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Aula1.Fundamentos de Direito Empresarial e Tributário

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Fundamentos de Direito Empresarial e Tributário / Aula 1 - Noções de Direito Empresarial 
Introdução
Segundo informações da Receita Federal do Brasil, cresce a cada ano o número de microempresas, de empresas de pequeno porte e de microempreendedores individuais (criado pela LC128/08), que chega a 60% das sociedades cadastradas. Por outro lado, o índice de “mortalidade” dessas mesmas sociedades é relativamente alto tendo em vista a inexperiência dos sócios, em especial no que se refere ao sistema societário e tributário brasileiro. Vamos lá!
Objetivos
Conhecer o que é o direito empresarial;
Identificar a origem do direito empresarial;
Identificar os elementos constitutivos de uma sociedade;
Perceber as características dos tipos societários mais comuns;
Identificar os princípios gerais dos contratos;
Distinguir os contratos empresariais e cíveis.
Origem
Ao iniciarmos o estudo sobre o direito empresarial, que teve como ponto de partida o direito comercial, é importante sabermos a sua evolução histórica que, diga-se de passagem, é bem remota, pois vem desde a Idade Antiga, época em que se destacava o exercício da atividade mercantil. Nesse tempo, já existiam leis para nortear o comércio que existia, sem falar ainda em direito comercial.
O direito comercial surge na Idade Média, quando o comércio era mais avançado e se estendia a todos os povos daquela época. Consistia em um regime jurídico próprio para regular as transações daquele período. É nesse momento que ressurgem as cidades e o Renascimento Mercantil.
O poder político era descentralizado apenas nas mãos de poucos da nobreza, o que fez com que houvesse diversas divisões nas regiões da Europa, surgindo assim os “direitos locais”.
A classe burguesa, na busca de atender aos seus interesses, inicia a organização e construção do seu próprio “direito”, que passa a ser utilizado nos conflitos da atividade mercantil. Suas regras foram surgindo de acordo com as necessidades da atividade.
O direito comercial, no que diz respeito aos usos e costumes mercantis, é oriundo da disciplina e das relações jurídicos-comerciais. Nesse momento em que se inicia a construção do direito sem a participação do Estado, cada “Corporação” utilizava seus usos e costumes, e seus cônsules, que eram eleitos pelos próprios associados, para administrar as relações entre seus membros.
Os títulos de crédito, as sociedades, os contratos mercantis e os bancos são os primeiros institutos jurídicos que aparecem no direito comercial e, com isso, declinam a utilização dos usos e costumes e do informalismo para criar suas regras.
Podemos destacar nesse período inicial do direito comercial, o caráter subjetivista, sendo um direito dos membros das corporações ou um direito ”a serviço do comerciante”. Com uma das partes sendo comerciante já bastava para essa relação ser regida pelo direito comercial.
Nessa primeira fase do direito comercial, houve um rompimento da doutrina contratualista com a teoria contratual concretizado do direito romano. A antiga visão de um contrato engessado do direito romano confrontava com a classe mercantil que surgia na época. É nesse período que constatamos o aparecimento da celebração dos contratos.
Evolução histórica
Toda essa evolução fez com que a teoria do direito avançasse, saindo do comum tradicional e evoluindo para um direito específico.
Após o Renascimento Mercantil, houve uma evolução no comércio, proveniente também das feiras e das navegações, o que possibilitou a evolução do direito específico que se estendeu por toda Europa; assim, o direito comercial se expandiu fazendo com que os tribunais consulares se adequassem às novas demandas.
No período da Idade Média, nos Estados Monárquicos, a figura do monarca vai perdendo força para a classe dos comerciantes. Com todas essas modificações no cenário desse período, Benvenutto Stracca publicou a primeira grande obra referente à sistematização do direito comercial: "Tratactus de Mercatura seo Mercatore", publicada em 1553.
Tratactus de Mercatura seo Mercatore
Tratado sobre a Mercatura e o Mercador.
O monopólio da jurisdição mercantil foi enfraquecendo devido aos Estados terem assumido o monopólio da jurisdição e se incumbido de fiscalizar os tribunais de comércio.
