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A utilização da crochetagem mio aponeurótica em fascite plantar

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1 
 
A utilização da crochetagem mio-aponeurótica em fascite plantar: 
Revisão bibliográfica 
Paula do Nascimento Monteiro Borges Lima Soares1 
paula.lima.fisio@hotmail.com 
Luis Ferreira Monteiro Neto2 
Pós-graduação em Traumato-Ortopedia com ênfase em Terapia Manual – Faculdade Ávila 
Resumo 
Este artigo visa mostrar o tratamento fisioterapêutico utilizando a crochetagem mio-
aponeurótica quando há o diagnóstico de fascite plantar. A fáscia plantar é uma tela 
subcutânea na planta do pé que é grandemente espessada por almofadas fibrogordurosas que 
são importantes estruturas para sustentação. A fascite plantar é descrita como uma condição 
inflamatória da fáscia plantar no médio pé ou em sua inserção na tuberosidade medial do 
calcâneo que envolve microlacerações ou ruptura parcial das fibras fasciais. A crochetagem 
mio-aponeurótica ou diafibrólise percutânea é um método de tratamento fisioterapêutico. 
Utiliza um gancho colocado e mobilizado sobre a pele para destruir aderências e 
corpúsculos irritativos inter-aponeurótico ou mio-aponeurótico. Com isso verificamos qual 
seria a importância da utilização da crochetagem mio-aponeurótica na fascite plantar. E 
através de uma revisão bibliográfica este estudo teve como objetivos identificar os possíveis 
tratamentos para a fascite plantar, conhecer a técnica de crochetagem mio-aponeurótica, e 
averiguar a eficácia da técnica de crochetagem mio-aponeurótica na fascite plantar. 
 
Palavras-chave: Crochetagem Mio-aponeurótica; Fascite Plantar; Tratamento 
Fisioterapêutico. 
1 Introdução 
A fascite plantar refere-se a uma dor plantar, no ponto de origem da fascia plantar, na 
tuberosidade medial do calcâneo. Caracteriza-se por uma inflamação ocasionada por 
microtraumatismos de repetição na origem da tuberosidade medial do calcâneo. As forças de 
tração durante o apoio levam ao processo inflamatório, que resulta em fibrose e degeneração 
das fibras fasciais que se originam no osso (SNIDER, 2000; HEBERT et al., 2003; CYRIAX, 
2001). Embora pareça não estar diretamente relacionada a nenhum tipo específico de pé, a 
fascite plantar surge com maior frequência em indivíduos obesos (RIDLE et al., 2004). Suas 
manifestações caracterizam-se pela dor local e ao redor da base do calcâneo e no arco plantar, 
principalmente ao levantar-se da cama, ou após um período de repouso (GRISOGONO, 2000; 
MEIJA e KALB, 2000). Para Peterson e Renström (2002), a pronação excessiva do pé, 
apresenta maior probabilidade no desenvolvimento desta doença, em virtude do aumento da 
resultante de força na aponeurose, em consequência do alongamento do arco e expansão dos 
dedos. 
O tratamento fisioterapêutico da fascite plantar consiste na utilização de órteses, compradas 
prontas, para amortecimento do calcanhar, acompanhado de recursos de analgesia e combate 
ao processo inflamatório, e exercícios que promovam a diminuição da tensão no tendão 
calcâneo e na fascia plantar, sendo o alongamento, o exercício mais comumente utilizado 
(SNIDER, 2000). 
 
1 Fisioterapeuta, Pós-graduanda em Reabilitação em Traumato-Ortopedia com ênfase em Terapia Manual 
2 Fisioterapeuta, Especialista em Fisioterapia, Mestre em Engenharia Biomédica e Doutorando em Ciências da Saúde 
2 
 
