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ANEMIA INFECCIOSA EQUINA – AIE - Enfermidade infecciosa, provocada por um vírus caracterizada por febre, debilidade progressiva e anemia em eqüídeos, não possui vacina. - É a principal enfermidade da equideocultura mundial - Quando é animal é acometido, é recomendado separa-lo do rebanho e eutanásia-lo - A partir do momento que o animal se infectou uma vez, será para sempre, pois é uma infecção vitalícia, não tem cura. - Podem ser sintomáticos, pois apresenta emagrecimento, anemia, febre, no qual é muito difícil acontecer, apenas 5%, em sua maioria 95%, é assintomático, ou seja, não apresentam sinais clínicos. - Conhecida como febre dos pântanos, devido ser transmitida por vetores prevalentes em regiões alagadas, ex: pantanal. AGENTE ETIOLÓGICO: VÍRUS Lentivirus - não são células - não são micro-organismos. - não possuem organelas funcionais - são completamente dependente da célula do seu anfitrião para a máquina de produção de energia e síntese de macromoléculas. Ou seja, o vírus necessita da célula do seu hospedeiro para se multiplicar, sem a célula isso não ocorre. - agente intracelular obrigatório. - são intracelular, (pois precisam das celular do hospedeiro para se multiplicar) - podendo ser extracelular, que é a fase que ele infecta outra célula. - os vírus contem apenas um tipo de ácido nucléico funcional; DNA ou RNA DNA (obrigatoriamente já vem com duas fitas) ou; RNA (uma única fita, podendo apresentar uma ou duas fitas) - nunca ambos, ou é DNA ou RNA POSSUEM DUAS FASES CLARAMENTE DEFINIDAS NO SEU CICLO DE VIDA. -FORA (extracelular) de sua célula hospedeira: os vírus são metabolicamente inertes (não se multiplica). Esta é a fase do seu ciclo de vida envolvido na transmissão. (o vírus sai de uma célula, e infecta outras células), mas não se multiplica fora da celular (prova) -DENTRO (intracelular) de sua célula hospedeira: os vírus são metabolicamente ativos (usa o maquinário da celula do hospedeiro para multiplicar outra celula) sua fase replicativa FASE REPLICATIVA -genoma viral explora as máquinas da célula hospedeira para produzir cópias do genoma da progênie, que se reúnem para formar novos vírions A partícula do vírus completo . PERTENCENTE Á: - Família Retroviridae (mesmo vírus da AIE, HIV humano, imunodeficiência felina e leucemia felina - Gêneros: Spumavírus, Gammaretrovírus, Deltaretrovírus, Alfaretrovirus, Epsilonretrovírus Betaretrovirus. Lentivirus RETROVÍRUS DE IMPORTÂNCIA VETERINÁRIA Vírus da anemia infecciosa eqüina. Vírus da artrite-encefalite caprina. Leucose Enzoótica Bovina. RETROVÍRUS DE IMPORTÂNCIA HUMANA HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana. HTLV - Vírus T- Linfotrópico. Caracteristicas: - Envelopado - Possui GP (glicoproteinas) 90 e 45: são superficiais e dão aderência, para o vírus penetrar, também é imunoestimulante viral - p15 (proteina): face interna do envelope - p26 (proteína): mais conservada, usada para diagnostico - Capsídeo - envolve material genético - possui RNA (duas fitas), - possui uma enzima chamada Transcriptase reversa (RT): permite a síntese de DNA a partir do RNA REPLICAÇÃO RETROVÍRUS O Virus esta fora, as duas glicoproteinas GP 90 e GP 45, ajudam na aderência, ocorrendo a infecção do hospedeiro – o vírus RNA, com a enzima, faz uma fita complemento de RNA, baseado na célula do DNA, tornando o RNA duplo. - Isolamento viral: cultura celular de leucócitos e fibroblastos do rim eqüino - Inativados: por solventes lipídicos, detergentes, compostos a base de fenol *Célula do tecido conjuntivo formadora dos tecidos fibrosos do organismo EPIDEMIOLOGIA - Distribuição mundial, de NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA ou compulsória - Suscetibilidade: somente espécies da família Equidae: eqüinos - muares – asininos, independente de raça, sexo e idade - Mais prevalente em áreas de clima quente e úmido (por causa dos vetores) ANIMAL INFECTADO-> FONTE DE INFECÇÃO-> POR TODA A VIDA (vitalício) Baixa mortalidade -> Perda econômica -> PERDA CAPACIDADE DE TRABALHO, EMAGRECIMENTO, ENFRAQUECIMENTO. - Animais assintomáticos são importantes fontes de infecção Razão para grande importância do diagnóstico laboratorial! 