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Ritos processuais
CAPÍTULO XIV – RITOS PROCESSUAIS
Rito ou procedimento é uma sequência ordenada de atos dirigidos a um provimento final. No processo penal os ritos são definidos pela modalidade de pena cominável ao delito. 
Assim, temos:
Rito ordinário, para crimes apenados com reclusão que não exijam rito especial;
Rito sumário, para crimes apenados com detenção, cuja pena máxima seja superior a dois anos; 
Rito sumaríssimo, para infrações penais, cuja pena máxima não ultrapasse dois anos;
Rito do júri, para os crimes dolosos contra a vida; 
Ritos especiais, previstos no CPP, como o rito dos crimes cometidos por funcionários públicos, e previstos em leis especiais, como o rito dos crimes de tráfico de drogas e assemelhados. 
Vejamos os principais.
1. Rito Ordinário (arts. 394-405 e 498-502, CPP)
É rito destinado às infrações mais graves do ordenamento, ressalvadas aquelas que possuem rito especial, como os crimes dolosos contra a vida. Possui as seguintes fases:
Oferecimento da denúncia/queixa, Recebimento da denúncia/queixa (ou rejeição), Citação, Interrogatório, Defesa prévia, Oitiva de testemunhas de acusação, Oitiva das testemunhas de defesa, Requerimento de diligências, Alegações finais, Sentença.
1.1 Citação
É o chamamento do réu a juízo, cientificando-o da acusação, para que se defenda. É ato indispensável. Sua falta acarreta nulidade absoluta, mas o comparecimento do réu a juízo supre a sua falta ou ausência (art. 570, CPP). 
Contudo, tem prevalecido o entendimento que para o comparecimento do réu suprir a falta de citação, isso deve acontecer com tempo hábil para tomar efetivamente ciência da imputação e entrevistar-se com advogado. 
A citação pode ser pessoal (ou real) ou  ficta (ou presumida). Pessoal ou real é aquela feita diretamente ao acusado, através de oficial de justiça, que lê o mandado e colhe sua assinatura, entregando-lhe cópia.
Se o acusado estiver no território nacional, em local certo e sabido, porém fora da comarca processante, deverá ser feita a citação através de carta precatória. 
Se estiver ele no estrangeiro, em local certo e sabido, será citado por carta rogatória. 
Expedida a carta rogatória, suspende-se o prazo prescricional até seu cumprimento (art. 368, CPP).
Ficta ou presumida é citação realizada por edital. 
Trata-se de providência excepcional, que só pode ser adotada depois de esgotados todos os meios para a localização do acusado. 
O Código de Processo penal prevê as seguintes hipóteses de citação por edital, com seus respectivos prazos:
a) réu em local incerto e não sabido, prazo de 15 dias (art. 361);
b) réu que se oculta para não ser citado, prazo de 5 dias (art. 362);
c) réu que se encontra em local inacessível, em virtude de guerra, epidemia ou motivo de força maior, prazo de 15 a 90 dias (art. 363, I);
d) réu com identidade incerta, prazo de 30 dias (art. 363,II).Pelas hipóteses listadas, pode-se perceber que não existe citação por hora certa no processo penal. 
Caso o oficial perceba que o acusado evita a citação, deve certificar o fato e será promovida, então, a citação por edital. 
É importante destacar que o art. 366, CPP, estabelece que se o réu foi citado por edital e não compareceu, nem constituiu advogado, serão suspensos o processo e o prazo prescricional. 
Nesse caso, pode o juiz determinar a produção de provas consideradas urgentes, que serão produzidas na presença do Ministério Público e de defensor dativo.
Se houver necessidade, pode o juiz também decretar a prisão preventiva do acusado.
1.2 Defesa prévia (art. 395, CPP)
Peça destinada ao oferecimento da primeira defesa por escrito do réu no processo, onde ele poderá discutir o mérito da imputação, arguir as exceções que verificar existirem, bem como requerer as diligências que entender necessárias (art. 399) e ainda juntar documentos (art.400).
Consiste também no momento destinado à apresentação do rol de testemunhas de defesa, que no rito ordinário podem chegar a 8. 
Se não forem arroladas as testemunhas, opera-se a preclusão do direito.