A Crochetagem é um recurso fisioterapêutico utilizado no tratamento de tecidos com restrição 
de mobilidade (BAUMGRTH, 2006). Apesar dos resultados na prática clínica, seus efeitos 
ainda necessitam de comprovações científicas (AMORIM, 2005). 
A crochetagem ou diafibrólise é um método de tratamento das algias mecânicas do aparelho 
locomotor, pela destruição das aderências através de ganchos colocados e mobilizados sobre a 
pele. Segundo Baugarth (2006), a crochetagem apresenta efeitos mecânicos nas aderências 
fibrosas que limitam o movimento entre os planos de deslizamento tissulares; nos corpúsculos 
fibrosos (depósito úricos ou cálcios) localizados geralmente nos lugares de estases 
circulatórios e próximo as articulações; nas cicatrizes e hematomas, que geram 
progressivamente aderências entre os planos de deslizamento; nas proeminências ou 
descolamento periósteos. 
Foi dado o início a este estudo por não haver muitas evidências científicas sobre a 
crochetagem mio-aponeurótica, muitas das vezes são utilizadas como forma de tratamento 
para diversas patologias e tem tido um bom resultado, porém na maioria das vezes não são 
relatados. E com isso através de uma revisão bibliográfica juntamos um material que inclui 
artigos e livros baseados no estudo da crochetagem mio-aponeurótica no tratamento de pós-
operatório de tríade infeliz para que com isso sirva de auxílio para outros estudos. 
Esse estudo visa abordar os tratamentos fisioterapêuticos quando há o diagnóstico de tríade 
infeliz e principalmente o uso da crochetagem mio-aponeurótica em seu pós-operatório. Com 
objetivo geral de verificar qual seria a importância da utilização da crochetagem mio-
aponeurótica no pós-operatório de tríade infeliz. Tendo em vista os objetivos específicos 
identificar os possíveis tratamentos para a tríade infeliz, conhecer a técnica de crochetagem 
mio-aponeurótica, e averiguar a eficácia da técnica de crochetagem mio-aponeurótica no pós-
operatório de tríade infeliz. Para que assim a crochetagem mio-aponeurótica possa ser mais 
uma alternativa de utilizar uma terapia manual no tratamento de tríade infeliz e no seu pós-
operatório. 
2 Fundamentação Teórica 
2.1 Anatomia 
O pé humano é formado por vinte e seis ossos, onde sete ossos são classificados como do 
tarso (tálus, calcâneo, cuboide, navicular, cuneiforme medial, cuneiforme intermédio e 
cuneiforme lateral) cinco como ossos do metatarso (iniciando-se contagem a partir da face 
medial; cinco falanges proximais, quatro falanges mediais e cinco falanges distais). Todos 
esses são interligados por ligamentos entre as articulações e músculos que se aderem aos 
ossos para proporcionar movimentos diversos, como inversão, eversão, dorsiflexão e flexão 
plantar, movimentos estes que permitem a locomoção do indivíduo. Além de todo esse 
conjunto, existem nervos sensitivos e motores que proporcionam as sensações de dor, a 
percepção das mudanças de temperatura e dão a condição de realizar os diversos movimentos 
já citados acima, existe também o retináculo que envolve esse complexo e, finalmente, a 
fáscia plantar, completa a anatomia do pé. Toda essa estrutura sustenta o peso de todo o 
corpo, além de permitir a locomoção e servir de amortecedor de impactos entre o pé e o solo 
(NETTER, 2004; SILVA, 2003). 
Anatomicamente, a fáscia refere-se a uma lâmina ou membrana de tecido conjuntivo que 
reveste cada músculo, órgão ou conjunto de órgãos, com função de proteção (DÂNGELO e 
FATTINI, 2001). Porém, segundo Bienfait (1999), foram os osteopatas que criaram o 
conceito de fáscia como um conjunto membranoso contínuo, representando uma única 
unidade funcional. 
A região plantar é revestida por uma fáscia, de forma triangular, denominada aponeurose 
plantar (FIELD, 2001). Esta faixa extensa de tecido conectivo insere-se proximalmente à 
3 
 
superfície do tubérculo medial do calcâneo e distalmente às articulações metatarso-
falangianas, onde se fundem aos ligamentos capsulares (PRENTICE, 2002). 
A fáscia do pé continua-se em cima com a da perna. A fáscia dorsal do pé é uma camada 
mebranácea fina que embainha os tendões. Acima ela se funde com os retináculos extensores. 
Nos lados do pé, a fáscia funde-se com aponeurose plantar. A fáscia plantar é especializada 
como aponeurose plantar. Esta é uma forte lâmina aponeurótica, dividida em três partes: 
central, medial, e lateral. A forte parte central está inserida atrás do processomedial do Túber 
do calcâneo. Ela se estende para frente, alargando-se, e divide-se em cinco processos, um para 
cada dedo. As fibras transversas auxiliam a unir estes processos (JORDÃO, 2004). 
A fáscia plantar se origina na tuberosidade medial do calcâneo e se estende ao longo da sola 
do pé, inserindo-se nas estruturas ligamentares próximas às cabeças do metatarso, na porção 
anterior do pé, atuando como uma viga de sustentação para o arco longitudinal medial 
(HOPPENFELD, 2008). 
Segundo Hebert et al. (2003) a fáscia plantar consiste na principal estrutura estabilizadora 
passiva do arco longitudinal medial do pé. As funções de estabilização e suporte do pé na 
posição ortostática e durante a locomoção implicam no seu apoio no solo através da região 
plantar. Esse apoio se dá através do triângulo de sustentação, que tem como vértices a 
extremidade posterior do calcâneo e as cabeças do primeiro e quinto metatarsos. O arco 
plantar permite uma maior flexibilidade no apoio, assim como um maior amortecimento de 
impactos. Tanto na posição ortostática quanto durante a marcha, a hiperextensão dos artelhos 
demanda um tensionamento da fáscia plantar e uma pronação do pé (BUSSIÈRES, 2002). 
Para Starkey e Ryan (2001), a fáscia plantar não só sustenta, como é sustentada por muitos 
dos músculos intrínsecos e ligamentos do pé. 
 
