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UNIVERSO – UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA DIREITO CARLOS ANTONIO NASCIMENTO JÚNIOR RESUMO 3º SEMESTRE – ANTROPOLOGIA RECIFE 2019 2 CARLOS ANTONIO NASCIMENTO JÚNIOR RESUMO 3º SEMESTRE – ANTROPOLOGIA Resumo do conteúdo estudado (caderno e apostilas) da disciplina Antropologia, do terceiro semestre do curso de Direito. RECIFE 2019 3 V1 – CAPÍTULO 1 CULTURA E DIVERSIDADE: UMA TEMÁTICA ANTROPOLÓGICA E CONTEMPORÂNEA ANTROPOLOGIA é a ciência do homem no sentido mais lato, que engloba origens, evolução, desenvolvimentos físico, material e cultural, fisiologia, psicologia, características raciais, costumes sociais, etc. NO CAPÍTULO 1, ESTUDAR-SE-Á o problema da variabilidade das culturas humanas no tempo e no espaço a fim de que o discente desenvolva uma nova perspectiva para perceber e analisar a intensa diversidade das formas de comportamentos, crenças, valores e estilos de vida que marcam as relações humanas em contextos sociais historicamente configurados. POLISSEMIA é a variedade de sentidos de uma palavra ou locução. ARTE RUPESTRE é aquele tipo de arte gravado na rocha, representada nas pinturas das cavernas. É um testemunho vivo que atesta ao mundo contemporâneo, não apenas a existência de várias civilizações, como também atesta a existência do passado longínquo do homem no tempo. A VARIEDADE DAS MANIFESTAÇÕES CULTURAIS é um dado que parece acompanhar o desenvolvimento da história da humanidade. Esta diversidade não fica apenas nas relações sociais que os homens mantém entre si quando em interação. Esta variedade também se manifesta em diferentes modos de ocupar o espaço geográfico e territorial... De explorar o plano de suas ações presentes e criar visões projetivas do futuro... De conceber a vida e de expressar a realidade. NA VARIEDADE DAS MANIFESTAÇÕES CULTURAIS EM UMA PERSPECTIVA REMOTA temos como exemplo de variedade de manifestações culturais as pirâmides do Egito... Os Hieróglifos... A fabricação de utensílios domésticos... Instrumentos de caça, pesca... Adornos... A arte rupestre... Manifestações culturais remotas 4 desenvolvidas pelos povos que habitaram as diferentes partes do mundo como a Península Ibérica e o continente sul-americano. NA VARIEDADE DAS MANIFESTAÇÕES CULTURAIS EM UMA PERSPECTIVA MAIS PRÓXIMA E PRESENTE temos como exemplo as formas de organização social. A família brasileira, por exemplo, viu o ingresso da mulher no mercado de trabalho, quebrando o regime patriarcal à época adotado. A maneira de escolher o cônjuge também deixou de ser prerrogativa dos pais, passando a ser fruto de desejo pessoal e da vontade individual dos parceiros. A VARIEDADE DAS MANIFESTAÇÕES CULTURAIS NÃO SE REDUZ APENAS A UMA QUESTÃO DE TEMPORALIDADE, pois se estende também no espaço. Grupos situados em outros continentes e regiões afastadas e distantes da nossa própria sociedade demonstram isso em seus hábitos, comportamentos e crenças, provocando um sentimento de estranheza e perplexidade. Vejamos o exemplo das mulheres mulçumanas e as mulheres brasileiras. Vejamos por exemplo a culinária francesa que aprecia rãs e escargots enquanto a culinária hindu proíbe o consumo de carne de vaca, por considerar este animal sagrado. E os Mulçumanos que proíbem o consumo de carne de porco. Em alguns países o nudismo é permitido enquanto que as mulheres mulçumanas não possuem a liberdade de expor sequer os rostos em público. COMO ACIMA DEMONSTRADO através de uma visão geral e ampla, percebe-se a polissemia cultural. E SE DELIMITARMOS (TPDHLA) A QUESTÃO, abrangendo uma determinada sociedade, perceber-se-á formas diferenciadas no seu modo de organizar internamente as relações entre os homens ou delimitando a questão, teremos uma sociedade homogênea e uniforme? DELIMITANDO, VEJAMOS A SOCIEDADE BRASILEIRA E O ESTILO DE VIDA DO CAMPO (RURAL) E DA CIDADE (URBANA), pois parecem mais dois polos antípodas. Embora compartilhem de algumas características comuns como a língua a diferença de estilo de vida é gritante, pois enquanto o homem urbano tem o estilo de 5 vida marcado pelas pressões que dão ritmo acelerado