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PAPEL DO LÚDICO NA APRENDIZAGEM

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PAPEL DO LÚDICO NA APRENDIZAGEM 
 
O lúdico está presente no dia-a-dia da criança. Com os jogos lúdicos a criança ultrapassa seus próprios limites, adquirindo autonomia, desembaraço e segurança.
Encontramos muitos defensores para inserção do lúdico na escola como forma de salvaguardar o processo ensino aprendizagem. Realmente, dentre os defensores das atividades lúdicas na escola temos ALMEIDA  que enfatiza:
"A educação lúdica está distante da concepção ingênua de passatempo, brincadeira vulgar, diversão superficial. A educação lúdica é uma ação inerente na criança, adolescente, jovem, adulto e aparece sempre como uma forma tradicional em direção a algum conhecimento, que se redefine na elaboração constante do pensamento individual em permutações constantes com o pensamento coletivo." (1994, p. 10). 
Evidente que, na definição de Almeida, o jogo lúdico se enquadra perfeitamente no processo de desenvolvimento infantil, sobretudo com o processo de educação para uma sociedade voltada para o lazer como parte integrante do processo de humanização para as próximas gerações.
 Na antiga Grécia, Platão um grande pensador da época afirmava que os primeiros anos de vida da criança deveriam ser ocupados com jogos educativos praticados em comum pelos dois sexos sob orientação de adultos.
         A partir do século XVI os humanistas começaram a perceber o valor educativo dos jogos. Um sentimento novo surgiu; a educação adotou os jogos lúdicos que até então havia prescrito e tolerado como mal menor, transformando-os em práticas educativas para aprendizagem.
          Outra contribuição deve-se a Pestalozzi que ao observar o êxito ou fracasso das técnicas pedagógicas, bem como, o desenvolvimento psicológico das crianças, possibilitou um novo olhar sobre a educação, considerando a escola uma verdadeira sociedade, onde a educação dos menores deve ser fundamentada no senso de responsabilidade e de cooperação e o jogo lúdico possibilita a concretização destas ações.
As atividades lúdicas na infância desperta na criança todas as suas vontades e principalmente o jogo passa a ser sua própria vivência, tanto é que antes de ingressar na escola, a criança em casa já tem experiências lúdicas.
     Froebel, afirma que "(...) a educação  mais eficiente é aquela que proporciona atividade, auto expressão e participação social às crianças."(apud ALMEIDA, 1994: p.27).
         A grande evolução, no entanto, acontece com John Dewey, pois compreende que a verdadeira educação é aquela que estimula na criança um comportamento satisfatório para desenvolver suas necessidades orgânicas e intelectuais, salientando que o jogo faz o ambiente natural da criança, ao passo que as referências abstratas e remotas não correspondem ao interesse da criança.
           Entusiasmado por este novo processo, Jean Piaget, cita em diversas de suas obras fatos e experiências lúdicas aplicados em crianças, considerando os jogos como meios de enriquecer o desenvolvimento intelectual, até mesmo os jogos que antecedem o período escolar denominados por ele como pré-operatórios, não desenvolvem somente o instinto natural, mas também a representação simbólica vivida pela criança. À medida que a criança se desenvolve, os jogos tornam-se mais significativos, concluindo que "os métodos de educação das crianças exigem que se forneça a elas um material conveniente a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais sem que isso permaneçam exteriores à inteligência infantil". (1993, p. 158).
A educação lúdica integra, portanto uma teoria profunda e uma prática atuante, cujos objetivos explicam as relações do ser humano em seu contexto histórico, social e cultural, enfatizando a libertação das relações pessoais por relações reflexivas, criadoras e socializadoras, onde a educação traduz-se por um compromisso sério, consciente e intencional.
Na era dos eletrônicos, os jogos e brinquedos educativos também estão voltando a ganhar espaço, eles já representam cerca de 55% desse tipo de mercado, segundo a Associação Brasileira de Brinquedos Educativos, de acordo com a entidade, o segmento crescer 300% nos últimos 3 anos, apesar da concorrência acirrada com o videogame e outros divertimentos automatizados, em que a criança aperta o botão e eles fazem quase tudo sozinho.
            Além de estimular a coordenação motora, desenvolver o raciocínio lógico e a percepção das crianças, os brinquedos educativos conseguem algo de grande importância: a participação dos pais, quando se depara com o brinquedo educativo, a conversa com os pais e a troca de opiniões surgem naturalmente: "A hora de brincar é muito, mas do que um momento de recreação, ela deve fazer parte da rotina de educação e do tempo da criança. Diverte e estimula o convívio com outras crianças, dá noções de ganhar, perder, lidar com frustrações e sugere situações do dia-a-dia." (BECKER, Denise. Jornal A Notícia 09/10/2005).