 
2.2 Fascite Plantar 
A fascite plantar pode ser definida como uma afecção caracterizada pela dor na região plantar 
do calcâneo, que pode se estender por toda a fáscia plantar. Sua manifestação é insidiosa, e 
sua sintomatologia é mais evidente pela manhã, ou após um período de repouso. Geralmente 
melhora após atividade (primeiros passos), embora em alguns casos, a dor possa persistir por 
todo o dia (BUSSIÈRES, 2002; HEBERT et. al., 2003; SNIDER, 2000; ALDRIDGE, 2004). 
Para Hebert et al. (2003) o aumento no quadro doloroso ao primeiro apoio matutino deve-se 
ao fato de que durante o sono, a inatividade dos músculos dorsiflexores promove um 
encurtamento da fáscia plantar. O primeiro apoio provoca um estiramento brusco da 
aponeurose, o que provoca a dor. Segundo o mesmo autor, corridas, saltos e atividades de 
impacto pioram a dor. Ridle et al. (2004) afirma que as perdas funcionais decorrentes da 
fascite plantar, estão relacionadas somente às atividades que envolvem corrida, e atividades 
profissionais e hobbies que envolvem sustentação de peso; não havendo relação com perda de 
amplitude de movimento (ADM) e perda de força e trofismo muscular. 
Ao exame físico, é verificada marcha antálgica, com apoio sobre a parte lateral ou anterior do 
pé. Há palpação dolorosa da região medial do calcâneo e a dorsiflexão dos dedos exacerba os 
sintomas, pela distensão da fáscia plantar. A dor produzida pela fascite plantar geralmente não 
é incapacitante, embora possa limitar algumas atividades (HAMER et al., 2003; ALDRIGE, 
2004). Pontos dolorosos na região medial da panturrilha e do tendão calcâneo podem ser 
encontrados, o que demonstra uma relação entre a fascite plantar e a rigidez do tendão 
calcâneo e musculatura posterior da perna (HEBERT et al., 2003; HAMER et al., 2003). 
Várias podem ser as causas da fascite plantar, como distúrbios anatômicos e biomecânicos. 
Prentice (2002) cita a diferença entre o comprimento dos membros, a pronação excessiva da 
subtalar, a falta de flexibilidade do arco longitudinal e a rigidez das musculaturas da 
panturrilha, assim como o uso de calçados inadequados e o aumento do tamanho do passo 
4 
 
durante a corrida. Para Cyriax (2001) a fascite plantar tem início com um esforço prolongado 
em posição ortostática, em pacientes com encurtamento dos músculos da panturrilha e com os 
pés cavos. Huang et al. (2004) demonstraram uma incidência maior de fascite plantar em 
indivíduos com pé plano flexível, que em indivíduos com arco plantar normal. Hebert et al. 
(2003), afirma que tanto o pé cavo como o pé plano, são fatores pré-disponentes, assim como 
traumatismos de repetição, associados à intensidade, duração e frequência da atividade, e a 
dureza do piso. Entretanto, segundo Peterson e Renström (2002), embora o alongamento do 
arco plantar e a expansão dos dedos ocasionados pela pronação submetam a aponeurose a um 
aumento de tensão; não há uma ligação explicita entre o pé plano ou o pé cavo com a fascite 
plantar. O fato de que aproximadamente 60% do peso corporal estejam distribuídos sobre o 
calcanhar, de 31 a 38% na região da cabeça dos metatarsos e somente cerca de 5% na região 
medial do pé (MANFIO et al, 2001), talvez explique essa falta de relação direta com o tipo de 
pé. Segundo Snider (2000), a fascite plantar ocorre com mais frequência em indivíduos 
obesos. Essa afirmação é corroborada pelo estudo de Ridle et. al. (2004) que demonstra uma 
relação estreita entre o aumento do Índice de Massa Corporal (IMC), e as manifestações 
clínicas da doença. 
E segundo Carneiro (2004) o componente fisiopatológico pode ter origem em contratura 
muscular, restrição dos movimentos, distúrbios articulares, stress biomecânico como as lesões 
relacionadas a atividades, ou em processos inflamatórios. O diagnóstico é feito com base em 
dados da história clínica e do exame físico, e inclui a identificação do músculo ou músculos 
afetados. 
A imagem da ressonância identifica a extensão do processo inflamatório, as rupturas parcial e 
total e o espessamento devido à cicatrização hipertrofiam (GREVE, 1999). 
Segundo Mejia e Kalb (2000), os raios X ainda são realizados como forma de rotina, porém 
não apontam para um diagnóstico de fascite plantar. Conforme Hebert et al. (2003), o 
diagnóstico por meio de ultra-sonografia é mais especificamente de ressonância magnética faz 
o estadiamento das lesões fasciais. A imagem da ressonância identifica a extensão do 
processo inflamatório, as roturas parcial e total e o espessamento devido à cicatrização 
hipertrófica. A cintilografia, embora tenha alta sensibilidade, não tem a especificidade para a 
demonstração do processo inflamatório na fáscia plantar, sendo de pouco uso na prática. 
 
 
2.3 Tratamentos 
A Fisioterapia é constituída por um conjunto de métodos e atos com a finalidade terapêutica 
e/ou a finalidade preventiva que aplicamos sobre os tecidos musculares, ósseos, conjuntivos e 
nervosos, obtendo de forma direto e/ou reflexa, reações fisiológicas que equilibram e 
normalizam as diversas alterações musculares, osteoarticulares, orgânicas e funcionais, assim 
como suas manifestações dolorosas. 
Acredita-se que meios analgésicos e o tratamento conservador utilizado na fisioterapia são 
suficientes embora a recuperação seja lenta. Vários autores sugerem o alongamento 
progressivo da fáscia plantar, do tendão de Aquiles e do músculo tríceps sural. Alguns 
indivíduos beneficiam se do uso de órteses no período noturno, que mantêm o tornozelo em 
flexão dorsal e, portanto, com a fáscia plantar alongada (IMAMURA, 1996). 
O tratamento da fascite plantar é eminentemente conservador e inclui a administração de anti-
inflamatórios não esteróides; o uso de palmilhas de material macio para suporte do calcanhar 
e em alguns casos do arco longitudinal; restrição das atividades que envolvam apoio 
prolongado, deambulação de longa distância, saltos e corridas; exercícios para alongamento 
da fáscia plantar, tendão calcâneo e gastrocnêmio; assim como recursos que promovam 
analgesia e diminuição das tensões (SNIDER, 2000; PRENTICE, 2002; HEBERT et al., 
2003). A infiltração de corticóides pode ser utilizada em casos persistentes, porém oferece o 
5 
 