às suas vidas, acabando por fazê-lo esquecer, muitas vezes, o contato com a natureza, o homem rural vive e elege a natureza como sua diretriz, de onde tira o sustento de forma harmônica, tendo a natureza como relógio que baliza as estações, plantios, colheitas, etc. DELIMITANDO AINDA MAIS A SOCIEDADE BRASILEIRA (RURAL X URBANA) E PARTINDO PARA A ANÁLISE APENAS DA SOCIEDADE BRASILEIRA URBANA ainda haverá polissemia ou chegaremos, enfim, a homogeneidade? DENTRO DAS CIDADES TEMOS O “CENTRO” E A “PERIFERIA” e isso, por si só, já traz consigo o caráter polissêmico, pois a dicotomia “centro x periferia”, “asfalto x morro” acaba por escancarar muito mais do que uma mera distribuição geográfica das pessoas. Escancara a divisão de classes em virtude das desigualdades econômicas e sociais existente nesta sociedade. Neste contexto, temos ainda a “resistência” dos menos favorecidos que se expressam através de arte como grafite e bailes funks por exemplo, reforçando a polissemia existente na palavra cultura. CONCLUIMOS ASSIM QUE AS CULTURAS HUMANAS NÃO CONSTITUEM TOTALIDADES HOMOGÊNEAS NEM REALIDADES ESTANQUES E ISOLADAS. Relações humanas marcadas por diferenças sociais fundadas em critérios como gênero, classe social, faixa etária, grau de escolaridade, entre outros, situam os homens de forma desigual no tecido social e contribuem para tornar as culturas humanas um mecanismo simbólico que expressa tais diferenciações. SÓ NOS É POSSÍVEL FALAR DAS DIFERENCIAÇÕES CULTURAIS EXISTENTES PORQUE OS GRUPOS HUMANOS ESTÃO EM CONSTANTE CONTATO E INTERAÇÃO, o que não significa dizer que estão em constante entendimento e de forma pacífica e harmônica, pois o que mais vemos são relações marcadas por tensões e conflitos entre interesses econômicos e políticos, cujas consequências, na maioria dos casos, resultam em subjugação de uma cultura pela outra considerada dominante. 6 OS ÍNDIOS AMERICANOS FORAM SUBJUGADOS E MORTOS, TENDO SUA CULTURA EXTINTA. OS ÍNDIOS BRASILEIROS FORAM CADA VEZ MAIS EXPREMIDOS EM SEUS CANTINHOS E CADA VEZ MAIS SUBJUGADOS que por mais isolados que estivessem com suas próprias particularidades e cultura, não puderam, ao longo da história, evitar o contato com a sociedade nacional, cuja política de expansão não só produziu impactos significativos dos recursos naturais, como também acabou por introduzir novas crenças e valores nestas tribos. RESUMINDO... A VARIABILIDADE DAS CULTURAS HUMANAS, DÁ-SE PORQUE: 1. RITMOS VARIÁVEIS – As culturas humanas se desenvolveram no tempo e no espaço em ritmos e modalidades extremamente variáveis, embora seja possível identificar pontos de convergência, afinal todos são HOMO SAPIENS. 2. DADO CONSTITUTIVO DAS RELAÇÕES HUMANAS – Seja quando consideradas de forma particularizadas, seja quando consideradas em sentido amplo. 3. RESULTADO DE PROCESSOS HISTÓRICOS ESPECÍFICOS – Que possibilitaram seu desenvolvimento. Assim, os elementos que compõem internamente seus valores devem ser analisados de forma situada e racionalmente aos contextos históricos particulares nos quais se configuraram. 4. AS CULTURAS HUMANAS NÃO CONSTITUEM TOTALIDADES HOMOGÊNEAS E NEM REALIDADES ESTANQUES – Há uma enorme multiplicidade de critérios dediferenciação dos grupos sociais do interior das sociedades humanas que as tornam extremamente heterogêneas e diversificadas. 5. AS CULTURAS HUMANAS SE DESENVOLVERAM DE MODO DINÂMICO E EM DECORRÊNCIA DO PERMANENTE CONTATO E DAS INTERAÇÕES ENTRE ELAS – O que não significa dizer que sempre foram harmônicas e pacificas. 7 6. AS CULTURAS HUMANAS CONSTITUEM MECANISMOS SIMBÓLICOS – Através dos quais as diferentes sociedades externalizam e expressam seus próprios valores e suas próprias visões de mundo. 