É peça facultativa, ou seja, fica a critério do defensor apresentá-la ou não, de acordo com a conveniência da defesa. 
Porém, a intimação para a sua apresentação é obrigatória, sob pena de nulidade absoluta (art. 564, III, e).O prazo para apresentação é de 3 dias, a contar do interrogatório.
1.2 Oitiva das testemunhas
O Código estabelece duas audiências para a oitiva das testemunhas, uma para as de acusação e outra para as da defesa. As primeiras serão ouvidas no prazo de 20 dias se o réu estiver preso e 40 dias se estiver solto (art. 401, CPP). 
O prazo para as de defesa será o mesmo, diante do silêncio da lei.
Ouvi-las numa única audiência não trará nulidade ao feito, desde que as testemunhas acusatórias sejam inquiridas em primeiro lugar.
1.3 Art. 499
1.4 
É o momento de se requerer diligências cuja necessidade tenha surgido na fase de instrução.
Note-se que não se trata de renovação da instrução, mas sim do esclarecimento de fato que tenha surgido durante a mesma, como por exemplo, a necessidade de se ouvir uma testemunha referida, isto é, testemunha a quem outra testemunha se referiu em seu depoimento.
O prazo é de 24 horas, primeiro acusação, em seguida a defesa.
1.5 Alegações finais (art. 500, CPP)
  Momento para exposição da acusação e da defesa, propriamente ditas, discutindo-se e analisando-se a prova produzida nos autos, tecendo as considerações devidas.
Aqui devem ser alegadas todas as matérias preliminares e de mérito.
A apresentação das alegações finais é obrigatória, tanto para a acusação, que não pode indispor da ação penal, quanto para a defesa, em atendimento aos princípios do contraditório e da ampla defesa.
O prazo para a apresentação das alegações finais é de 3 dias, obedecendo-se a ordem da acusação em primeiro lugar.
1.6 Prazo para encerramento da instrução
Muito embora não exista dispositivo expresso no Código de Processo (há na Lei nº 9.034/95), a jurisprudência assentou que, estando o réu preso, a instrução processual deve se encerrar no prazo de 81 dias, a contar de sua prisão.
Esse prazo corresponde à soma dos prazos estabelecidos pelo CPP e deve ser tomado de maneira global, isto é, contado no todo e não por um ato isolado.
O excesso de prazo configura constrangimento ilegal, sanável por habeas corpus. 
A medida tem sido negada se houver justificativa para a demora, como causa muito complexa, número excessivo de réus, necessidade de expedição de cartas precatórias etc.
Já se pacificou o entendimento de que, atingida a fase do art. 499, não há mais que se falar em excesso de prazo - Súmula 52, STJ.1.7 Sentença (arts. 381 e 800, CPP.).
Conclusos os autos do processo ao magistrado, deve ele proferir sentença no prazo de
10 dias ,prorrogável pelo mesmo período, em caso de motivo justo.
2. Rito Sumário (arts. 539 e 538, CPP)
É aplicado aos crimes apenados com detenção, cujo máximo da pena supere dois anos. 
Suas fases são:
Oferecimento da denúncia/queixa- Recebimento da denúncia/queixa (ou rejeição)- Citação- Interrogatório- Defesa prévia- Oitiva das testemunhas de acusação- Despacho saneador- Audiência de instrução e julgamento.
O rito sumário tem início idêntico ao rito ordinário, até a audiência de oitiva das testemunhas de acusação, em número de até 5.
Após referida audiência, o juiz examinará os autos para sanar eventuais nulidades e ordenará eventuais diligências. Após, cumpridas, ou, não havendo, designará audiência para um dos 8 dias seguintes.
Nesta audiência serão ouvidas as testemunhas de defesa (até 5), passando-se, em seguida, aos debates para expor as razões finais oralmente, onde a acusação terá a palavra por 20 minutos ,prorrogáveis por mais 10, em caso de necessidade. 
Após, tem a palavra a defesa, por igual período. 
A despeito da falta de previsão legal, é possível a substituição dos debates orais pela apresentação de memoriais por escrito.
Encerrados os debates, o juiz proferirá sentençana própria audiência, ou, se não se sentir habilitado, nos próximos 5 dias.