Os brinquedos educativos ajudam então no desenvolvimento neuropsicomotor, ou seja, na maturação neurológica, emocional e coordenação motora da criança, dependendo da forma como você enxerga, cria ou manipula, qualquer brinquedo pode ser educativo, por isso a participação dos pais é fundamental, porque o adulto torna qualquer brincadeira interessante, em vez de encher a agenda da criança de atividades, basta sentar com os filhos e brincar, ensina tudo isso.
Para ilustrar o que se diz, apresenta-se um exemplo: listagem de material para a confecção do Cata-Vento – essa atividade pode ser feita coletivamente, pois a troca entre as crianças é fundamental para uma aprendizagem significativa.
Ao trabalhar coletivamente, leva-se em consideração a hipótese que cada criança tem sobre o brinquedo, por exemplo: cada criança cita um material que ela acredita ser necessário para a confecção do brinquedo e com todos os colegas discute sobre a escrita da palavra, a cooperação entre os colegas e a intervenção do professor poderá avançá-los no conhecimento.
A essência desse acontecimento que é real na sala de aula constituída por seres pensantes, onde o professor e aluno interagem em processo e a descoberta se dá tanto para um quanto para outro, pode ser verificada seguindo o pensamento de Hoffmann (1994):
       [...] uma das mediações pela qual se encorajaria à reorganização do saber, ação, movimento, provocação, na tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa, professor e aluno trocando idéias, reorganizando-as (HOFFMANN 1994).
         Quanto mais tempo as crianças puderem viver sua infância, melhor, é nessa fase da vida que elas fazem descobertas e também é um período em que o corpo e a mente estão em constante transformação. Entretanto, as brincadeiras com amigos são importantes, pois é por meio do convívio social que as crianças se desenvolvem e têm noções psicológicas da vida.
         O jogo tem um papel importante no desenvolvimento de habilidades, de raciocínio como organização, atenção e concentração tão necessárias para o aprendizado, os jogos também auxiliam na descentralização, ou seja, consiste em desenvolver a capacidade de ver algo a partir de um ponto de vista que difere do ser, e na coordenação dessas opiniões para chegar a uma conclusão.
Também, no jogo, identificamos o desenvolvimento da linguagem, criatividade e raciocínio dedutivo, exigidos na escolha de uma jogada e na argumentação necessária durante a troca de informações, todas as habilidades desenvolvidas nesse processo, que exigem tentar, observar, analisar, verificar, compõem o que chamamos de raciocínio lógico.
É necessário que os jogos sejam escolhidos e trabalhados com o intuito de fazer a criança ultrapassar a fase de mera tentativa e erro, ou de jogas simplesmente pela diversão, por isso é de suma importância a escolha de uma metodologia de trabalho que permita a exploração do potencial dos jogos no desenvolvimento de todas as habilidades.
O trabalho com jogos, brinquedos e brincadeiras mais antigas como: amarelinha, cata-vento, pega varetas, bilboquê
e peteca, além de ser um resgate da cultura popular são atrativos para as crianças, pois auxilia no processo de ensino e aprendizagem.
O trabalho com o lúdico é uma das alternativas para a aprendizagem, portanto não deve tornar-se obrigatória no quesito avaliação, pois o lúdico é mais um recurso que utilizamos para desenvolver alguns conteúdos necessários no processo de ensino aprendizagem.
       "Esse processo se realiza durante a atividade que a criança desenvolve em relação aos objetos e fenômenos do mundo e do meio ambientem onde se concretizam essas aquisições da humanidade. Tal atividade não se pode formar por si mesma na criança; forma-se mediante a comunicação prática e verbal com as pessoas que a rodeiam, numa atividade comum com elas. Quando o objetivo dessa atividade consiste precisamente em transmitir a criança certos conhecimentos práticos e aptidões, dizemos que a criança aprende e o adulto ensina, em algumas ocasiões é como se a criança, nesse processo, não fizesse mais do que por em prática aptidões e funções psíquicas que a natureza lhe deu, que seu êxito depende delas, mas não é assim. Suas aptidões vão se formando durante o processo (LEONTIEV, 1983:262)." 
            Pois quando a criança se diverte ela sente-se melhor e passa a gostar mais de estar nesse ambiente, além disso, a criança aprende muito mais do que através de atividades cansativas que não despertam seu interesse e que não fazem sentido algum para ela.
        O Educar deve ser flexível no sentido de oportunizar e organizar brincadeiras com as crianças, observar como está sendo a participação nestas atividades e incentivar a socialização da criança com necessidades especiais educacionais. Já que as mesmas necessitam de mais tempo para aprender.
           Os jogos e brincadeiras lúdicas têm como objetivo auxiliar o educador a resgatar o interesse e o prazer pelo aprender, integrar a criança deficiente no contexto escolar e contribuir para que ela faça parte ativa do grupo, a aprendizagem é um direito de toda criança e cabe ao educador se preocupar em gerar essa aprendizagem, em contra partida buscar novos conhecimentos, recursos que irão auxiliá-lo para a execução desse trabalho. 
 