7. O ESTUDO DA VARIAÇÃO CULTURAL – Permite compreender um pouco mais a respeito de nós mesmos e da nossa própria sociedade, na medida em que através do estudo, podemos colocar em discussão os limites das nossas próprias atitudes, posições e valores. Permite identificar as diferentes formas de interação na nossa própria sociedade com outras sociedades que lhe são distintas e, de outro, problematizar contextualmente as nossas próprias diferenças internas. Este estudo abre espaço para o diálogo com a diferença o que é uma problemática central na abordagem da antropologia, contribuindo assim para a superação de atitudes preconceituosas que, na maioria das vezes, nos conduzem a posturas marcadas pela rigidez e pela intolerância. CULTURA: DOS SENTIDOS COMUNS À CONCEPÇÃO ANTROPOLÓGICA NO DOMÍNIO DO SENSO COMUM a palavra cultura possui um caráter polissêmico e dinâmico. CULTURA X EDUCAÇÃO - INSTRUMENTO DE DIFERENCIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS INDIVÍDUOS - Correlacionada com estudo e conhecimento, é comum se ouvir: “Fulano é muito culto”. Essa associação da palavra cultura visa diferenciar os grupos sociais conforme o grau de instrução, escolarização e formação acadêmica. CULTURA X FORMA DE EXPRESSÃO ARTÍSTICA - INSTRUMENTO DE DIFERENCIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS INDIVÍDUOS – Correlacionada com as formas de expressão artística como as artes plásticas, música, dança, artes cênicas e literatura, é comum se ouvir: “Fulano é muito culto” com a ideia de Erudito... Erudição... Refinamento e sofisticação no gosto. CULTURA X ESFERA POPULAR – É caracterizada pelo conjunto de elementos e manifestações que expressam a tradição coletivamente compartilhada por um 8 determinado grupo social. Engloba crenças, lendas, hábitos culinários, interdições alimentares, cantigas folclóricas, festas e cerimônias típicas, atitudes religiosas, variedades linguísticas e formas de vestuário. CULTURA X REALIZAÇÕES MATERIAIS – É caracterizada pelo conjunto de objetos, instrumentos e utensílios que sobreviveram ao longo do tempo e que constituem vestígios que nos fazem saber a respeito da existência e do modo de vida das civilizações passadas. CULTURA X ÉPOCA HISTÓRICA – É conhecida como definição característica de uma determinada época da história, como a “cultura pop”, a “cultura hippie”, a “cultura de massa”. CULTURA CONTEMPORÂNEA – DA NOSSA ÉPOCA – É a difundida pelos meios de comunicação como os rádios, internet, televisão, jornais, etc. Que difunde valores que estimulam e prescrevem determinado estilo de vida (maneiras de se divertir, de se vestir, de se comunicar, de escrever, de sentir, de morar, de alimentar, etc.) que uma vez reproduzidos e compartilhados por grande contingente, acaba por legitimar a ideia de homogeneidade e padronização de vida. É nesse contexto que falamos de “cultura da nossa época” ou “cultura contemporânea” para nos referirmos ao nosso modo de viver atual. DUAS CONCEPÇÕES DE CULTURA E A RELAÇÃO ENTRE ELAS PRIMEIRA CONCEPÇÃO defende que a cultura é um dado constitutivo da humanidade como um todo. Um dado que acompanhou a história do seu desenvolvimento no tempo e no espaço. Defende que a cultura diz respeito a todas as manifestações e realizações materiais que atestam a existência social de diferentes povos e grupos. SEGUNDA CONCEPÇÃO defende que cultura se refere as particularidades e às singularidades que dão forma e expressão a diferentes realidades sociais. Defende 9 que cultura diz respeito a uma esfera, a uma dimensão ou domínio especifico da vida social. ANTECEDENTES HISTÓRICOS – KULTUR, CIVILIZATION E TYLOR O TERMO CULTURA ATRAVESSOU UMA LONGA TRAJETÓRIA até que pudesse se tornar objeto de estudos mais sistemáticos e detalhados, que lhe conferissem status teórico dentro do campo do saber. A ORIGEM DA PALAVRA CULTURA se deu pelos intelectuais alemães que buscavam entender o desenvolvimento da história das sociedades humanas a partir do repertório de crenças, costumes e valores. KULTUR foi o termo germânico amplamente utilizado no final do século XVIII para expressar todos os aspectos espirituais de uma comunidade. CIVILIZATION foi o termo utilizado na mesma época pelos franceses para expressar todas as realizações materiais de uma sociedade. CIVILIZATION POR UM LADO servia para designar uma cultura dominante no processo de desenvolvimento da história da humanidade, opondo-se à selvageria... à barbárie. CIVILIZATION POR OUTRO LADO servia para demarcar e diferenciar o estilo de vida das camadas dominantes de uma sociedade, expressando