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 PRINCÍPIOS ******** Elementos fundamentais da cultura jurídica humana. - PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DO PROCESSO: a) LÓGICO: Consiste na escolha dos atos. Forma os mais aptos para descobrirem a verdade e evitar o erro no processo. b) JURÍDICO: Assegurar igualdade de tratamento aos litigantes no processo, bem como justiça na decisão. c) POLÍTICO: Deve-se aplicar o MÁXIMO DE GARANTIA SOCIAL, com o MÍNIMO DE SACRIFÍCIO INDIVIDUAL DA LIBERDADE. d) ECONÔMICO: O processo deve ser acessível a todos os cidadãos, com vistas a seu custo e a sua duração. - PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PROCESSUAL: 1) INVESTIDURA OU JUIZ NATURAL (*O Dr. Wellington dividiu em dois princípios diferentes, porém são basicamente o mesmo*) Somente o magistrado é investido de jurisdição, tendo sido criado antes do litígio, e não para julgá-lo. Deve estar regularmente investido na atividade jurisdicional (ser juiz, desembargador ou ministro do STJ) e também deve ser competente para julgar a lide. Também impede a criação de tribunais de exceção (art. 5º, incisos XXXVII e LIII, e art. 92 da CF). 2) AÇÃO, DEMANDA, INICIATIVA DAS PARTES OU INÉRCIA DA JURISDIÇÃO O processo não pode ser iniciado pelo juiz. Cabe a quem se sente lesado o direito de provocar o exercício da jurisdição (art. 2º, art. 128 e art. 262 do CPC). 3) IMPARCIALIDADE DO JUIZ Significa a equidistância do juiz das partes e seus interesses no processo em que atua. O juiz representa o Estado e sua função é de aplicar a lei ao caso concreto, solucionando o conflito de interesses, por isso deve ser desinteressado da pretensão do autor e da resistência do réu. É uma garantia de justiça no processo (art. 95, parágrafo único e incisos, da CF). O juiz estará impedido conforme art. 134 do CPC. O juiz será considerado suspeito conforme art. 135 do CPC. 4) IGUALDADE DAS PARTES OU ISONOMIA PROCESSUAL Impõe ao juiz tratamento igualitário em relação aos litigantes, correspondendo à prática dos atos processuais. As partes e procurados devem merecer tratamento igualitário, para que tenham as mesmas oportunidades de fazer valer em juízo as suas razões (art. 125, inciso I, do CPC). Encontra exceções, portanto não é absoluto: art. 297 do CPC – Órgãos do poder público – Ministério Público e Fazenda Pública. 5) ACESSO À JUSTIÇA OU INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO Quando a pessoa sentir que teve um direito lesado, mesmo que pelo Estado, poderá recorrer ao processo. Qualquer que seja a lesão ou ameaça a direito poderá ser levada ao conhecimento do poder judiciário, que terá o poder , o dever e a função de aplicar uma solução para o caso concreto (art. 5º, inciso XXXV da CF). 6) PUBLICIDADE 
As audiências são públicas e qualquer indivíduo pode examinar o processo, o que garante a fiscalização sobre o trabalho do juiz, dos advogados e dos promotores de justiça. Destina-se às partes e ao público e somente essa última pode ser limitada por interesse público. A publicidade não pode ser confundida com o sensacionalismo que afronta a dignidade humana. A regra admite exceções e sofre restrições. Cabe ao juiz verificar até que ponto a publicidade é tolerável, tomando as devidas providências quando ela for prejudicial aos trabalhos processuais. Artigos: - 5º, inciso LX, e 93, inciso IX, da CF. - 155, incisos I, II e parágrafo único, do CPC. - 792, parágrafo primeiro, do CPP. - 770 da CLT. 7) IMPULSO OFICIAL Cabe ao juiz, depois de instaurada a relação processual, movimentar o processo até a conclusão final, velando pela sua rápida solução (art. 125, inciso II, e 262 do CPC). 8) LEALDADE PROCESSUAL É consequência da boa-fé no processo. O juiz poderá atuar de ofício contra fraude processual (arts. 16 a 18 do CPC). 9) LIVRE CONVENCIMENTO OU LIVRE APRECIAÇÃO DA PROVA O juiz deve apreciar livremente as provas apresentadas pelas partes, de acordo com as regras jurídicas, além de fundamentar a sentença (art. 131 do CPC). 
19/09/2017 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/3II- A lei processual penal admite interpretação extensiva e aplicação analógica,bem como o suplemento dos princípios gerais do direitoIII- Na ação penal pública condicionada a representação do ofendido pode serretratada até o recebimento da denúncia.IV- Na ação penal privada subsidária da pública, o Ministério Público pode aditar aqueixa, intervir em todos os termos do processo e interpor recurso.V- No caso de morte do ofendido, somente o cônjuge tem direito de oferecerqueixa ou prosseguir na ação penal pública condicionada à representação.As proposições corretas são apenas:A)I, II e IIIB)III, IV e VC)II, III e IVD) I, IV e VE)I, II e IVO aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)Comentários:E) o item III fala em recebimento da denúncia, já o art. 25 do CPP fala emoferecimento da denúncia. São momentos diferentes. É isso que torna o itemerrado. A representação somente poderá ser retratada até o oferecimento dadenúncia (o recebimento da mesma pelo juiz ocorre somente depois). Exercício 3: Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna da frase:O principio da oportunidade _________________
19/09/2017 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/3A)somente tem aplicação às 
19/09/2017 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/3II- A lei processual penal admite interpretação extensiva e aplicação analógica,bem como o suplemento dos princípios gerais do direitoIII- Na ação penal pública condicionada a representação do ofendido pode serretratada até o recebimento da denúncia.IV- Na ação penal privada subsidária da pública, o Ministério Público pode aditar aqueixa, intervir em todos os termos do processo e interpor recurso.V- No caso de morte do ofendido, somente o cônjuge tem direito de oferecerqueixa ou prosseguir na ação penal pública condicionada à representação.As proposições corretas são apenas:A)I, II e IIIB)III, IV e VC)II, III e IVD) I, IV e VE)I, II e IVO aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)Comentários:E) o item III fala em recebimento da denúncia, já o art. 25 do CPP fala emoferecimento da denúncia. São momentos diferentes. É isso que torna o itemerrado. A representação somente poderá ser retratada até o oferecimento dadenúncia (o recebimento da mesma pelo juiz ocorre somente depois). Exercício 3: Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna da frase:O principio da oportunidade _________________
19/09/2017 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/3A)somente tem aplicação às ações penais públicas incondicionadasB)somente tem aplicação às ações penais de iniciativa privada ou públicascondicionadas à representaçãoC)somente tem aplicação às ações penais públicas condicionadas à representação.D)não se aplica ao processo penalE)é aplicado somente na fase de inquérito policial.O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)Comentários:B) Divergencias a parte, é de bom alvitre trazer algumas complementações:Segundo o Princípio da Obrigatoriedade "ocorrida a infração penal, ensejadora deação pública incondicionada, DEVE a autoridade policial investigá-la e, emseguida, havendo elementos, é OBRIGATÓRIO que o promotor apresentedenúncia. Não há, como regra, no Brasil, o princípio da oportunidade no processopenal, que condicionaria o ajuizamento da ação penal ao critério discricionário doórgão acusatório - exceção seja feita à AÇÃO PRIVADA e PÚBLICACONDICIONADA. Ressalte-se que, neste último caso, se trata da incidência deambos os princípios, ou seja, oportunidade para o oferecimento da representação,obrigatoriedade quando o Ministério Público a obtém
