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RESUMO - educação ambiental

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Módulo 1
O que é Educação Ambiental?
 
Definições de Educação Ambiental
O conceito de Educação Ambiental varia de interpretações, de acordo com cada contexto, conforme a influência e vivência de cada um.
Para muitos, a Educação Ambiental restringe-se em trabalhar assuntos relacionados à natureza: lixo, preservação, paisagens naturais, animais, etc. Dentro deste enfoque, a Educação Ambiental assume um caráter basicamente naturalista.
Atualmente, a Educação Ambiental assume um caráter mais realista, embasado na busca de um equilíbrio entre o homem e o ambiente, com vista à construção de um futuro pensado e vivido numa lógica de desenvolvimento e progresso (pensamento positivista). Neste contexto, a Educação Ambiental é ferramenta de educação para o desenvolvimento sustentável (apesar de polêmico o conceito de desenvolvimento sustentável, tendo em vista ser o próprio "desenvolvimento" o causador de tantos danos sócio-ambientais).
Educação para a sustentabilidade
Ampliando a maneira de perceber a Educação Ambiental podemos dizer que se trata de uma prática de educação para a sustentabilidade. Para muitos especialistas, uma Educação Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável é severamente criticada pela dicotomia existente entre "desenvolvimento e sustentabilidade". 
Conceitos educação ambiental
 
Educação Ambiental foi definida como uma dimensão dada ao conteúdo e à prática da Educação, orientada para a solução dos problemas concretos do meio ambiente, através de enfoques interdisciplinares e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade.
A definição oficial de educação ambiental, do Ministério do Meio Ambiente: “Educação ambiental é um processo permanente, no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os tornam aptos a agir – individual e coletivamente – e resolver problemas ambientais presentes e futuros”. 
De acordo com o conceito de educação ambiental definido pela comissão interministerial na preparação da ECO-92 " A educação ambiental se caracteriza por incorporar as dimensões sócio-econômica, política, cultural e histórica, não podendo se basear em pautas rígidas e de aplicação universal, devendo considerar as condições e estágios de cada país, região e comunidade, sob uma perspectiva histórica. Assim sendo, a Educação Ambiental deve permitir a compreensão da natureza complexa do meio ambiente e interpretar a interdependência entre os diversos elementos que conformam o ambiente, com vistas a utilizar racionalmente os recursos do meio na satisfação material e espiritual da sociedade, no presente e no futuro." ( in Leão & Silva, 1995).
 
O CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente - define a Educação Ambiental como um processo de formação e informação orientado para o desenvolvimento da consciência critica sobre as questões ambientais, e de atividades que levem à participação das comunidades na preservação do equilíbrio ambiental. 
Algumas reflexões pedagógicas sobre os aspectos teórico-práticos da educação ambiental formal. 
Este tema será desenvolvido de forma breve com a finalidade de que as equipes de professores nas escolas, através da análise da sua prática pedagógica real e dos pressupostos explícitos ou implícitos que fundamentam a ação docente, identifiquem os elementos favoráveis ou desfavoráveis para a Educação Ambiental.
Há uma vasta bibliografia sobre o tema no País (indicada ao final do trabalho), porém vamos apresentar, de forma esquemática, as diversas abordagens, a fim de suscitar a discussão e de buscar saber quais elementos poderiam servir de base para começar a elaborar os pressupostos teórico-práticos que permitam fundamentar a inserção da dimensão ambiental nos currículos escolares.
As categorias que utilizaremos nesta caracterização são:
- escola;
- ensino-aprendizagem;
- relação professor-aluno;
- metodologia, e
- avaliação.
Estas são geralmente as categorias consideradas nas análises do fazer pedagógico nas diversas bibliografias. Acrescentaremos a elas alguns conceitos básicos e relações subjacentes às diversas teorias pedagógicas, consideradas como explicações históricas do fazer educacional na educação formal, estando mais diretamente ligadas à Educação Ambiental tal como ela se apresenta nos PCNs de meio ambiente:
- relação entre ser humano-natureza;
- relação entre sociedade e cultura;
- concepção do conhecimento; e
- concepção da educação.
 A intenção é simplesmente, como já expresso: lembrar aos professores essas diversas abordagens, por todos conhecidas, com a finalidade de suscitar uma discussão em relação à sua prática pedagógica e identificar as teorias que, implícita e explicitamente, perpassam suas atividades. Discutiremos, ainda, as diversas modalidades de estrutura curricular que derivam das diversas abordagens pedagógicas. Finalmente, discutiremos as características da Educação Ambiental formal e quais modalidades teórico-metodológicas são importantes para sua concretização em nível escolar. A seguir, fazendo uso de quadros sintéticos, apresentaremos as diferentes abordagens que perpassam a prática real do ensino no Brasil bem como as concepções de currículos que derivam dessas abordagens.
 As diferentes abordagens pedagógicas
 