polidez, refinamento e sofisticação. NA PASSAGEM DO SÉCULO XIX PARA O SÉCULO XX o expansionismo europeu proporcionou um maior contato com diferentes povos, grupos e sociedades humanas, ao mesmo tempo em que as nações industrializadas da Europa se fortificam cada vez mais. 10 TYLOR AFIRMA QUE “Cultura ou civilização tomando em seu amplo sentido etnográfico, é este todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro da sociedade”. A GÊNESE DA ANTROPOLOGIA COMO CAMPO DO SABER O EXPANSIONISMO COLONIAL MUDA DE SENTIDO, pois era necessário adequar os novos povos não mais como mão de obra escrava a serviço do sistema capitalista. Era preciso transformá-los em consumidores em potencial de um grande mercado internacional em expansão. O problema da variabilidade cultural então passa a ser tratado como uma questão científica. Assim, a cultura passa a ser tratada de forma teórica e sistematicamente estudada pelas recém-criadas Ciências Naturais e, para que isso fosse possível, foi necessário romper a visão religiosa da criação do homem, passando-se a adotar a visão científica, ora apontada por Darwin. A ANTROPOLOGIA PASSA A DAR AS MÃOS ÀS CIÊNCIAS NATURAIS E EM ESPECIAL À BIOLOGIA e assim a cultura passa a ser concebida como o mecanismo diferenciador básico do homem face às outras espécies vivas, e também como o instrumento que permite distinguir as populações do mundo entre si. NO SÉCULO XIX A ANTROPOLOGIA PASSA A APLICAR AO ESTUDO DO HOMEM OS MESMOS MÉTODOS ATÉ ENTÃO EMPREGADOS NAS CIÊNCIAS DA NATUREZA e de sujeito do conhecimento, o homem passa ao status de objeto da ciência. A ANTROPOLOGIA MANTÉM UM ESFORÇO PERMANENTE de conciliar a dualidade existente entre a unidade biológica do homem enquanto espécie viva e a diversidade cultural. MAS AFINAL A CULTURA É DADA POR AQUISIÇÃO OU É INATA AO HOMEM? Deriva a cultura de aptidões inatas transmitidas ao homem por mecanismos biológicos 11 herdados geneticamente ou a cultura refere-se a um atributo adquirido pelo homem através da aprendizagem? O ARQUITETO ROMANO MARCUS V. POLLIO DISSE QUE “Os povos do Sul têm uma inteligência aguda, devido à raridade da atmosfera e do calor, enquanto os das nações do Norte, tendo se desenvolvido em uma atmosfera densa e esfriados pelos vapores dos ares carregados, tem uma inteligência preguiçosa”. ACHANDO ABSURDO O QUE MAMÁ AFIRMOU?Quantas vezes se viu dizendo que os Mineiros são desconfiados? Que os baianos são preguiçosos e lentos? Que os cariocas são espertos? Que os judeus são negociantes? Americanos interesseiros? Fulano nasceu com o dom para a matemática? Tal pai, tal o filho? TODOS ESTES CONCEITOS SÃO OS FUNDAMENTOS DA TEORIA DETERMINISTA que tenta demonstrar que o comportamento humano, apesar de sua grande variedade, parece estar sempre condicionado e determinado por fatores biológicos. ESCRAVIDÃO, NAZISMO, RACISMO e tantos outros “ismos” se fundamentaram nesta teoria determinista. EM CONTRA PARTIDA, A TEORIA CORRETA É A INSTRUMENTALISTA OU UTILITARISTA que ganha força no século XIX, com as Ciências Sociais, criticando a teoria determinista. A ANTROPOLOGIA EXPLICA QUE diferenças mesológicas ou somatológicas não explicam, por si só, a diversidade do comportamento humano. A ANTROPOLOGIA ADVOGA no sentido de mostrar que a cultura, longe de derivar de um conjunto de aptidões inatas transmitidas geneticamente ao homem, é na verdade resultante de um longo processo de aprendizagem que o envolveu no decurso de sua socialização em determinado grupo ou sociedade. 12 O HOMEM ATUANDO SOBRE O PLANO DE SUAS DETERMINAÇÕES BIOLÓGICAS, geneticamente herdadas, foi além e construiu o seu próprio processo evolutivo, submetendo-se a um processo de aprendizagem que sendo coletivamente compartilhado com seus semelhantes, o tornou um animal social cada vez mais marcado e constituído pela cultura. O ESFORÇO DA ANTROPOLOGIA é mostrar, como que, embora compartilhando com as demais espécies vivas de um conjunto de necessidades básicas comuns derivadas da sua condição natural (comer... dormir... fazer sexo...), o homem, à diferença das demais espécies, foi dotado de um mecanismo diferenciador básico: A CULTURA que não vem junto com o código genético mas que o faz escolher a forma de satisfazer as necessidades básicas. SE POR UM LADO, A NECESSIDADE DE SE ALIMENTAR CONSTITUI UM DADO BIOLOGICAMENTE HERDADO PELO HOMEM, tal como ocorre com os demais seres vivos, por outro lado, as formas pelas quais o homem irá suprir e atender a esta necessidade, não estão determinadas em suas veias e nem em seu código genético. Está determinado em sua cultura. RESUMINDO... 