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04/05/2015 Cefet-MG Disciplina: TGA I Aluno (a): Lucas Cunha França Paiva Resenha 3 - Taylorismo Como Se Desenvolveram os Princípios e Teorias de F. W. Taylor. O sistema econômico dependia, cada vez mais, da produção, o cenário social era consequência do crescimento da indústria, o operário precisava do trabalho para sobreviver e os diretores precisavam dos operários para produzir. É nesse contexto, de extrema necessidade de produção, que a obra de Frederick W. Taylor é publicada e impacta socialmente com suas ideias sobre a Administração Cientifica. Visto isto é prudente que se faça uma análise de como as ideias de Frederick se desenvolvem e que se faça a seguinte pergunta: deve essa administração ter o poder de privar o operário de sua liberdade dentro do trabalho? Todos os princípios da Administração Cientifica criados por Taylor remetem o combate ao comportamento humano de não produzir o máximo que é capaz, por questões comportamentais, na qual nomeamos “lei do menor esforço”. O engenheiro pregava que para aumentar a produção seria necessário remover o desperdício (tanto de matéria prima quanto do esforço humano) causado pela utilização do método empírico no trabalho. Para isso devia-se analisar os movimentos de cada função, cronometrar a realização de cada ação, desenvolver os melhores métodos, escolher e instruir os operários de primeira ordem, remunerar esses de acordo com sua produtividade e, assim, instalar um método cientifico que beneficiava os acionistas da empresa, o salário do empregado, a produtividade e diminuía o desperdício. Na prática ao operário escolhido era oferecida uma remuneração maior do que estava acostumado se alcançasse a meta de peças estipulada, para isso este deveria seguir todas as ordens de um homem (previamente instruído do método científico) que estipulava o tempo de descanso e de trabalho do escolhido. A necessidade do segundo homem determinando o tempo de descanso e de trabalho pode ser explicada pelo fato que o operário “Entregar-se-ia ao trabalho com tal ardor que não observaria os períodos de repouso necessários para recuperação, estando completamente exausto no começo do dia.” (TAYLOR, 1999, p.53). A aplicação das teorias de F. W. T. já citadas juntamente com a divisão e padronização do trabalho permitiram que o operário obtivesse a menor fadiga e - consequentemente - maior produção possível. Apesar da indiscutível aplicabilidade da administração científica no contexto de Taylor, algumas são as críticas que nos levam a uma analise mais profunda sobre o assunto. Podemos destacar “... que a especialização chegue a privar o operário da satisfação intima de impor sua personalidade no produto de seu instinct of workmanship.” (SILVA, 1987, p.152), como a maior crítica a esse modelo. As consequências desta podem ser observadas na medida em que o trabalhador perde sua identidade dentro de sua função, adquire uma visão incompleta da organização, para de tratar o trabalho como meio e começa a vê-lo como fim, levando-o a loucura e a obcessão com a produtividade - fato que fica bem explicitado no filme “A Classe Operária Vai ao Paraíso”. Além disso, é evidente que, se todas as indústrias adotarem esses princípios, perde-se o fator da inovação e o quadro industrial volta a ser como antes da adoção do método: uma constante disputa entre o chão de fábrica e a diretoria. Em suma, a Administração Científica serviu bem ao contexto pós Rev. Industrial, mas sua visão mecanicista do trabalhador requer certa adaptação para os dias atuais. A herança deixada por Taylor fez com que a administração crescesse aceleradamente como um todo, mas antes houve a necessidade de uma maior concessão de liberdade e incentivo - a reflexão e a iniciativa - aos funcionários. A função administrativa deve, sim, ter os processos de trabalho bem planejados de forma a evitar a “lei do menor esforço” e o desperdício de tempo e recursos, mas deve também entender que o trabalhador deve ter espaço para refletir e exercer sua própria personalidade no trabalho. Referências: A Classe Operária Vai ao Paraíso (1917). TAYLOR, F. W. Princípios da Administração Científica (1999). SILVA, Benedicto. Taylor e Fayol (1987).
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