1. Pedagogia tradicional
	Relação Ser Humano e Natureza
	- O ser humano é dono e senhor (dominador) da Natureza.
- A Natureza passa a ser propriedade privada de alguns homens
	Relação
Sociedade e
Cultura
	- Visão burguesa e individualista, objetivando a perpetuação das relações estabelecidas na Sociedade e na Cultura.
- Separação da concepção de "Sociedade" e de "Cultura" da concepção de "Natureza"
	Conhecimento
	- A consciência humana é considerada uma “tábua rasa”.
- A atividade do conhecer é um processo de acumulação e de incorporação de informações, das mais simples às mais complexas, para a conservação da Sociedade.
- O passado é modelo para ser imitado e para construir o futuro.
	Educação
 
	- Centrada na transmissão do Conhecimento.
- Processo de assimilação do Conhecimento historicamente acumulado.
	Escola
	- Instituição social encarregada do processo de socialização, de transmissão de informações e da Cultura.
	Ensino-
Aprendizagem
 
	Mera transmissão e aquisição de informações.
- Subordina Educação à Instrução
- Verbalismo e memorização.
	Relação
Professor/Aluno
	- Autoritária
- Unilateral
- Vertical do professor para o aluno
- Professor é mediador entre cada aluno e os modelos culturais
- Não há interação entre alunos
	Metodologia
 
	- Aula expositiva e demonstrações feitas pelo professor
- Exercícios de memorização por parte do aluno
- Motivação extrínseca que depende do professor
- “Um método para ensinar tudo a todos” (COMÊNIO)
	Avaliação
	- Provas, exames.
- Visa à exatidão na reprodução do conteúdo transmitido.
- Exames como fins em si mesmos e sua aplicação funcional na sociedade como meio de ascensão social.
 
Concepção de currículo que deriva da abordagem tradicional
Centrado nos conteúdos a serem transmitidos; currículo fechado; organizado em disciplinas; baseado na autoridade do professor, priorizando em suas decisões as necessidades normativas (carência de um sujeito ou grupo com relação a determinado standard, criança- é um adulto em potencial) que se referem ao sujeito ideal e não ao aluno concreto; seriado; do mais simples ao mais complexo; fragmentado em disciplinas estanques.
 