1. A CULTURA NÃO DERIVA DE APTIDÕES INATAS – Ela constitui um atributo adquirido pelo homem através de um longo processo de aprendizagem a que foi submetido no decurso de sua socialização em um determinado grupo ou sociedade. 2. ATRAVÉS DAS PALAVRAS O HOMEM PÔDE REPRESENTAR MENTALMENTE AS COISAS DO MUNDO – Sem precisar para isso tocá-las, manuseá-las ou manipulá-las. 3. O HOMEM ATUOU SOBRE O SEU PRÓPRIO PROCESSO EVOLUTIVO – Ao contrário das demais espécies, adaptando-se as condições ambientais extremamente adversas e criando, ele mesmo, os meios necessários a esta adaptação. 13 4. O HOMEM MANTÉM COM A NATUREZA UMA RELAÇÃO DUPLA – Ele é parte da natureza quanto espécie viva, mas ao mesmo tempo pôde se construir de modo que o permitiu ir além das condições naturais a ele impostas. PARA A ANTROPOLOGIA, se há, portanto, algo em particular nesta espécie única que é o homem, é a sua capacidade infinita de criar modos de vida absolutamente distintos a partir de uma mesma condição natural. 14 15 16 17 V1 – CAPÍTULO 2 O CAMPO ANTROPOLÓGICO E A DINÂMICA CULTURAL O AVANÇO DO OCIDENTE EM DIREÇÃO AOS OUTROS POVOS DO MUNDO contribuiu para o acirramento do contato com a diferença. Na passagem do século XIX para o século XX esta constatação não só se potencializa, como passa a constituir uma temática que cada vez mais ganha força, difundindo-se por todo campo intelectual moderno. A ANTROPOLOGIA SE LEGITIMA como um campo do saber que se forjou como um subproduto do processo de expansão colonial europeu e que será, consequentemente, profundamente marcada pela sua influência como se verá, mais adiante, na escola evolucionista. A PARTIR DO POSTULADO BÁSICO DA UNIDADE BIOLÓGICA HUMANA (DARWIN) e com a constatação da existência de outros povos e sociedades “exóticas”, com diferentes formas de organizar a realidade e conceber o mundo, surgem questões como: - Os povos que acabaram de ser descobertos pertencem de fato à humanidade? - Se de fato pertencem, como explicar que possam viver de formas tão diversas? - Como entender que possam conceber a realidade e se posicionar diante do mundo de modos tão diferentes? - Constitui a diversidade de comportamentos, crenças e atitudes humanas um dado passível de explicação quando se considera a mesma origem biológica? - Se estes povos de fato pertencem a espécie Homo Sapiens, por que não compartilham um único e mesmo modo de vida? - Enfim, qual é o mecanismo diferenciador que torna cada um destes grupos humanos (índios, negros, asiáticos) povos tão diversos e estranhos do europeu? 18 ESCOLA EVOLUCIONISTA EM TORNO DESTAS QUESTÕES, NASCE A ESCOLA EVOLUCIONISTA, a qual foi a primeira teoria elaborada pelos antropólogos para explicar o problema da diversidade cultural. DIANTE DA CRESCENTE EXPANSÃO TERRITORIAL EUROPEIA nasce a objetiva e urgente necessidade de entender estes povos exóticos, para que não houvesse apenas inclusão, mas a transformação destes em consumidores efetivos. A ANTROPOLOGIA PASSA A DEFENDER A TEORIA DA EVOLUÇÃO DARWIANA considerando q humanidade como uma espécie de animal que se originou de outras formas de vida, num processo de permanente evolução, que a levou ao atual estágio de complexidade. O MONOGENISMO (doutrina segundo a qual todas as raças humanas derivam de um tipo primitivo único) passa a ser considerada um fenômeno natural passivo de um estudo objetivo por parre dos antropólogos. A DISTÂNCIA FÍSICA (GEOGRÁFICA) DOS ANTROPÓLOGOS PARA COM O SEU OBJETO DE ESTUDO (NOVOS POVOS EXÓTICOS) acaba possibilitando, tal qual ocorre com as demais ciências, alcançar a neutralidade e a objetividade. 