 I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso;  II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, semmotivo justificado, a reparação do dano;  III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código REVOGAÇÃO FACULTATIVA  § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos PRORROGAÇÃO  Art. 81, § 2º - Se o beneficiário está sendo processado po r outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo.  § 3º - Quando facultativa a revo gação, o juiz pode, ao invés de decretá -la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado EXTINÇÃO  Expirado o período de prova sem que tenha havido a revogação da suspensão condicional da pena, considera-se extinta a sanção privativa de liberdade aplicada (art. 82 CP). SURSIS PROCESSUAL  A SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO TEM POR OBJETIVO EVITAR A APLICAÇÃO DA PENA P RIVATIVA DE L IBERDADE NOS CRIMES EM QUE A PENA MÍNIMA COMINADA FOR IGUAL OU INFERIOR A 1 ANO.  AS CONDIÇÕES IMPOSTAS AO CUMPRIMENTO DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO SÃO AS MESMAS IMPOSTAS AO CUMPRIMENTO DO SURSIS, M AS AS CONSEQÜÊNCIAS DOS INSTITUTOS SÃO DIVERSAS:  1o) no sursis o agente foi condenado e a concessão da suspensão da pena só pode ocorrer após o trânsito em julgado da sentença condenatória, na audiência ADMONITÓRIA;  2o) na suspensão condicional do processo, o juiz recebe a denúncia, e só. Todos os demais atos do processo ficarão suspensos, não havendo condenação do réu;  3o) a vítima eu figurou no processo em que se deu o sursis tem direito a seu título executivo judicial, nos termos do art. 584, II, do CPC. No processo em que houve suspensão, por não haver condenação, não tem direito a título executivo judicial;  4o) o beneficiário do sursis, após o período de prova, não apaga seus dados criminais, servindo a condenação em que houve o sursis para forjar a reincidência ou m aus antecedentes do agente. Não havendo condenação na suspensão condicional do processo, uma vez cumpridas as condições da mesma, o juiz declarará EXTINTA A PUNIBILIDADE, não servindo essa declaração para atestar maus antecedentes ou reincidência. 
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19/09/201 7 UNIP - Uni versid ade Paulist a : D iscip linaOnlin e - S ist emas de c onteúd o onlin e para Alun os . https://on line.unip.br/ imprim ir/imprim irc onteudo 2/2 O termo de encerramento do i nquérit o poli cial deverá conter: A) a tipificação correta do crim e apurado, sob pena de nuli dade do procedimento. B) a indi cação de dili genci as realizadas ou não e as testemunhas ouvidas. C) a transcrição do inteiro teor do interrogatóri o prestado pel o acusado. D) a tipificação do crime, fican do o Ministéri o Públi co limitado à mesma. E) rel atóri o, detalhado, de todos os fatos ocorri dos e ti pifi cação correta do delito a ser di scuti do na ação penal . O aluno re spondeu e acerto u. Alterna tiva( B) Comentários: B) O indi ciamento não pode, nem deve, consti tuir um ato de arbítrio do estado, especi almente se se considerarem as graves impli cações morais e jurídicas que deriv am da formal adoção, no âmbito da in vesti gação penal, dessa medida de Polí cia judi ciária, qual quer que seja a condição social ou funci onal do susp eito. 
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DIREITO PENAL II AULA 11 – SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA HISTÓRICO  A suspensão condicional da pena tem suas raízes no Direito penal romano. Também no Direito penal canônico foi utilizada, sendo condicionada à não reincidência, para penas temporais e espirituais aplicadas.  A partir do séc. XIX adquiriu os contornos atuais. Foi agasalhada pela legislação penal belga (1888) e depois pela lei penal francesa (1891). Posteriormente, foi adotada por diversos países europeus.  No Brasil, foi introduzida pelo Decreto nº 16.588 de 1924. Fo i também adotada pelo Código Penal de 1940 (arts. 57 a 59) e pelo Código de Proc esso P enal de 1941 (arts. 696 a 709). CONCEITO  Também chamada de sursis, a suspensão condicional da pena é a suspensão parcial da pena privativa de liberdade de curta duração por determinado prazo, desde observadas determinadas condições e requisitos, previstos no art. 77 CP.  O magistrado, quer a conceda que a denegue (art. 157 LEP) deverá m anifestar-se na sentença condenatória. NATUREZA JURÍDICA  Trata-se de questão controvertida (p.e. meio repressivo e preventivo da prática de novos delitos; substitutivo da pena privativa de liberdade de curta duração; causa sub conditione de extinção de punibilidade).  A do utrina majoritária a vê como direito público subjetivo, com caráter nitidamente sancionatório (sobretudo após a Reforma de 1984). SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA x SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO  Na suspensão condicional do processo (prevista na Lei 9.099/95 – Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais) o que se suspende é o próprio processo - e não a sanção penal – por determinado prazo (entre 2 e 4 anos), se cumpridos determinadas condições (art. 89, §§ 1º e 2º) e preenchidos requisitos objetivos e subjetivos (art. 77 CP).  Só é cabível para sanções com pena igual ou inferior a 1 ano (art. 89, Lei 9.099/95). SISTEMAS a) Sistema anglo-saxão (probation system): Consiste na suspensão da ação penal durante determinado tempo, podendo ser aquela reiniciada ou definitivamente extinta. A extinção fica condicionada à boa conduta do apenado, aferida mediante fiscalização de agentes estatais
  I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso;  II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano;  III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código REVOGAÇÃO FACULTATIVA  § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos PRORROGAÇÃO  Art. 81, § 2º - Se o beneficiário está sendo processado po r outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo.  § 3º - Quando facultativa a revo gação, o juiz pode, ao invés de decretá -la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado EXTINÇÃO  Expirado o período de prova sem que tenha havido a revogação da suspensão condicional da pena, considera-se extinta a sanção privativa de liberdade aplicada (art. 82 CP). SURSIS PROCESSUAL  A SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO TEM POR OBJETIVO EVITAR A APLICAÇÃO DA PENA P RIVATIVA DE L IBERDADE NOS CRIMES EM QUE A PENA MÍNIMA COMINADA FOR IGUAL OU INFERIOR A 1 ANO.  AS CONDIÇÕES IMPOSTAS AO CUMPRIMENTO DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO SÃO AS MESMAS IMPOSTAS AO CUMPRIMENTO DO SURSIS, M AS AS CONSEQÜÊNCIAS DOS INSTITUTOS SÃO DIVERSAS:  1o) no sursis o agente foi condenado e a concessão da suspensão da pena só pode ocorrer após o trânsito em julgado da sentença condenatória, na audiência ADMONITÓRIA;  2o) na suspensão condicional do processo, o juiz recebe a denúncia, e só. Todos os demais atos do processo ficarão suspensos, não havendo condenação do réu;  3o) a vítima eu figurou no processo em que se deu o sursis temdireito a seu título executivo judicial, nos termos do art. 584, II, do CPC. No processo em que houve suspensão, por não haver condenação, não tem direito a título executivo judicial;  4o) o beneficiário do sursis, após o período de prova, não apaga seus dados criminais, servindo a condenação em que houve o sursis para forjar a reincidência ou m aus antecedentes do agente. Não havendo condenação na suspensão condicional do processo, uma vez cumpridas as condições da mesma, o juiz declarará EXTINTA A PUNIBILIDADE, não servindo essa declaração para atestar maus antecedentes ou reincidência. 