2. A educação ambiental na vertente ecológico-preservacionista
 
	Relação Ser Humano e Natureza
	- Separa “mundo construído” do “mundo natural”
- A Natureza é tudo o que está “fora”, não inclui o homem, esquecendo que ele também é uma espécie biológica cujo processo adaptativo requer a transformação do ecossistema
- Idealiza e atribui valores estéticos e éticos a uma “Natureza virgem” não violada pelo homem e pela história
- Oculta os conflitos surgidos pelas modalidades deuso dos recursos naturais determinados pelo estilo dominante que nega à grande maioria da população acesso aos recursos
- Postula a paralisação do desenvolvimento, a manutenção do status que e uma visão catastrófica em relação aos problemas ambientais
- Conduz muitas vezes a visões místicas da relação, nas quais a concepção “holística” e “planetária” dos problemas oculta as injustiças sociais e econômicas impostas
- O homem é uma entidade abstrata que se distancia da “natureza” também ente abstrato que é culpado de sua destruição
- “Valorização do ser mais do que do ter. Abandono da economia produtiva relacionada com o ter e prioridade para a economia relacionada com o modo de vida do ser” (ACOT, 1990).
- Procura de uma harmonia universal
- A natureza é concebida como valor supremo
	Relação
Sociedade e
Cultura
	- A história do homem não pode ser separada da “história da Ecologia”
- Interpreta a sociedade e a cultura dentro da visão da Sócio-biologia, efetuando graves reducionismos
- Analisa a sociedade com métodos extraídos da Biologia
- Visão individualista da sociedade que prescinde de análise histórica
- Não considera os aspectos políticos e econômicos derivados do estilo dominante (capitalismo) como causadores da degradação ambiental
- A culpabilidade é socializada, porém os benefícios da exploração da natureza são privatizados
- Postula uma volta às comunidades “naturais e primitivas”, idealizando-as como se elas fossem sociedades “harmônicas e sem conflitos”. Incentiva uma saída da sociedade de consumo e “voltar a viver” em contato com a “natureza”
- Postula uma defesa do “verde pelo verde”. O pensamento verde fica a meio caminho entre a perspectiva transformadora, ou seja, de mudança por meio da ação consciente da sociedade, e a perspectiva de mudança por meio das mudanças dos comportamentos individuais
- A ideologia dos ecologistas se caracteriza por um verdadeiro retorno ao Sagrado, na nostalgia de uma aliança mística cujas origens remontam ao Renascimento, e que é autorizado por uma quase identificação da ordem biológica com a ordem social
	Conhecimento
	- A essência do pensamento ecologista é ser um pensamento de amor e de aliança. De amor e de aliança entre os seres humanos; e de amor e aliança entre os homens e a natureza
- Não existe uma teoria de conhecimento explícita. Privilegia o conhecimento originário da experiência
- Visão imediatista, supostamente “holística”, na qual com uma equívoca consideração da totalidade, esquece a complexidade das inter-relações entre sociedade e natureza
- Prioriza o conhecimento popular
- Faz a crítica ao conhecimento científico positivista
	Educação
 
	- Privilegia os processos não formais de Educação
- Postula uma educação para a preservação da natureza, sem uma análise econômico-social das causas dos problemas ambientais
- A formação individual e as mudanças de comportamento em relação à natureza seriam suficientes para reverter os processos de deterioração
- Caráter essencialmente ético (sacralização da Natureza)
- Confunde Educação Ambiental com ensino de Ecologia
- Toda e qualquer situação de contato direto da criança com a natureza é considerada como mais formativa que na sala de aula
- O centro da desarmonia está na forma como o homem individualmente se relaciona com a natureza. A educação se volta para a questão fundamental: “se o homem muda individualmente, o mundo muda”
	Escola
	- Preconiza que as escolas devem ser pequenas e ter alicerces firmes em suas comunidades, para permitir maior contato entre alunos e professores, entre a escola e o contexto social, e, até, entre os próprios alunos
- Tem como referencial o modelo integralizado de sociedade que não aceita o divórcio entre a sala de aula e o mundo
- A instituição escolar é vista como reprodutora da sociedade dominante, legitimando o conhecimento científico fragmentado
- Muitos autores postulam a desescolorização, uma vez que a instituição escolar isola o homem da natureza
	Ensino-
Aprendizagem
 
