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RENAN FREITAS – MEDICINA UFGD 2019 Fármacos ansiolíticos e hipnóticos Nas últimas décadas também se usa o Buspirona – agonista dos receptores 5-hidroxitriptamina (5-HT), que não tem efeito hipnótico. Bdz são ansiolíticos eficazes, mas causam efeitos secundários como amnésia, tolerância e dependência física. Não são eficazes para depressão. No entanto, os antidepressivos e a buspirona requerem três ou mais semanas para mostrarem efeito terapêutico e têm que ser tomados continuamente, enquanto os benzodiazepínicos podem ser utilizados em pacientes que necessitam de um tratamento agudo já que reduzem a ansiedade em 30 minutos e podem ser tomados em uma “base de SOS”. Fármacos usados para tratar a ansiedade Antidepressivos (Cap. 47 para detalhes). Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (5-HT) (ISRSs; p. ex., fluoxetina, paroxetina e sertralina) e inibidores da recaptação da serotonina/norepinefrina (ISRSNs; p. ex., venlafaxina e duloxetina) são efetivos no tratamento do distúrbio de ansiedade generalizada, fobias, distúrbio da ansiedade social e distúrbio do estresse pós- traumático. Outros antidepressivos (antidepressivos tricíclicos [ADTs] e inibidores da monoamino-oxidase [IMAO]) são também eficazes, mas um perfil de efeitos secundários mais baixo favorece o uso dos ISRSs. Esses agentes têm a vantagem adicional de reduzir a depressão, que está frequentemente associada à ansiedade. • Benzodiazepínicos. Utilizados para tratar a ansiedade generalizada. Aqueles usados para tratar a ansiedade têm uma meia-vida biológica longa (Tabela 44.1). Eles podem ser usados durante a estabilização de um paciente que utiliza ISRSs. Existe alguma evidência de que, no distúrbio de pânico, a combinação de um benzodiazepínico com um ISRS parece ser melhor que um ISRS isoladamente. Buspirona. Esse agonista do receptor 5-HT1A é eficaz no distúrbio da ansiedade generalizada, mas ineficaz no tratamento das fobias e no distúrbio da ansiedade social. Gabapentina, pregabalina, tiagabina, valprosto e levetiracetam, fármacos antiepilépticos são também eficazes no tratamento do distúrbio da ansiedade generalizada. Alguns antipsicóticos atípicos, tais como olanzapina, risperidona, quetiapina e ziprasidona, podem ser eficazes em algumas formas de ansiedade, incluindo o distúrbio da ansiedade generalizada e o distúrbio do estresse pós-traumático. • Antagonistas β-adrenorreceptores (p. ex., propanolol; Cap. 14). Esses são usados para tratar algumas formas de ansiedade, particularmente quando sintomas físicos, tais como sudação, tremor e taquicardia. Benzodiazepínicos e fármacos associados Clonazepam mostrou atividade anticonvulsivante com efeitos sedativos menos acentuados RENAN FREITAS – MEDICINA UFGD 2019 Os benzodiazepínicos atuam seletivamente nos receptores GABAA, aumentam a resposta do GABA ao facilitar a abertura dos canais de cloro ativados pelo GABA. Os benzodiazepínicos não afetam os receptores para outros aminoácidos, tais como a glicina ou o glutamato Antagonistas dos benzodiazepínicos e agonistas inversos Flumazenil – usado se a respiração estiver muito deprimida. Ou reverter efeito do midazolam, pós procedimento cirúrgico. Age rápido , mas dura apenas 2 horas seu efeito. Pode acontecer convulsão em pacientes , tratados com Flumazenil, que usam antidepressivos tricíclicos. Melhora o estado mental de pacientes com doença hepática grave. O termo agonistas inversos é aplicado a fármacos que se ligam aos receptores dos benzodiazepínicos e exercem o efeito oposto ao dos benzodiazepínicos convencionais, produzindo sinais de aumento da ansiedade e convulsões. Os agonistas dos benzodiazepínicos (p. ex., diazepam) são postulados que se ligam preferencialmente à conformação [A], desviando, assim, o equilíbrio em favor de [A] e aumentando a sensibilidade ao GABA. Os