.
3. Rito sumaríssimo (Lei nº 9.099/95)
É aplicável às infrações de menor potencial ofensivo, que, nos termos do art. 61 da Lei, são todas as contravenções e crimes cuja pena máxima não seja superior a dois anos, cumulada ou não com multa. 
Possui as seguintes fases:
Fase Preliminar:
- Termo Circunstanciado- Audiência preliminar: - Composição civil- Transação penal- Oferecimento da denúncia/queixa
 Rito Sumaríssimo:
(Audiência de instrução e julgamento)
- Defesa preliminar- Recebimento da denúncia/queixa (ou rejeição)- Oitiva da vítima- Oitiva das testemunhas de acusação e de defesa- Interrogatório- Debates- Sentença.
Nos Juizados Especiais Criminais, antes que se inicie o rito sumaríssimo propriamente dito, devem ser seguidas algumas providências preliminares que podem até mesmo levar à extinção do feito, sem que exista ação penal. 
Vejamos, então, a Fase Preliminar.
Se uma infração de menor potencial ofensivo for praticada, não há instauração de Inquérito Policial, apenas é lavrado pela autoridade policial um Termo Circunstanciado, contendo histórico do fato, as declarações dos envolvidos e requisições de eventuais perícias. 
Trata-se de um Boletim de Ocorrência “mais elaborado” (art. 69).
Finalizado o Termo, ele deve ser encaminhado ao Juizado, juntamente com as partes. 
Se não for possível o comparecimento imediato e se o autor do fato se compromete a comparecer quando intimado, não se impõe prisão em flagrante (art. 69, parágrafo único).
É designada, então, pelo Juizado, Audiência Preliminar.
Nela, busca-se primeiro a composição civil entre o autor do fato e a vítima. 
Havendo acordo, se a ação penal for condicionada à representação ou privada, haverá renúncia ao direito de representação ou queixa, extinguindo-se a punibilidade do agente. 
Não havendo acordo, a vítima terá o direito de representar ou oferecer queixa dentro do prazo decadencial.
Se for caso de ação penal pública, havendo ou não acordo, ou no caso da condicionada, havendo representação, em seguida, o Ministério Público avaliará a possibilidade de propor a transação penal, se não for caso de arquivamento. 
Esta consistirá na imediata aplicação de uma pena não privativa de liberdade, presentes os seguintes requisitos:
a) não ter sido o agente condenado em definitivo pela prática de crime à pena privativa de liberdade (deve levar em conta prazo da reincidência);
 
b) não ter sido o agente beneficiado com outra transação penal no prazo de 5 anos; 
c) indicarem a personalidade, a conduta social, os antecedentes do agente, bem como os motivos e as circunstâncias da infração, que a medida é suficiente para a repressão e prevenção do delito.
Aceita e homologada pelo juiz, extingue-se a punibilidade do agente. Não sendo caso de transação ou se ela for rejeitada, deverá ser oferecida a denúncia oral, se não houver necessidade de diligências imprescindíveis.
É aqui que se inicia o  Rito Sumaríssimo.
Reduzida a termo, uma cópia será entregue ao acusado, que ficará citado e cientificado da data em que se realizará a audiência de instrução e julgamento. 
Anote-se que se a causa for complexa, o feito poderá ser remetido ao Juízo Criminal Comum.Se o acusado não esteve presente na audiência preliminar, será regularmente citado para comparece à audiência acima referida, levando suas testemunhas ou apresentando requerimento até 5 dias antes da data designada, para intimação.
Caso não seja localizado, o feito seguirá para o Juízo Criminal Comum, uma vez que não há no Juizado citação por edital,apenas citação pessoal.
Na audiência de instrução e julgamento, primeiramente será tentada a conciliação, nos termos da audiência preliminar, mas apenas na hipótese de, por algum motivo, ela não puder ter sido tentada quando do momento oportuno. 
Se não for o caso, inicia-se a audiência de instrução conferindo-se a palavra ao defensor do acusado para se manifestar sobre a inicial, tratando-se de verdadeira defesa preliminar.