	- Centrado no amor e apoiada no conhecimento da natureza
- Enfatiza com muita relevância os elementos afetivos, contemplação e beleza, na procura de uma “harmonia essencial”
- Inclui os conteúdos da Ecologia como objeto fundamental do ensino
- Destaca os aspectos éticos e comunitários
- Destaca os aspectos intuitivos do conhecimento
- Resgata o conhecimento popular e muitas vezes o supervaloriza em detrimento do conhecimento científico
- Promoção de eventos isolados, demonstrando preocupação com a questão ambiental, aproveitando datas marcadas no calendário escolar
	Relação
Professor/Aluno
	- Tende a ser uma relação horizontal, amistosa e de educação pelo exemplo combinada com elementos de relação vertical na qual o professor, como interpretador de teorias, impõe visões geralmente reducionistas
- Prioriza a formação nos aspectos éticos e estéticos e as mudanças de comportamento das pessoas
	Metodologia
 
	- Destaca a importância de “sentir” e amar a natureza
- Passeios, excursões, atividades extra-escolares, que permitam um maior contato com a natureza.
- Trabalho de campo, de reconhecimento de ecossistemas
- Promoção de campanhas preservacionistas
- Plantio de árvores, construção de hortas escolares, coleções entomológicas e botânicas
	Avaliação
	- Baseada em valores advindos do amor à natureza
- Efetuada através da verificação da mudança de comportamento, em relação à preservação da natureza
- Memorização dos conhecimentos
- Reconhecimento de atitudes afetivas e incorporação de valores morais
 
Concepção de currículo que deriva da vertente Ecológico-preservacionista
Não há uma concepção de currículo específica. O currículo vigente é assumido, e são acrescentadas atividades de sensibilização em relação aos problemas ambientais e à preservação da natureza. Organizado em torno dos conhecimentos da Biologia e da Ecologia; as outras áreas de estudo são interpretadas em função deles. Tem como objetivo fundamental a formação individual nos aspectos éticos e estéticos para uma convivência harmônica com a Natureza, sendo estruturado em função de núcleos temáticos que combinam as atividades escolares com as extra-escolares, dando ênfase a estas últimas. Utiliza elementos do entorno imediato, reconhecimento de ecossistemas, trilhas ecológicas, visitas a parques e reservas zoológicas, eco museus, hortas escolares, plantio de árvores, coleta seletiva do lixo, entre outros.
 
3. A educação ambiental na vertente socioambiental - perspectiva crítica
 
	Relação Ser Humano e Natureza
	- Reintegra o homem na natureza, como espécie biológica com características específicas
- O homem, para sua subsistência, se apropria da natureza e tem conhecimento dos mecanismos dessa apropriação
- Ênfase nas inter-relações dinâmicas, historicamente construídas, de intercâmbio e transformação entre as sociedades humanas e os ecossistemas
- O Meio Ambiente se gera e constrói no processo histórico das inter-relações entre sociedade e natureza
- Postula uma compreensão dessas inter-relações mediadas pelos estilos de desenvolvimento
- Trabalha sobre o conceito de desenvolvimento sustentável como eixo central, acrescentando os indicadores de desenvolvimento humano
	Relação
Sociedade e
Cultura
	- Produto do processo da evolução histórica da humanidade
- Categorias inseparáveis, mutuamente determinantes e determinadas pelas inter-relações entre os substratos naturais e os tipos de organizações sociais e culturais
- Não é a sociedade, em seu conjunto, a culpada da degradação ambiental, mas o estilo de desenvolvimento dominante (capitalismo), que produz esgotamento de recursos naturais e exploração do homem pelo homem
- Não vê os problemas ambientais como catástrofes inevitáveis, mas como problemas sociais que colocam novos desafios ao conhecimento científico, e limites ao próprio homem à medida que ameaça a sua sobrevivência como espécie
- Postula a construção de novas formas sociais de aproveitamento dos recursos (desenvolvimentosustentável) e de novas relações sociais entre os homens
- Analisa os problemas ambientais de forma crítica, procurando determinar suas causas reais e não só os efeitos provocados
- Reconhece diferenças fundamentais entre os conceitos de mero crescimento econômico e desenvolvimento sustentável
- Reconhece o aporte essencial das distintas culturas e o resgate dos conhecimentos e das técnicas tradicionais, em relação aos modos de aproveitamento dos recursos naturais
- Aceita, reconhece e valoriza as diversidades culturais
- Visão prospectiva que acredita no futuro aberto da sociedade
	Conhecimento
	- Não existe uma teoria do conhecimento explícita
- Podem detectar-se fortes ligações com a Epistemologia Genética com ênfase nas implicações histórico-sociais
- O fundamento epistemológico da Educação Ambiental deve ser aprofundado no confronto com a própria experiência e com as reflexões dos epistemólogos a respeito
- Coloca ênfase nas inter-relações histórico-sociais e no conhecimento científico, como construção social da humanidade (sociogênese, psicogênese)
- Faz uma crítica ao paradigma positivista demonstrando que ele, por si só, não consegue explicar os complexos problemas ambientais
- Resgata e valoriza o conhecimento e a experiência tradicional e popular
- Assinala o papel fundamental da interdisciplinaridade, no nível das ciências, e a teoria de sistemas como instrumentos válidos e necessários ao estudo dos sistemas complexos ambientais
	Educação
 
