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* Suspensões - Definição São preparações farmacêuticas obtidas pela dispersão de uma fase sólida insolúvel ou praticamente insolúvel em uma fase líquida ou semi-sólida. Fase interna ou dispersa = fármaco Fase externa ou contínua = veículo * * Suspensões - Usos Oral (antibióticos, antiácidos, analgésicos) Parenteral (intramuscular, subcutâneo) Tópico (pele, mucosas) * * Suspensões - Vantagens Mascarar o sabor de muitos fármacos (forma insolúvel no lugar do sal solúvel) Formas farmacêuticas de ação prolongada (no caso dos injetáveis) Administração de fármacos insolúveis (pediatria e geriatria) Melhoria da estabilidade de alguns fármacos * * Suspensões Características desejáveis: Sedimentação lenta e dispersão com agitação suave (ausência de aglomerados ou formação de cristais) Uniformidade no tamanho das partículas (devem medir entre 1 e 50μm) Escoamento rápido e uniforme Viscosidade – veículos muito viscosos podem não fluir pela boca do frasco ou pelo orifício da agulha * * Suspensões Uso oral – o tamanho das partículas interferem na facilidade de absorção Uso parenteral – o tamanho das partículas (grandes) pode obstruir a agulha ou não produzir ação prolongada pretendida (pequenas) * * Suspensões Uso local – a viscosidade deve permitir a espalhabilidade, a retenção no local da aplicação e deve secar rapidamente Uso injetável ou oftálmicas – esterilidade (m.o. podem se desenvolver no interior dos cristais suspensos) * * Suspensões - Desvantagens É um sistema termodinamicamente instável, assim como as emulsões É necessário agitação antes do uso (líquidas) Menor precisão da dose se comparadas às soluções Mais sensível a variações de temperatura * * Suspensões – Aspectos físicos Flutuação das partículas suspensas Velocidade de sedimentação Crescimento dos cristais Redispersibilidade * * Flutuação das partículas suspensas O líquido não molha o sólido, mas permanece sobre ele tomando o aspecto de gotas ou forma lenticular O líquido não tem afinidade com os sólidos, que aglomeram-se formando grumos que flutuam na superfície do líquido (tensão interfacial partícula-líquido) * * Flutuação das partículas suspensas O líquido espalha-se sobre o sólido molhando-o completamente O ângulo de contato (θ) partícula-solvente é pequeno * * Flutuação das partículas suspensas Quanto › θ, pior a molhabilidade * * Flutuação das partículas suspensas Ângulo de contato ou molhabilidade é a facilidade com que os líquidos se espalham sobre as superfícies sólidas. A molhabilidade é maior quanto menor for o ângulo de contato. Se o ângulo de contato for maior que 90˚, ocorre hidrorrepelência e o sólido é chamado de hidrófobo. * * Flutuação das partículas suspensas Agentes molhantes diminuem o ângulo de contato entre a superfície sólida e o líquido, a fim de evitar o fenômeno da flutuação (EHL entre 6 e 9). Solventes – penetram nas partículas, expulsam o ar dos sulcos diminuindo a tensão interfacial. Ex. álcool, glicerina, sorbitol, propilenoglicol * * Flutuação das partículas suspensas Tensoativos – recobrem as partículas diminuindo a tensão interfacial Ex. Não iônicos: Twees® e Spans® (uso oral), Pluronic® (parenteral) Iônicos: LSS, DSS (dodecil sulfato de Na - uso externo) Polímeros – adsorvem na superfície da partícula facilitando o contato partícula – líquido Ex. CMC, gomas, alginatos * * Sedimentação das partículas As partículas sólidas tendem a se depositar, com o passar do tempo, devido à ação da gravidade A velocidade de sedimentação é maior, quanto maior for o tamanho e a densidade das partículas Ela pode ser reduzida aumentando-se a viscosidade do líquido, com o uso de agentes suspensores (quanto › nº de partículas › a viscosidade) * * Sedimentação das partículas Lei de Stokes: V = 2r²(d1 – d2) g 9η V- velocidade de sedimentação das partículas disperas (cm/seg) R- raio d1- densidade da fase dispersa d2- densidade da fase dispersante g- aceleração da gravidade η- viscosidade do meio