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1 INTERAÇÃO FÁRMACO-RECEPTOR TIPOS DE LIGAÇÃO TIPOS DE LIGAÇÃO: Ligação iônica Ligação íon-dipolo Ligação dipolo-dipolo Ponte de hidrogênio Interação hidrofóbica Interação de Wan der Waals Transferência de carga EFEITO DO FÁRMACO – Reversível Tempo limitado - A ligação F-R se desfaz e o efeito cessa quando diminui a concentração do fármaco no meio extracelular FORMAÇÃO DE LIGAÇÃO COVALENTE: R – R1 Efeito do fármaco ⇒ prolongado ou irreversível Tipos de ligação não covalente que estabilizam a estrutura protéica NH2 OO O H OO O H O H H2N NH2 OO a b c d e f a: Ligação iônica; b: Ponte de hidrogênio c: Interação hidrofóbica e transferência de carga d: Interação de van der Waals 2 Tipo de ligação Energia da interação (kcal/mol) Exemplo Ligação covalente − (40-100) CH3 −−−− OH Ligação iônica − 5 R4N ⊕ ..... ӨI Ligação íon-dipolo − (1-7) R4N ⊕ ..... :NR3 Ligação dipolo-dipolo − (1-7) δ-O = Cδ+ ..... :NR3 Ponte de hidrogênio − (1-7) −−−−OH ..... O=C Transferência de carga − (1-7) OH C C Interação hidrofóbica − 1 C H2 H2 C R C H2 H2 C R Interação de Wan der Waals − (0,5-1) C C..... Tipos de interações fármaco-receptor – Força da ligação LIGAÇÃO COVALENTE – Inseticidas organofosforados O: H Ser R1O P X OR2 O O Ser R1O P OR2 OX O: Ser R1O P OR2 O + HXH Reação de composto organofosforado com centro esterásico da colinesterase N CH3 N O H H O Ser R1O P OR2 O : N CH3 N O H P OR2 O R1O OH Ser + Pralidoxima ( Via IV) – Reativador da colinesterase 3 LIGAÇÃO COVALENTE - Quimioterápicos Antineoplásicos Agentes alquilantes HN N N H N H2N O 7 G N N NH N NH2 A 3 CH2H2C N H2C CH2 Cl R Cl CH2H2C N H2C CH2 Cl R + Cl Mostardas Nitrogenadas R O S CH3 O O R CH2 + CH3SO2O Sulfonato de alquila HS H2N OP O OR HO C O .. ..R1 N Cl R2 N R2 R1 R1 N R2 S N H OP O OR O C O .. .. R1 N R2 R1 N R2 R1 N R2 HO R1 N R2 O Reação de agentes alquilantes com nucleófilos 4 Ligação Iônica ♣ Receptor = proteina (aminoácidos)⇒ grupos ionizáveis ♣ Fármacos ⇒ Ex: carboxila e amino alifático Carga = aniônica ou catiônica (maioria) ♣ Fármacos = Estimulantes e depressores do SNC ♣ Ligação fraca ⇒ Relativamente forte e estável ♣ Interação aniônica-catiônica ⇒ duração rápida (seg) ♣ Reforçada ⇒ Dipolares, Ponte de hidrogênio, Interação hidrofóbica, Transferência de carga, Interação de van der Waals Interação íon-dipolo e dipolo-dipolo R1 R2 O OR2 O R1 NHR2 O R1δ+ δ+ δ+ δ _ δ _ δ _ R1 O R2 δ+ δ+ δ _ C NR δ+ δ_ 5 Ponte de Hidrogênio Formação: X–H …Y X H Y N N N N H H O O H R R R R R R O H N O OR R H R R N N H HO R R O Estrutura das proteinas N N H3C D O O H N N NH H N N D T A N N D O N N N N N D C G H H H O NH H Bases do DNA Transferência de Carga Baker – Complexo de Transferência de carga há duas classes de doadores e duas de receptores: Doadores: *Ricos em elétrons π: alquenos, alquinos e compostos aromáticos *Par de elétrons não compartilhados: R3N: R2O: R2S: etc. Receptores: *Deficientes em elétrons π *Átomos de Hidrogênio fracamente ácidos OH C C 6 Interação Hidrofóbica Hidrocarbonetos – Apolares, insolúveis em água C H2 H2 C R C H2 H2 C R Aproximação entre duas cadeias apolares reduz a interface pela retirada de água Interação de Van der Waals Chamada – Força de dispersão de London Provém da polarização induzida por dois átomos não ligados entre si e que se aproximam mutuamente Fraca 10A Muito Forte 5A Cerca 4A Equilibrada pela repulsão 7 Ligação da procaina ao aceptor H2N C O N CH2 CH2 CH3 CH3O H δ+ δ _ δ+ δ+ δ _ Interação aniônica Ponte de Hidrogênio OH H OH HH N OH Receptor de área plana H3C + H H * X Modelo de Beckett proposto para o receptor da (R)-(-)-epinefrina 8 C a b c d* a C bc d * ESTEREOQUÍMICA DA INTERAÇÃO FÁRMACO-RECEPTOR 1) INTRODUÇÃO - Estereoquímica → arranjo relativo dos átomos no espaço, estrutura tridimensional da molécula. Fatores estéricos do fármaco e do receptor → complexo F-R → Ação medicamentosa - Exigências estéricas do receptor → diferenças na atividade farmacológica entre estereoisômeros. - Estereoisômeros → isômeros que diferem pelo arranjo dos átomos no espaço. 