O BRINQUEDO COMO POSSIBILIDADE DO DESENVOLVIMENTO  
O brinquedo segundo vários autores é o suporte da brincadeira, quer seja concreto ou ideológico, concebido ou simplesmente utilizado como tal ou mesmo puramente fortuito.
      "Hoje, essa visão de que uma criança que brinca está "suspensa" da realidade, num mundo à parte, tem mudado. Muitos estudos sobre os vários tipos de brincadeiras que as crianças desenvolvem têm mostrado como, por meio das brincadeiras, as crianças se constituem como indivíduos, com um tipo de organização e funcionamento psicológico próprio, utilizando certos meios comportamentais extraídos de seu registro de competências, em cada período de vida, e das aquisições que sua microcultura impõem". (OLIVEIRA, 1997 pg, 51- 52).
Compreender a brincadeira como mais um eixo organizador do trabalho é de fundamental importância, pois é através dela que se estabelece o vínculo ou o elo entre o imaginário. A criança organiza o seu pensamento através de vivências simbólicas, elaborando o seu real, trabalhando a imaginação e construindo a realidade através da fantasia. A brincadeira é uma atividade humana e social, produzida a partir de seus elementos culturais. Quando trabalhamos na construção de diferentes materiais como o fantoche, máscaras, marionetes, entre outros até a sua utilização em dramatizações, teatro e outros, assim a criança trabalha com imitação e a representação, desenvolvendo sua autonomia e formulando  regras de convívio em grupo, dentre outros. A criança se desenvolve através de atividade lúdica, essa determina sua evolução.
O brinquedo  parece estar caracterizado em Vygotsky como uma das maneiras da criança participar na cultura, é sua atividade cultural típica, como o será em seguida, quando adulto, o "trabalho". (BAQUERO, 1998, p. 101).
     O educador deverá organizar a sua ação, estar sempre atento às brincadeiras, interagindo e oferecendo novos elementos no contexto. A observação, o planejamento e a avaliação são alguns instrumentos que o educador deve utilizar-se neste trabalho.
           Este poder de decisão sobre o uso do tempo e do espaço, sobre o ritmo de sua produção, constitui um marco da autonomia. Um dos caminhos apontados pelas professoras é o exercício da observação atente, onde, observando o brincar da criança, observa-se também suas idéias, possibilitando um outro sentido para o instituído, que vê a brincadeira como ausente de conteúdo.
O brinquedo é um elemento fundamental na vida das crianças, pois, por meio da interação que é estabelecida, a criança constrói diversas capacidades, não só intelectuais, como emocionais também. Além de ser uma fonte de prazer e socialização, o brinquedo pode ser uma poderosa fonte de descoberta do mundo, não só para compreendê-lo fisicamente, mas também culturalmente. As brincadeiras dizem muito sobre as regras que legislam a convivência entre as pessoas, seus costumes e trocas atribuindo-lhes um pertencimento a determinada cultura.
 A questão do brincar é tão séria, que um dos princípios da Declaração Universal dos Direitos da Criança diz que: "Toda criança têm direito à alimentação, habitação, recreação e assistência médica! Sugere-se que toda pessoa em especial, pais e profissionais que fazem parte da formação de uma criança, tenham em mente o quanto é importante repensar na forma de apresentar, oferecer, ou proporcionar certo brinquedo ou uma brincadeira à criança, avaliando o que poderá lhe proporcionar.
Portanto, a brincadeira é uma forma privilegiada de aprendizagem. Na medida em que vão crescendo, as crianças portadoras de necessidades especiais trazem para suas brincadeiras o que vêem, escutam, observam e experimentam. As brincadeiras ficam mais interessantes quando as crianças podem combinar os diversos conhecimentos a que tiveram acesso. Nessa combinações, muitas vezes inusitadas aos olhos dos adultos, as crianças revelam suas visões de mundo, suas descobertas.
