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O PLANEJAMENTO COMO ELEMENTO NORTEADOR DA PRÁTICA DOCENTE MARTINS, Tyago Campos Licenciando em Matemática, Universidade Estadual de Goiás, UnU-Iporá tgtyagotg@hotmail.com/tyago7@outlook.com AZEVEDO, Douglas Pereira Licenciando em Matemática, Universidade Estadual de Goiás, UnU-Iporá douglaspr_@hotmail.com/douglas_aren@yahoo.com.br DUARTE, Pollyana Cristina Licencianda em Matemática, Universidade Estadual de Goiás, UnU-Iporá pollycd@hotmail.com PERES, Thalitta Fernandes de Carvalho Professora do Curso de Licenciatura em Matemática, UnU-Iporá thalitta@hotmail.com RESUMO Este trabalho tem como objetivo a compreensão da importância do planejamento em sala de aula. Planejar uma aula é pensar, refletir quais procedimentos devemos tomar na prática. Planejamento em si é algo muito comum em nosso dia a dia, ás vezes o fazemos e nem percebemos. Então porque grande parte dos professores persiste em dizer que o mesmo não tem importância? Não gostam de planejar ou não conseguem fazer? E quando o faz, não o utiliza, sendo feito apenas por cobrança das escolas e/ou equipe gestora. Devemos repensar a nossa prática e para isto o planejamento é um bom mecanismo, pois por meio dele, pode-se perceber o que está dando ou não certo no exercício em sala de aula. Sendo assim, atividades propiciadas pela interação do PIBID com a escola campo, vieram nortear nossas reflexões a respeito desta problemática. Planejamento é um instrumento importante para que aconteça um bom aproveitamento das aulas, com o plano o professor entrará em sala de aula sabendo o que fazer naquele dia, quais as atividades que ele tem que corrigir, qual capítulo ele estava. Vale ressaltar, é claro que o plano tem mobilidade isto é, não exige que o sigamos de forma assídua, pois as condições e imprevistos não são consideradas no ato da construção do planejamento, daí ele ser mutável, dependendo do momento ele pode ser modificado, isto é, inserir e/ou retirar etapas do mesmo. Palavras-Chaves: Planejamento escolar; Dificuldades e desafios; O ato de planejar. INTRODUÇÃO Planejar é projetar, elaborar um plano. Podemos dar inúmeros significados ao ato de planejar, todavia de nada adianta sabermos conceitos se não colocarmos na prática. Para discutir sobre planejamento é preciso ter um conhecimento, mesmo que seja breve sobre ele, e que saibamos que cotidianamente estamos envolvidos nesse processo, todavia não o percebemos. O que se percebe nas escolas, é que muitos professores tem resistência em cumprir suas obrigações em se tratando de planejamento, outros simplesmente o elaboram por serem cobrados pelo grupo gestor, fazendo de Maria Angélica Realce 2 qualquer forma sem visar o aprendizado dos alunos, conhecido como planejamento de gavetas. Vale ressaltar, é claro que há professores, que planejam sua prática docente, e refletem sobre suas ações em sala. De modo geral, o planejamento é a organização anterior de uma ação que faremos ou que é feito para realização de algo, norteando a nossa prática em sala de aula. Em suma, em nosso cotidiano muitas vezes adotamos o ato de planejar, então porque não planejar a nossa prática docente? Esta e outras questões, é que refletiremos no decorrer do mesmo. Buscamos neste trabalho entender qual o papel do professor na formação crítica dos cidadãos na sociedade, procuramos identificar alguns motivos que levam os professores a terem aversão ao planejamento através das experiências que tivemos no decorrer do PIBID (Projeto Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência). A pesquisa é oriunda de relatos e experiências de atividades do PIBID interligada a reflexões de leituras sobre o ato de planejar, questão esta, vivenciada na escola-campo, onde atuamos como bolsistas de um projeto, financiado pela CAPES, intitulado de PIBID, tendo como base teórica a obra de Masetto (1997), Menegolla e Sant’anna (2008), Dálmas (1994), Libâneo (1994), Tardif e Lessard (2007), Pimenta e Lima (2008), dentre outros. As questões norteadoras que permearam este estudo foram: Para que serve o planejamento? Qual a sua utilidade em sala de aula? Como deve ser feito