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Direito Penal
spensão condicional da pena
Considerações gerais, pressupostos, espécies e condições, revogação, prorrogação, extinção da pena, observações jurisprudenciais.
 Por Adriano Menechini
DIREITO PENAL | 27/JUL/2001
 
A suspensão condicional da pena também é chamada de sursis, que quer dizer suspensão, derivando de surseoir, que significa suspender. É medida penal de natureza restritiva de liberdade de cunho repressivo e preventivo. Não é um benefício. Esse instituto foi criado com o objetivo de reeducar o infrator de baixa periculosidade, que comete delito de menor gravidade, suspendendo a execução da pena privativa de liberdade de pequena duração.
Não se sabe com exatidão sua origem, porém parte dos doutrinadores afirmam que o sursis nasceu no Estados Unidos da América do Norte, na metade do século passado. O instituto, nos moldes do que possuímos, aparece na França com o Projeto Béranger, de 26 de maio de 1884, foi origem do chamado sistema continental europeu.
Doutrinariamente são duas as espécies de sursis (sistemas): o primeiro conhecido como probation system, onde há suspensão de pronunciamento de sentença; adotada na Inglaterra e Estados Unidos, denominado de sistema anglo-americano.
Nesse sistema, suspende-se o processo, não havendo sentença condenatória, ou seja, preenchidos os requisitos pelo réu, o juiz o declara responsável pela prática do fato, suspendendo o curso da ação penal e marcando o período de prova, tendo que realizar sob fiscalização do poder judiciário.
O segundo é o europeu continental, do sistema belga-francês, consiste na condenação do réu sem que a pena seja executada contra o mesmo que preenche certos requisitos legais e cumpre as condições impostas pelo juiz.
O Brasil adotou, em 1924, para o Código Penal o sistema belga-francês (europeu continental), onde o juiz condena o réu estipulando a pena concreta porém não a executa, suspendendo-a por determinado tempo, por ter o réu preenchido certos pressupostos, até que o mesmo cumpra as condições imposta pelo juiz ou deixe de cumprir a estas condições, neste caso, aplicando-lhe a pena já estabelecida. A expressão "poderá ser suspensa", contida no caput do artigo 77, não quer dizer que a concessão esta atrelada a vontade do juiz de conceder ou não arbitrariamente, de forma que, preenchido os requisitos legais pelo réu, e negando-o o juiz, pode ele até impetrar habeas corpus, conforme tem decidido o Tribunal deste Estado²:
Suspensão condicional da pena (CP, art. 57 (atual art. 77) e CPP, art. 696) - Direito do réu, desde que satisfeito os requisitos legais - Preenchimento, na espécie, pelo sentenciado, duas exigências de lei - Pedido de "habeas corpus" deferido, concedendo-se o "sursis" (STF - HC - Rel. Leitão de Abreu - RT 552/445 e RTJ 98/138).
No tocante ao Juizado Especial de Pequenas Causas, lei 9.099/95, sistema semelhante ao anglo-americano (probation system) foi adotado, onde o Ministério Público irá propor suspensão do processo, quando a pena mínima cominada for igual ou inferior a 1 (um) ano e o acusado preencher os requisitos, objetivos e subjetivos, constantes no artigo 89 da referida lei.
As penas privativas de liberdade de curta duração podem gerar efeitos diversos do desejado, ou seja, a recuperação do pequeno infrator pode ficar comprometida devido a convivência, ainda que mínima, com delinqüentes de alta periculosidade e sem perspectivas de recuperação. O sursis, como já visto anteriormente, além do caráter repressivo, possui esse caráter preventivo, ou seja, não permite o convívio desse pequeno infrator com marginais, evitando que a cela do presidio se torne uma verdadeira sala de aula. A jurisprudência também expressa essa preocupação :
"É de salutar política criminal, quando o condenado é primário, trabalhador e de excelente vida pregressa, sob o entendimento do que não voltará a delinqüir, a concessão da suspensão condicional da execução da pena" (TJRJ - AC - Rel. Francisco Abreu - RT 406/268).
"o sursis é um crédito de confiança ao criminoso primário, estimulando-o que não volte a delinqüir. Além disso, é medida profillática de saneamento, evitando que o indivíduo que resvalou para o crime fique no convívio de criminosos irrecuperáveis" (TAMG - AC - Rel. Amado Henriques - RT 427/471).
PRESSUPOSTOS
Para a obtenção da suspensão condicional da pena o condenado deve preencher os requisitos descritos no artigo 77 do Código Penal, que são:
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.
§ 1.o - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.
§ 2.o - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão.