agonistas inversos ligam-se seletivamente a [B] e têm o efeito oposto. Os antagonistas competitivos ligam-se igualmente a [A] e [B] e, consequentemente, não interferem no equilíbrio conformacional, mas antagonizam o efeito dos agonistas e dos agonistas inversos. Os principais efeitos dos benzodiazepínicos são: • redução da ansiedade e da agressão; • indução do sono (seção nos fármacos hipnóticos, pág. 544); • redução do tônus muscular; • efeito anticonvulsivante; • amnésia anterógrada. BDZ não tem efeitos antidepressivos, com exceção do Alprazolam. BDZ podem causar aumento de irritabilidade e agresso em alguns indivíduos. Mais pronunciado no triazolam. Agressão tem a ver com a abstinência em fármacos de ação curta. São bons pra ansiedades antes de cirurgias, médicas ou odontológicas. Midazolam induz anestesia. Redução do tônus muscular por ação no GABAa, ( ansiedade causa aumento do tônus, dor muscular e cefaleia) Todos tem efeitos anticonvulsivantes ( Clonazepam, diazepam e Lorazepam são usados para epilepsia ) Flunitrazepam (mais conhecido pelo o público em geral por seu nome comercial, Rohypnol®) é conhecido como droga do estupro, uma vez que é utilizado nessas violações e as vítimas frequentemente têm dificuldade em recordar exatamente o que aconteceu durante o ataque. Maioria oral, mas diazepam ( atk epilepsia e midazolam cirurgia são Intravenosos). Duração curta não dão ressaca ao acordar e são bons hipnóticos. Ação longas são melhor para ansiolíticos. Pessoas mais velhas tendem a ter uma maior respostas aos bdz , com aumento de sonolência e confusão mental. Os principais efeitos secundários dos benzodiazepínicos são sonolência, confusão, amnésia e descoordenação, o que dificulta consideravelmente as habilidades manuais, como desempenho ao volante. Devem ser retirados gradualmente Buspirona Ansiedade generalizada, pouco eficaz para ataques de pânico ou ansiedade grave. Reduz a depre relacionada a ansiedade Agonista parcial do 5-HT Demora dias a semanas para produzir efeito Inibe neurônios noradrenérgicos e interfere nas reações de excitação Não causa sedação, nem incoordenação motora Não tem a reação pos retirada dos BDZ. Para além dos mecanismos do GABA e da 5-HT descritos anteriormente, muitos outros transmissores e hormônios estão implicados na ansiedade e nos distúrbios do pânico, particularmente a noradrenalina, glutamato, fator liberador da corticotrofina, colecistoquinina (CCK), substância P, neuropeptídeo Y, galanina, orexinas e neuroesteroides. Os fármacos ansiolíticos focados nesses alvos estão em desenvolvimento Fármacos utilizados para tratar a insônia (fármacos hipnóticos) BDZ de curta duração – Lorazepam e Temazepam Zalepron, Zolpidem Clometiazol – modulador alostérico do GABAa Melatonina e Ramelteon - bom para idosos e crianças autistas. RENAN FREITAS – MEDICINA UFGD 2019 Anti-histamínicos : difenidramina e prometazina Os benzodiazepínicos diminuem o tempo para adormecer e aumentam a duração total do sono, apesar de o último efeito ocorrer apenas em indivíduos que dormem menos de 6 h por noite Quando começa-se a tirar os dbz há um aumento na irritabilidade e ansiedade, pois afeta a o sono REM. Redução das ondas lentas. Fármacos antiepilépticos ou anticonvulsivantes Caracterizada por convulsões, pode ser por trauma, AVE, infecção.. Inibem a despolarização neuronal. Três mecanismos de ação principais parecem ser importantes: 1. Potencialização da ação do GABA. 2. Inibição da função dos canais de sódio. 