95% dos infectados são assintomáticos, só detecto com exame laboratorial. Na maioria das vezes tem animal positivo e ninguém sabe. - Situação da AIE no Brasil Os dados epidemiológicos gerados pelos serviços veterinários oficiais consideram apenas os exames laboratoriais obrigatórios para: Trânsito interestadual`(controlado) Eventos agropecuários (controlado) Apresentam apenas um panorama restrito da situação epidemiológica do país. Muitas vezes a realização dos testes periódicos é realizada no mesmo animal e no mesmo ano. O exame dura 2 meses, e deve ser feito de 60 em 60 dias, ou seja 6 vezes ao ano, tornando muito difícil computar os casos Brasil - Distribuição regionalizada - Legislação varia com Região e Estado (CECAIES*) - Mais prevalente em áreas de clima quente e úmido que favorecem a proliferação de insetos hematófagos, ex: Pantanal: estima-se que mais de 50% dos animais estejam infectados! *Comissão Estadual de Prevenção e Controle da Anemia Infecciosa Equina Não existem muitos estudos sobre a situação da AIE, a prevalência do vírus da AIE gira em torno de 3%, sendo eles: Centro oeste – 12,7% e Norte - 11,8% 3. TRANSMISSÃO - Forma natural: picada de insetos hematófagos (vetor mecânico): a forma mais importante, Ex: mosca dos estábulos (Stomoxys calcitrans), Mutucas (tabanídeos), etc. Ocorre principalmente em regiões pantanosas e no verão - Por fômites contaminados com sangue infectado, Instrumentos cirúrgicos, Arreios, Esporas. - Pode ocorrer também por via Transplacentária, colostro e por inseminação artificial: podem ocorrer, mas com menor importância epidemiológica, menos eficiente dependente da fase da doença e da viremia da égua 4. PATOGENIA (2 formas) Infecta o macrófago (dentro do hospedeiro) -> o macrófago infectado vai desencadear a produção de algumas citocinas, que vai provocar febre e enfraquecimento do endotélio vascular -> hemorragia O vírus, ou o vírus + anticorpo -> vão se aderir às hemácias ou as plaquetas, que vão ativar sistema complemento e levar lise celular (lisa plaqueta e hemácia) -> vai levar a uma anemia e trombocitopenia, consequentemente hemorragia e edema. Animal infectado tem viremia que coincide com pico febril (o hospedeiro vai começar a desencadear resposta imune celular -dentro (th1) e humoral- fora(th2), para tentar combater o vírus, os anticorpos vai tentar neutralizar o vírus que esta fora da célula, animal não consegue eliminar o vírus que infectou. O vírus que infectou o animal não vai ser igual ao vírus que esta produzindo nas celulas – mutante (copias erradas de DNA) ANEMIA= hemoglobina - hemácia TROMBOCITOPENIA= plaqueta - hemorragias INDEPENDENTE DA VERTENTE VAI OCORRER HEMORRAGIAS E EDEMAS - de 2 a 3 semanas: presença de anticorpos soroneutralizantes, fixadores de complemento e precipitantes - Independentemente do desenvolvimento de reposta imune Humoral e Celular: Animal não consegue eliminar o vírus totalmente de seu organismo. - Transcriptase Reversa (enzima) viral não tem mecanismo reparo, ou seja: Gera elevado número de cópias erradas de DNA Alta frequência de celulas mutantes Escapam ao sistema