o plano? Por que alguns professores não gostam de planejar? Segundo Mengolla e Sant’anna (2008, p.10), A rejeição se dá ainda porque, muitas vezes, são exigidos dos professores planejamentos um tanto sofisticados, mas pouca funcionalidade na sala de aula. Sabemos que o ato de planejar deve estar destituído de sofisticações, e para isso ele deve exigir objetividade, simplicidade, validade e funcionalidade. Muitas vezes é feito um planejamento só para ser entregue a direção, sendo em grande parte nem mesmo usado, o professor neste caso planeja o plano, mas não planeja sua aula. Masetto (1997) aborda assuntos sobre a didática da escola, de alguns fatos que acontecem nela dentre eles, que o fato de uma boa aprendizagem está ligado à necessidade de um bom planejamento no dia a dia em sala de aula. PLANEJAR A AULA OU ESCREVER O PLANO Maria Angélica Realce Maria Angélica Realce Maria Angélica Realce Maria Angélica Realce Maria Angélica Realce 3 Muitos professores não planejam suas aulas, eles planejam o plano. Ainda há também, alguns professores que pensam que não adianta planejar, pois não há relação entre aprendizado e planejamento. Dizem ainda que sua finalidade é o preencher de papéis que às vezes nem são usados. Masetto (1997, p.80) nos mostra que: “o planejamento é um instrumento útil de trabalho para os professores e alunos. Existe para resolver (e não criar) problemas”. O planejamento irá facilitar a aula do professor, pois com ele poderá ficar mais seguro e sabendo o que irá fazer. Tem alguns professores que escrevem o plano, mas não planeja a aula, nem pensam sobre o que devem fazer na aula. Alguns professores pensam que o planejamento não é para ser usado, ele só serve para escrito por mera burocracia. A ação de planejar, portanto, não se reduz ao simples preenchimento de formulários para controle administrativo; é antes uma atividade consciente de previsão de ações docentes, fundamentadas em opções políticas pedagógicas, e tem como referência permanente as situações concretas (LIBÂNEO, 1994. p.222). Menegolla e Sant’anna (2008, p.46) nos expõem que: “Para alunos e professores o plano é um roteiro de uso diário na sala de aula; é um guia de trabalho; um manual de uso constante enfim, é um roteiro que direciona uma linha de pensamento e ação”. Por meio do plano o professor saberá o que irá fazer na aula, quais objetivos terá que alcançar na aula, em seu plano ele irá refletir sobre sua ação na sala de aula, “planejar é organizar ações” (MASETTO, 1997, p.76). O professor que planeja, sabe o que tem que fazer, entende sua ação pedagógica na sala de aula, quais os objetivos daquela aula, do conteúdo, está tudo organizado, ele sabe até quanto tempo irá gastar com as atividades, pois conhece seus alunos e a si mesmo e planeja segundo essas condições, deixando claro, que como o próprio nome já nos diz, o mesmo é algo mutável, podendo ter troca de etapas e outras mais, como já citamos anteriormente sobre a flexibilidade. Para Pimenta e Lima (2008, p. 178 e 179) os alunos percebem que o professor planeja quando: 1. Apresenta e segue um plano, roteiro ou conteúdo explícito da aula. (...) 2. Apresenta uma sequência lógica. (...) 3. Faz comentários bibliográficos, utilizando indicações de livros, revistas e autores, citando estudos e pesquisas sobre a área de estudos e sobre o tema trabalhado. 4. Realiza atividades programadas, por meio de esquemas metodológicos ou perguntas. (...) 5. Utiliza algummaterial didático que se adapte às condições da sala de aula e ás condições objetivas dos alunos. 6. Flexibilidade a aula. (...) Maria Angélica Realce Maria Angélica Realce Maria Angélica Realce Maria Angélica Realce 4 7. Demonstra domínio do conteúdo. (...) 8. Planeja e repensa. (...) 