9 2) FATORES ESTRUTURAIS E ATIVIDADE BIOLÓGICA - Isomeria Óptica x Atividade Farmacológica - Isomeria Geométrica x Atividade Farmacológica - Isomeria Conformacional x Atividade Farmacológica ♣Compostos assimétricos → quiralidade C a b c d* a C bc d * *Centro quiral Configuração R ou S 2.1) ISOMERIA ÓPTICA - Isômeros Ópticos → desviam o plano de luz polarizada • Dextrógicro (+) – Direita • Levógicro ( - ) – Esquerda 10 - Enanciômeros → isômeros que diferem apenas na rotação da luz; são imagem um do outro no espelho plano; não são sobreponíveis; possuem propriedades físicas iguais; possuem propriedades químicas iguais; arranjo espacial → diferença na atividade biológica nomenclatura – R e S → grupos prioritários - Diastereoisômeros → não são imagem um do outro no espelho plano; possuem propriedades físicas diferentes; possuem propriedades químicas semelhantes; propriedades físicas → diferença na atividade biológica 11 2.2) ISOMERIA ÓPTICA E ATIVIDADE FARMACOLÓGICA DROGA SELETIVIDADE DA MEMBRANA METABOLISMO SELETIVO RESPOSTA RECEPTOR DA DROGA RECEPTORES NÃO ESPECÍFICOS Diferenças na atividade biológica de isômeros ópticos: •Diferença na distribuição dos isômeros 12 •Diferença nas propriedades da combinação fármaco-receptor PAR DE ENANTIÔMEROS ⇒⇒⇒⇒ RESPOSTAS BIOLÓGICAS DIFERENTES N O O H N O O **N O O H O O N (S)-Talidomida Teratogênica (R)-Talidomida Sedativa 13 2.3) ISOMERIA GEOMÉTRICA • Isômeros Geométricos – Diastereoisômeros resultantes da rotação impedida de ligações duplas - Carbonos da dupla com ligantes diferentes (grupos prioritários) Z - mesmo lado E - lado oposto Configurações – CIS - mesmo lado TRANS - outro lado C C HCl HCl C C H ClH Cl C C HH3C ClBr C C H BrCl H3C CIS TRANS Z E 1,2 dicloroeteno 1-bromo-1-cloropropeno p.e. 60 ºC p.e. 48 ºC p.f. –80 ºC p.f. –50 ºC 14 2.4) ISOMERIA GEOMÉTRICA E ATIVIDADE FARMACOLÓGICA • Diastereoisômeros ⇒ diferentes propriedades físicas ⇒ distribuição nos sistemas biológicos Diferenças na reatividade • Distâncias interatômicas dos grupos essenciais à obtenção da resposta OH HO HO OH HO C C OH H5C2 C2H5 TRANS CIS Estradiol Dietilestilbestrol Distâncias interatômicas entre os grupos OH do trans-dietilestilbestrol e do estradiol são similares, observando-se maior atividade estrogênica no isômero TRANS 15 Reconhecimento de enantiômeros por sistemas biológicos R a a b b c c c b a R D Dc b a Enantiômero A + + Enantiômero B Diastereoisômero A Diastereoisômero B � Par de enantiômeros: ♦Agonistascom atividades intrínsecas iguais ou diferentes ♦ Um é agonista e o outro antagonista ♦Apenas um tem afinidade pelo bioreceptor considerado H7C3 (CH2)8CH2OH 10 11 12 10-trans-12-cis-hexa-decadienol (Bombicol) (109 a 1013 vezes mais potente do que outro possível isômero) Estereoespecificidade dos sistemas biológicos Em 1959, o pesquisador alemão Butenandt conseguiu isolar e identificar o primeiro feromônio conhecido como bombicol , que é o feromônio da mariposa do bicho-da- seda Bombyx mori. Ele precisou matar 500 mil fêmeas desse inseto para obter apenas 1 mg da substância ativa. 