Os requisitos supramencionados se dividem em objetivos e subjetivos. Para Damásio e Magalhães Noronha, são requisitos objetivos os referido no caput e § 2º , sendo os demais de natureza subjetiva. Mirabete em sua obra enumera o inciso III do art. 77 como de natureza objetiva, diferentemente dos juristas mencionados. Não aprofundarei os estudos sobre essa divergência por se tratar de questão de pouca relevância para esta matéria.
Seguindo os ensinamentos de Damásio e M. Noronha, vemos que os requisitos objetivos correspondem a natureza e a quantidade da pena. A suspensão, por primeiro, somente é aplicável à pena privativa de liberdade, como deixa claro o Código Penal em seu art. 80. Depois, cabível somente as condenações até dois ano, salvo a exceção prevista no art. 77 § 2.o (sursis etário). Este dispositivo diz respeito à possibilidade da pena privativa de liberdade ser suspensa até a condenação por quatro anos, quando o condenado for maior de setenta anos de idade, não esquecendo dos pressupostos enumerados no caput, conforme a seguinte decisão:
Suspensão condicional da pena - " A permissão do deferimento, segundo o art. 77, § 2.o, CP, ao condenado a pena de até quatro anos, se maior de 70 anos, não dispensa, para a sua concessão, que se verifique a concorrência dos demais pressupostos do sursis, enumerados no caput do dispositivo" (STF - HC 70.998-2 - Rel. Sepúlveda Pertence - DJU de 15.04.94, p. 8.048).
A ausência de um dos requisitos objetivos permite que o juiz não conceda o benefício sem a necessidade de fundamentar a não concessão, conforme o julgado adiante:
Sursis - Ausência de requisitos objetivos - Desnecessidade de fundamentar sua não concessão em sentença - Nulidade - Incorrência - "Faltando requisito objetivo sobre a concessão do sursis, como o é a imposição de pena privativa de liberdade superior a dois anos, não fica o juiz obrigado a se pronunciar sobre a suspensão condicional da pena, incorrendo nulidade na omissão de tal requisitona sentença (TACRIM-SP - HC 226918 - Rel. Paulo Franco)
A segunda categoria, requisitos subjetivos, diz respeito à personalidade do agente e aos antecedentes judiciais. Haverá a necessidade de o réu não ser reincidente em crime doloso (art. 77, inciso I). Logo, segundo a jurisprudência, o reincidente em crime culposo pode obter o sursis:
"Já não é mais condição do sursis ser primário o réu (art. 57, I do CP de 1940). Após o advento da Lei 7.209/84 (art. 77, I do CP) não importa registre aquele condenação anterior: desde que não seja reincidente em crime doloso, é de lhe ser outorgado benefício, preenchido os demais requisitos enumerados no inciso II do art. 77 do CP" (TJSP - HC - Rel. Dínio Garcia - RT 607/300).
"A reincidência em crime doloso é óbice intransponível à concessão do sursis" (TJSC - AC - Rel. Tycho Brahe - JC 48/485).
Na lei atual, a condenação anterior por contravenção é irrelevante. Será analisada a culpabilidade, a vida pregressa, os antecedentes familiares e sociais bem como os motivos e as circunstâncias de forma que permita a concessão do sursis. E, por fim, o último requisito de ordem pessoal diz respeito a possibilidade de substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos (arts. 44 e77, inciso III do CP). De modo que, cabível a pena restritiva de direitos, torna-se inconveniente a concessão do sursis.
ESPÉCIES E CONDIÇÕES
A Lei 7.209/84 estabeleceu que:
Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz.
§ 1.o - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48).
§ 2.o - Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente:
a) proibição de freqüentar determinados lugares;
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz;
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado.
Essa nova sistemática introduziu, portanto, duas espécies de sursis: o sursis simples, que é mais severo que a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direito, com prestação de serviços a comunidade ou limitação de fim de semana, acrescido ou não de condições estabelecidas pelo juiz, e o sursis especial (§ 2.o do art. 78 do CP), que é mais benigno que a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, pois terá, o sentenciado, apenas que observar as condições estabelecidas pelo referido artigo, que substituirão as condições estabelecidas pelo § 1.o desse mesmo artigo (sursis simples), se preenchidos os requisitos.
Quanto as condições, elas se dividem em: condições legais, expressas no artigo 78, § 1.o e 81 do CP, e condições judiciais, descritas no artigo 79 do CP, outras condições, não expressa no CP, que poderão ser impostas pelo juiz.
No sursis simples, o juiz deverá determinar se o condenado está sujeito a prestação de serviços a comunidade ou limitação de fim de semana. Havendo omissão, cabe ao Ministério Público ou ao querelante propor embargos de declaração da sentença para que seu prolator a complemente. No sursis especial, haverá a substituição pela primeira condição (§ 1.o, art. 78), pelas condições descritas no § 2º do art. 78, como já dito antes. As limitações referidas nesse dispositivo não são inconstitucionais, pois, como ensina Mirabete, o sursis constitui uma verdadeira pena restritiva de direitos.
Diz o parágrafo segundo do art. 78 do CP que o condenado terá que reparar o dano, antes da condenação, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 lhe forem favoráveis, sendo-lhe aplicadas as condições expressas nas alíneas a, b e c, se estes requisitos forem satisfeitos. Tendo em vista a impossibilidade da reparação do dano, será inadmissível a sua concessão.
"Sursis" Especial - Ausência de possível reparação do dano - Concessão - Inadimissibilidade - "O sursis especial somente é possível ante o preenchimento dos requisitos, a reparação do dano em momento anterior à condenação em sendo possível e, que as circunstâncias do art. 59 do CP lhe sejam inteiramente favoráveis, assim inexistindo possível reparação, inadmissível a sua concessão" (TACRIM-SP - AC - Rel. Barbosa de Almeida - RJDTACrim 16/162).
REVOGAÇÃO
O condenado deverá cumprir as condições impostas sob pena de perder o benefício, vindo a cumprir integralmente a pena que se encontrava suspensa. As causas que dão origem a revogação podem ser obrigatória ou facultativa. As causas obrigatórias de revogação são determinadas pela lei, quanto as causas facultativas, fica a critério do juiz. As primeiras são ditadas pelo art. 81 do CP:
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:
I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso;
II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano;
III - descumpre a condição do § 1.o do art. 78 deste Código.
