Memória: Armazenamento e Esquecimento

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Memória
Myers, David G., 1942-
Psicologia / David G. Myers ; tradução Eduardo Jorge Custódio da Silva,
Maria dos Anjos Santos Rouch ; revisão técnica José Mauro Gonçalves
Nunes. - Rio de Janeiro : LTC, 2006
Tradução de : Psychology, 7th ed , CAP 9
memória
A memória é o arquivo da mente, o reservatório que armazena o que é aprendido. Para o senador romano Cícero, a memória era "o tesouro e guardião de todas as coisas". 
Para a psicologia, memória é qualquer indicação de que a aprendizagem persistiu através do tempo. E nossa competência para armazenar e recuperar a informação.
Memória em flash
A maior parte dos americanos com mais de 50 anos sabe exatamente o que estava fazendo quando ouviu a notícia do assassinato do presidente Kennedy (Brown & Kulik. 1982). Sete meses depois da morte da princesa Diana, a maior parte dos britânicos ainda podia lembrar o que fazia no dia após a sua morte — onde estavam quando ouviram a notícia (Wynn & Gilhooly, 1999). E você provavelmente se lembrará de onde estava quando ouviu as notícia sobre o 11 de setembro. A primeira página do The New York Times trouxe a seguinte declaração: "um daqueles momentos em que a história se divide e nós definimos o mundo como antes e depois". A clareza de nossas memórias para eventos surpreendentes e marcantes levou os psicólogos a denominá-las memórias de flash, pois é como se o cérebro comandasse: "registre isso".
PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO
Nossa memória funciona algumas vezes como o sistema de processamento da informação em um computador. Para lembra qualquer fato precisamos conduzir a informação ao cérebro(codificação), reler a informação (armazenamento) e, mais tarde, resgatar a informação (recuperação). Considere como um computador codifica, armazena e recupera a informação: primeiramente, ele traduz o input (proveniente do teclado) em linguagem eletrônica, da mesma forma que o cérebro codifica a informação sensorial em linguagem neural; então, armazena uma vasta quantidade de informação em um disco, a partir do qual ela poderá ser recuperada.
Processamento da informação
Modelo clássico 
O modelo em três estágios, elaborado por Richard Atkinson e Richard Shiffrin (1968). Esse modelo sugere que nós criamos a memória em três estágios: registramos os dados a serem lembrados como uma memória sensorial partir da qual eles são processados em uma memória de curto prazo, que, por sua vez, será codificada em uma memória de longo prazo
MEMÓRIA DE CURTO PRAZO
Entre a vasta quantidade de informações registrada por nossa memória sensorial, nós iluminamos algumas com uma atenção especial. Nós também resgatamos informações armazenadas de longo prazo para a apresentação "on-line". Mas, a não ser que codifiquemos ou treinemos a informação, ela rapidamente desaparece.
A memória de curto prazo é limitada não apenas em duração, mas também em capacidade. Como relatado anteriormente, nossa memória de curto prazo tem tipicamente por volta de 5 a 9 bits de informação (uma média de 7). George Miller (1956) definiu sua capacidade de memória como o Mágico Número Sete, mais ou menos dois. Não surpreendentemente, quando algumas companhias telefônicas obrigaram os assinantes a acrescentar o número de código de área, muitas pessoas relataram problemas em reter o número recém-aprendido
MEMÓRIA DE LONGO PRAZO
nossa capacidade de armazenamento da memória de longo prazo é essencialmente sem limite. Em uma estimativa cuidadosa, um adulto médio tem cerca dc I bilhão de bits de informação na memória e uma capacidade de armazenamento que é provavelmente milhares a milhões dc vezes maior. Nela as informações ficam retidas e podem ser acessadas depois de longos períodos. 
ESQUECIMENTO
Três pecados do esquecimento
• Falta/distração — A falta de atenção aos detalhes produz
 falhas na codificação (nossa mente pode estar em outro lugar
no momento em que guardamos as chaves no carro)
• Transitoriedade — o armazenamento declina com o tempo
(informações não utilizadas desaparecem)
• Bloqueio — a inacessibilidade à informação armazenada (ela
pode estar na "ponta da língua", mas experimentamos uma
falha na recuperação — nós não conseguimos acessá-la
Distorções da memória
Três pecados da distorção
• Atribuição errónea — confundir a fonte da informação (colocando palavras na boca de outra pessoa ou lembrar uma cena de filme como se fosse um acontecimento da vida real)
• Sugestibilidade — os efeitos remanescentes da informação equivocada (uma pergunta tendenciosa — "O senhor Jones tocou suas partes íntimas?" — mais tarde se torna uma falsa memória da criança)
• Tendenciosadade — lembranças "coloridas" pela crença (os sentimentos atuais a respeito de seu namorado podem alterar as recordações de seus sentimentos iniciais)
CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA
Memórias não são armazenadas como cópias exatas. o elas certamente não são resgatadas como tais Em vez disso, nós construímos nossas memórias, usando tanto informações já armazenadas como novas. Quando crianças ou adultos que foram testemunhas oculares são subitamente expostos a informações errôneas após um evento, eles em geral aca editam que estas fazem parte do evento. As pessoas também apresentam amnésia da fonte, atribuindo algo ouvido, lido ou imaginado a uma fonte errada Como as falsas memórias são sentidas como memórias verdadeiras, e são igualmente duradouras, sinceridade não significa realidade.
Os pesquisadores em memória desconfiam em especial das recordações de abuso sexual reprimidas por longo tempo, abdução por OVNIS e de outros traumas "recuperados' com a ajuda de um terapeuta ou de um livro. 
APRIMORANDO A MEMÓRIA
A psicologia sugere estratégias concretas para aprimorara memória, entre elas: estudos repetidos: treinos ativos. codificação bem organizada: associações realísticas e com sentido, técnicas mnemónicas, retorno ao contexto- e ao humor que são ricos em associações: registro da memória antes do receber informações erradas que podem corrompe-la. minimização da interferência .