Nos dias de hoje já não vimos mais crianças brincando de "esconde-esconde" nas ruas, pessoas tendo horas de lazer em parques ou mesmo fazendo exercícios físicos. A rotina diária sedentarisou-se talvez por causa do mercado de trabalho, que cada vez está mais escasso e competitivo exigindo mais de seus componentes, talvez pela modernidade que vem sofrendo a tecnologia, que diariamente cria novos programas e jogos computadorizados que ocupam grande parte do tempo de adultos e crianças, talvez então é agenda escolar, que estão excessivamente organizadas cuidando da educação de seus estudantes em horário integral ou a violência que não nos deixa mais sair sozinhos nas ruas..., o verdadeiro motivo não se sabe qual foi, mas o que é visível a todos nós é que o jogo o divertimento ao ar livre foi menosprezado ou até mesmo esquecido pelas pessoas.
O que muitos não sabem é que numa determinada fase de vida da criança o contato com o ar livre, a brincadeira de rua é de extrema importância. É esta que faz com que a criança desenvolva sua percepção, sua capacidade motora, seu cognitivo, sua autonomia, fazendo com que a mesma acabe por adotar hábitos saudáveis. As escolas acabam por achar que tais momentos de lazer são perda de tempo, que não levam a nada a não ser a algazarra, e quando propiciam momentos de lazer são em quadras esportivas fechadas, sem nenhum contato com a ecologia (baseada na definição biológica clássica de ecologia como o estudo das relações entre as coisas vivas e seus envolvimentos). A ausência destas experiências por parte das crianças, sem capacidade de independência no seu envolvimento físico, fazem com  que muitas delas apresentem um repertório lúdico empobrecido e uma problemática capacidade de adaptação a situações novas.      
Percebe-se que é  importante  o resgate de tais atividades de estimulação e a valorização dos jogos lúdicos, para crianças com
necessidades educativas especiais, fazendo com que pais, educadores, coordenadores de bairros, etc., compreendam o significado e a necessidade de promover atividades lúdicas (a qualidade do jogo dentro de uma perspectiva ecológica) no desenvolvimento infantil em situações educativas, como nos recreios, ao redor de sua habitação, em sua comunidade, fazendo com que todos se mobilizem a mudar esta realidade, que cada vez mais bitola a criança a ficar entre quadro paredes.
As idéias apontadas por BAQUERO (1998) são:
a.     Instituições Escolares: a formação dos professores é muito importante para que haja a compreensão da importância lúdica no desenvolvimento infantil. Pesquisas mostram  que cada vez mais a violência durante o recreio vem aumentando nas escolas por falta de supervisão pedagógica e de um local adequado e atrativo em atividades. Ex: amarelinhas nos corredores, "ovo choco", brincadeiras com cordas, etc. outra idéia é a implantação de projetos com jogos, do tipo gincana, onde vários professores de variadas séries poderiam mobilizar não somente alunos mas também pais em algumas horas de lazer, desenvolvendo não somente o motor como seu conteúdo programático. 
b.     Família e Atitudes Parentais –utilizar as horas livre para passear com a criança em áreas verdes, parques, etc., ou mesmo brincar ao redor da moradia, num espaço aberto durante algumas horas, encorajando e estimulando as crianças a praticarem atividades físicas. Como já foi dito anteriormente, a participação em projetos escolares (gincanas) onde pais e filhos interagem juntos em atividades lúdicas. A conscientização por parte de pais e familiares faz com que os mesmos busquem por maiores áreas de lazer, e no caso dos centros urbanos, por maior vigilância policial, devolvendo a criança o direito do jogo. 
c.     As estruturas comunitárias – a comunidade poderia explorar áreas verdes inutilizadas para o lazer, como limpar uma capoeira no intuito de formar um campo de futebol, uma quadra de volei, um local propício ao esconde-esconde. Ou mesmo a organização da comunidade para jogos, campeonatos entre crianças, entre pais, pais e filhos, etc. 
 A maioria das crianças hoje não tem uma infância como deveria. Não possui espaço para as travessuras, se fecham em seus mundos, apartamentos, casas, computadores, vídeo games, etc. Com o aumento da violência pais privam os filhos de uma infância saudável.
Com o avanço da tecnologia fica mais difícil, pois a maioria dos brinquedos são muito atrativos e executam atividades antes realizadas por crianças, sozinhos. As crianças nos dias de hoje, acabam por viverem isoladas sem saberem conviver em grupo. O que elas mais aprendem é conviver com máquinas, que executam exatamente o que e como elas mandam.