No que se refere o primeiro inciso, não importa o momento em que tenha sido cometido o crime, será revogado, mesmo sendo condenado durante o gozo do sursis, por prática de crime anterior ao crime que possibilitou a concessão do sursis. Lembrando que somente será revogado se condenado irrecorrivelmente por prática de crime doloso ou preterdoloso, como ensina o professor Damásio. Tendo como base ainda, a obra do referido autor, vemos que se a condenação por crime for proferida por sentença estrangeira, não será revogado o sursis, pois o diploma legal não prevê a hipótese.
Tratando-se de norma que permite restrição ao direito penal de liberdade do condenado, não pode ser empregada a analogia nem a interpretação extensiva.
No segundo inciso, revoga-se quando, podendo pagar a multa, o sentenciado não o faz por fraude. Antes da revogação, porém, deverá ser feita a prévia notificação do condenado para o pagamento da multa e tentada a execução judicial para sua cobrança (arts. 164 ss da LEP).
A Lei de Execução Penal prevê mais um caso de revogação obrigatória. Nos termos do art. 161, se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 dias, o réu não comparecer à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será executada imediatamente a pena, salvo prova de justo impedimento.
Revoga-se, também, o sursis, obrigatoriamente, se o condenado deixar de cumprir as condições impostas pelo § 1.o do art. 78 do CP (prestação de serviço a comunidade ou limitação de final de semana).
Quanto aos casos de revogação facultativa, diz o parágrafo primeiro do artigo 78:
§ 1.o - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos.
Cabe ao juiz analisar se é o caso de revogação ou de prorrogação do período de prova até o máximo, se este não foi o fixado (art. 81, § 3.o).
PRORROGAÇÃO
Se o condenado vier a cometer infração, antes ou durante o período de prova, e vier a ser processado no gozo do sursis, prorroga-se o prazo da suspensão até o julgamento definitivo, ou seja, até que transite em julgado a sentença em relação ao segundo crime, como dita o parágrafo segundo do artigo 81:
§ 2.o - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo.
Neste caso, o período de prova pode ultrapassar o limite máximo permitido pelo caput do artigo 77 ou seu parágrafo segundo,no caso do sursis etário.
EXTINÇÃO DA PENA
Terminado o prazo estipulado pelo juiz para o cumprimento das condições impostas pelo mesmo sem que haja revogação, considera-se extinta a pena privativa de liberdade na data do término do período de prova, como dita o artigo 82:
Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena privativa de liberdade.
Trata-se de sentença declaratória de extinção parcial da punibilidade, não de natureza constitutiva.
Sursis - Suspensão Condicional da Pena
» Andre Gomes Rabeschini
Resumo: Conhecida como SURSIS Penal, a suspensão condicional da pena consiste na suspensão da execução da pena por um período determinado, desde que o sujeito se disponha a cumprir determinados requisitos. Se o condenado cumprir as condições impostas pelo período de tempo pré-determinado restará extinta a pena. 
Palavras-Chave: SURSIS; Suspensão; Condicional; Liberdade. 
Abstract: Known as criminal probation, and probation is the suspension of the sentence for a given period, since the subject is willing to meet certain requirements. If the offender complies with the conditions imposed by the predetermined period of time will remain defunct off.
Keywords: Probation; Suspension; Conditional; Freedom. 
Sumário: 1. Introdução; 2. Benefício e Vantagens; 3. Requisitos Objetivos e Subjetivos; 4. Sursis Especial; 5. Sursis Simultâneo; 6. Revogação; 6.1. Revogação Obrigatória; 6.2. Revogação Facultativa; 6.3. Efeitos da Revogação; 7. Conclusão; 8. Referências. 
1. Introdução 
          Sursis é uma suspensão condicional da pena, aplicada à execução da pena privativa de liberdade, não superior a dois anos, podendo ser suspensa, por dois a quatro anos, desde que, o condenado não seja reincidente em crime doloso, a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; e não seja indicada ou cabível a substituição por penas restritivas de direitos.
          É medida de política criminal no Código Penal Brasileiro, que tem o fim de estimular o condenado a viver, doravante de acordo com os imperativos sociais cristalizados na lei penal, de onde logicamente para ser concedido é necessário haver convicção de que não haverá perigos à sociedade, suspensão condicional da pena surgiu na França, no qual o sistema brasileiro se baseou.
          O artigo 77 do Código Penal Brasileiro especifica que a pena pode ser suspensa. Isso significa que o juiz pode arbitrariamente suspender a pena ou negar a suspensão, de acordo com sua apreciação. De acordo com o sistema de leis penais, o juiz tem liberdade de apreciação para decidir sempre que ele deve se pronunciar.
          Quanto à natureza do instituto, ocorre ainda, que é a de condição pessoal, já que a execução da pena fica subordinada a acontecimento futuro, não cumprida a cláusula imposta a indulgência deixa de haver lugar executando-se a pena. Difere do indulto, que é perdão definitivo, e da prescrição, que consiste na perda do direito de agir pela negligência.
          A lei manda que se atenda aos antecedentes do condenado, não apenas os judiciais, mas também a vida passada, como os antecedentes familiares e sociais, além da índole, as razões e as circunstâncias que rodeiam o delito, entre outros.
2. Benefício e Vantagens
          O Sursis se apresenta como direito público subjetivo do réu e tem caráter sancionatório. A fiscalização do cumprimento das condições impostas é atribuída ao serviço social penitenciário patronato, conselho da comunidade ou instituição beneficiada com a prestação de serviços, inspecionados pelo conselho penitenciário, pelo Ministério Público, ou ambos (art.158 § 3º da Lei de Execuções Penais) .
          Embora o temor de que o sursis parecesse com impunidade e estimulasse o condenado a praticar novos crimes, na prática, porém, demonstrou-se serem infundados tais temores, por evitar o contato de réus condenados por pequenos crimes com delinquentes de grande periculosidade. Favoreceu até a certeza da punição, impedindo que juízes, temerosos de promiscuidade dos delinquentes nas prisões, absolvessem acusados de crimes leves. 
          Os legisladores, ao adotarem a suspensão condicional da pena, aproximaram-se do sistema chamado belga-francês, que consiste em o juiz proferir a condenação, suspendendo ao mesmo tempo a execução penal por determinado prazo e mediante condições.
3. Requisitos Objetivos e Subjetivos
          Pressupostos objetivos são a natureza e a quantidade da pena (art.77 caput do CP) e o não cabimento da substituição por pena restritiva de direitos (art.77, III do CP).
          Em primeiro lugar, concede-se o sursis somente ao condenado a pena privativa de liberdade, veda-se expressamente a suspensão da execução das penas de multa e restritiva de direitos (art.80 CP). Beneficiam-se, portanto somente os condenados, as penas de reclusão, detenção e prisão simples (nas contravenções). Permite-se a concessão do beneficio, a pena privativa de liberdade que não seja superior a dois anos, incluída nesse limite a soma das penas aplicadas, em virtude de conexão ou continência.