	- Privilegia os aspectos formais e não formais da educação, considerando que ambos se complementam
- Postula uma educação para a preservação e conservação da natureza, no marco da análise econômico-social e histórica, dos problemas ambientais (contextualização espacial e temporal)
- Visa à plena realização do homem, em todos os aspectos, à sua sobrevivência e à melhoria da qualidade de vida
- Orientada para a compreensão e solução de problemas sócio-ambientais
- Educação com caráter interdisciplinar, capaz de responder com eficácia às necessidades sociais.
- Educação de caráter permanente orientada para o futuro, com a preocupação de construir valores e conhecimentos para a tomada de decisões adequada à preservação do ambiente e da própria sociedade humana
- Em síntese, visa à formação de um cidadão democrático, crítico e participativo
	Escola
	- É considerada como uma instituição social pública, de caráter dinâmico e histórico
- Considera que, como instituição social ela é contraditória, conflitante, e pode aparecer como um importante espaço de luta para a oposição aos processos de homogeneização cultural (MAC LAREN, APLE)
- Importante para a formação do homem do futuro e no desvelamento das ideologias da sociedade dominante e seu estilo de desenvolvimento
- Permite o acesso e a apropriação do conhecimento historicamente acumulado como instrumento de emancipação
- Não se limita ao espaço isolado de sala de aula, mas que deve servir efetivamente na comunidade como agente de compreensão e procura de soluções aos problemas ambientais concretos (possibilidade de solução, no nível escolar) e de identificação das potencialidades para o desenvolvimento sustentável
	Ensino-
Aprendizagem
 