risco de atrofia e degeneração do coxim adiposo, assim como a degeneração e ruptura da 
fáscia (BUSSIÈRES, 2002; HEBERT et. al., 2003). 
A bandagem funcional utilizada emfascite plantar serve para reduzir tensão sobre fáscia 
plantar e nas estruturas mediais do arco. O uso da bandagem funcional deve-se dar suporte o 
arco longitudinal, podendo ser de forma simples ou complexa. Na simples coloca-se 03 ou 04 
faixas circularmente em torno do pé. No complexo usa-se uma âncora em torno do pé, onde 
partindo da mesma estendem-se faixas sucessivas que passam em torno do calcanhar e 
retornam ao ponto de partida, podendo colocar também um acolchoamento longitudinal no 
arco para que a bandagem fique mais eficaz (PERRIN, 2008). 
De acordo com Andrade et al., (2007) os sujeitos tratados através do protocolo de 
alongamento apresentam redução estatisticamente significativa na dor após a primeira até a 
décima sessão de tratamento onde se verificou que a dor após de cada uma destas sessões de 
tratamento, reduziu de forma significativa. É possível constatar ainda, a eficácia do tratamento 
realizado através do protocolo de alongamento, quando se observa a redução estatisticamente 
significativa na sensitividade da dor verificada entre o momento em que os sujeitos iniciaram 
o tratamento e o momento em que os sujeitos encerraram o tratamento. 
Quanto aos métodos convencionais, o TENS promove eletro-analgesia e trata-se de uma 
técnica clínica não invasiva, utilizada para promover o alívio sintomático, das dores de 
diversas origens, tanto agudo como crônica (LOW e REED, 2001). 
A crochetagem mioaponeurótica, também conhecida como diafibrólise percutânea é uma 
técnica de tratamento manipulativo do aparelho locomotor, que visa combater as algias pela 
destruição das aderências e fibroses, através da utilização de ganchos ou “crochets”, aplicados 
sobre a pele (BURNOTTE et al., 1988; SARAIVA et al., 2004). A Crochetagem é uma 
terapia manual concebida como um complemento para as diversas terapias utilizadas na 
Fisioterapia. Consiste em um tratamento externo indolor, praticado através do instrumento 
ganchos, que visam quebrar aderências e fibroses do sistema músculo-esquelético. A 
Crochetagem atua sobre restrições de mobilidade de qualquer elemento conjuntivo de 
desordens mecânicas ou de bloqueios funcionais. 
 
 
2.4 Crochetagem Mio-aponeurótica 
A crochetagem ou diafibrólise percutânea é um método de tratamento fisioterapêutico. Utiliza 
um gancho colocado e mobilizado sobre a pele para destruir aderências e corpúsculos 
irritativos inter-aponeurótico ou mio-aponeurótico (BAUMGARTH, 2006). 
A crochetagem foi fundada pelo fisioterapeuta sueco Kurt Ekman que trabalhou na Inglaterra 
ao lado do Dr. James Cyriax durante os anos que sucederam a segunda guerra mundial. 
Frustrado devido ao limite palpatório das técnicas convencionais, inclusive da massagem 
transversa profunda de Cyriax, Ekman elaborou progressivamente uma série de ganchos e 
uma técnica de trabalho. Sua reputação foi desenvolvida depois do tratamento, com sucesso, 
de algias do nervo de Arnold, de epicondilites rebeldes e de tendinites de Aquiles rebeldes. 
Sua técnica tinha uma abordagem direta e agressiva, sendo assim, dolorosa. Isso prejudicou 
durante muito tempo a técnica. P. Duby e J. Burnotte se inspiraram no conceito de cadeias 
musculares e da filosofia da osteopatia e desenvolveu uma abordagem mais suave da técnica, 
através da diafibrólise percutânea, técnica esta que foi aperfeiçoada pelo professor Henrique 
Baumgarth (AMORIM, 2005). 
Ekman criou uma série de 10 instrumentos denominados “crochets”, em forma de ganchos, 
que poderiam mobilizar estruturas anatômicas com maior eficiência, e uma técnica de 
trabalho específica, a qual foi ensinada para alguns colegas entre eles os Drs. Burnotte e 
Duby. Os conceitos de osteopatia e cadeias musculares foram então aplicados á crochetagem, 
contribuindo para uma abordagem da lesão mais suave e menos sintomatológica de tendinites, 
6 
 