Nos anos de 1804 e 1808, surgem o Código Civil e o Código Comercial, e assim é criado o sistema jurídico estatal nas relações jurídico-comerciais, nascendo assim um direito comercial elaborado e executado pelo Estado. Com a divisão do direito privado, houve a necessidade de criar critérios para limitar os efeitos dessa divisão. Contudo, limitar os efeitos do direito comercial, visto que foi concebido como um regime jurídico especial para atuar nas atividades mercantis. Foi criada assim a teoria dos atos de comércio pelos franceses, e com essa teoria foi denominado de comerciante quem praticava atividade de comércio. O direito comercial regularia, portanto, as relações jurídicas que envolvessem a prática de alguns atos definidos em lei como atos de comércio. Quando não envolvesse essa relação, seria regulamentada pelas normas do Código Civil.
O Mercantilismo sofre uma alteração, passa da qualidade do sujeito para o objeto. Essa objetivação do direito comercial relaciona-se à formação dos Estados Nacionais da Idade Moderna que impõem sua soberania ao particularismo que imperava na ordem jurídica anterior e se inspiram no princípio da igualdade.
Duas doutrinas tiveram destaque sobre os atos de comércio:
a) Thaller - baseava nos atos de comércio a atividade de circulação de bens ou serviços;
b) Alfredo Rocco - que constatava nos atos de comércio uma característica habitual na intermediação para a troca.
Destaque-se que a segunda corrente foi mais incisiva, pois fez um resumo constatando que todos os atos de comércio possuem uma característica em comum na intermediação para a troca. Contudo, entendemos que essas correntes doutrinárias não satisfizeram, pois não deram ênfase ao que realmente seriam os atos de comércio.
Atos de comércio
Outro relato destacado pela doutrina comercialista da época relacionava-se ao emprego da teoria dos atos de comércio, os quais eram denominados atos mistos, quando apenas uma das partes era comercial. E nesses casos, quando necessário, aplicava-se o Código Comercial.
Evolução do direito empresarial no Brasil
Durante muitos anos o Brasil não possuía legislação própria, utilizava a legislação de Portugal, as Ordenações do Reino (Filipinas, Manuelinas, Afonsinas). Com a chegada da família Real portuguesa ao Brasil e a abertura dos portos às nações amigas, o comércio foi mais explorado, sendo criada a “Real Junta de Comércio, Agricultura, Fábrica e Navegação” com o propósito de elaborar um direito comercial brasileiro. Em 1834, foi criado um projeto de lei que, posteriormente aprovado, se transformou na Lei 556, o Código Comercial brasileiro. O Código Comercial definiu o comerciante como aquele que exercia a mercancia de forma habitual, como sua profissão. Como essa lei não explicou o significado de mercancia, foi editado o Regulamento 737 de 1850, que no seu artigo 19 a conceitua.
Com o Código Civil de 1942, podemos constatar que o direito brasileiro se equipara ao italiano; os doutrinadores da época de 1960, em seus estudos sobre a teoria dos atos de comércio, percebem as mudanças que causam a teoria dos atos de comércio e dão mais ênfase à teoria da empresa.
A teoria dos atos de comércio já não satisfazia mais. Os estudiosos, nas jurisprudências, podiam constatar esse fato, os juízes da época ofereciam concordata a pecuaristas e garantia para renovar o contrato de aluguel que eram institutos do direito comercial; isso foi um enorme progresso, porque estavam colocando de lado o conceito de mercantilidade e inovando com o de empresarialidade nas decisões.
Direito comercial ou direito empresarial
A nomenclatura direito comercial vem da Antiguidade, período em que a atividade do comércio prevalecia no ramo do direito. E a transição para nomenclaturaDireito Empresarial veio da necessidade de abranger toda atividade que envolve o comércio, especialmente nas relações empresariais. Agora, vamos conhecer alguns conceitos importantes pertencentes ao direito empresarial:
Autonomia do Direito Empresarial
A autonomia dada ao direito comercial / direito empresarial vem com respaldo no direito civil, ambos do direito privado, tendo o direito comercial um regime jurídico especial em que em caso de necessidade utiliza-se do direito civil para dar um suporte.
O direito comercial/empresarial é independente, podemos constatar isso nas faculdades de direito onde sua disciplina é autônoma; podemos comprovar essa independência em nossa Constituição, em cujo artigo 22, I, dispõe que compete à União legislar sobre direito civil e comercial, demonstrando assim a autonomia de ambos.