Antigamente as famílias eram grandes, hoje os casais optam por terem filhos únicos, ou no máximo  dois ou três, talvez devido a situação financeira. As crianças de hoje esquecem ou até mesmo nem conhecem o lúdico, muitas vezes não sabem imaginar, não foram estimuladas a desenvolverem criatividade, a usar e abusar de sua capacidade imaginária.
Muitas crianças hoje se tornam obesas por falta de exercícios físicos, não correm e não sabem correr, não brincam sozinhas e não sabem brincar em grupo, não se exercitam nem mais para aumentar o volume da TV ou trocar de canal, são totalmente acomodadas.
O papel do educador vem resgatar o que pode estar se perdendo, pois a correria dos pais no dia a dia, muitas vezes os fazem esquecer das necessidades dos filhos e principalmente que eles são crianças, e que criança precisa brincar. O educador quando possui uma consciência da importância do lúdico, desenvolve não só os aspectos motores, mas também os aspectos simbólicos, lingüísticos e sociais. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
Percebe-se que alterações políticas, legais e administrativas em prol da inclusão social e escolar dos alunos com necessidades especiais vêm ocorrendo ao longo da história.
Primeiro, as pessoas consideradas deficientes eram excluídas e segregadas da sociedade. Eram simplesmente ignoradas, evitadas, abandonadas ou encarceradas aponto de serem muitas vezes eliminadas.
No segundo momento são chamadas de excepcionais e são tratadas como clientes que possuem certas capacidades, ainda que limitadas como a aprendizagem. Passam a ser protegida em asilos e abrigos para pessoas com deficiência, e raramente saem de lá, onde, são submetidas a tratamentos e práticas, no mínimo alienantes.
O terceiro momento foi marcado pelo reconhecimento do valor humano desses indivíduos e como tal, o reconhecimento dos seus direitos. Isso ocorreu em especial a partir da década de 1960. Emergem, assim a necessidade de indivíduos - cidadãos, sabedores e conscientes de seus valores e de seus direitos e deveres.
Neste sentido, torna-se essencial refletir sobre a prática educativa com um "novo olhar", sensível às diferenças, atento a atividades lúdicas, jogos e brincadeiras e às demandas de cada grupo, como um todo e aos limites e possibilidades de cada aluno, único, singular, porém ao mesmo tempo igual, semelhantes em direitos, deveres, necessidades e valores.
Considera-se, segundo a Declaração de Salamanca, que as escolas para serem inclusivas devem estar bem definidas quanto a seus propósitos, pois terão que reconhecer e responder as diversas necessidades de seus alunos, adaptando-se e refletindo-se sobre sua prática, para que possa oferecer uma educação de qualidade.
Como já é sabido, não é fácil mudar o que está impregnado há muito tempo, porém não é impossível, é preciso que acima de tudo que tenhamos nossos objetivos bem definidos e disposição para pormos em prática. É preciso também que os profissionais envolvidos estejam dispostos a procurar, a pesquisar, se capacitando, cada vez mais para atender esta clientela tão "especial", pois, é através de cada um de nós que as soluções podem ser pensadas, repensadas e postas em prática.
É importante frisar que independentemente da idade, interesse ou habilidade, há atividades recreativas para atender as necessidades de todos os portadores de necessidades especiais.
Sendo aconselhável apresentar várias oportunidades para que eles descubram suas áreas particulares de interesse ou destreza. Encontrando uma atividade mee que resulte em uma experiência bem sucedida, fará com que o lúdico seja um fator positivo e recompensador em suas vidas.
Para concluir este trabalho posso dizer que adquiri novos e significativos conhecimentos acerca da Deficiência Intelectual, e da teoria histórica cultural (ou sócio-historica), elaborada por Vygotsky, como também pude perceber os avanços e desafios em estarmos inovando, criando e recriando através de atividades, jogos e brincadeiras lúdicas, tornando assim nossa prática pedagógica mais rica e produtiva.
 