          Excedendo de dois anos, as penas cumulativamente aplicadas não pode o sentenciado ser beneficiado com o sursis, pouco importando, que qualquer delas, isoladamente consideradas não exceda o limite a que se refere o art.77 do CP.
          Os requisitos subjetivos da suspensão condicional da pena estão previstos no art.77, I e II do CP. Em primeiro lugar, é necessário que o condenado não seja reincidente em crime doloso.
          Só há reincidência nos casos em que o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que condenar o agente. Assim, é possível que a suspensão condicional da pena seja aplicada ao réu que já foi anteriormente condenado, desde que a sentença condenatória (do crime antecedente) transite em julgado após o cometimento do crime pelo qual está sendo julgado e com base no qual se está concedendo o sursis .
          O sursis também poderá ser concedida ao condenado reincidente em crime culposo, independentemente de ambos os crimes (antecedente e posterior) ou só um deles configurar crime de tipo culposo.
4. Sursis Especial 
          Nos termos legais, a suspensão condicional da pena é benefício que permite não executar a pena privativa de liberdade, aplicada quando o condenado preenche determinados requisitos e se submete às condições estabelecidas na lei e pelo juiz.
             
          Nos termos do art. 77 do CP, a execução da pena privativa de liberdade, não superior a dois anos, poderá ser suspensa por 2 a 4 anos, desde que o condenado preencha determinados requisitos. 
          Nos termos da lei vigente, existem agora duas espécies de suspensão condicional da pena:
a)    O sursis simples; que tem como condição obrigatória a prestação de serviços à comunidade ou limitação de fim de semana.
b)     O sursis especial; em que tem como condição e substituição por uma ou mais de outras estabelecidas na lei prevê a lei, o chamado sursis etário, simples ou especial, que permite a concessão do beneficio aos condenados maiores de 70 anos, com um prazo de prova de 4 a 6 anos.
          Não se confunde a suspensão condicional da pena (sursis), com a suspensão condicional do processo instituto criado pelo art. 89 da lei n.º 9099 de 26 de junho de 1995, que dispõe sobre os juizados especiais civis e criminais.
5. Sursis Simultâneo
          Nada impede que uma pessoa possa obter duas ou mais vezes, sucessivamente, a suspensão condicional das penas a ela impostas, diante da adoção do critério da pluralidade para o efeito da reincidência, decorridos mais de cinco anos entre o cumprimento ou a extinção da pena (art.64, I do CP). 
          Também é possível a concessão sucessiva ainda que não decorridos os cinco anos, ou seja, mesmo que o condenado seja reincidente, quando um ou ambos os crimes forem culposos.
6. RevogaçãoA suspensão da pena é condicional e, assim, pode ser revogada se não forem obedecidas as condições, nos termos em que a lei estabelecer devendo o sentenciado nessa hipótese, cumprir integralmente a pena que lhe foi imposta.
          Existem causas de revogação obrigatória e de revogação facultativa do sursis.
6.1. Revogação Obrigatória
          A primeira causa de revogação obrigatória ocorre quando o beneficiário, no curso do prazo, “é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso” (art. 81, I do CP). 
          A segunda causa de revogação obrigatória do sursis ocorre quando o beneficiário frustrar, embora solvente a execução da pena de multa (art.81, II – segunda, hipótese do CP). Comprovada a impossibilidade de revogação, por dificuldades econômicas ou outra causa não se pode revogar o benefício.
          Por fim, revoga-se obrigatoriamente o sursis, quando o condenado descumpre a condição do art. 78 §1º do CP: "No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (Art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (Art. 48)".
          Diante da nova redação do art.51 do CP, não há como substituir a frustração da execução da pena de multa como causa obrigatória de revogação da suspensão condicional da pena.
6.2. Revogação Facultativa
          As causas de revogação facultativa do sursis estão previstas no art. 81 §1º do CP. Pode a suspensão ser revogada, em primeiro lugar se o condenado deixar de cumprir qualquer das condições impostas.
          Refere-se a lei às condições jurídicas previstas no art. 79 do CP, bem como aquelas escolhidas pelo magistrado entre as do art.78 § 2º do CP quando, de concessão do sursis especial. 
          A condenação irrecorrível por crime culposo ou contravenção penal e do descumprimento da prestação de serviços, a comunidade ou limitação de fim de semana, acarretam a revogação facultativa do beneficio.
6.3. Efeitos da Revogação
          O condenado deve cumprir as condições durante o período de prova. Se não as cumpre, revoga-se o sursis, devendo cumprir por inteiro a pena privativa de liberdade que se encontrava com a sua execução suspensa. 
          O sursis é uma forma de execução da pena de modo que durante a sua vigência a sentença penal produz efeitos que perduram até a reabilitação. O período de prova consiste no lapso temporal durante o qual o condenado ficará obrigado ao cumprimento das condições impostas, como garantia de sua liberdade.
7. Conclusão 
          A primeira vista os fundamentos, de política criminal, que motivaram a sua introdução dentro do ordenamento jurídico brasileiro. Afinal, tratam-se de institutos de caráter descarceirizante, que surgiram a partir da constatação do fracasso das penas privativas de liberdade, mormente no que toca às penas de curta duração. Assim, como um meio de evitar que delinquentes primários, que cometeram infrações de menor gravidade, fossem enviados para as prisões, verdadeiras “escolas do crime”, foram desenvolvidas alternativas às penas privativas de liberdade, dentre as quais se destacam tanto a suspensão condicional do processo quanto a suspensão condicional da pena.
8. Referências 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Código penal comentado, 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: Parte Geral, 1. Vol. , 9 ed., São Paulo: Saraiva,
2005.
DELMANTO, Celso e outros. Código penal comentado, 6. ed. Rio de Janeiro: Renovar,
2002.
JESUS, Damásio Evangelista. Direito penal,. 27. ed., São Paulo: Saraiva, 2003.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal: Parte Geral e Parte Especial, 2. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Código penal interpretado, 5 ed., São Paulo: Atlas, 2005.
MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil interpretada, São Paulo: Atlas, 2002.
Conforme a NBR 6023:2000 da Associacao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto cientifico publicado em periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma: RABESCHINI, Andre Gomes. Sursis - Suspensão Condicional da Pena. Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 20 mar. 2015. Disponivel em: <http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.52750&seo=1>. Acesso em: 21 mar. 2019.