3. Inibição da função dos canais de cálcio. Principais exemplos de fármacos são: valproato e o topiramato Potencialização da ação do GABA vigabatrina atua inibindo irreversivelmente a enzima GABA transaminase, responsável pela inativação do GABA Inibição da função dos canais de sódio Que inibe os canais que geram potenciais de ação Inibição dos canais de cálcio Reduz a entradana membrana plasmática de cálcio , reduzindo a liberação de neurotransmissores e moduladores Mecanismo de ação dos antiepilépticos • Acredita-se que os principais antiepilépticos atuem principalmente por três mecanismos: – Reduzindo a excitabilidade elétrica das membranas celulares, principalmente através do bloqueio uso dependente dos canais de sódio – Potencializando a inibição sináptica mediada pelo GABA; isso pode ser obtido por potencialização da ação pós sináptica do GABA, por inibição da GABA transaminase ou pela inibição da captura de GABA nos neurônios e células gliais. – Inibindo os canais de cálcio do tipo T (importantes no controle das crises de ausência). Carbamazepina Mais usado e relacionada com os fármacos antidepressivos tricíclicos. Eficaz em epilepsia psicomotora, dor neuropática e doença maníaco depressiva Mv 30 horas EFEITOS ADVERSOS – Sonolência, tontura e ataxia e retenção hídrica e, por isso, hiponatremia. Bem com alguns gastrointestinais e cardiovasculares. A carbamazepina é poderoso indutor de enzimas microssômicas hepáticas e, desse modo, acelera o metabolismo de muitos outros fármacos, como a fenitoína, contraceptivos orais, varfarina e corticosteroides, bem como dela própria Início do tratamento com doses baixas, para evitar ataxia , a medica que a ocorre indução enzimática( aumento de excreção de outras/ela mesma) eleva-se as doses. Fenitoína Boa ligação plasmática, mas compete com salicilatos, fenilbutazona e valproato que inibem sua ligação, aumentando a concentração de fenitoína , mas aumenta também sua depuração hepática. Valproato É eficaz em muitos tipos de epilepsia, sendo particularmente útil em certos tipos de epilepsia infantil, nos quais sua baixa toxicidade e sua falta de ação sedativa são importantes. Também é usado em afecções psiquiátricas, como doença depressiva bipolar igual o carbamazepina. MEIA VIDA 15 hrs. RENAN FREITAS – MEDICINA UFGD 2019 O valproato causa adelgaçamento e encrespamento dos cabelos em cerca de 10% dos pacientes. O efeito adverso mais grave é a hepatotoxicidade valproato é um potente teratogênico, causando espinha bífida e outros defeitos do tubo neural. Fenobarbital Os usos clínicos do fenobarbital são virtualmente os mesmos que os da fenitoína, mas é raramente utilizado porque provoca sedação. Bem absorvido, eliminado lentamente, ¼ na urina e inalterado. Por ser um ácido fraco, se a urina for alcalinizada ele é excretado mais rápido. Causa alteração no comportamento e hipercinesias em crianças. fenobarbital é um potente indutor das enzimas CYP hepáticas, e diminui a concentração plasmática de vários outros fármacos (p. ex., esteroides, contraceptivos orais, varfarina, antidepressivos tricíclicos) em magnitude tal que chega a ser clinicamente importante Como outros barbitúricos, não pode ser usado em pacientes com porfiria. Na sobredosagem, o fenobarbital deprime as funções do tronco cerebral, produzindo coma e falência respiratória e circulatória, tal como todos os barbitúricos. Benzodiazepínicos Os benzodiazepínicos podem ser utilizados para o tratamento tanto de convulsões agudas, especialmente em crianças – diazepam, geralmente administrado por via retal – quanto para o estado de mal epiléptico (afecção potencialmente fatal, na qual ocorrem crises epilépticas quase sem interrupção) para o qual agentes como o lorazepam, diazepam ou clonazepam são administrados de forma intravenosa, O clonazepam é único entre os benzodiazepínicos em que em adição à sua atuação sobre o receptor GABAA, ele também inibe os canais de cálcio do tipo T. Tanto ele quanto o composto relacionado clobazam são considerados relativamente seletivos como antiepiléptico Antiepilépticos mais modernos Vigabatrina - No homem, a vigabatrina aumenta o conteúdo de GABA no líquido cérebro-espinhal. Embora sua meia-vida plasmática seja curta, produz efeito prolongado porque a enzima é