 
A Importância do Brincar
 
Para criança o brincar é a maneira como ela conhece, experimenta, aprende, desenvolve, vivencia, expõe emoções, coloca conflitos, elabora-os ou não, interage consigo e com o mundo.
O corpo é um brinquedo para a criança. Através dele, ela descobre sons, descobre que pode rolar virar cambalhota, saltar, manusear, apertar, que pode se comunicar.
O mesmo brinquedo pode servir de fonte diferente de exploração e conhecimento. Uma bola para uma criança de dois anos pode ser fonte de interesse com relação a tamanho, cor e para uma criança de seis anos o interesse pode ser mais relacional: jogar e receber a bola do outro, fazer gol.
É importante que a criança possa brincar sozinha e em grupo, preferencialmente com crianças de idade próximas. 
Desse modo, a criança tem possibilidade de ampliar sua consciência de si mesma, pois pode saber como ela é em um grupo se é mais receptivo ou mais agressivo, um que ela é líder, outro em que é liderada, dessa forma a criança lida com as diferenças e amplia seu campo de vivências, experiências, conhecimento e aprendizado.
Brincar é um espaço privilegiado que proporciona à criança, a oportunidade de viver entre o princípio do prazer e o princípio da realidade.
Cabe ressaltar que a brincadeira não traz apenas prazer, também pode trazer dor ou desconforto.
Brincando a criança vai, lentamente, estabelecendo vínculos, brinca com os objetos externos e internos num processo de trocas intensas com a realidade e com a fantasia. 
O brincar proporciona ao sujeito liberar o medo do novo, do desconhecido. 
A criança brinca com o desconhecido para torná-lo conhecido, brinca com o medo para que possa dominá-lo.
Brincar é uma ação que ocorre no campo da imaginação, dessa maneira a criança está fazendo uso de uma linguagem simbólica, o que se faz retirando da realidade coisas para serem significadas em outro espaço. 
É importante lembrarmos que quando a criança tem em mãos uma peça de sucata e imagina que é um caminhão, ela está estabelecendo uma relação de imaginação e criação: está recriando a realidade.
É na exploração do mundo, do meio ambiente, na manipulação dos objetos, nas trocas com seus pares que a criança vai aprendendo, vai buscando para si o conhecimento.
O brincar permite que a criança desenvolva raciocínio lógico descobrindo em um brinquedo várias maneiras de jogar.
 
Metodologia
 
Esta pesquisa está classificada nos critérios de pesquisa bibliográfica para o embasamento teórico.
Partindo da pesquisa realizada, os dados foram analisados a partir de leitura crítica e redação dialógica a partir dos autores apresentados.
 