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA - SURSIS
O Código Penal, nos artigos 77 a 82, descreve o Instituto da Suspensão Condicional da Pena, também chamado de SURSIS, e estabelece os requisitos para sua aplicação.
por ACS — publicado em 07/04/2017 19:55
O mencionado Instituto beneficia o condenado à pena que não seja superior a 2 anos, com a suspensão da mesma por até 4 anos, desde que cumpridas as condições estabelecidas pelo juiz.
Para receber o benefício, a lei estabelece: que o condenado não pode ser reincidente em crime doloso; que os elementos referentes à prática do crime, tais como a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente e outros descritos na lei, permitam a concessão do benefício; e, por fim, que não seja cabível a substituição por penas alternativas.    
O benefício será obrigatoriamente revogado nos casos em que: o beneficiado seja definitivamente condenado por crime doloso; não pague a pena de multa; ou descumpra as condições impostas pelo magistrado.
Com o fim do prazo de suspensão e mediante o cumprimento das condições o condenado obtém a extinção de sua pena.
Código Penal - Decreto -Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940.
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA
         Requisitos da suspensão da pena
         Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
         I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
         II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
         III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
         § 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
         § 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
         Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
         § 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48). (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
         § 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
         a) proibição de freqüentar determinados lugares; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
         b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz;  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
         c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
         Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
         Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa.  (Redação dada pelaLei nº 7.209, de 11.7.1984)
         Revogação obrigatória
         Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
         I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
         II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
         III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
         Revogação facultativa
         § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
         Prorrogação do período de prova
         § 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
         § 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
         Cumprimento das condições
         Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
    
Ação penal
Conceito, classificação, condições da ação penal e princípios da ação penal pública incondicionada.
PROCESSO PENAL | 26/JUN/2008
  
	
	Revisão geral. Este material não sofreu novas alterações até esta data. (26/mai/2015)
	
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Conceito 
A ação penal consiste no direito de provocar o Estado na sua função jurisdicional para a aplicação do direito penal objetivo em um caso concreto. É também o direito do Estado, único titular do "jus puniendi", de satisfazer a sua pretensão punitiva.
A ação penal é um direito autônomo do autor de satisfazer sua pretensão; é também um direito abstrato, já que independe do resultado final do processo; direito subjetivo porque o titular do direito pode exigir do Estado-Juiz a prestação de sua função jurisdicional; e direito público, pois a prestação jurisdicional a ser invocada é de natureza pública.
Classificação
A ação penal será pública quando o titular do direito de ação for o próprio Estado que visa à tutela dos interesses sociais e a manutenção da ordem pública. Neste caso, cabe ao Ministério Público promover a ação independentemente da vontade de outrem (ação penal exclusivamente pública). De acordo com o art. 100, do Código Penal: "A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido". Porém, há hipóteses em que o Ministério Público depende da manifestação da vontade do ofendido ou de seu representante legal para exercer a sua atividade jurisdicional, então, a ação penal será pública condicionada, conforme disposição do art. 100, §1º do CP: "A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça".
Há ainda a ação penal privada que será promovida apenas pelo ofendido ou por seu representante legal, de acordo com a oportunidade e conveniência que entender cabíveis, já que a infração atinge imediata e profundamente o interesse da vítima, que pode optar em preservar a sua intimidade e não propor a ação. Entretanto, na ação penal pública incondicionada a infração atinge imediatamente a ordem social, cabendo exclusivamente ao Ministério Público promover a ação, ao passo que, quando a ação penal for condicionada dependerá o órgão jurisdicional da manifestação da vontade do ofendido que foi atingido imediatamente pela infração para a propositura da ação.
Condições da ação
O direito de ação só poderá ser exercido se preenchidas as condições para tal, que são:
- Possibilidade jurídica do pedido: a pretensão do autor da ação deve versar sobre providência admitida pelo direito objetivo. Sendo assim, é indispensável para a propositura da ação que a causa de pedir constitua fato típico (previsto no ordenamento jurídico como crime).
- Interesse de agir: a viabilidade da ação penal está também condicionada à sua necessidade - que refere-se ao processo, meio fundamental para obtenção da pretensão e imposição da pena (quando houver extinção da punibilidade, por exemplo, não há mais necessidade da ação); utilidade - é inerente à eficácia da prestação jurisdicional, que não estará presente no caso da prescrição retroativa, por exemplo (tal entendimento não é totalmente pacífico); e adequação entre o pedido e o processo penal condenatório.
- Legitimação para agir: a ação penal só poderá ser iniciada se proposta pela parte que tenha o direito de punir. Assim, na ação penal exclusivamente pública, por exemplo, somente o Ministério Público pode ocupar o pólo ativo da demanda. Além disso, somente deve figurar no pólo passivo o provável autor da infração penal (suspeito). Sendo assim, na ação privada o ofendido possui legitimação extraordinária, posto que possui apenas o direito de acusar o suspeito, e não de puni-lo.
Assim, recebida a denúncia ou queixa, deve o juiz analisar se presentes tais condições já que, na falta de algum destes requisitos, deverá declarar a inépcia da peça, rejeitando-a. A carência da ação pode ser declarada a qualquer momento do processo, podendo gerar, inclusive, a nulidade absoluta do mesmo (art. 564, do Código de Processo Penal).
Frisa-se que no processo penal há também condições específicas da ação, que são aquelas já mencionadas anteriormente: representação do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça; entrada do agente em território nacional; autorização do Legislativo para a instauração de processo contra o Presidente e Governadores por crimes comuns; trânsito em julgado de sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento, no crime de induzimento a erro essencial ou ocultamento do impedimento. [1]
Ação penal pública incondicionada
Prevê o art. 129, inciso I, da Constituição Federal, que é função institucional do Ministério Público promover, privativamente, a ação penal pública na forma da lei. A única exceção a esta regra está prevista no art. 29 do CPP, que trata da possibilidade do ofendido ou seu representante legal proporem ação penal privada subsidiária, nos casos em que o Ministério Público não oferecer a denúncia dentro do prazo legal. Nesta hipótese, poderá o Ministério Público aditar a queixa oferecida pelo ofendido, assim como intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso, e até retomar a ação como parte principal quando houver negligência do querelante.