Empresário individual versus sociedade empresária
Em uma sociedade empresária seus sócios não são empresários e sim a própria sociedade é que se designa empresária; a ela é conferida a personalidade com seus direitos e obrigações.
A diferença entre o empresário individual e a sociedade empresária é que, nesta, a pessoa jurídica tem patrimônio próprio, que não se mistura ao patrimônio dos sócios, e, por isso, não são executados por dívidas da sociedade.
Já o empresário individual não tem essa separação patrimonial e responde pelos seus bens devido ao risco do empreendimento.
Assim, na sociedade empresária a responsabilidade dos sócios é subsidiária, pode ser limitada, como por exemplo, nas sociedades limitadas e nas sociedades anônimas; já o empresário individual tem responsabilidade direta e responde com todos os seus bens por dívidas obtidas no exercício da atividade econômica, não tendo limite de responsabilização.
A Empresa Individual de Responsabilidade limitada (EIRELI)
A lei 12.441/2011 alterou dispositivos do Código Civil e adicionou outros, criando assim a empresa individual de responsabilidade limitada, chamada de EIRELI.
Objetivou o legislador criar um novo tipo de pessoa jurídica, constituída por apenas uma pessoa que possa exercer atividade empresarial, com os benefícios da separação de patrimônio e limitação de sua responsabilidade. O capital investido na empresa deve ser igual ou superior a 100 vezes o valor do maior salário mínimo vigente no país.
Contratos
As sociedades são instituídas no Brasil através de seus atos constitutivos que, posteriormente, são devidamente arquivados nos órgãos competentes, como por exemplo, as “juntas”. Nesse sentido, é importante sabermos a distinção entre um contrato empresarial e um contrato eminentemente cível.
Os contratos cíveis distinguem-se dos contratos empresariais, pois nos contratos empresariais há nos contratantes uma simetria; por esse motivo, não se aplicam algumas regras do Código Civil que cerceiam a liberdade na celebração dos contratos.
Os empresários devem ter total liberdade para concretizar seus negócios, sempre com cautela e ciente dos riscos que poderão ocorrer.
Atividades Propostas - Para fixar o conteúdo estudado nesta aula, vamos praticar com algumas atividades!
1 - Acerca de empresa, assinale a alternativa correta.
a) A empresa caracteriza-se pela atividade comercial organizada e com intuito lucrativo.
b) A empresa caracteriza-se pelo exercício de atividade organizada e econômica, excluindo-se as atividades de índole intelectual.
c) A empresa caracteriza-se pelo exercício de atividade organizada, econômica e habitual, independentemente de ser prestação de serviço ou circulação de mercadoria.
d) A empresa caracteriza-se pelo exercício de atividade organizada e econômica, independentemente de ser prestação de serviço ou circulação de mercadoria.
e) A empresa caracteriza-se pelo exercício de atividade organizada, econômica e habitual, excluindo-se as intelectuais e de natureza rural.
2 - Considere as afirmativas a respeito da figura da EIRELI:
I. A figura da EIRELI significa “empresa individual de responsabilidade limitada.” A pessoa natural que constituir uma empresa individual de responsabilidade limitada, em nenhuma hipótese poderá figurar em outra empresa dessa modalidade.
II. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 120 (cento e vinte) vezes o maior salário-mínimo vigente no País.
III. O Sr. João da Silva Pacheco constituiu uma EIRELI e utilizou o nome empresarial “JOÃO DA SILVA PACHECO EIRELI”; nesse caso, pode-se afirmar que o nome empresarial utilizado pelo empresário é uma firma.
IV. Empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram essa concentração.
Marque a alternativa que apresenta as afirmativas corretas.
Apenas as afirmativas II, III e IV;
Apenas a afirmativa II;
Apenas a afirmativa I, II e IV;
Todas as afirmativas estão corretas;
Apenas as afirmativas I, III e IV.
3 - Discorra sobre Empresário individual e sociedade empresária.
A caracterização do empresário está no exercício da empresa (atividade econômica eorganizada), habitualidade, profissionalismo e finalidade lucrativa.
