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Aula 4 e Aula 5 Suspensões

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Suspensões - Definição
São preparações farmacêuticas obtidas pela dispersão de uma fase sólida insolúvel ou praticamente insolúvel em uma fase líquida ou semi-sólida.
Fase interna ou dispersa = fármaco
Fase externa ou contínua = veículo
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Suspensões - Usos
 Oral (antibióticos, antiácidos, analgésicos)
Parenteral (intramuscular, subcutâneo)
Tópico (pele, mucosas)
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Suspensões - Vantagens
Mascarar o sabor de muitos fármacos (forma insolúvel no lugar do sal solúvel)
Formas farmacêuticas de ação prolongada (no caso dos injetáveis)
Administração de fármacos insolúveis (pediatria e geriatria)
Melhoria da estabilidade de alguns fármacos
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Suspensões 
Características desejáveis:
Sedimentação lenta e dispersão com agitação suave (ausência de aglomerados ou formação de cristais)
Uniformidade no tamanho das partículas (devem medir entre 1 e 50μm)
Escoamento rápido e uniforme
Viscosidade – veículos muito viscosos podem não fluir pela boca do frasco ou pelo orifício da agulha
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Suspensões 
Uso oral – o tamanho das partículas interferem na facilidade de absorção
Uso parenteral – o tamanho das partículas (grandes) pode obstruir a agulha ou não produzir ação prolongada pretendida (pequenas)
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Suspensões
Uso local – a viscosidade deve permitir a espalhabilidade, a retenção no local da aplicação e deve secar rapidamente
Uso injetável ou oftálmicas – esterilidade (m.o. podem se desenvolver no interior dos cristais suspensos)
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Suspensões - Desvantagens
É um sistema termodinamicamente instável, assim como as emulsões
É necessário agitação antes do uso (líquidas)
Menor precisão da dose se comparadas às soluções
Mais sensível a variações de temperatura
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Suspensões – Aspectos físicos
Flutuação das partículas suspensas
Velocidade de sedimentação
Crescimento dos cristais
Redispersibilidade 
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Flutuação das partículas suspensas
O líquido não molha o sólido, mas permanece sobre ele tomando o aspecto de gotas ou forma lenticular
O líquido não tem afinidade com os sólidos, que aglomeram-se formando grumos que flutuam na superfície do líquido (tensão interfacial partícula-líquido)
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Flutuação das partículas suspensas
O líquido espalha-se sobre o sólido molhando-o completamente
O ângulo de contato (θ) partícula-solvente é pequeno
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Flutuação das partículas suspensas
Quanto › θ, pior a molhabilidade
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Flutuação das partículas suspensas
Ângulo de contato ou molhabilidade é a facilidade com que os líquidos se espalham sobre as superfícies sólidas.
A molhabilidade é maior quanto menor for o ângulo de contato.
Se o ângulo de contato for maior que 90˚, ocorre hidrorrepelência e o sólido é chamado de hidrófobo.
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Flutuação das partículas suspensas
Agentes molhantes diminuem o ângulo de contato entre a superfície sólida e o líquido, a fim de evitar o fenômeno da flutuação (EHL entre 6 e 9).
Solventes – penetram nas partículas, expulsam o ar dos sulcos diminuindo a tensão interfacial.
Ex. álcool, glicerina, sorbitol, propilenoglicol
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Flutuação das partículas suspensas
Tensoativos – recobrem as partículas diminuindo a tensão interfacial 
Ex. Não iônicos: Twees® e Spans® (uso oral), Pluronic® (parenteral)
Iônicos: LSS, DSS (dodecil sulfato de Na - uso externo)
Polímeros – adsorvem na superfície da partícula facilitando o contato partícula – líquido
Ex. CMC, gomas, alginatos
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Sedimentação das partículas
As partículas sólidas tendem a se depositar, com o passar do tempo, devido à ação da gravidade
A velocidade de sedimentação é maior, quanto maior for o tamanho e a densidade das partículas
Ela pode ser reduzida aumentando-se a viscosidade do líquido, com o uso de agentes suspensores (quanto › nº de partículas › a viscosidade)
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Sedimentação das partículas
Lei de Stokes:
 V = 2r²(d1 – d2) g
 
 9η
V- velocidade de sedimentação das partículas disperas (cm/seg)
R- raio
d1- densidade da fase dispersa
d2- densidade da fase dispersante
g- aceleração da gravidade
η- viscosidade do meio dispersante
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Agentes suspensores
Argilas (silicatos:inorgânicos) – podem ser utilizadas no preparo de suspensões aquosas ou oleosas (Veegum®, uso externo e Laponite®, uso interno)
Polissacarídeos (gomas naturais) arábica, adraganta, xantana, alginatos
(derivados da celulose semi-sintéticos) CMC, metilcelulose, hidroxietilcelulose
Carbômeros (sintéticos) - Carbopol® 
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Cristalização 
Variações de temperatura, polimorfismo dos sólidos suspensos, diferenças de tamanho dos cristais dispersos
A formação de cristais tende a acontecer quando a concentração na solução é superior ao coeficiente de solubilidade da substância 
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Floculação e Defloculação
Floculação é um processo no qual as partículas dispersas de uma suspensão se agrupam formando aglomerados frouxos redispersíveis.