 
Considerações finais
 
A aprendizagem e o desenvolvimento estão estritamente relacionados, sendo que as crianças se inter-relacionam com o meio objeto e social internalizando o conhecimento advindo de um processo de construção.
O brincar permite, ainda, aprender a lidar com as emoções. Pelo brincar, a criança equilibra as tensões provenientes de seu mundo cultural, construindo sua individualidade, sua marca pessoal e sua personalidade. 
Mas, é Piaget que nos esclarece o brincar, implica uma dimensão evolutiva com as crianças de diferentes idades, apresentando características específicas, apresentando formas diferenciadas de brincar.
Desta forma, a escola deve facilitar a aprendizagem utilizando-se de atividades lúdicas para favorecer o processo de aquisição e autonomia de aprendizagem. 
Para tanto, o saber escolar deve ser valorizado socialmente e a alfabetização deve ser um processo dinâmico e criativo através de jogos, brinquedos, brincadeiras e Musicalização.
Com a utilização desses recursos pedagógicos, o professor poderá utilizar-se, por exemplo, de jogos e brincadeiras em atividades de propostas.
A criança desenvolve o raciocínio e constrói o seu conhecimento de forma descontraída.
As atividades lúdicas têm o poder sobre a criança de facilitar tanto o progresso de sua personalidade integral, como o progresso de cada uma de suas funções psicológicas, intelectuais e morais. 
Ao ingressar na escola, a criança sofre um considerável impacto físico-mental, pois, até então, sua vida era exclusivamente dedicada aos brinquedos e ao ambiente familiar.
Na escola, a criança permanece durante muitas horas em carteiras escolares nada adequadas, em salas pouco confortáveis, observando horários e impossibilitada de mover-se livremente.
Pela necessidade de submeterem-se à disciplina escolar, muitas vezes a criança apresenta certa resistência em ir à escola. O fato não está apenas no total desagrado pelo ambiente ou pela nova forma de vida e, sim, por não encontrar canalização para as suas atividades preferidas.
O crescimento, ainda em marcha, exige maior consumo de energia e não se pode permitir que a criança permaneça, por longo tempo, trancafiada na sala de aula, calma e quieta, quando ela mais necessita de movimento.
A escola deve partir de exercícios e brincadeiras simples para incentivar a motricidade e as habilidades normais da criança em um período de adaptação.
Com as atividades lúdicas, espera-se que a criança desenvolva a coordenação motora, a atenção, o movimento ritmado, conhecimento quanto à posição do corpo, direção e sentidos. 
O psicopedagogo também se faz necessário em sua atuação como profissional da área: pedagógico e psicológica. Tendo como objetivo detectar a problemática dentro do contexto causa/sintoma e atuar sobre eles. 
As rupturas no vínculo familiar causam alguns bloqueios e rupturas no vínculo com “conhecimento”. Por esse motivo, tem-se a afirmação piagetiana de que afetivo e cognitivo permanecem lado a lado.
O psicopedagogo deve preparar jogos e atividades lúdicas que levem as interpretações operatórias, diferenciando da interpretação psicológica, que não é o seu campo de atuação.
É importante lembrar que se trata de um trabalho em conjunto e que o tratamento é direcionado para o sujeito e para o ambiente a ser modificado. 
Eliminam-se as “fantasia de cura” dos genitores e inicia-se a explanação de como é a intervenção psicopedagógica e o papel do lúdico, daí a necessidade de trabalhar com jogos, teatros, histórias e outros instrumentos. 
 
Referencias bibliográficas
 
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CHAMAT, L. S. J. Técnicas psicopedagogógica. São Paulo: Vetor, 2008.
 
CUNHA, N.H.M . Brinquedoteca: um mergulho no brincar. São Paulo: Maltese, 1994.
 
KISHIMOTO, T.M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 1996.
KISHIMOTO, T. M. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Cortez 1999.
LUCKESI, Cipriano Carlos (org.) Ludopedagogia - Ensaios 1: Educação e Ludicidade. Salvador: Gepel, 2000. 
OLIVEIRA, S.P. O que é brinquedo. São Paulo: Brasiliense, 1990.
 
PIAGET, J. A representação do mundo da criança. Rio de Janeiro: Record, 1990.
REVISTA CRIAÇA. Jogos e Brincadeiras na Escola. 2002.
VYGOTSKY, L. S. A formação da mente. São Paulo: Martins Fontes 1991.
 
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. SP, Martins Fontes 1987.
 
VYGOTSKY, L. S. Linguagem desenvolvimento e aprendizagem. SP, Martins 1988.
VYGOTSKY, L. S. (1994). A formação social da mente. 1. ed., São Paulo, Martins Fontes.

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