1º POSTULADO EVOLUCIONISTA MODELO EXPLICATIVO PARA A DIFERENÇA - LEMBRAR DE DARWIN - A HUMANIDADE ORIGINOU-SE DE UMA ESTRUTURA SIMPLES E FOI EVOLUINDO PARA UMA MAIS COMPLEXA... MAIS COMPLEXA... Os teóricos evolucionistas ingleses James Frazer e Edward Tylor, assim como o americano Lewis Morgan, apoiam que a humanidade, assim como as demais espécies vivas, se originou de uma estrutura ou forma de vida simples para uma estrutura ou forma de vida mais complexa, num processo de evolução permanente. 19 MAS SE ASSIM O FOI... O PORQUÊ DE OS EUROPEUS SEREM TÃO EVOLUÍDOS E OS DEMAIS POVOS EXÓTICOS NÃO? Daí surge o 2º postulado evolucionista... 2º POSTULADO EVOLUCIONISTA HIERARQUIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DAS DIFERENÇAS - LEMBRAR DE HIERARQUIA, TYLOR E GRAUS EVOLUTIVOS - A PERSPECTIVA ANALÍTICA QUE HIERARQUIZA E CLASSIFICA A DIFERENÇA defende que por ter a mesma origem, a humanidade possui diferenças no que tange aos graus ou estágios evolutivos. Tylor postula A UNIDADE PSÍQUICA DA HUMANIDADE explicando que todos os seres humanos nascem com o mesmo potencial e capacidade de se desenvolverem, todavia, alguns grupos assim o fazem mais rapidamente do que outros. Estes mais lentos, apresentam um estágio de evolução mais atrasado e rudimentar. 3º POSTULADO EVOLUCIONISTA CONSTRUÇÃO DE UMA ESCALA - LEMBRAR DE SELVAGERIA, BARBÁRIE E CIVILIZAÇÃO - OS ANTROPÓLOGOS EVOLUCIONISTAS ADOTAM A SOCIEDADE OCIDENTAL COMO A MAISAVANÇADA encarando, dessa forma, todas as demais menos evoluídas. Defendem que todas as sociedades humanas, sejam elas existentes ou mesmo extintas, são enquadradas e classificadas conforme os diferentes estágios a que se encontrem na linha evolutiva ASCENDENTE E UNILINEAR a ser percorrida por todas elas em direção ao único fim que é ATINGIR O MESMO GRAU DE PROGRESSO E EVOLUÇÃO ALCANÇADO PELAS SOCIEDADES EUROPÉIAS. NESTA IDÉIA, SURGE O CONCEITO DE ESTÁGIO DA SELVAGERIA, ESTÁGIO DA BARBÁRIE E ESTÁGIO DA CIVILIZAÇÃO a serem percorridos, inevitavelmente, por todas as sociedades aquém da europeia. CONFIRMA-SE ASSIM A SUPREMACIA DA SOCIEDADE OCIDENTAL FACE AOS DEMAIS POVOS DO MUNDO e a ideia de civilização perde o “q” de evolução, pois passa a se tornar meta a ser atingida. 20 ESCRAVIZAÇÃO NEGRA, CATEQUIZAÇÃO INDÍGENA DENTRE OUTROS ABSURDOS DE SUBJUGAÇÃO são explicados como missão civilizatória atribuída a ser desempenhada pelo homem branco ocidental, subjugando uma cultura e uma raça em nome de outra tida como superior. 4º POSTULADO EVOLUCIONISTA COMPARAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES E COSTUMES - LEMBRAR IDEIA DE HUMANIDADE ÚNICA - O ESFORÇO DE TRANSFORMAR TODAS AS SOCIEDADES DESCOBERTAS EM UM RETRATO DO QUE FOI UM DIA A PRÓPRIA SOCIEDADE OCIDENTAL traz à baila a ideia de uma humanidade única em que as instituições e os costumes humanos têm uma origem comum. Assim, as nações europeias e também a sociedade americana do século XIX eram contemporâneas dos grupos indígenas e dos aborígenes australianos, classificados no estágio de selvageria, ao passo que as tribos africanas estariam, por exemplo, no estágio da barbárie. A NOÇÃO DE CULTURA COMO TODO UM COMPLEXO sugere a percepção de que a mesma, tal qual uma colcha de retalhos, deriva de itens isolados, unitários e identificáveis, que quando juntos lhe confere um sentido de unidade e homogeneidade. IDENTIFICAR UMA SÉRIE DE TRAÇOS COMUNS NAS DIFERENTES SOCIEDADES HUMANAS ERA A TAREFA DESTE 4º POSTULADO. Religião... Propriedade... Relações de parentesco... Governo... Meios de subsistência... Eram tidos, pelos evolucionistas, como fatores comuns, diferenciados “apenas” pelo aperfeiçoamento do ESPÍRITO CIENTÍFICO o que possibilitou AS INVENÇÕES E DESCOBERTAS. Para Lewis Morgan, por exemplo, a ACUMULAÇÃO DO SABER e o DESENVOLVIMENTO DAS FACULDADESD MENTAIS são os fatores que constituem a base das mudanças culturais, consequentemente, o que caracteriza e demarca os diferentes estágios evolutivos. POR CONSIDERAREM QUE O ESPÍRITO EVOLUTIVO E A ACUMULAÇÃO DO SABER ERAM SUAS CARACTERÍSTICAS, os evolucionistas dispensaram o contato 21 direto com os demais povos, então intitulados como selvagens e bárbaros e assim baseavam seus estudos nos relatos de viagem dos cronistas