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1 Princípios Constitucionais – Mandados de Criminalização DIREITO PENAL www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS – MANDADOS DE CRIMINALIZAÇÃO Mandados Constitucionais de Criminalização (art. 5º, XLI ao XLIV, da CF/1988): São patamares mínimos de tratamento penal que a CF estabelece para determinadas situações e aos quais fica atrelado o legislador penal, devendo respeitá-los. O STF define tais normas como imperativos de tutela, deixando claro que são proibições de proteção insuficiente. São reconhecidos pelo STF que, por meio de sua segunda turma, no HC 104.410/RS de 2012, assim se pronunciou: Mandatos (sic) Constitucionais de Criminalização: A Constituição de 1988 contém um significativo elenco de normas que, em princípio, não outorgam direitos, mas que, antes, determinam a criminalização de condutas (CF, art. 5º, XLI, XLII, XLIII, XLIV; art. 7º, X; art. 227, § 4º). Em todas essas normas é possível identificar um mandato (sic) de criminalização expresso, tendo em vista os bens e valores envol- vidos. Dada a impossibilidade de criar crimes, a Constituição determina a criação deles. Vedação de Práticas Discriminatórias (XLI): A CF/1988 estabelece uma exigência de punição a qualquer um que pratique conduta discriminatória aos direitos e liberdades fundamentais: Art. 5º (...) XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fun- damentais; Atenção! É importante observar que o referido mandado constitucional não se dirige exclusivamente ao legislador, mas também alcança o Poder Judiciário e o Poder Executivo. 2 Princípios Constitucionais – Mandados de Criminalização DIREITO PENAL www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Veja como o referido dispositivo influencia nos três poderes: – O Poder Legislativo deve editar leis que coíbam a prática das condutas descritas no inciso XLI (exemplo: edição da Lei n. 7.716/1989 – Lei de Preconceito); – O Poder Judiciário deve utilizar esse preceito como alicerce de suas decisões, evitando decisões que reforcem qualquer discriminação dos direitos e liberdades fundamentais (exemplo: RE 846.102/PR, em que o STF entendeu legítimo o direito de adoção de uma criança por casal homossexual que vivia em união estável); – O Poder Executivo deve criar políticas públicas que reforcem na socie- dade a repressão a essas práticas atentatórias; Racismo (XLII); 3T+H (XLIII); Ação de grupos armados (XLIV); Nesse ponto, abordaremos simultaneamente três mandados constitucionais de criminalização estabelecidos pelo constituinte originário. Basicamente, as bancas examinadoras querem saber do candidato as seguintes perguntas: → Quais desses crimes são inafiançáveis? → Quais deles são imprescritíveis? → E quais são insuscetíveis de graça e anistia? Ração – imprescritível 3TH – Insuscetível de: • Graça – concedida por meio de decreto do Presidente da República. • Anistia – concedida por meio de Lei 3 Princípios Constitucionais – Mandados de Criminalização DIREITO PENAL www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Ambas são formas de encerrar a pena de alguém que esteja preso e são causas de extinção da punibilidade. Existe uma terceira causa de extinção da punibilidade que também não é aplicável aos crimes hediondos e aos seus equiparados. Entretanto, não está prevista na Constituição, mas sim na Lei n. 8.072/1990 – ela veda a aplicação do indulto aos crimes hediondos e aos seus equiparados. • Indulto também é fornecido por meio de decreto. Princípio da Intranscendência da Pena (XLV): Também conhecido como princípio da pessoalidade da pena, personalidade da pena ou limitação das penas, anuncia o inciso XLV, do art. 5º, da CF/1988: XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, esten- didas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; Lendo o dispositivo acima, percebemos que existe uma regra: NENHUMA PENA PASSARÁ DA PESSOA DO CONDENADO! • Existe exceção à regra de que nenhuma pena passará da pessoa do condenado? NÃO. Ou seja, não existe, no direito penal brasileiro, absolutamente NENHUMA pena que possa atingir outra pessoa que não seja o autor do delito. – E o que dizer da segunda parte do inciso XLV, que diz ser possível esten- der aos sucessores (até o limite do patrimônio transferido) a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens? 4 Princípios Constitucionais – Mandados de Criminalização DIREITO PENAL www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online ��������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Paulo Igor.