9. Transita pelos conhecimentos elaborados, atualidades, notícias de pesquisas, jornais e revistas, articulando-os. 10. Cuida da avaliação e do planejamento. (...) A forma como os alunos se posicionam frente à ação docente mostra a importância do planejamento, que como afirma Pimenta e Lima (2008) se manifesta como a espinha dorsal, sustentando e permeando o processo de ensinar e aprender. PLANEJAR PRA QUÊ? Há profissionais que discordam do uso de planejamento, por já se intitularem de experientes, e dizem que planejamento é prática de iniciante, que não tem domínio de sala, e conteúdo e uma série de coisas a mais. Planejar é uma atividade intrínseca à educação e, como tal, apresenta as seguintes características básicas: evitar a improvisação, prever o futuro, estabelecer caminhos que possam nortear mais apropriadamente a execução da ação educativa, prever o acompanhamento e a avaliação da própria ação. (SOUSA, 2006, p.70) Quem planeja não perde tempo olhando no caderno do aluno o que foi passado na aula anterior para se situar na aula, ele sabe o que vai fazer quais serão os passos no decorrer da aula para levar seus alunos adiante, não fica tentando improvisar aula e acima de tudo, pensa que esse improviso engana os alunos. Desta forma, Castro (2008, p.55) mostra que “existem professores que são negligentes na sua prática educativa, improvisando suas atividades.”. Por outro lado há professores que atuam na sala muitos anos e buscam sempre utilizar a mesma metodologia facilitando seu trabalho para que ocorra improvisos na aula, mas mesmo assim é necessário que ele tenha ciência dos objetivos que quer obter necessitando assim de um planejamento. Pois devemos sempre pensar, que o que deu certo em uma turma, pode dar certo ou não com outras. São realidades diferentes, cada um com suas bagagens/ experiências de vida e aspirações diferentes. Sant’anna et al. (1989. p.12) nos informa que: “Para obtenção de êxito, o planejamento se impõe com medida básica.” Pode-se notar que com algo planejado, tem-se mais certeza do que vai acontecer. O ato de planejar é muito importante em todas as situações da vida, e com a profissão docente a mesma necessidade acontece. Sant’anna et al. (1989) argumenta que o homem precisa refletir sua ação pedagógica para conviver em sociedade, quando ele reflete irá favorecê-lo a ter ideias Maria Angélica Realce Maria Angélica Realce Maria Angélica Realce 5 mais inteligentes e quando ele planeja estará fazendo isso. Assim, os que planejam e se preparam estão a um passo a frente de seus concorrentes pela forma de planejamento e organização, estando sempre em ascensão profissional. PLANEJAMENTO ESCOLAR De acordo com o Art. 67 da LDB, Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público: [...]V – período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho; [...] (BRASIL, 2011). Assim, existe um espaço reservado para que o professor planeje sua aula, mas infelizmente não é o que se observa, pois o baixo salário, muitas vezes, levam os professores a incorporarem uma carga horária elevada, dificultando o período de tempo para o planejamento. Na elaboração do planejamento, devemos estar atentos sobre questões fundamentais que não podem ser deixadas de lado, sintetizando-as, de maneira geral seriam: ser como um guia de orientação, este se refere aos meios, ações que desenvolveremos para o bom desenrolar de nosso planejamento, em outras palavras funciona como o esqueleto do nosso planejamento; apresentar ordem sequencial, esta ordem é imprescindível para até mesmo nossa autoavaliação, pois somente saberemos se extrapolamos ou não o tempo, se antes tivermos planejado, além de ser sequência lógica dos fatos servindo para nos orientar a respeito de nossas práticas; objetividade, esta uma também das mais importantes, refere-se às metas que pretendemos conseguir ao longo daquele determinado espaço de tempo, onde queremos levar/chegar com o nosso alunado, ou em outras palavras, é a parte em que saberemos se o que vamos ensinar influenciará ou não na vida do meu educando; e por último, a coerência, em que não adianta colocarmos inúmeras metodologias sendo que sabemos que não conseguiremos alcançá-las, ou seja, devemos relacionar os nossos ideais as nossas práticas. Vale deixar claro também que o planejamento depois de feito, não pode ser visto como algo único, pois este por ser aplicado a vários tipos de pessoas, e consequentemente, ideias e culturas diferentes, pode sofrer influências mudando decisões/ metas a serem alcançadas. Pegando avaliação como ponto de reflexão, Dalmás (p.107, 1994) nos aponta que: Maria Angélica Realce Maria Angélica Realce Maria Angélica Realce Maria Angélica Realce Maria Angélica Realce Maria Angélica Realce 6 [...] pode-se deduzir que o planejamento se reduz a duas faces, ou seja, à fase da elaboração e à fase da avaliação. Esta, por sua vez, se subdividindo em “revisão durante a ação” e em “revisão após a ação”. Pode-se também entender que o acompanhamento é uma avaliação, apenas com diferença de que esta se realiza durante a ação. Dentre os fatores que levam o professor a ter em mãos, e consequentemente, fazer uso de um bom planejamento, está na formação, pois é a partir dela que o professor adquire condições para expor seu aprendizado em ação. Por isso, as Universidades que oferecem cursos de Licenciatura devem estar bastante atentas também à questão das disciplinas pedagógicas, pois se não tiverem atenção necessária, podem gerar um profissional incompetente no mercado, acarretando um mal educador, e consequentemente, um aprendizado, insuficiente, gerando uma bola de neve. Muitos licenciandos atentam-se somente com as disciplinas específicas, deixando de lado as demais disciplinas das áreas pedagógicas, não percebendo a importância que estas exercem em sua prática docente. Pensando agora no curso de matemática, há alunos em que as disciplinas didáticas pedagógicas passam por eles, mas eles não passam por elas, por que segundo eles não querem ser professores, fazem o curso unicamente com interesses para concursos públicos. Porém devemos considerar que como o curso é Licenciatura, ou seja, formando profissionais para a área de educação, temos que valorizar aos “dois tipos de disciplinas” de forma igualitária, tanto das áreas pedagógicas, quanto das áreas específicas, pois se no futuro não conseguir ingressar em outra área no mercado de trabalho, estará habilitado para a prática docente. Assim, é uma grande a responsabilidade dos professores dos cursos de Licenciatura em valorizar as disciplinas pedagógicas, não somente os que ministram estas matérias, mas todos os professores sejam das áreas específicas ou pedagógicas. É viável que se tenha uma grande união/relação entre os professores do curso, para que o comprometimento do alunado seja melhorado fazendo com que ele perceba a importância das mesmas em sua formação. Na elaboração do planejamento é imprescindível que os professores envolvidos devam estar atentos a todo o momento na questão do que se pode fazer, que ações devam ser tomadas para que a escola melhore, favorecendoassim uma aprendizagem mais eficaz e duradoura aos alunos, isto é, o professor deve sempre pré-avaliar seu planejamento conhecendo os alunos, e no que este irá influenciar na vida dos mesmos. Maria Angélica Realce Maria Angélica Realce Maria Angélica Realce 7 Após discutimos sobre diversos fatores que nos levam a elaborar planejamento, devemos construir um conceito, segundo Vasconcellos (2000, p. 79): O planejamento enquanto construção-transformação de representações é uma mediação teórica metodológica para ação, que em função de tal mediação passa a ser consciente e intencional. Tem por finalidade procurar fazer algo vir à tona, fazer acontecer, concretizar, e para isto é necessário estabelecer as condições objetivas e subjetivas prevendo o desenvolvimento da ação no tempo. Assim, para Vasconcellos (2000) o planejamento representa a análise teórica metodológica com o objetivo de concretizar o ensino aprendizagem na prática docente. Para Menegolla e Sant’Anna (2008), planejar o processo educativo é planejar algo indeterminado, porque educação não é um processo, onde os produtos podem ser pensados prontos e acabados. Para planejar a ação educativa é necessário possibilitar ao homem a capacidade dele ser criador de sua história. E para nós a definição de planejamento que melhor se encaixa seria a de Libâneo (1994, p. 221) descrito abaixo: [...] o planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos da sua organização e coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino. O planejamento é um meio para se programar as ações docentes, mas é também um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado à avaliação. Neste sentido, percebemos ainda que a cada dia os noticiários nos informam que a evasão escolar e/ ou desistência está se acentuando de forma significativa. E uma das formas de reverter esse quadro, seria através do planejamento, em que o professor ao se planejar, criaria aulas atrativas, chamando atenção do seu alunado que muitas vezes sofrem com problemas pessoas/ familiares, mas quando chegam à escola se sentem atraídos pela aula ou pela matéria e até mesmo pelo professor que muitas vezes inova suas aulas trazendo dinâmicas, músicas, teatro, jogos e outras coisas mais, não deixando assim ficar a aula monótona, muitas vezes dita pelos alunos de chata, em que somente o professor fala, sendo ele o único dono da verdade, e consequentemente, único portador do conhecimento. Todavia quando ele sente que está aprendendo, em consequência passa a se sentir também motivado. Assim, uma aula bem planejada baixa os problemas de evasão escolar, pois os alunos passam a ver a escola como sua segunda casa se pondo às vezes como peça fundamental. E ao estipular responsabilidades aos alunos, ou seja, tarefas a serem cumpridas pelos educandos dentro da própria escola, eles irão se sentir Maria Angélica Realce Maria Angélica Realce Maria Angélica Realce 8 atraídos, importantes para a escola, fazendo com que haja uma relação não mais de escola/aluno, mas de aluno/minha escola, essa mesma escola que nossos pais em grande parte passaram por ela e um dia formará nossos filhos e por isso buscamos o melhor para ela. Masetto (1997, p. 80), neste contexto afirma que: [...] se não estiver amparado por um sistema de avaliação que envolva, em cada nível, todos aqueles que participam da elaboração do planejamento e sua implementação, este planejamento perderá sua flexibilidade, dinamismo, confiabilidade e eficácia, podendo comprometer seriamente a ação educativa que se pretende viabilizar. Dentro desta perspectiva, vale relatar aqui também, sobre as escolas de tempo integral que se juntamente com a direção e toda a escola não planejarem ações a serem desenvolvidas nela durante todo o tempo em que os alunos se encontrarem, poderá ocasionar um aumento da evasão escolar. É algo que deve ser bastante pensado e discutido por toda a escola e para isso nada melhor do que o planejamento, pois o ato o simples ato de planejar não garante o sucesso da educação, mas se torna um dos fatores significativos para o desenvolvimento desta. Ainda não podemos nos esquecer, de uma etapa de suma importância do planejamento, a avaliação, em que através desta reconheceremos nossa prática, percebendo se a mesma gerou resultados positivos ou não, tudo que compõem o planejamento deve ser avaliado, como: objetivos, recursos, interação dos envolvidos, e por completo os resultados alcançados pela clientela, no nosso caso, nossos educandos. RESULTADOS E DISCUSSÃO O ato de planejar é muito comum em nossas vidas. Vale relacionar também que estamos envolvidos com o planejamento diariamente, nossa vida é planejada, quando nascemos, nossos pais planejam nossos futuros, alguns serão doutores, outros serão engenheiros, agrônomos e outros mais, porém quando ficamos adultos, as nossas vontades juntamente com as vontades de nossos pais acabam se modificando, alterando assim, um planejamento feito por nossos pais. Todos os pais sonham que seus filhos estudem, entrem em uma boa faculdade e que depois de formados consigam um bom emprego que ofereça a ele reconhecimento profissional/ pessoal e financeiro, estas questões nos mostra uma característica que o planejamento possui a flexibilidade. Assim, como afirma Tardif e Lessard (2007, p.214), 9 Por mais minucioso que seja o planejamento, os professores precisam, necessariamente, alterá-lo ao longo do ano, das etapas e dos dias, porque as coisas raramente acontecem como previstas. No fim das contas, o planejamento não passa de um plano, um mapa geográfico do ensino; portanto, é normal que, em contato com o território real do trabalho, esse mapa seja modificado, especificado, adaptado. Ao deitarmos a noite, por exemplo, muitas vezes fazemos uma pequena reflexão do que fizemos