Após, o juiz decide se recebe ou nãoa denúncia ou queixa recebida, há a oitiva da vítima, das testemunhas de acusação e defesa, em número de até 3 ,cada parte, e, por fim, o interrogatório. Em seguida, ocorrem os debates orais, pelo tempo de 20 minutos (prorrogáveis por mais 10), primeiro acusação e depois defesa. 
Após, o juiz profere a sentença.
Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa, bem como da sentença, caberá apelação, no prazo de 10 dias.
4. Rito do Júri
O Júri é previsto como garantia individual na Constituição da República, em seu art. 5º, inciso XXXVIII. Tal dispositivo contém o que se denomina Princípios Constitucionais do Júri. São eles:
a) plenitude de defesa.
Há quem entenda que plenitude de defesa significa defesa ainda mai sampla do que aquela prevista para os ritos em geral, isso porque no Júri os juízes de fato são leigos, logo o acusado necessita contar com garantias ainda maiores, como por exemplo,defesa muito eficiente promovida pelo defensor, sob pena dele ser afastado pelo Juiz-Presidente;
b) sigilo das votações.
Vigora no Júri o sistema da convicção íntima do julgador, motivo pelo qual ele não precisa, nem deve, justificar as razões que o levaram à decisão. 
Para garantir a liberdade de decisão, a votação necessita ser secreta, de modo que um não saiba o que o outro decidiu;
c) soberania dos veredictos.
A decisão proferida pelo Conselho de Sentença não pode ser modificada pelos Tribunais, como forma de se garantir a validade da votação popular. 
No máximo pode o Tribunal sujeitar a causa à novavotação, mas não modificá-la em recurso ordinário;
d) competência para julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
Trata-se de competênciamínima, isto é, cuidou o Constituinte de definir o que não pode ser suprimido da apreciação do Júri. 
Demais crimes podem ser inseridos em sua competência, dependendo da vontade do legislador ordinário. 
Destaque-se que os crimes dolosos contra a vida são aqueles compreendidos entre os artigos 121 e 128 do Código Penal.
O rito do Júri é bifásico ou escalonado. 
Divide-se em:
Fase do sumário da culpa ( judicium accusationis):- Oferecimento da denúncia/queixa- Recebimento da denúncia/queixa (ou rejeição)- Citação- Interrogatório- Defesa prévia- Oitiva de testemunhas de acusação- Oitiva das testemunhas de defesa- Alegações finais- Decisão/Sentença2)
Fase do juízo da causa ( judicium causae):- Oferecimento do libelo-crime acusatório- Oferecimento da Contrariedade ao libelo- Despacho designando data para a sessão plenária- Sessão plenária
4.1 Fase do sumário da culpa
O rito segue as fases do rito ordinário, com uma exceção: não há, aqui, a fase do art. 499,CPP, passando-se da oitiva das testemunhas de defesa para a fase das alegações finais (art.406, CPP), no prazo de 5 dias.
Após, o juiz deverá proferir decisão adotando um dos seguintes caminhos:
a) pronúncia (art. 408, CPP): verificando a presença de prova da materialidade do crime e indícios suficientes de autoria, o juiz submete o réu a julgamento pelo júri, indicando os dispositivos de lei em que se encontraincurso. 
Deve decretar a prisão do acusado, salvo se for primário e de bons antecedentes. 
O acusado deve ser intimado pessoalmente desta decisão, em caso de crime inafiançável. 
Se não o for, o processo não prosseguirá, ocorrendo o que se denomina crise de instância.
b) impronúncia (art. 409, CPP): dá-se quando o juiz não se convence da existência do crime(materialidade) ou de que haja indícios suficientes de autoria. 
Esta decisão não faz coisa julgada material, ou seja, se surgirem novas provas, o processo poderá ser reaberto (art. 409,parágrafo único). 
O termo despronúncia vai aparecer quando, na hipótese de recurso em sentido estrito, o juiz voltar atrás de sua decisão (juízo de retratação), ou quando o tribunal julgar procedente o recurso da defesa contra a pronúncia.
c) desclassificação (art. 410, CPP): dá-se quando o juiz entende que não ocorreu crime doloso contraa vida, determinando a remessa dos autos ao juiz singular competente. 