imune, replicam-se:ocorre novos picos febris Habilidade de sofrer rápida variação antigênica: devido à persistência viral e obstáculo ao desenvolvimento de vacinas 5. SINAIS CLINICOS Um equino poderá demonstrar sinais clínicos após a infecção pelo vírus dependendo de fatores específicos a cepa do vírus envolvida, a dose do vírus recebida, a resposta individual do hospedeirodo vírus. Ex: Se um cavalo for infectado-com cepa do vírus da AIE de alta virulência, Poderá apresentar: febre de 40,5 -41,10C, severa trombocitopenia, anorexia, depressão, edema e morte. Cavalos severamente infectados podem desenvolver epistaxe e edema ventral e morrer durante a resposta primaria. (A infecção vai permanecer ali para o resto da vida, se recupera porem ainda vão ser portadores) Se for quadro leve a moderado grau de AIE: 7-30 dias do início da infecção. A grande parte dos equinos recupera se espontaneamente da viremia inicial durante alguns dias, então apresentam episódios recorrentes de febre, trombocitopenia e depressão. Cada episódio febril é associado à viremia A freqüência e severidade dos episódios febris decrescem com o passar do tempo. Muitos equinos param de ter episódios clínicos de febre e viremia, tornando-se portadores inaparentes do vírus. Em eqüídeos assintomáticos pode ocorrer o aparecimento da forma crônica em casos de estresse ou administração de corticóides (imunossupressão), que leva a: Linfadenopatia, Esplenomegalia, Edema, Hemorragia da Membrana 3a pálpebra, Anemia Profunda, Hemorragias mucosa nasal 6 DIAGNÓSTICO Laboratorial associar com diagnóstico clínico -Laboratorial: . IDGA – ImunoDifusão em Gel de Ágar OFICIAL (antigamente era só esse) Baseia-se na migração radial dupla de Ag e Ac através do gel de Agar. O encontro dos reagentes, em proporções ótimas, leva à formação de complexos Ag-Ac insolúveis que precipitam, tornando-se visíveis sob a forma de uma linha ou banda de precipitação. - 45 dias (detecção de Ac) Só poderão ser utilizados antígenos (Ag) e o soro controle positivo (SCP) registrados na Coordenação de Produtos Veterinários - Departamento de Defesa Animal, observando o prazo de validade O Ag e o SCP devem ser, dependendo da demanda dos testes, divididos em frações menores, identificadas e estocadas a - 20oC Amostra a ser testada : Soro sangüíneo Resultado depois de 2 dias Resumo do teste. (é adicionado um gel, em cima de uma lamina, que vai solidificar em 30 min. Deve- ser realizado um pocinho ’no gel, no centro pipeta o antigeno, no centro tem a P26, no triangulo de ponta cabeça põem os animais (somente o soro), no triangulo normal: soro controle positivo (anticorpo contra o virus)- coloco esses reagentes em uma câmara úmida e deixa agir durante 24-48 horas. O conteúdo de dentro do pocinho vai começar a se espalhar no gel, quando o antigo se encontra com o soro controle positivo, vai obrigatoriamente ocorrer uma linha de precipitação. Ex: no animal 1 vai ser -, então entre o anticorpo e o antigo não forma linha, e se o animal for +, vai formar uma linha, e uma curva. (procura sempre o anticorpo).Se formar linha diferente ocorre ligação inespecífica, alguma ligação com o anticorpo aconteceu, que não é o anticorpo contra o virus, se estiver assim é negativo) ELISA (Enzyme Linked Immunosorbent Assay) (começou há ser praticado ha dois anos atrás também pode usar) Ac específico marcado com peoxidadase -> Ac soro positivo -> COM COR Ac específico marcado com peroxidadase -> Ac soro negativo -> SEM COR •Maior sensibilidade do ELISA pode indicá-lo para a detecção de animais recém infectados •Entretanto: custo, qualificação de pessoal e infra-estrutura laboratorial, faz da IDGA teste oficial