no dia, e planejamos algo para fazer no dia seguinte, prática bastante frequente com nossas mães, em que imaginam o que farão no café da manha, no almoço, em outros casos, no serviço em casa e fora. Dentro desta questão, podemos perceber como nós estamos em constante planejamento e não percebemos. Dados estes exemplos, é notável que o planejamento é de suma importância, pois conseguiremos organizar nossos horários para que a nossa programação saia de forma esperada. Como nos pontuam Menegolla e Sant’anna (2008, p. 16) “tudo é pensado e planejado na vida humana”. Então o planejamento como vimos é bastante abrangente, pois em tudo que formos fazer, com o desejo de chegarmos a um fim, temos que nos preparar. Menegolla e Sant’anna (2008, p.15) nos apontam que: “O planejar foi uma realidade que acompanhou a trajetória da humanidade”. Desde os primórdios o homem já planejava, nota-se que foi e é muito comum o ato de planejar. Por meio de nossas vivências na escola-campo, percebemos o quanto o planejamento gera discussão por parte dos educadores. É uma questão que precisa ser debatida, discutida em diversos lugares, pelo seu alto grau de críticas e aceitação. É sempre com questionamentos que podemos chegar a uma conclusão. E para chegarmos a esta conclusão, devemos ter ações traçadas e metas previstas, pois é a partir daí, que saberemos se nossa ação resultou ou não naqueles objetivos/metas pretendidas. Seguindo a problemáticos muitos professores não utilizam o planejamento feito por escrito a fim de registro, o que eles fazem é uma preparação de sua aula, ou mesmo um estudo das aulas a serem realizadas. Assim, tem muito o desgosto por parte dos professores,devido o planejamento ser muito burocrático, sendo que os mesmos visam uma aula bem planejada, porém não conseguem fazer por escrito. CONCLUSÃO Pode-se perceber que o planejamento é algo comum, que todos nós fazemos e sabemos fazer, tendo sempre que e um bom planejamento reflete em bons resultados. Compreendemos também que o professor deve tomar cuidado, de ao invés de escrever o 10 plano deve-se planejar bem a aula, no sentido do que irá fazer, pois o planejamento serve para isto, um auxílio no desenvolvimento da aula. Evitar improvisos em sala de aula faz com que o professor se situe em sua aula com confiança. Assim, “o planejamento é colocado à prova na hora de ensinar” (TARDIF E LESSARD, 2007, p.216). Para todos os acadêmicos de licenciatura que pretendem seguir a carreira de professor é necessário se conscientizarem da importância do planejamento, para que futuramente sejam reconhecidos (pelos outros professores, alunos ou mesmo a sociedade) como verdadeiros profissionais dedicados e dignos de sua profissão, que aprenderam e se corrigiram durante a fase de estudo, mas que como profissionais cobraram de si mesmos e buscaram o aperfeiçoamento em sua prática docente. Assim, o professor que planeja suas aulas se torna consciente dos seus métodos de aplicação e da função que irá exercer no seu espaço, que é a sala de aula. Desta forma, por meio de nossas atuações do PIBID, fica claro que há diversos questionamentos e críticas a respeito do planejamento, porém cabe a postura ética e profissional do licenciando, sobre que tipo de educador que almeja ser, e ainda repensar de que forma queremos contribuir na vida de nossos educandos, deixando de exemplo nossa prática e esforço para uma melhor educação. REFERÊNCIAS: BRASIL. Leis de Diretrizes e Bases. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm> Acesso em 2 de nov. 2011. CASTRO, Patricia Aparecida Pereira Penkal de. A importância do planejamento das Aulas para organização do trabalho do Professor em sua prática docente. ATHENA Revista Científica de Educação, v. 10, n. 10, jan./jun. 2008. Disponível em: <http://www.faculdadeexpoente.edu.br/upload/noticiasarquivos/1243985734.PDF >. Acesso em: 29 out. 2011. DALMÁS, Ângelo. Planejamento na escola: elaboração, acompanhamento e avaliação. Petrópolis: Vozes, 1994. LIBÂNEO, José Carlos. 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Ladermos Libertad-1. 7º Ed. São Paulo, 2000.
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