bloqueada irreversivelmente, e pode ser administrada por via oral, uma vez ao dia. Relata-se que a vigabatrina é eficaz em proporção substancial de pacientes resistentes aos fármacos clássicos. Pode causar depressão e problemas visuais. Lamotrigina – lamotrigina tem perfil terapêutico mais amplo que os fármacos mais antigos, com eficácia significativa contra crises de ausência (também é usada para tratar alterações psiquiátricas não relacionadas) Felbamato – seu uso recomendado limita-se a uma forma de epilepsia intratável (p. ex., em crianças com síndrome de Lennox-Gastaut), não responsiva a outros fármacos Topiramato – topiramato é um fármaco que aparenta fazer um pouco de tudo, bloqueando canais de sódio e potássio, potencializando a ação do GABA, bloqueando os receptores AMPA e, em boa medida, inibindo fracamente a anidrase carbônica. A sua efetividade clínica assemelha-se à da fenitoína, e alega-se que ele produza menos efeitos adversos graves, além de ser desprovido das propriedades farmacocinéticas que causam problemas com a fenitoína. Atualmente, é utilizado principalmente como terapêutica adjuvante nos casos refratários de crises parciais e generalizadas. Levetiracetam – análogo ao piracetam, mas tem atividade antiepilética. Zonisamida – causa supressão do apetite e perda de peso, usado para está fim muitas vezes. Estiripentol – O estiripentol possui alguma eficácia como terapia adjunta em crianças. Ele aumenta a liberação de GABA e prolonga os eventos sinápticos mediados por GABA de maneira semelhante ao fenobarbital Foi comprovado que os antiepilépticos têm aplicações clínicas muito mais amplas do que originalmente se considerava, e os ensaios clínicos têm demonstrado que muitos deles são eficazes nas seguintes afecções: • disritmias cardíacas (p. ex., fenitoína – não usada clinicamente, contudo; • transtorno bipolar (valproato, carbamazepina, oxcarbazepina, lamotrigina topiramato; • profilaxia da enxaqueca (valproato, gabapentina, topiramato,); • transtornos de ansiedade (gabapentina;); • dor neuropática (gabapentina, pregabalina, carbamazepina, lamotrigina Fármacos antiepilépticos e gravidez RENAN FREITAS – MEDICINA UFGD 2019 Existem inúmeras implicações importantes para uma mulher que utilize fármacos antiepilépticos. Por induzirem as enzimas hepáticas CYP3A4, alguns fármacos antiepilépticos podem aumentar o metabolismo do contraceptivo oral, reduzindo, portanto, a sua eficácia. Acredita-se que a utilização de fármacos como a fenitoína, carbamazepina, lamotrogina, topiramato e valproato durante a gravidez produza efeitos teratogênicos. Espasmo muscular e relaxantes musculares Existem certos fármacos que atuam centralmente e possuem o efeito de reduzir o tônus basal do músculo, sem afetar seriamente sua capacidade de contrair-se transitoriamente sob controle voluntário. O baclofeno (Cap. 38) é um derivado clorofenílico do GABA, originalmente preparado como agente lipofílico semelhante ao GABA, com a finalidade de auxiliar na penetração da barreira hematoencefálica, que é impermeável ao próprio GABA. O baclofeno é agonista seletivo dos receptores GABAB (Cap. 38). A ação antiespástica do baclofeno é exercida principalmente na medula espinhal, onde inibe a ativação mono e polissináptica dos neurônios motores. É eficaz quando administrado por via oral e é usado no tratamento da espasticidade associada à esclerose múltipla ou traumatismo medular. No entanto, não tem efeito na espasticidade cerebral causada por lesão neonatal. O baclofeno produz vários efeitos adversos, particularmente sonolência, falta de coordenação motora e náuseas, e também pode ter efeitos comportamentais. Não é útil na epilepsia. A tizanidina é um agonista dos receptores α2-adrenérgicos que alivia a espasticidade associada à esclerose múltipla e à lesão à espinha dorsal
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