epicondilites, fascites nevralgias e outras disfunções de tecidos moles (BURNOTTE et al., 
1988). 
Os ganchos criados por Ekman apresentam curvaturas diferentes permitindo o contato com os 
múltiplos acidentes anatômicos que se interpõem entre a pele e as estruturas a serem tratadas. 
Cada curvatura se acaba em uma espátula que permite reduzir a irritação cutânea provocada 
pelo instrumento. Além disso, cada espátula apresenta uma superfície externa convexa, uma 
superfície interna plana e entre as duas superfícies um bordo bisoté e desgastado, melhorando 
a interposição da espátula entre os planos tissulares profundos e permitindo a crochetagem das 
fibras conjuntivas delgadas ou dos corpúsculos fibrosos em vista de uma mobilização eletiva 
(COLOMBO et al., 1975). 
As ações mecânicas são vistas nas aderências fibrosas que limitam o movimento entre os 
planos de deslizamento tissulares, nos corpúsculos fibrosos (depósitos úricos ou cálcios) 
localizados geralmente nos lugares de estases circulatório e próximo às articulações, nas 
cicatrizes e hematomas, que geram progressivamente aderências entre os planos de 
deslizamento e nas proeminências ou descolamentos periósteos. Os efeitos da compressão, 
principalmente durante a crochetagem ao nível dos trigger points, sugerem a presença de um 
efeito reflexo (BAUMGARTH, 2006). 
A ação circulatória está relacionada com a observação clínica e histológica dos efeitos da 
terapêutica aplicada que demonstra aumento da circulação sangüínea e provavelmente da 
circulação linfática. Ainda, o rubor cutâneo que segue uma sessão de crochetagem ocorre 
devido a uma reação histamínica (NASCIMENTO, 2007). 
Observa-se que os efeitos fisiológicos da crochetagem são semelhantes, aos da massagem de 
fricção: as fibras colágenas se orientam paralelamente no processo de cicatrização, resultando 
em reparo, formação de tecido fibrótico diminuída, aumento da força do tendão acometido e 
aprimoramento da sua extensibilidade permitindo-lhe suportar maiores níveis de estresse 
longitudinal, destruição das aderências que fixam o tecido-alvo às estruturas ao seu redor e as 
existentes entre as fibras do próprio tecido alvo, destruição dos corpúsculos irritativos inter-
aponeuróticos ou mio-aponeuróticos, hiperemia profunda liberando bradicinina e histamina, 
resultando em vasodilatação e redução de edemas, aumento de fibroblastos e promoção de 
realinhamento de fibras do colágeno, ocorre também à estimulação de mecanorreceptores de 
fibras grandes que causará a inibiçao pré-sináptica na medula espinhal, evitando a percepção 
da sensação transmitida pelas fibras de pequeno diâmetro, o chamado “efeito comporta” não 
se observa, porém, em tecidos inflamados, moderada a gravemente e efeito reflexo ao nível 
dos trigger points. Os efeitos fisiológicos descritos oferecem melhores condições para o início 
da cinesioterapia ou retorno às atividades diárias, pois a formação de aderências e o aumento 
do tecido fibrótico limitam o movimento nos planos de deslizamento tissular, comprometendo 
a extensibilidade e a funcionalidade do tecido lesado, a perda de função resulta em 
reagravamento da lesão com micro lacerações, infamação e cicatrização. A crochetagem tem 
como importante objetivo interromper este ciclo vicioso (CYRIAX, 1985; BURNOTTE et al., 
1988; ANDREWS et al., 2000; HAMMER, 2000). 
Segundo Cyriax et al., (2001), a massagem transversa profunda, que é a precursora da 
Crochetagem, também causa liberação de histamina ocasionando uma vasodilatação profunda 
devido às ações mecânicas ratificando uma relação entre os efeitos mecânicos e circulatórios 
da Crochetagem. 
As principais indicações para a técnica, segundo Baumgarth (2006), são: aderências 
consecutivas a um traumatismo levando a um derrame tecidual; aderências consecutivas a 
uma fibrose cicatricial iatrogênica cirúrgica; algias inflamatórias ou não inflamatóriasdo 
aparelho locomotor (miosite, epicondilites, tendinites, periartrites, pubalgia, lombalgia, 
torcicolo, entre outras); nevralgias consecutivas a uma irritação mecânica dos nervos 
periféricos occipitalgia do nervo de Arnold, nevralgia cervicobraquial, nevralgias intercostais, 
7 
 