Defloculação é o processo oposto a floculação, caracterizado pela quebra dos aglomerados em partículas individuais formando um sedimento compacto de difícil redispersão.
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Redispersibilidade 
Forças de REPULSÃO › ATRAÇÃO
Não há agregação nem formação de flóculos entre as partículas: suspensão DEFLOCULADA 
Sedimentação lenta por ação da gravidade
Meio dispersante turvo
Sedimento compacto (difícil resuspensão) 
Problemas: redispersibilidade não homogênea e doses não uniformes
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Redispersibilidade 
Forças de ATRAÇÃO › REPULSÃO
Agregação das partículas formando flóculos grandes e pesados: suspensão FLOCULADA
Fase dispersante límpida
Sedimento volumoso e frouxo de fácil resuspensão com agitação 
Problemas: sedimentação muito rápida, redispersibilidade não homogênea e doses não uniformes 
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Defloculação e Floculação nas suspensões
Defloculação 
As partículas não formam agregados
V de sedimentação lenta
Sedimento não se redispersa com facilidade
A suspensão mantém-se mais tempo com bom aspecto
Sobrenadante turvo
Floculação 
As partículas formam agregados
V de sedimentação rápida
Sedimento fácil de redispersar
A suspensão desfaz-se mais rapidamente
Sobrenadante límpido
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 Quanto maior for o volume de sedimentação (VS) tanto mais elevado será o grau de floculação da suspensão, e mais facilmente será sua redispersão. 
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Potencial zeta
O potencial zeta é o potencial que existe desde o extremo da camada interna das partículas até a fase dispersante (solução).
As partículas dispersas podem apresentar na sua superfície grupos ionizáveis ou adsorver íons da solução, ficando com carga positiva ou negativa.
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Potencial zeta
As moléculas do solvente podem ser fixadas na superfície das partículas, que são rodeadas por uma atmosfera iônica, em que predominam íons de carga oposta.
Esses íons formam uma camada elétrica dupla: uma camada fixa na superfície das partículas e outra camada difusa, livremente móvel.
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Potencial zeta
A partícula suspensa com a sua camada elétrica fixa move-se num campo elétrico e a diferença de potencial ao longo da parte difusa dessa dupla camada é o potencial zeta.
Se esse potencial for elevado as partículas têm pouca tendência a aglutinar porque se repelem devido à carga elétrica.
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Potencial zeta
Quanto maior for o potencial zeta de uma partícula, tanto maior será sua estabilidade. 
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Floculação controlada
Processo que agrega as partículas em flóculos frouxos de tamanho ideal
Agitação quebra os flóculos redistribuindo as partículas de forma homogênea tornando as doses uniformes
Agentes floculantes: eletrólitos (acetato de sódio, cloreto de alumínio), polímeros (CMC, Carbopol®) e tensoativos iônicos e não iônicos
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Preparação das suspensões
Redução do tamanho das partículas sólidas: divisão do sólido até um grau de
tenuidade desejado e homogêneo
Almofariz – pequena escala
Moinhos – grande escala
Misturadores, moinhos coloidais
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Preparação das suspensões
Por dispersão dos sistemas
Sólido + líquido
(sólido + suspensor) + líquido
(sólido + molhante) + (líquido + suspensor)
(sólido + molhante + suspensor) + líquido
Uso de adjuvantes: aromatizantes, edulcorantes, conservantes
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