16 Importância biológica de compostos quirais ♣ Um apresenta atividade farmacológica e o outro é inativo: Ex: L-α-metildopa (antihipertensivo) ♣Ambos apresentam potência e atividades similares: Ex: Prometazina (antihistamínico) ♣Ambos apresentam atividades similares com potências diferentes: Ex: (S)-(-)-Nimodipina, (S)-(-)-Warfarina, (S)-(-)-Propanolol ♣ Um apresenta a atividade terapêutica desejada e o outro os efeitos secundários: Ex: L-Dopa (antiparksoniano) e R-Talidomida (sedativo) ♣ Ambos apresentam a atividade terapêutica desejada e apenas um os efeitos secundários: Ex: S-(+)-Cetamina (anestésico) ♣ Cada um apresenta diferentes tipos de atividade de interesse terapêutico: Ex: (2S,3R)-(+)-dextropropoxifeno (analgésica) e (2R,3S)-(-)-levopropoxifeno (antitussígena) 17 2.3) ISOMERIACONFORMACIONAL Conformação - arranjo espacial de átomos na molécula por rotação em torno de ligações simples, não há ruptura de ligações. - equilíbrio rápido→ não isolados sob condições normais. Escalonada Esconsa Eclipsada Axiais Equatoriais 18 • COMPOSTOS CÍCLICO (CICLOHEXANO) • Presente nas drogas e moléculas bio-orgânicas em grande escala. H H Forma de cadeira Forma de barco Forma torcida + estável •Na conformação cadeira, os átomos de H se encontram em duas posições: b a a b (axial) (equatorial) (axial) (equatorial) 2.6) ISOMERIA CONFORMACIONALE ATIVIDADE BIOLÓGICA RECEPTOR - Apenas uma das conformações da molécula é ativa MOLÉCULAS SEMELHANTES AGONISTA ANTAGONISTA A’, B’ e C’ são ligantes complementares dos sítios A, B e C. A conformação desta molécula hipotética determina sua capacidade de ligar-se a superfície do receptor e o surgimento da resposta. 19 CONFORMAÇÃO FARMACOFÓRICA •Nem sempre é a conformação preferida •Pode ser termodinamicamente instável Energia de ligação ao receptor vence as barreiras de formação da conformação instável N H3C C O O N H3C C O O Conformação AXIAL Conformação EQUATORIAL Energeticamente PREFERIDA Petidina - Analgésico F CO(CH2)3 N OH Método para determinar a conformação farmacofórica Síntese de análogos rígidos da molécula flexível Droga tranquilizante 4-(4-hidroxi-piperidino)4’-fluorbutirofenona 20 axial > ambos > equatorial ESTRUTURA X ATIVIDADE FÁRMACOS ESTRUTURALMENTE INESPECÍFICOS ⇒ Ação biológica não depende diretamente da estrutura química do fármaco. Estrutura ⇒ Propriedades físico-químicas⇒ Efeito farmacológico Ex: Solubilidade, pKa, adsorção, despolarização das membranas biológicas, etc. - Atuam em doses relativamente elevadas. - Embora apresentem estruturas químicas muito variadas, sem nenhuma relação entre si, podem provocar reação biológica semelhante. - Pequenas variações na estrutura química não resultam em alterações acentuadas na ação biológica. 21 FÁRMACOS ESTRUTURALMENTE ESPECÍFICOS ⇒ Ação biológica depende essencialmente da sua estrutura química. Deve adaptar-se a estrutura química tridimensional do receptor e formar o Complexo Fármaco-Receptor. - São eficientes em concentrações menores do que os fármacos estruturalmente inespecíficos. - Apresentam certas características estruturais em comum responsáveis pela reação biológica análoga que produzem. - Pequenas variações na sua estrutura química podem resultar em alterações substanciais na atividade farmacológica. DISTINÇÃO ENTRE TIPOS DE AÇÃO DE FÁRMACOS: Para distinguir fármacos estruturalmente inespecíficos de fármacos estruturalmente específicos é necessário fundamentar-se em todos os itens de diferenciação mencionados. Ex.: Os diuréticos � apresentam ampla variedade de estruturas químicas e sua ação diurética não é muito afetadas por pequenas modificações estruturais da molécula protótipo de cada grupo. No entanto são estruturalmente específicos � produzem ação farmacológica análoga, mas interrompendo processos bioquímicos diferentes.
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