilosidades Profª. Ozenilde A. R. Martins 47 http:// ://www.dpd.cdc.gov Cistos e Trofozoitos de Entamoeba histolytica http://lh4.ggpht.com/ http://www.farmacia.ufmg.br Profª. Ozenilde A. R. Martins 48 Cisto de E. Histolytica Profª. Ozenilde A. R. Martins 49 http://lh3.ggpht.com Tratamento O tratamento das amebiases (dicloroacetamidas) Metronidazol Ornidazol Tinidazol Nimorazol Nitazoxanida Deidroemetina ( via parenteral) em casos de colite fulminante. Profª. Ozenilde A. R. Martins 50 Corta a diarreia 50 Profilaxia Saneamento básico; Medidas higiênicas mais rigorosas junto às pessoas que manipulam alimentos, Educação sanitária Não consumir água de fonte duvidosa; Higienizar bem verduras, frutas e legumes antes de consumi-los; lavar bem as mãos antes de manipular qualquer tipo de alimento, Lavar as mãos após utilizar os sanitários. Profª. Ozenilde A. R. Martins 51 AMEBAS DE VIDA LIVRE EVENTUALMENTE PATOGENICAS Profª. Ozenilde A. R. Martins 52 São encontrados habitando lagos, lagoas, piscinas, solos humiferos e esgotos. Ordem Família Gênero Espécie qualquer tipo de água, sem obrigatoriedade de parasitose Gênero: Acanthamoeba Cistos unicelulares e trofozoitos com subpseudopodes com pontas finas partindo de um pseudopode globoso. A. polyphaga foi isolada de pacientes com ulceras da córnea. Acanthamoeba sp. foi também isolada de pacientes debilitados em casos de encefalite granulomatosa amebiana. Profª. Ozenilde A. R. Martins 53 Pseudópodes com pontinhas - Colhimento do LCR Semelhante a meningite Genero: Negleria Negleria fowleri Causa a meningoencefalite amebiana primaria A doença inicia-se com cefaléia e febre evoluindo rapidamente para coma ou se não diagnosticado e tratado chega a óbito. Diagnostico: através de achado do parasito no LCR, que se apresenta purulento. Tratamento: Anfotericina B por administração endovenosa na dosagem de 1mg/Kg de peso. Epidemiologia: habitam tanto águas doces quanto salgadas, climas tropicais, águas termas ou regiões polares. Profª. Ozenilde A. R. Martins 54 Tratamento imeditato Antibiótico Bibliografia REY, Luís. Bases da Parasitologia Médica. Guanabara Koogan. Pag. 70 a 95. NEVES, D.P. Parasitologia Humana, Rio de Janeiro, 11ª Ed. 2008. Profª. Ozenilde A. R. Martins 55 55
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