Empresário Individual se caracteriza pela atividade que exerce, trata-se de uma atividade que é organizada, que apesar de não ter sócios é exercida com habitualidade, pois não é esporádica e com profissionalismo, já que o empresário faz disso um meio de vida, de sobrevivência.
As sociedades, como pessoas jurídicas de direito privado, podem ser simples, porque seguem atividade civil, ou empresárias, porque têm por objeto social o desenvolvimento de atividade típica de empresário, ou seja, exercem profissionalmente atividade econômica organizada voltada à produção ou circulação de bens ou serviços. Ressalta-se que a exploração deverá ser realizada com organização profissional dos fatores de produção (capital, insumos, mão de obra e tecnologia).
A grande diferença entre o empresário individual e a sociedade empresária é que esta, por ser uma pessoa jurídica, tem patrimônio próprio, distinto do patrimônio dos sócios que a integram. Assim, os bens particulares de seus sócios, a priori, não poderão ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais.
Gabarito
Em uma sociedade empresária seus sócios não são empresários e sim a própria sociedade é que se designa empresária e à qual é conferida personalidade com seus direitos e obrigações.
A diferença entre empresário individual e sociedade empresária é que nesta a pessoa jurídica tem patrimônio próprio, e que não se mistura ao patrimônio dos sócios, e com isso não são executados por dívidas da sociedade.
Já o empresário individual não obtém essa separação patrimonial e responde pelos seus bens devido ao risco do empreendimento. Assim, na sociedade empresária a responsabilidade dos sócios é subsidiária, pode ser limitada, como por exemplo, nas sociedades limitadas e nas sociedades anônimas; enquanto a responsabilidade do empresário individual é direta, pois ele responde com todos seus bens por dívidas obtidas no exercício da atividade econômica, não tendo limite de responsabilização.
Fundamentos de Direito Empresarial e Tributário / Aula 2 - Tipos societários no sistema jurídico e econômico
Introdução
Vamos tratar da nova construção societária trazida pelo Código Civil de 2002. Trata-se, na realidade, de se distinguir as sociedades em dois grandes grupos: o das sociedades não personificadas e o das personificadas. Tomarmos conhecimento das diferenças entre elas e o que a inovação alterou na essência dos novos conceitos é fundamental para a escolha do tipo adequado no ato da constituição de um negócio empresarial, tanto por conta da menor ou maior complexidade no campo operacional como também em relação aos desdobramentos contábeis.
É de conhecimento pacífico que a incerteza mercadológicae a vulnerabilidade da moeda podem contribuir para uma escolha de tipo societário que represente uma segurança relativa no campo patrimonial dos sócios, daí serem as sociedades limitadas e sociedades anônimas as constituições mais numerosas.
Por isso, a distinção desses tipos e seus desdobramentos jurídicos e contábeis é o tema da aula de hoje. Vamos lá!
Sociedade não personificada
Embora o Código Civil estabeleça que a personalidade jurídica da sociedade começa com o registro de seus atos constitutivos, possui dispositivos que regem o que denomina de sociedade não personificada, denominação sob a qual acolheu a sociedade em comum (antiga sociedade de fato) e sociedade por conta de participação.
Portanto, considera-se sociedade não personificada aquela cujo ato constitutivo ainda não foi registrado no órgão competente, ou seja, aquela que não possui personalidade jurídica, o que contribui para a existência de uma atividade paralela, pautada na economia informal, de transparência nebulosa para responsabilização dos sócios atuantes naquela prática empresarial.
Excetuam-se deste conceito, as sociedades anônimas e as sociedades em comandita por ações, uma vez que, de acordo com a legislação de regência, não podem funcionar sem que sejam arquivados e publicados os seus atos constitutivos (art. 982).
As sociedades não personificadas se subdividem em sociedade em comum e sociedade em conta de participação.
Sociedade em comum
A sociedade em comum, embora não tenha, ainda, seus atos constitutivos registrados, é uma sociedade de fato, cuja existência é comprovada, independentemente de ter ou não contrato escrito. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem provar a existência da sociedade em comum, mas os terceiros podem prová-la de qualquer forma.
O novo Código Civil, em seus artigos 986 a 990, regula a relação entre os sócios da sociedade em comum e entre estes e terceiros, definindo que a responsabilidade dos sócios é solidária e ilimitada.