No juízo competente será aberta vista ao acusado, para que indique testemunhas, se quiser, prosseguindo-se nos termos do art. 499, CPP.d) absolvição sumária (art. 411, CPP):é a decisão proferida pelo juiz em razão de estar comprovada a existência de causa excludente da ilicitude ou da culpabilidade. 
Enseja o reexame obrigatório.
4.2 Fase do juízo da causa
Proferida a decisão de pronúncia, o Ministério Público deve oferecer olibelo-crime acusatório, no prazo de 5 dias, que é a exposição articulada da denúncia que será feita em plenário, podendo juntardocumentos, requerer diligências e arrolar testemunhas, até o número de 5 (art. 417, CPP). 
O libelo deve espelhar com fidelidade a decisão de pronúncia.
Se estiver irregular, o juiz o devolverá ao órgão do MP para que, em 48 horas, ofereça outro (art. 418, CPP).
Recebido o libelo, a defesa será intimada para oferecer a contrariedade, podendo também, juntar documentos, requerer diligências e arrolar testemunhas, até o número de 5. 
A apresentação da contrariedade, assim como a defesa prévia, é mera faculdade da defesa, que pode reservar-se para o plenário.
4.3 Desaforamento (art. 424, CPP)
É o deslocamento da competência territorial do júri, para comarca próxima, em razão de:
  a) interesse da ordem pública;
b) dúvida sobre a imparcialidade do júri;
c) dúvida sobre a segurança do réu;d) não realização do julgamento após 1 ano do recebimento do libelo.
 Quem decide o desaforamento é o Tribunal de Justiça, por requerimento das partes ou representação do juiz, salvo no último caso, que depende apenas de requerimento das partes.
O pedido de desaforamento não tem efeito suspensivo. Se o júri se realiza antes do julgamento do pedido, este restará prejudicado.
4.4 Organização do júri
O tribunal do Júri é composto de um juiz de direito (juiz-presidente) e 21 jurados, dos quais 7 serão sorteados para compor o Conselho de Sentença. 
Anualmente deve ser organizada a lista geral de jurados, que varia em quantidade, de acordo com o número de habitantes da Comarca, desta é que serão tirados os 21 acimamencionados.
Pode ser jurado qualquer brasileiro nato ou naturalizado maior de 18 anos, alfabetizado e no gozo dos direitos políticos. 
São dispensados os maiores de 60 anos. O serviço é obrigatório e não há escusa de consciência, como por exemplo, alegar motivos religiosos.
4.5 Plenário
 Para instalação da sessão deve haver a presença de pelo menos 15 jurados, dos 21convocados.
Se o órgão do Ministério Público não comparecer, o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido. 
A falta injustificada do defensor fará com que o juiz nomeie defensor dativo ao acusado. 
A falta do assistente do Ministério Público não impedirá a realização da sessão.
Os atos seguintes devem obedecer a seguinte ordem:
a) Pregão feito pelo oficial de justiça;
b) Sorteio do Conselho de Sentença, que será composto por 7 jurados. As partes podemrecusar até 3 jurados injustificadamente.
Se houver motivo justificável, como suspeição, arecusa não se insere naquele número;
c) Tomada de Compromisso dos jurados. É feito também pelo juiz o alerta a respeito da incomunicabilidade;
d) Interrogatório do acusado;
e) Relatório do processo, feito pelo Juiz-presidente, sem manifestar sua opinião;
f) Leitura de peças do processo, se requerida pelas partes;
g) Oitiva das testemunhas, com perguntas feitas diretamente pelas partes;
h) Debates:- Acusação: 2 horas (3 horas para mais de um réu)- Defesa: 2 horas (3 horas para mais de um réu)- Réplica da acusação: 30 min (1 hora para mais de um réu)-Tréplica da defesa: 30 min(1 hora para mais de um réu)
i) Indagação aos jurados, a respeito de restar algum esclarecimento a ser feito antes davotação;
 j) Leitura dos quesitos em plenário;
k) Sala secreta, onde haverá a explicação dos quesitos e a votação, depositando-se os votos de SIM e NÃO nas urnas respectivas. A decisão se dá por maioria
;l) Sentença, que será proferida pelo juiz-presidente;
m) Encerramento da sessão, abrindo oportunidade para as partes fazerem eventual requerimento;
n) Lavratura da ata, constando tudo o quanto se passou na sessão de julgamento.
