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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Departamento de Microbiologia MBI 100 – Microbiologia Geral Mecanismos Microbianos de Patogenicidade Bibliografia: Tortora – capítulo 15 Brock 10ª edição – volume eletrônico - capítulo 21 Brock 12ª edição – capítulo 28 Microbiota normal Micro-organismos que estabelecem residência mais ou menos permanente, isto é, colonizam pele ou mucosas, mas que não produzem doença em condições normais Conjuntiva Cavidade oral Estômago Intestino delgado Axilas e genitais Pele: cabeça Pele: Tronco Intestino grosso Pele: Membros Relações entre a microbiota normal e o hospedeiro • Antagonismo microbiano: – proteção do hospedeiro por competição entre os micro- organismos – Antibiose • Comensalismo • Sintrofismo • Parasitismo: – Patógenos – Micro-organismos oportunistas Antagonismo microbiano Células da mucosa Células da mucosa Proteção Doença Patógenos Estimulação imunológica Formação de metabólitos pela microbiota normal Formação de camada pela microbiota normal Inóculo grande Drogas antimicrobianas Fatores do hospedeiro (mudança no peristaltismo, imunosupressão) Destruição física (inalação de drogas, fumo) Lúmen Microbiota normal 2 Conceitos básicos Patogenicidade – Capacidade do micro-organismo de causar doença Virulência – Grau de patogenicidade, ou seja, a dose ou o número de células ou concentração da toxina que resultará em resposta patológica em um dado período de tempo Infecção – Invasão ou colonização do hospedeiro por micro-organismos patogênicos Doença Infecciosa – Alteração do estado de saúde resultante de uma infecção Etiologia – Estudo da causa da doença Postulados de Kock: requerimentos experimentais para determinação da etiologia das doenças infecciosas Virulência • LD50 – Dose letal para 50% dos hospedeiros experimentais, sob condições normais Número de células injetadas por camundongo P or ce nt ag em d e ca m un do ng os m or to s Streptococcus pneumoniae Salmonella enterica Typhimurium Organismo altamente virulento Organismo moderamente virulento Virulência • ID50 – Dose infecciosa para 50% dos hospedeiros experimentais Número de células injetadas por camundongo Po rc en ta ge m d e ca m un do ng os d oe nt es Organismo altamente virulento Organismo moderamente virulento 3 O resultado da relação parasita-hospedeiro depende da: Patogenicidade (parasita) X Resistência (hospedeiro) Fatores de virulência Invasividade e Toxicidade Mecanismos de defesa Inespecífica e Específica Etapas da infecção Exposição ao patógeno Aderência à pele ou mucosas Invasão/Penetração (Produção de fatores de virulência) Colonização e crescimento (Produção de fatores de virulência) Toxicidade (Efeitos localizados ou sistêmicos) Danos aos tecidos Doença Invasividade (translocação) Vibrio cholerae Escherichia coli enteropatogênica Fonte: Brock Biology of Microorganisms, 1997,Madigan e col. (eds) Aderência Mediada por adesinas ou ligantes localizadas em estruturas da superfície da célula (glicocálice, cápsula, fímbrias etc.) Principais fatores de patogenicidade envolvidos na penetração e evasão das defesas do hospedeiro: • Cápsulas – Streptococcus pneumoniae • Componentes da parede celular – Proteína M, proteina Opa (Neisseria gonorrhoeae), componentes da parede celular de Mycobacterium tuberculosis. • Enzimas – Coagulases, hemolisinas, leucocidinas, invasinas, etc. Salmonella - invasão de enterócitos 4 Enzimas extracelulares que contribuem para virulência microbiana Enzima Ação Exemplo de bactéria produtora da enzima Coagulase Forma coágulos, protege patógeno das defesas Staphylococcus aureus Quinase Desfaz coágulos, facilita a disseminação Streptococcus, Staphylococcus Hialuronidase Hidrolisa o ácido hialurônico no tecido, fator de invasão Staphylococcus, Streptococcus, Clostridium Colagenase Hidrolisa o colágeno nos tecidos, fator de invasão Clostridium perfringens Leucocidina Mata leucócitos, evita fagocitose Staphylococcus aureus Hemolisina Lisa hemácias, fator de invasão Streptococuus, Clostridium Invasina Rearranjo do citoesqueleto, permite a translocação Salmonella, Listeria, Shigella Parede celular Endotoxina Exotoxina Endotoxinas são parte da porção externa da parede celular (Lipídeo A) de bactérias gram-negativas. As endotoxinas são liberadas quando a bactéria morre ou a parede celular se rompe Exotoxinas são produzidas no interior de bactérias gram- positivas como parte de seu crescimento e metabolismo e liberadas no meio circundante. Produção de toxinas Propriedades Exotoxinas Endotoxinas Propriedades químicas Proteínas excretadas por bactérias Gram positivas, termolábeis (exceto enterotoxina estafilocócica) Complexo lipopolissacarídeos- lipoproteínas liberado pela lise de bactérias Gram negativas, termoestáveis Modo de ação/sintomas Específico: citotoxinas, enterotoxinas ou neurotoxinas Geral: febre, diarréia e vômitos, todas possuem mesmos efeitos Toxicidade Altamente tóxicas, geralmente fatais Pouco tóxicas, raramente fatais Imunogenicidade Imunogênicas Não-imunogênicas Potencial para toxóide (vacina) Sim. Tratamento da toxina com formaldeído Nenhum Principais tipos de exotoxinas Citotoxinas – Matam as células do hospedeiro ou afetam suas funções (toxina diftérica, toxinas eritrogênicas) Neurotoxinas – Interferem com a transmissão normal de impulsos nervosos (toxinas botulínica e tetânica) Enterotoxinas – Afetam as células que revestem o trato gastrintestinal diminuindo a reabsorção de água e eletrólitos o que provoca diarréia (enterotoxinas colérica e estafilocócica) 5 Endotoxinas São lipopolissacarídeos que fazem parte da porção externa da parede celular de bactérias Gram-negativas (lipídeo A) Endotoxina Mecanismo de ação das endotoxinas (resposta pirogênica) • As endotoxinas podem ser liberadas pela ação de células fagocitárias e antibióticos bacteriolíticos • Respostas do hospedeiro incluem calafrios, febre, fraqueza, formação de coágulos, choque séptico (hipotensão arterial devido a liberação de TNF por macrófagos) e até morte. • Exemplos de patógenos produtores de endotoxinas: Salmonella Typhi (febre tifóide), Hemophilus influenza e Neisseria meningitidis Principais fatores de virulência em bactérias Relação entre plasmídeos e fagos lisogênicos (elementos genéticos móveis) com a patogenicidade bacteriana Plasmídeos - Podem transportar a informação genética que determina a patogenicidade de um micro-organismo (enterotoxina de Staphylococcus aureus) ou genes que conferem resistência a antibióticos Fagos lisogênicos – Podem causar alterações nas características de um micro-organismo (conversão lisogênica) ou serem responsáveis por parte da patogênese (ex: Vibrio cholerae, Corynebacterium diphtheriae)
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