coloniais. ANTROPÓLOGOS DE GABINETE era a forma que a literatura especializada da época chamava estes evolucionistas, dada a separação física entre eles e o seu objeto de estudo. Eles diziam que os selvagens podiam ser conhecidos à distância, pois afinal, representava apenas a variação da mesma espécie viva que, em função de uma diferença de momentos históricos, se encontravam em um estágio inferior de evolução. CONCEPÇÃO TELEOLÓGICA DA HISTÓRIA é justamente este escalonamento da história das sociedades humanas em um eixo temporal unilinear que conduziria, inevitavelmente, a um fim determinado (que seria o estágio da civilização). TER A CULTURA COMO UM FENÔMENO GLOBAL E ENXERGAR A HISTÓRIA COMO UMA TOTALIDADE CONTÍNUA não desqualifica os esforços e estudos empreendidos pelos evolucionistas, afinal eles que deram o ponta pé inicial na antropologia. É inegável o mérito que tiveram na busca pela sistematização de um modelo explicativo para o problema da diferença cultural. A vinculação do pensamento evolucionista com as teorias oriundas da biologia, de fato contribuiu para retirar o homem de uma ordem religiosa e transcendente que o explicava como produto da criação divina e inseri-lo, em contrapartida, em uma ordem natural que o percebe como resultante de suas próprias experiências. Se por um lado o pensamento evolucionista atesta a existência de uma natureza humana diversa em suas manifestações culturais, por outro, seus 4 postulados negam esta diversidade em nome da suposta homogeneidade. AS CRÍTICAS ANTROPOLÓGICAS AO EVOLUCIONISMO CULTURAL - DIFUSIONISMO E O PARTICULARISMO HISTÓRICO - ANTROPÓLOGO ALEMÃO FRANZ BOAS FAZ AS PRIMEIRAS CRÍTICAS AO EVOLUCIONISMO, NASCENDO A ESCOLA CULTURAL AMERICANA também conhecida como ESCOLA DIFUSIONISTA. 22 Boas fez uma expedição geográfica à Baffin Land, o que o permitiu desenvolver uma intensa investigação sobre várias áreas do conhecimento (linguística, geografia, folclore, organização social) ... Com esta viagem, passou a criticar os evolucionistas antropólogos de gabinete e acaba, assim, por redefinir a antropologia enquanto campo do saber, atribuindo o compromisso de RECONSTRUÇÃO HISTÓRICA DE FORMA PARTICULARIZADA. SÓ A PARTIR DE UMA RECONSTRUÇÃO HISTÓRICA DE FORMA PARTICULARIZADA que o antropólogo poderia, então, efetuar uma análise comparativa das diferentes vidas sociais dos povos. BOAS NEGA OS EVOLUCIONISTAS, NEGANDO A HIERARQUIZAÇÃO DAS SOCIEDADES EM TORNO DE UM EIXO EVOLUTIVO UNILINEAR. Para Boas, as culturas humanas constituem fenômenos naturais particulares e únicos. O PARTICULARISMO HISTÓRICO DE BOAS se dava porque ele acreditava que as culturas humanas são resultados específicos de histórias particulares. A PLURALIDADE DAS CULTURAS HUMANAS são processos de mudança, difusão, troca e empréstimo cultural como aspectos capazes de interferir e influenciar o desenvolvimento de cada formação cultural especifica. AS CULTURAS SÃO CONSTITUÍDAS de traços ou complexo de traços resultantes de condições ambientais, fatores psicológicos, linguísticos e conexões históricas que as levaram a assumir formas extremamente diferenciadas e particulares. BOAS DEFENDE AS INVESTIGAÇÕES HISTÓRICAS como recurso metodológico básico, capaz de fornecer não apenas uma explicação à origem da diversidade dos traços culturais, mas como também uma interpretação plausível sobre o modo pelo qual estes traços puderam contribuir para o desenvolvimento conjunto de formações culturais extremamente diferenciado e plural. 23 BOAS LANÇA A COMPARAÇÃO CONTEXTUALIZADA que busca entender como as relações existentes entre as instituições e os costumes adotados pelos diferentes povos ou grupos humanos ganham forma e sentido. O MODO DE CUMPRIMENTO DOS BRASILEIROS E DOS INGLESES é uma excelente forma de comparação. Sob o aspecto dos evolucionistas (aspecto descontextualizado) há falta de educação dos brasileiros com tantos toques... gestos e excessos de sorrisos... E há frieza e falta de simpatia dos ingleses com tamanha diferença, distancia e formalidade dos ingleses. A proposta de Boas é justamente uma comparação contextualizada e, para tal, faz-se necessário conhecer os dois