5. Rito dos crimes de responsabilidade dos funcionários público (arts. 513 a 518, CPP)
Trata-se do rito para processar os crimes comuns praticados por funcionários públicos contra a administração pública (arts. 312 a 327 do CP) e não o que se denomina crimes de responsabilidade, que são infrações políticas. 
A nomenclatura empregada pelo Código nãoestá correta.
A particularidade desse rito encontra-se estampada no art. 514, CPP, estabelecendo que,oferecida a denúncia ou queixa nos crimes afiançáveis, o juiz, antes de recebê-la, notifica o acusado para apresentar defesa preliminar , no prazo de 15 dias.
Essa providência se justifica por que, em tais crimes, basta que a peça inicial venha acompanhada de documentos ou justificação que façam presumir a existência de delito, dispensando-se, assim, o inquérito policial. 
Ocorre que, nos casos em que a denúncia ou queixa se fundam em elementos colhidos por inquérito, a jurisprudência tem dispensado a necessidade dedefesa preliminar, conforme estampado na Súmula 330 do Superior Tribunal de Justiça.
Após a defesa preliminar é que o juiz decide se recebe ou não a denúncia ou queixa. 
Recebida a inicial, prossegue-se nos termos do rito ordinário.
.
6. Rito dos crimes contra a honra (arts. 519 a 523, CPP)
Aplica-se também ao crime de difamação, a despeito de não constar no art. 519. 
A explicação reside no fato de que à época da promulgação do CPP, tal delito não existia.
A particularidade deste procedimento está no art. 520, que dispõe que o juiz deve, antes de receber a queixa, designar audiência de tentativa de reconciliação, onde as partes serão ouvidas separadamente, sem advogados. 
Se o juiz perceber que é viável a reconciliação,promoverá o entendimento de ambas, na presença dos patronos.
Havendo conciliação, encerra-se o processo. Não havendo, o juiz decidirá se recebe a queixa.
Se ela for recebida, segue-se nos termos do rito ordinário.
Dispõe ainda o Código de Processo que, se for oferecida exceção da verdade ou da notoriedade do fato imputado, o querelante poderá contestá-la no prazo de 2 dias, podendo ouvir testemunhas.
Quanto ao pedido de explicações, que é medida preliminar e facultativa ao oferecimento da queixa, deve-se anotar que ele segue o rito das notificações em geral. 
O juiz não julga-o.Mesmo que não haja resposta, não está o juiz obrigado a condenar na ação penal, pois, se o fizesse, estaria se ferindo a ampla defesa no processo.
O pedido de explicações, assim como oinquéritopolicial, não interrompe o prazo decadencial.
7. Rito dos crimes contra a propriedade imaterial (arts. 524 a 530-I, CPP)
O presente rito apresenta duas formas: uma aplicável às hipóteses em que se procede mediante queixa e outra em que se procede mediante ação penal pública. 
A diferença entre uma e outra vai existir apenas do que tange às providências preliminares. A fase processual propriamente dita, vai seguir o rito ordinário. 
Vale para ambas, contudo, a regra de que, nos crimes que deixam vestígios, a denúncia e a queixa não serão recebidas se desacompanhadas do exame de corpo de delito (art. 525, CPP).
7.1 Providências nos crimes de ação penal privada.
Aqui, o interessado é quem deve requerer a providência de busca e apreensão, que será realizada por dois peritos, responsáveis pela elaboração do laudo, dentro de 3 dias.Apresentado o laudo, será homologado pelo juiz e ficará em cartório aguardando a queixa,que deve ser oferecida dentro em 30 dias. A partir daí segue-se no rito ordinário.
7.2. Providências nos crimes de ação penal pública
Aqui é dispensada a intervenção da vítima. Tomando conhecimento da ocorrência de delito, a autoridade promove a preensão dos objetos, lavrando-se termo assinado por duas testemunhas. 
Será realizada perícia.Após a realização da perícia, os bens serão entregues ao titular do direito autoral, que será depositário, que poderá requerer ao juiz a destruição, se o réu não impugnar a apreensão.
Após as providências preliminares, segue-se o rito ordinário.

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