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Jornal de Cardiologia - SBC

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Apesar de ser considerada durante alguns anos algo 
assustador, o termo “Cirurgia Cardíaca” deixou de ser um mito 
e passou a ser um fato corriqueiro no dia a dia das pessoas. 
Hoje é comum encontrarmos-nos mais diversos seguimentos 
pessoas que foram operadas, levando uma vida praticamente 
normal.
E é com o intuito de desmistificar ainda mais este procedimento 
e tentar reduzir a ansiedade e o medo dos pacientes e 
familiares que conversamos com o Dr. Marcel Delafiori Hikiji, 
que nos explicou sobre o transcorrer do período pré e pós 
operatório deste tipo de cirurgia.
De acordo com Dr. Marcel, a cirurgia cardíaca é um 
procedimento de alta complexidade e que necessita de que 
o paciente esteja em condições clínicas aceitáveis, de uma 
equipe multidisciplinar treinada e com experiência e de um 
hospital com instalações e equipamentos adequados.
As patologias cardíacas que geralmente tem indicação 
cirúrgica são: as cardiopatias congênitas, as valvulares, as 
doenças da aorta, transplante cardíaco e doenças coronárias 
graves sem indicação de angioplastia.
Definida a indicação precisa da cirurgia, o paciente será 
encaminhado para uma avaliação minuciosa, onde será 
colhida a história clínica, realizado o exame físico e solicitado 
exames complementares de acordo com o quadro clínico e 
doenças associadas.
Na história clínica serão colhidos dados como sinais e sintomas 
da cardiopatia, fatores de risco para doenças cardíacas, 
hábitos de vida como higiene, tipo de dieta, sedentarismo, 
etilismo, tabagismo, uso de drogas lícitas e ilícitas, uso de 
medicamentos, alergias a alimentos e remédios, infecções 
e uso de antibióticos recentes, problemas anestésicos, 
vacinação, história de sangramento, gravidez; doenças e 
cirurgias prévias.
O exame físico detalhado irá avaliar o estado nutricional, 
presença de lesões na pele, higiene bucal e estado de 
conservação dos dentes, tipo de tórax, presença de sopros 
carotídeos, presença de varizes, edemas, presença de pulsos 
nos quatro membros além do exame físico específico do 
coração, pulmão, abdome, neurológico e outros órgãos.
Além dos exames laboratoriais de rotina, Raio X de tórax e 
eletrocardiograma, dependendo de cada patologia serão 
necessários exames cardiológicos específicos como: 
ecocardiograma, doppler de artérias carótidas e vertebrais e 
cateterismo cardíaco e angiotomografia da aorta. 
Algumas medidas serão recomendadas ou mesmo e exigidas 
dos pacientes antes do ato cirúrgico, como abandonar o 
etilismo e tabagismo dois meses antes, controle rigoroso do 
diabetes por pelo menos um mês, vacinação anti-tetânica, 
anti-gripal e anti-pneumocócica, emagrecimento e mudanças 
nos hábitos de higiene , tratamento dentário nos casos de 
trocas valvulares, fisioterapia respiratória , suspensão de 
alguns medicamentos que possam gerar problemas no pós 
operatório, como aspirina, anticoagulantes entre outros e 
encaminhar doadores de sangue para os hemocentros.
São fatores de aumento de mortalidade e complicações no 
pós operatório: idade avançada, sexo feminino, infarto do 
miocárdio prévio, diabetes, tabagismo, cirurgia cardíaca 
prévia, obesidade, cirurgia de emergência ou de urgência, 
insuficiência renal e doença pulmonar obstrutiva crônica. 
Outros fatores como desnutrição e doenças que alteram a 
imunidade também contribuem para um resultado ruim.
O planejamento cirúrgico com todos os componentes da 
equipe multidisciplinar, que incluem cirurgiões cardíacos, 
cardiologistas, anestesistas, fisioterapeutas, nutricionistas, 
enfermeiros e psicólogos, é muito importante para o sucesso 
da cirurgia.
O paciente receberá o preparo pré operatório no apartamento 
onde será feita a tricotomia (depilação específica para 
cirurgia) e a medicação pré anestésica, posteriormente 
será encaminhado ao centro cirúrgico onde será realizada a 
cirurgia cardíaca, com duração aproximada de 6 horas e ao 
término da mesma, transferido para UTI acompanhado pelo 
anestesista. Na UTI será recebido pelo médico plantonista, 
permanecendo em torno de 48 horas em cuidados intensivos, 
CIRURGIA CARDÍACA:
CUIDADOS NO PRÉ E NO PÓS OPERATÓRIO
com monitorização de todos os parâmetros como pressão 
arterial, frequência cardíaca, temperatura, frequência e 
padrão respiratório, diurese e débito dos drenos; avaliação 
clínica contínua, fi sioterapia respiratória e cuidados de 
enfermagem. Após estabilização do quadro, serão retirados 
drenos, cateteres e fi o de marcapasso, o paciente receberá 
alta da UTI para o apartamento, permanecendo ao lado 
dos familiares e iniciando o período de reabilitação com 
caminhadas e exercícios respiratórios. No apartamento 
deve-se evitar muitas visitas pois o paciente encontra-se 
debilitado e necessitando de repouso entre os exercícios. A 
dor, inchaço, insônia, palidez, falta de apetite é comum neste 
período e vão gradativamente melhorando com o passar dos 
dias. Quando estiver em condições clínicas adequadas e 
com exames laboratoriais normais, receberá alta hospitalar 
e isto ocorre dentro de 72 horas após alta da UTI. Em casa 
o paciente continuará o período de reabilitação, caminhando 
e fazendo exercícios respiratórios e principalmente mantendo 
os cuidados com a cicatriz cirúrgica e tomando a medicação 
adequadamente. Não poderá deitar-se de lado, nem de bruços; 
realizar movimentos bruscos e grandes esforços. A vida sexual 
pode voltar ao normal após o primeiro mês,respeitando 
obviamente os limites. Em alguns casos o paciente desenvolve 
um quadro depressivo, o que é comum e deve ser tratado 
através de terapia ou medicamentos. No segundo mês poderá 
voltar a dirigir e após três meses o paciente praticamente 
retorna as suas atividades normais seguindo as orientações 
médicas específi cas para cada patologia.
Para fi nalizar, Dr. Marcel reforça que “o médico deverá explicar 
detalhadamente para o paciente qual a sua patologia, o tipo 
de cirurgia, os riscos, complicações e o resultado esperado 
para o tratamento da sua doença, favorecendo assim uma 
relação de confi ança e segurança entre o médico e paciente.”
Fonte: Hospital do Coração
Dr. Marcel Delafi ori Hikiji CRM 3981
• Especialista em Cardiologia pela 
Sociedade Brasileira de Cardiologia
• Especialista em Terapia 
Intensiva pela Sociedade Brasileira 
de Medicina Intensiva.
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