Princípios
- Obrigatoriedade: a propositura da ação penal, uma vez preenchidos os requisitos legais, é obrigatória. Não pode, portanto, o Ministério Público recusar-se a dar início à ação. Nos casos em que requerer o arquivamento do inquérito policial, por exemplo, deverá justificar sua opção, que poderá ser negada pelo juiz (art. 28 do CPP). Comete crime de prevaricação o Promotor de Justiça que deixar de oferecer denúncia para satisfazer interesse ou sentimento pessoal (artigo 319 do CP). Ressalta-se que há possibilidade de transação oferecida pelo Ministério Público ao infrator nas hipóteses de crimes de menor potencial ofensivo (art. 98, I da CF - há, portanto, mitigação do princípio).
- Indisponibilidade: Uma vez iniciada a ação penal, não pode o Ministério Público dela desistir (art. 42 do CPP). Exceção: tal princípio não é cabível nos casos de crime de menor potencial ofensivo, em que o Ministério Público pode propor a suspensão condicional da pena  (art. 89 da Lei nº 9.099/95).
- Oficialidade: a persecução deve ser realizadae fiscalizada pelos órgãos oficiais, que são públicos, tendo em vista que a pretensão punitiva só pode ser satisfeita mediante o devido processo legal. Sendo assim, compete apenas ao órgão do Ministério Público o exercício da ação penal. Porém, a investigação, por exemplo, fica a cargo da autoridade policial. Além disso, a ação privada subsidiária da pública é exceção a tal princípio.
- Autoritariedade: somente as autoridades públicas são responsáveis pela persecução penal (relacionado ao princípio da oficialidade).
- Oficiosidade: os encarregados devem agir de ofício para dar andamento da ação penal, salvo no caso de ação penal pública condicionada.
- Indivisibilidade: a ação penal deve abranger todos aqueles que cometeram a ação penal, sem exceção. Assim, não pode o Ministério Público escolher contra qual suspeito vai intentar a ação, posto que todos suspeitos deverão figurar no pólo passivo conjuntamente. O mesmo acontece na ação penal privada, de acordo com o art. 48 do CPP: "A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade".
- Intranscendência: a ação penal será promovida somente contra a pessoa a quem se imputa a prática da infração, não podendo englobar o responsável por eventual indenização, por exemplo, como acontece em ordenamentos jurídicos de outros países.
- Suficiência da ação penal: mesmo que haja ação pendente na esfera cível, sobre o reconhecimento da existência da infração penal, pode o juiz criminal dar prosseguimento a ação, já que esta é suficiente para resolver questão prejudicial não ligada ao estado de pessoas (art. 93 do CPP).
O início da ação penal pública dá-se pelo oferecimento da denúncia no prazo de cinco dias para réu preso, e de quinze dias para réu solto, contados da data em que o Ministério Público receber os autos do inquérito policial (art. 46 do CPP). Ademais, deve a denúncia conter a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas (art. 41 do CPP).
Referências bibliográficas
[1] CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. Editora Saraiva. 14ª Edição - 2007.
FILHO, Fernando da Costa Filho. Manual de Processo Penal. Editora Saraiva. 8ª Edição - 2006.
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Ação Penal
Por Jéssica Ramos Farineli
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Ação Penal é o direito subjetivo público autônomo e abstrato de invocar a tutela jurisdicional do Estado para que este resolva conflitos provenientes da prática de condutas definidas em lei como crime.
A Possibilidade jurídica do pedido, o interesse de agir, a legitimidade “ad causam” e a justa causa são as denominadas condições para o exercício da Ação Penal. O pedido será possível juridicamente se a conduta praticada for típica, formal ou materialmente.
O Interesse de agir é a necessidade e utilidade de ingressar com a ação penal. Terá  a legitimidade ad causam o autor da ação se este for titular do direito ao qual a prestação da atividade jurisdicional protegerá, sendo o réu responsável pela lesão ao direito do autor.
A justa causa nada mais é do que materialidade e indícios de autoria do crime em questão.
A Ação penal poderá ser de iniciativa Pública ou Privada. A Ação Penal de iniciativa Pública se divide em Incondicionada e Condicionada. A Ação Penal de iniciativa Privada poderá ser Personalíssima ou Subsidiária da Pública.
Na Ação Penal de iniciativa Pública, o Ministério Público é  obrigado a oferecer a denúncia, desde que estejam presentes as condições da ação, não podendo o mesmo desistir da Ação nem do Recurso interposto; Se obriga Também o Ministério Público a denunciar a todos os autores do crime (para a vedação da vingança); A autoridade oficial do Estado é responsável pela propositura da ação; Nenhum efeito da ação penal poderá afetar terceiros, pois a responsabilidade penal é subjetiva e personalíssima;
Quando a Ação Penal de Iniciativa Pública for Condicionada, esta condição poderá ser a Representação ou Requisição. Somente terá  legitimidade para representar a vítima ou seu representante legal (em caso de incapacidade), ou em caso de morte do ofendido, terá legitimidade, em ordem de preferência, seu cônjuge – ou companheiro, ascendente, descendente ou irmãos.
A Representação possui eficácia em relação aos fatos, não aos autores, tendo esta o prazo de seis meses a contar do conhecimento da autoria.
Quando a Ação Penal for de Iniciativa Pública condicionada à Requisição, esta, sendo irretratável, deverá ser realizada pelo Ministro da Justiça, nos casos de crime contra a honra do Presidente da República ou Chefe de Governo Estrangeiro. A Requisição deverá ser feita strepitus judici, ou seja, de acordo com a conveniência e oportunidade, e não se submete a prazo decadencial de seis meses.
Na Ação Penal de Iniciativa Privada, a queixa deverá ser realizada também de acordo com a conveniência e oportunidade da parte autora, transmitindo-se a persecução penal ao particular. Este deverá conduzir o processo, sendo devidamente representado por seu advogado.
Nesta modalidade de Ação Penal, a punibilidade será extinta se a vítima promover a Renúncia (Artigo 104 do Código Penal), expressa ou tacitamente (se o ofendido praticar ato incompatível com a vontade de prestar queixa). Também extingue e punibilidade o decurso do prazo decadencial de seis meses.
Na Ação Penal de Iniciativa Privada Personalíssima, o único legitimado para prestar a queixa crime é o ofendido, não cabendo substituição processual (Representante legal) nem sucessão processual (por morte ou ausência).
A Ação Penal de Iniciativa Privada Subsidiária da Pública ocorrerá  quando o Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo estipulado por lei (5 dias após receber o inquérito policial, se o réu estiver preso e 15 dias após receber o inquérito policial, se o réu estiver solto) , podendo o ofendido propor ele mesmo a ação.Neste caso, a vítima não oferecerá denúncia, mas sim queixa substitutiva.
Fonte:
RANGEL, Paulo. Direito Processual Penal. 13. Ed. Lumen Juris. São Paulo. 2007
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