ciatalgia; síndromes tróficas dos membros (algoneurodistrofia, canal do carpo) (AMORIM, 
2005). 
As principais contraindicações para a técnica são: o terapeuta agressivo ou não acostumado 
com o método; os maus estados cutâneos (pele hipotrófica, pele com úlceras, as dermatoses 
como eczema e psoríase); maus estados circulatórios fragilidade capilar sanguínea, reações 
hiperistamínicas, varizes venosas, adenomas; pacientes que estão fazendo uso de 
anticoagulantes; abordagem demasiadamente direta em processos inflamatórios (tenosinovite, 
entre outras); psicológica (estresse, emoções, entre outras), idade (crianças ou idosos) ou 
solicitação do paciente; hiperalgia insuportável (AMORIM, 2005). 
Os fatores principais que influenciam na aplicação da técnica são a oleosidade da pele e 
desrespeito às orientações e, a principal complicação é o aparecimento de hematomas 
(BAUMGARTH, 2006). 
O tratamento da crochetagem baseia-se numa abordagem do tipo centrípeta. O método 
consiste em três fases: Primeira fase: A palpação digital consiste em uma espécie de 
amassamento, realizado com a mão palpatória, permitindo delimitar grosseiramente as áreas 
anatômicas a serem tratadas. Segunda fase: A palpação instrumental é realizada com a 
utilização do gancho em função do volume da estrutura anatômica a tratar, como: o músculo 
palpado no momento ou a área ligamentar ou tendinosa. Ela permite localizar com precisão as 
fibras conjuntivas aderentes e os corpúsculos fibrosos. Com o gancho em uma das mãos, 
posiciona-se a espátula, colocando-a ao lado do dedo indicador, localizador da mão 
palpatória. O conjunto é posicionado na direção perpendicular às fibras tissulares a serem 
tratadas. A mão palpatória cria um efeito em onda com os tecidos moles, onde o polegar 
busca esta onda dentro do gancho. A penetração e busca palpatória são efetuadas através de 
movimentos lentos, ântero-posteriores. Durante esta última fase, os movimentos de mão 
palpatória precedem os movimentos da mão com o gancho o que permite reduzir a solicitação 
dos tecidos, controlando melhor a ação do gancho. A impressão palpatória instrumental traduz 
por um lado uma resistência momentânea, seguida de um ressalto durante a passagem da 
espátula do gancho num corpo fibroso, e por outro lado, uma resistência seguida de uma 
parada brusca quando encontra uma aderência. Estas últimas impressões só podem ser 
percebidas quando o gancho está em movimento, pelo indicador da mão repousado no 
gancho. Estas sensações se opõem àquelas de fricção e de superfície lisa, encontradas nos 
tecidos saudáveis. Terceira fase: A fibrólise corresponde ao tempo terapêutico. Esta fase 
consiste, no final do movimento de palpação instrumental, em uma tração complementar da 
mão que possui o gancho. Este movimento induz, portanto, um cisalhamento, uma abertura, 
que se visualiza como um atraso breve entre o 5ª dedo da mão palpatória repousada sobre a 
área e a curva maior do gancho. Esta tração complementar é feita para alongar, ou romper as 
fibras conjuntivas que formam a aderência, ou mesmo deslocar ou achatar o corpúsculo 
fibroso (BAUMGARTH, 2006). 
 
 
2.5 Crochetagem Mio-aponeurótica utilizada em Fascite Plantar 
O tratamento da fascite plantar, através da crochetagem, não objetiva somente o pé e a fáscia 
plantar. A musculatura posterior da perna deve ser abordada, em função de sua ligação com a 
etiologia da doença (NATIVIDADE, 2004). 
O tratamento começa por um alongamento da musculatura do tríceps sural, que pode ser 
substituído pela fibrólise (tração), seguido de uma raspagem da fáscia plantar com o bordo 
menor do gancho, para que ocorra uma hiperemia do tecido. Em seguida, é realizada uma 
drenagem, com o lado maior do gancho, sempre no sentido distal para proximal, objetivando 
melhorar a irrigação, através da irritação da fáscia plantar. O tratamento segue no tendão 
calcâneo, que é tracionado com o bordo menor do gancho, objetivando diminuir a tensão 
8 
 
causada pelo tensionamento da musculatura do tríceps sural. Por último, a musculatura do 
tríceps sural será ganchada com o lado maior do gancho, e em seguida será drenada no sentido 
distal para proximal. Após todo o procedimento com o gancho, uma nova sequência de 
alongamentos pode ser realizada, a fim de melhorar a resposta do corpo ao tratamento 
(NATIVIDADE, 2004). 
Os resultados práticos observados na utilização da crochetagem no tratamento da fascite 
plantar estão de acordo com os objetivos gerais do tratamento desta afecção, por 
demonstrarem diminuição da tensão da musculatura posterior da perna e tendão calcâneo, 
bem como a diminuição do processo inflamatório na fáscia plantar e analgesia (JORDÃO, 
2004). 
Segue abaixo o protocolo de tratamento com a crochetagem utilizado no estudo de Silva 
(2008) em pacientes com fascite plantar: 
 
Alongamento da musculatura do tríceps 
sural, onde o paciente fica em decúbito 
dorsal e passivamente o terapeuta realiza 
dorsiflexão de tornozelo extensão de 
joelho e flexão de quadril, mantendo o 
membro inferior a ser alongado por 30 
segundos. 
 
Figura 1- Crochetagem: Alongamento de Tríceps 
Sural. Fonte: SILVA, 2008 
Depois com o paciente em decúbito 
ventral, terapeuta realiza com o bordo 
menor do gancho uma “abertura” entre os 
músculos gastrocnêmio medial e 
gastrocnêmico lateral, de distal para 
proximal. 
 
Figura 2- Crochetagem: Abertura muscular. Fonte: 
SILVA, 2008 
Ainda com o paciente em decúbito ventral 
é realizado fibrólise, onde com o bordo 
maior do gancho será ganchado todo o 
ventre muscular de gastrocnêmio medial e 
posteriormente lateral, de distal para 
proximal. 
 
Figura 3- Crochetagem: Fibrólise. Fonte: SILVA, 
2008 
O tratamento segue no tendão calcâneo, 
que é ganchado com o bordo menor do 
gancho; com o paciente em decúbito 
ventral. Este procedimento é importante 
porque o tendão calcâneo sofre um 
tensionamento direto da musculatura do 
tríceps sural. 
 