aceito internacionalmente PCR – Reação em cadeia pela polimerase: Indicado para pesquisa, pois não emite laudo E um método de amplificação (de criação de múltiplas cópias) de DNA. extração do material genético da célula ou outro material a ser estudado (exemplo: órgãos ou fluídos de animais) sem danificá-lo. Normalmente o material extraído é o DNA, mas pode-se trabalhar com o RNA em uma RT-PCR, DNA será multiplicado em um termociclador, resultado da PCR será analisado apósa eletroforese em gel de agarose ou de poliacrilamida 7 PROGNÓSTICO E TRATAMENTO o prognóstico é ruim e não existe tratamento que elimine o vírus preconizado sacrifício dos animais positivos 8 PREVENÇÃO E CONTROLE Deve ser feito um manejo Sanitário adequado: ex uso de seringas e agulhas descartáveis, limpeza dos utensílios utilizados nos animais, (evita transmissão por fômites) e o uso do Hipoclorito de sódio. Controlar moscas e mosquitos com repelentes Colocar bovinos no meio do rebanho do equino, a fim de interromper a transmissão mecânica da infecção (isso não da muito certo) Desinfetar constantemente estábulos, remover a cama e pincelar as paredes com facho de fogo (pensando no vetor) Isolamento dos animais positivos até o sacrifício Uso de telas protetoras > 200 m - Há chances de um potro nascer negativo, de uma mãe positiva, então recomenda- se: Não permitir a amamentação e realizar o isolamento de potros nascidos de éguas positivas potro < 6 meses isolado mín. 60 dias 02 exames NEG Intervalo 30-60 dias Exame de todos os eqüídeos que forem realizar trânsito Realização de exame em todas as aglomerações de eqüídeos (leilões e feiras) GTA 9 LEGISLAÇÃO PREVENÇÃO E CONTROLE AIE INSTRUÇÃO NORMATIVA No 45, DE 15 DE JUNHO DE 2004 Aprova as Normas para a Prevenção e o Controle da Anemia Infecciosa Equina - A.I.E., baseada principalmente na obrigatoriedade de notificação da doença no território brasileiro e sacrifício dos animais positivos 10. EXAME LABORATORIAL Validade: 180 dias - propriedade controlada (fazem exame de toda tropa, semestralmente, ou a cada 2 meses. No qual dura 120 dias. 60 dias - demais casos se a propriedade não for controlada 11. FOCO • Interdição da propriedade (termo oficial, proibição do trânsito na propriedade e objetos) • Epidemiologia de animais positivos • Marcação dos positivos (A – lado esquerdo da paleta) • Sacrifício ou isolamento de positivos • Exames nos eqüídeos contactantes (propriedade e peri-focal) • Abate sanitário em frigorífico oficial (super difícil ocorrer) 12. SACRIFÍCIO • Veterinário oficial: 30 dias do resultado diagnóstico no máximo, enquanto isso o animal deve ficar isolado, e com a marca na paleta. • Abate sanitário (frigorífico – caminhão lacrado) • Termo de sacrifício sanitário • Proprietário não indenizado •Recusa: termo de ocorrência – apoio policial 13. PROPRIEDADE CONTROLADA • Animais negativos em dois exames consecutivos (30 a 60 dias) • Exames periódicos semestrais (todo efetivo) • Certificado de propriedade controlada (validade anual) •Assistência local: médico veterinário privado •Exigir exame negativo para um animal ser introduzido na Propriedade CONCLUSÃO A Anemia Infeciosa Equina é uma doença infecciosa de origem viral mundialmente distribuída que acarreta perdas econômicas para a equinocultura mundial. No Brasil é uma doença de notificação obrigatória e faz parte do Programa de Sanidade Equídea . Estudos epidemiológicos para a compreensão de sua prevalência e manutenção são extremamente importantes para o aprimoramento das medidas de prevenção e controle desta enfermidade junto com uma atuação firme dos órgãos oficiais
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