dispersante * * Agentes suspensores Argilas (silicatos:inorgânicos) – podem ser utilizadas no preparo de suspensões aquosas ou oleosas (Veegum®, uso externo e Laponite®, uso interno) Polissacarídeos (gomas naturais) arábica, adraganta, xantana, alginatos (derivados da celulose semi-sintéticos) CMC, metilcelulose, hidroxietilcelulose Carbômeros (sintéticos) - Carbopol® * * Cristalização Variações de temperatura, polimorfismo dos sólidos suspensos, diferenças de tamanho dos cristais dispersos A formação de cristais tende a acontecer quando a concentração na solução é superior ao coeficiente de solubilidade da substância * * Floculação e Defloculação Floculação é um processo no qual as partículas dispersas de uma suspensão se agrupam formando aglomerados frouxos redispersíveis. Defloculação é o processo oposto a floculação, caracterizado pela quebra dos aglomerados em partículas individuais formando um sedimento compacto de difícil redispersão. * * Redispersibilidade Forças de REPULSÃO › ATRAÇÃO Não há agregação nem formação de flóculos entre as partículas: suspensão DEFLOCULADA Sedimentação lenta por ação da gravidade Meio dispersante turvo Sedimento compacto (difícil resuspensão) Problemas: redispersibilidade não homogênea e doses não uniformes * * Redispersibilidade Forças de ATRAÇÃO › REPULSÃO Agregação das partículas formando flóculos grandes e pesados: suspensão FLOCULADA Fase dispersante límpida Sedimento volumoso e frouxo de fácil resuspensão com agitação Problemas: sedimentação muito rápida, redispersibilidade não homogênea e doses não uniformes * * Defloculação e Floculação nas suspensões Defloculação As partículas não formam agregados V de sedimentação lenta Sedimento não se redispersa com facilidade A suspensão mantém-se mais tempo com bom aspecto Sobrenadante turvo Floculação As partículas formam agregados V de sedimentação rápida Sedimento fácil de redispersar A suspensão desfaz-se mais rapidamente Sobrenadante límpido * * * Quanto maior for o volume de sedimentação (VS) tanto mais elevado será o grau de floculação da suspensão, e mais facilmente será sua redispersão. * Potencial zeta O potencial zeta é o potencial que existe desde o extremo da camada interna das partículas até a fase dispersante (solução). As partículas dispersas podem apresentar na sua superfície grupos ionizáveis ou adsorver íons da solução, ficando com carga positiva ou negativa. * * Potencial zeta As moléculas do solvente podem ser fixadas na superfície das partículas, que são rodeadas por uma atmosfera iônica, em que predominam íons de carga oposta. Esses íons formam uma camada elétrica dupla: uma camada fixa na superfície das partículas e outra camada difusa, livremente móvel. * * Potencial zeta A partícula suspensa com a sua camada elétrica fixa move-se num campo elétrico e a diferença de potencial ao longo da parte difusa dessa dupla camada é o potencial zeta. Se esse potencial for elevado as partículas têm pouca tendência a aglutinar porque se repelem devido à carga elétrica. * * Potencial zeta Quanto maior for o potencial zeta de uma partícula, tanto maior será sua estabilidade. * * * * Floculação controlada Processo que agrega as partículas em flóculos frouxos de tamanho ideal Agitação quebra os flóculos redistribuindo as partículas de forma homogênea tornando as doses uniformes Agentes floculantes: eletrólitos (acetato de sódio, cloreto de alumínio), polímeros (CMC, Carbopol®) e tensoativos iônicos e não iônicos * * Preparação das suspensões Redução do tamanho das partículas sólidas: divisão do sólido até um grau de tenuidade desejado e homogêneo Almofariz – pequena escala Moinhos – grande escala Misturadores, moinhos coloidais * * Preparação das suspensões Por dispersão dos sistemas Sólido + líquido (sólido + suspensor) + líquido (sólido + molhante) + (líquido + suspensor) (sólido + molhante + suspensor) + líquido Uso de adjuvantes: aromatizantes, edulcorantes, conservantes *
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