povos. O brasileiro tem sua peculiaridade calorosa e de toque enquanto que os ingleses possuem a peculiaridade formal. Ambas são características e peculiaridades. BOAS ABORDA O FIM DO CARÁTER ETNOCÊNTRICO E SUA PROPOSTA É UMA PRÁTICA RELATIVIZADORA. O reconhecimento da pluralidade das culturas humanas põe por terra a universalidade da perspectiva europeia, marcada por uma forte postura ETNOCÊNTRICA, postura esta que fazia o Ocidente se considerar o espelho... O modelo a ser seguido, através do qual todas as demais diversas sociedades humanas deveriam ser comparadas e compreendidas. O ETNOCENTRISMO E OS PROBLEMAS DESUA PRÁTICA NO INÍCIO, NA ANTROPOLOGIA, A NÃO ACEITAÇÃO DAS DIFERENÇAS CULTURAIS ERA REGRA, época em que “era preciso” consolidar a dominação colonial do ocidente, subjugando os demais povos. TENDEMOS A REJEITAR OS “OUTROS” COLETIVOS SOCIAIS EM DETRIMENTO DOS NOSSOS PRÓPRIOS VALORES E VISÕES DO MUNDO... O ETNOCENTRISMO É O CHOQUE CULTURAL... O ESTANHAMENTO DOS OCIDENTAIS PARA COM A CULTURA DOS POVOS EXÓTICOS... 24 O ETNOCENTRISMO É A ESTRANHEZA À CULTURA ALHEIA... É ATEMPORAL E OCORRE ATÉ HOJE EM TODAS AS SOCIEDADES... O ETNOCENTRISMO FAZ COMPARAR A CULTURA ALHEIA COM A PRÓPRIA, PONDO A PRÓPRIA EM CONDIÇÃO DE SUPERIORIDADE... A ATITUDE ETNOCÊNTRICA ACABA POR DESQUALIFICAR AS DIFERENÇAS, POIS NOS COLOCAMOS COMO PARÂMETRO DE COMPARAÇÃO... O ETNOCENTRISMO E A XENOFOBIA (AVERSÃO E ÓDIO AO ESTRANGEIRO) fez acontecer o Holocausto liderado por Hitler em nome da superioridade da raça ariana... Faz existir, até hoje os Skinheads... É COM ESTE OLHAR ETNOCÊNTRICO que olhamos para os chamados homens bomba, oriundos dos países árabes... Que olhamos para os Kamikazes... Que olhamos para as mulheres mulçumanas... Para o Candomblé... Para os homossexuais... Para as mulheres... Para os negros... O ETNOCENTRISMO FAZ ENCARAR OS “OUTROS DIFERENTES” COMO MINORIAS A SEREM NEGADAS E ATÉ SUBJUGADAS... “Fulano é preto de alma branca” ... “Negro quando não suja na entrada, suja na saída” ... “Cabelo ruim” ... “Fulano é frutinha... Veado... Bichinha...” UMA VEZ SOZIALIZADOS EM UMA DETERMINADA CULTURA, passamos a compartilhar com nossos semelhantes um CONJUNTO DE NORMAS que parecem regular as nossas condutas no plano da vida social. Estas normas correspondem, na verdade, a uma série de PADRÕES DE COMPORTAMENTO que aprendemos a conhecer e a reconhecer como corretos e adequados em decorrência de um longo processo de socialização a que fomos submetidos. Eles fazem parte de uma HERANÇA CULTURAL coletivamente compartilhada por todos os membros, inclusive por nós, desta mesma sociedade. Ao compartilharmos com nossos semelhantes 25 destes PADRÕES DE COMPORTAMENTO, desenvolvemos UM SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO AO GRUPO. MAS ISSO NÃO DEVE NOS IMPEDIR DE PERCEBER E RESPEITAR AS DIFERENÇAS, pois devemos fugir da ignorância do ETNOCENTRISMO. RELATIVIZAR PRECISAMOS URGENTE ADOTAR UMA POSTURA RELATIVIZADORA... DO MESMO MODO QUE ESTRANHAMOS O “MUNDO DOS OUTROS” ELES TAMBÉM ESTRANHAM O NOSSO. É preciso que sejamos capazes de abrir espaço para o diálogo e de não encararmos nossas “certezas” como sendo as absolutas. O CONVITE QUE A ANTROPOLOGIA FAZ É PARA QUE O ESTRANHEMOS do ponto de vista mental e intelectual, estas formas etnocêntricas e que possamos relativizar. RELATIVIZAR É não considerar o nosso modo de olhar e conceber o mundo como pontos de vista absolutos e melhores... RELATIVIZAR É desnaturalizar nossas práticas, comportamentos e atitudes, num exercício que se volta para a compreensão do mundo do outro a partir dos seus próprios termos... RELATIVIZAR É não hierarquizar a diferença numa perspectiva comparativa que estabelece superiores e inferiores... Civilizados e selvagens ou primitivos... Desenvolvidos e subdesenvolvidos... É PRECISO QUE, BASEADO NA DIFERENÇA, POSSAMOPS REPENSAR e transformar o plano sob o qual se funda a nossa própria subjetividade, através da experiência do outro. Um outro que, na sua diferença, nos ajuda a construir o nosso próprio senso de identidade... De humanidade. 26 27 28 29 30
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