Figura 4- Crochetagem: Tendão Calcâneo sendo 
Ganchado. Fonte: SILVA, 2008 
Com o paciente em decúbito ventral, 
terapeuta segura à nível de tornozelo, 
tensionando a pele da parte posterior da 
perna, em seguida drena com o bordo 
maior do gancho de distal para proximal 
toda a musculatura de tríceps sural. 
 
9 
 
Figura 5- Crochetagem: Drenagem do Tríceps 
Sural. Fonte: SILVA, 2008 
Com o dorso do pé do paciente apoiado 
sobre a coxa do terapeuta faz-se uma 
“raspagem” da fáscia plantar com o bordo 
menor do gancho, para que haja uma 
hiperemia do tecido. 
 
Figura 6- Crochetagem: Raspagem. Fonte: SILVA, 
2008 
Depois com o paciente em decúbito dorsal, 
faz-se a drenagem da musculatura plantar e 
da fáscia plantar, sendo que quando o 
tornozelo está dorsiflexionado e as 
falanges fletidas drena-se a musculatura 
plantar. 
 
Figura 7- Crochetagem: Drenagem da Musculatura 
Plantar. Fonte: SILVA, 2008 
Quando há dorsiflexão de tornozelo e 
extensão das falanges drena-se a fáscia 
plantar, objetivando através da irritação da 
fáscia plantar, melhorar a oxigenação da 
mesma, tendo em vista, que a fáscia é 
composta das chamadas fibras brancas, 
sendo por sua natureza pouco oxigenada. 
 
Figura 8- Crochetagem: Drenagem da Fáscia 
Plantar. Fonte: SILVA, 2008 
Após estes procedimentos com o gancho 
pode ser realizada uma nova sequência de 
alongamentos da musculaturado tríceps 
sural, para uma melhor resposta do corpo 
ao tratamento. 
 
Figura 9- Crochetagem: Alongamento da 
Musculatura de Tríceps Sural. Fonte: SILVA, 2008 
 
 
 
3 Metodologia 
Trata-se de um estudo qualitativo bibliográfico com objetivo de identificar nas bibliografias 
disponíveis e atualizadas o material de pesquisa, bem como em sua revisão integrativa 
(GONÇALVES, 2004). Contribuindo para o processo de síntese e análise dos resultados de 
vários estudos e por tanto, criando um corpo de literatura compreensível. 
O levantamento bibliográfico propriamente dito foi realizado através dos sites SCIELO, 
MEDLINE, PUBMED e LILACS, utilizando as palavras-chave como fascia plantar, fascite 
plantar, crochetagem, mio-aponeurótica e tratamento fisioterapêutico. Foi também efetuado, 
um levantamento manual de capítulos texto de livros e periódicos nas bibliotecas da 
Universidade Federal de Roraima (UFRR) e da Faculdade Cathedral de Ensino Superior de 
Roraima (FACES). Os livros, periódicos e artigos científicos foram adotados a partir do ano 
de 2000 progredindo até o ano 2011 e que estivessem relacionadas ao tema. 
 
 
10 
 
4 Resultados e Discussão 
O estudo de Sant’anna (2005) avaliou a técnica da crochetagem em um paciente de 35 anos de 
idade, músico profissional, sedentário, portador de fascite plantar bilateral há 
aproximadamente quatro anos, sem ter se submetido a tratamento clínico ou fisioterapêutico; 
apenas utilizando recursos paliativos como alongamentos esporádicos e massagens. O 
tratamento foi realizado em domicilio do próprio paciente, durante cinco semanas, com duas 
sessões semanais, totalizando dez sessões. Foram utilizadas como parâmetros de avaliação, as 
dores referidas pelo paciente em região medial do calcâneo, ao ficar em posição ortostática e à 
palpação da tuberosidade medial do calcâneo, antes e depois do tratamento. Para 
quantificação da dor, foi utilizada uma escala de graduação, onde o paciente quantifica 
visualmente sua dor ao longo de uma linha continua de 10 cm, sendo zero (0) ausência total 
de dor, e dez (10) dor mais grave. A avaliação limitou-se à quantificação visual da dor, uma 
vez que a perda funcional decorrente da fascite limita-se à dificuldade de realizar atividades 
que incluem corridas e apoio ortostático. As sessões tiveram duração média de 30 minutos, e 
constaram somente da utilização da crochetagem, devido à praticidade no transporte do 
instrumental e aplicação da técnica. Durante o tratamento, o paciente não foi orientado a 
utilizar nenhum outro tipo de recurso. O tratamento foi realizado em uma maca, com o 
paciente em posição prona e supina, de acordo com a técnica utilizada. 
Ainda segundo Sant’anna (2005) na avaliação inicial, o paciente quantificou sua dor como 
grau 08 em posição ortostática e grau 09 à palpação em pé direito; e grau 06 em posição 
ortostática e grau 06 à palpação em pé esquerdo. Após as dez sessão quantificou em grau 04 
em posição ortostática e grau 04 à palpação em pé direito; e ausência de dor grau zero (0) em 
posição ortostática e grau 02 à palpação em pé direito. Relatou também melhora considerável 
em suas atividades da vida diária, uma vez que as mesmas eram significativamente limitadas 
pela dor. A ausência total de dor no pé esquerdo e a importante diminuição no pé direito, 
quando em ortostatismo, permitiram ao paciente um melhor rendimento em suas atividades 
profissionais, uma vez que necessita passar horas em pé. Os resultados deste estudo não 
podem ser considerados generalizados a uma população, haja vista, que o mesmo foi realizado 
sobre um único caso. Entretanto, vale a pena ressaltar a importância de se investigar novos 
recursos no tratamento desta afecção que se não incapacita, leva ao menos à limitação das 
atividades diárias e desportivas. O presente estudo de caso demonstrou que foi possível 
reduzir consideravelmente os sintomas no pé direito, e praticamente eliminá-los no pé 
esquerdo do paciente, permitindo que o mesmo retornasse às suas atividades diárias e 
profissionais, dependentes da deambulação e da permanência em posição ortostática. 
O estudo de Rocha et al. (2006) teve como objetivo, a verificação, através de um estudo de 
caso, dos efeitos da técnica da crochetagem mioaponeurótica juntamente com a utilização da 
laserterapia e alongamento no tratamento fisioterapêutico de uma paciente do sexo feminino, 
32 anos, sedentária, obesa, portadora de fascite plantar bilateral há cerca de 02 anos, que 
nunca havia sido submetido a nenhum outro tipo de tratamento. A metodologia aplicada 
consta de uma avaliação minuciosa, com dois atendimentos semanais, durante 10 semanas, 
totalizando 20 atendimentos durante a terapêutica. O tratamento proposto consta do uso da 
técnica de crochetagem mioaponeurótica e o uso da laserterapia com laser do tipo AsGa com 
quatro joules de potência e cinco disparos por ponto doloroso localizados na fáscia plantar, 
juntamente com a técnica de alongamento de toda a fáscia plantar bilateral e do tendão 
calcâneo bilateral. Ao final das 10 semanas de atendimento a paciente apresentou com grau de 
dor 0 (zero) ao repouso, grau 02 à palpação e grau 04 em ortostatismo no pé direito. Já no pé 
esquerdo apresentou com grau 0 (zero) em repouso, à palpação e em ortostatismo estando 
totalmente reabilitada. Demonstrando assim que foi possível reduzir consideravelmente os 
sintomas do paciente, permitindo que o mesmo retornasse às suas atividades diárias e 
profissionais, dependentes da deambulação e da permanência em posição ortostática. 
11 
 