	- Centrada em situações-problema, elaboração de diagnósticos ambientais e busca de soluções possíveis
- Identificação das potencialidades ambientais num sentido amplo, naturais, culturais e sociais
- Partir de situações concretas do entorno mais próximo para situações mais globais
- Respeita os estágios de evolução cognitiva e se utiliza das “zonas de desenvolvimento proximal”
- Deve se fundamentar em uma relação capaz de despertar a curiosidade, a criatividade, a competência e a solidariedade
- Enfatiza a análise e a intervenção sobre a realidade física e social que envolve o aluno
- Orienta a aprendizagem no sentido da procura de qualidade de vida e da participação social
- O trabalho de estruturação deve se apoiar no trabalho do coletivo escolar e procurar a integração das disciplinas, dos professores, integrando as experiências individuais dos aluno.
- Ajuda o aluno a construir e ampliar suas representações, multiplicar as oportunidades de investigação, de construção do pensamento e da linguagem, e a compreensão da complexidade das relações sociedade - natureza e o exercício do pensamento complexo
- Busca atingir, no mesmo nível, objetivos afetivos, cognitivos, éticos e de habilidades técnicas
- Centrada nas inter-relações, usando os conceitos básicos da Ecologia e de outras ciências, com a finalidade de construir uma nova visão do mundo
	Relação
Professor/Aluno
	- Professor mediador e organizador do processo pedagógico
- O professor deverá agir como transmissor de conhecimentos ou orientador de atividades, segundo a necessidade, os temas propostos, os objetivos perseguidos ou momentos específicos do desenvolvimento
- Essa relação se caracteriza por ser uma mediação, que deverá permitir o estabelecimento de relações sociais democráticas, onde os elementos de responsabilidade social serão enfatizados
- As relações sociais na escola deverão permitir o exercício da prática social inovadora na vida da comunidade, deliberações, discussões, resolução de conflitos, estabelecimentos de consensos, etc., que permitam gerar atitudes de cooperação e respeito
- Deverá possibilitar a explicitação e a análise do currículo oculto
- Enriquecimento mútuo dos diversos sujeitos sociais envolvidos, professor-professor, professor-aluno, professores e alunos com a comunidade
- Relação dialógica, comunicativa, solidária, de construção coletiva do conhecimento
- O professor não é passivo, mas também não intervém a priori para impor um modelo
- Favorece a visão de conjunto sobre a situação. Propõe outras fontes de informação, colocando os alunos em contato com outras formas de pensar
	Metodologia
 
	- Vale-se de todo um leque de metodologias existentes dentro dos âmbitos da abordagem pedagógica moderna
- Preconiza o enfoque por situações-problema, núcleos de estudo, organização de atividades de pesquisa, projetos entre outros
- Utiliza o trabalho em equipe como instrumento essencial para a consecução dos objetivos cognitivos, afetivos e éticos
- Utiliza os meios locais e regionais, por exemplo, técnicos ou especialistas que moram na comunidade para a execução dos projetos educacionais
- Postula uma dialética multidirecional, decorrente da interação: projeto-aluno-circunstância de tempo e lugar professor
- Ao priorizar o estudo das inter-relações complexas postula uma metodologia interdisciplinar e um processo de desenvolvimento transversal no currículo escolar
- Orientada para a solução de problemas concretos, identificação de potencialidades ambientais, participação comunitária e exercício da cidadania
	Avaliação
	- Não existe uma proposta definida sobre o processo de avaliação em Educação Ambiental
- Pode inferir-se que a avaliação:
- Se faça de acordo com o projeto que está sendo executado;
- Seja formativa e permanente, considere a avaliação do contexto dos aportes iniciais, do processo e do produto
- Ênfase na avaliação de processo
- Basear-se em múltiplos critérios, considerando os processos de assimilação e de aplicação a situações novas
- Aquisição e consolidação das estruturas cognitivas nos diferentes estágios
- Qualitativa em relação à aquisição de valores, conhecimentos e novos comportamentos
- Capacidade de tomar decisões, fazer deliberações e discussões consensuais
 
Concepção de currículo que deriva da abordagem sócio-ambiental
A Educação Ambiental na vertente sócio-ambiental não tem um currículo previamente definido, sendo integrada às diversas disciplinas escolares, e podendo, inclusive, orientar e inserir-se no projeto pedagógico da unidade escolar. Podem ser estabelecidas algumas características que se consideram necessárias ao seu desenvolvimento. Pretende favorecer uma educação integral e integradora, que atinja as necessidades cognitivas, afetivas e de geração de competênciaspara uma atividade responsável e ética do indivíduo como agente social comprometido com a melhoria da qualidade de vida. O estudante deve saber situar-se historicamente e ser capaz de olhar e agir prospectivamente para a construção de um futuro mais equilibrado em relação ao uso dos recursos naturais, e justo quanto às relações entre os homens, eliminando as condições de exploração e pobreza vigentes hoje.
 
MEDINA, Naná Mininni. Amazônia, uma proposta interdisciplinar de Educação Ambiental. Brasília, IBAMA, 1994.

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