Para Cigolini (2003), a crochetagem demonstra uma eficácia superior aos outros métodos 
fisioterapêuticos existentes em relação às aderências pós-traumáticas e pós-inflamatórias com 
sintomatologia dolorosa e limitação funcional. Nascimento et al. (2006), realizou um estudo 
com ratos de laboratório e observaram que a Crochetagem é uma técnica capaz de produzir 
melhor aporte sanguíneo à região tratada, permitindo uma recuperação mais adequada e mais 
rápida do que a fisiologia natural do indivíduo. 
Os resultados obtidos no estudo de Silva (2008) corroboram com os autores supracitados, 
visto que a técnica da crochetagem mostrou resultados mais eficazes quando comparada com 
os métodos fisioterapêuticos convencionais, em relação à dor, pois houve resolução total do 
quadro álgico, sendo que no grupo I houve mínima diminuição da algia. 
 
 
5 Conclusão 
Felizmente os tratamentos fisioterapêuticos estão se inovando e conquistando mais espaço 
através de bons resultados, métodos e técnicas que não só aceleram a reabilitação de pacientes 
com fascite plantar, como também evitam o surgimento e/ou agravamento de inúmeras 
enfermidades. Sendo assim, a Crochetagem se distingue das demais técnicas por acelerar a 
reabilitação. Pois promove uma ação mecânica na área inflamada da fáscia, causando uma 
hiperemia profunda, que melhora a oxigenação do tecido. 
Os resultados prátcos observados pela utilização da crochetagem estão de acordo com as 
ideias dos conceitos anatômicos, funcionais e fisiológicos das citações dos autores 
apresentadas no trabalho. Demonstrando que a fascite plantar pode comprometer o 
funcionamento global do movimento de deambulação e até mesmo comprometer o 
ortostatismo do ser humano. 
Cabe observar que a praticidade no transporte e utilização do instrumento (gancho), a 
inexistência de custos adicionais; bem como a facilidade na aplicação da técnica, tornam a 
crochetagem bastante atraente como recurso terapêutico no tratamento da fascite plantar. 
Trazendo assim resultados competitivos com os demais recursos e técnicas existentes da 
fisioterapia. 
Maiores estudos se fazem necessários, utilizando umaamostragem maior, e parâmetros de 
controle mais específicos, assim como outras modalidades terapêuticas, para que a influência 
da técnica seja realmente verificada. Por ser uma técnica ainda pouco conhecida no Brasil, e 
sem muitas publicações científicas, maiores investigações sobre a crochetagem devem ser 
realizadas, para uma maior compreensão de seus efeitos e aplicabilidades, oferecendo-nos, 
fisioterapeutas, alternativas nos tratamentos das afecções do aparelho locomotor. 
Tendo em vista esse trabalho, sugere-se que sejam desenvolvidas mais pesquisas não somente 
na área da fisioterapia relacionada à crochetagem, mas também na área da fisioterapia 
preventiva, visando divulgar a prática do alongamento, no cotidiano das pessoas evitando 
assim, problemas ou patologias futuras, relacionadas a fascite plantar. 
 
 
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