Sociedade em conta de participação
A sociedade em conta de participação é outro tipo de sociedade não personificada, diferenciando-se da sociedade em comum, uma vez que está dispensada do arquivamento de seus atos constitutivos no registro competente. Esta sociedade não possui patrimônio próprio nem personalidade jurídica, sendo formada para realizar negócios de curta duração, extinguindo-se após sua concretização.
A constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer formalidade e pode provar-se por todos os meios em direito admitidos. O contrato social produz efeitos somente entre os sócios, e a eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade (artigos 991 a 996).
Sociedade personificada
Considera-se sociedade personificada aquela que possui personalidade jurídica, obtida mediante registro de seus atos constitutivos no órgão competente que – dependendo do seu objeto – poderão ser no Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou na Junta Comercial.
As sociedades personificadas se subdividem em sociedade empresária e sociedade simples. Veremos a seguir!
Sociedade empresária
É definida como sociedade empresária aquela que tem por objeto o exercício de atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços, ou seja, considera-se sociedade empresária a antiga sociedade comercial.
Antes de iniciar a atividade econômica, o empresário individual ou a sociedade empresária, que a ela for se dedicar, deverá inscrever-se no Registro Público de Empresas Mercantis, em uma das Juntas Comerciais (artigos 967, 968 e 1.150 do Código Civil), tendo como elemento essencial o nome empresarial.
A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos seguintes tipos jurídicos:
Sociedade simples
É considerada sociedade simples aquela cujo objeto social seja decorrente de profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, ou seja, considera-se sociedade simples a antiga sociedade civil.
A sociedade simples (exceto no caso das cooperativas e de determinadas atividades reguladas por leis especiais que imponham a doação de tipo societário específico) poderá ser constituída em conformidade com um dos tipos examinados nos subitens anteriores (exceto como sociedade por ações); não o fazendo, subordinam-se às normas que lhes são próprias (arts. 997 a 1.000).
Neste tipo de sociedade, os bens particulares dos sócios (inclusive aqueles que ingressem em uma sociedade já constituída) poderão ser executados por dívidas da sociedade, mas apenas depois de executados os bens sociais, se estes forem insuficientes para saldar as dívidas. Neste caso, os sócios respondem com o seu patrimônio social na proporção que participem das perdas sociais, salvo se houver no contrato social cláusula estipulando a responsabilidade solidária.
Atividades Propostas
Para fixar o conteúdo estudado nesta aula, iremos realizar algumas atividades. Vamos lá!
1. Marque a opção que apresenta uma característica das sociedades em comum.
a) Acarretam responsabilidade limitada de seus sócios.
b) Não apresentam seus atos constitutivos arquivados no órgão registral.
c) Adotam como nome empresarial firma social.
d) Não podem ser constituídas no direito brasileiro.
A
B
C
D
2 - Com referência às normas do direito societário, em relação às sociedades em conta de participação pode-se afirmar, SALVO:
a) Todos os sócios respondem ilimitadamente.
b) Os sócios participantes não têm responsabilidade em relação à terceiros.
c) São sociedades sem registro nos órgãos de registro.
d) Os sócios ostensivos respondem ilimitadamente.
A
B
C
D
3 - Em relação às sociedades em comanditas simples, pode-se afirmar:
a) Todos os sócios apresentam a mesma categoria de tratamento de responsabilidade.
b) Os sócios comanditados respondem até a participação do capital social.
c) Adotam sempre a denominação como forma de nome empresarial.
d) Podem ser sociedade simples ou empresária.
A
B
C
D
4 - (CESPE - 2010 - EMBASA - Analista de Saneamento - Advogado) A distinção entre a sociedade simples e a empresarial não reside no intuito lucrativo, pois há sociedade simples com escopo de lucro. O que caracteriza a pessoa jurídica de direito privado como empresarial é o fato de explorar empresarialmente o seu objeto social. Embora haja esse critério, como regra, para fins de distinção, toda cooperativa é uma sociedade simples e toda sociedade anônima é empresarial, independentemente da forma pela qual seu objeto é explorado.
Comente o enunciado.
Gabarito
CERTO. As sociedades simples podem ser simples pura ou ter a roupagem das outras modalidades. O seu caráter simples advém de seus sujeitos que se enquadram na ALICI (Artístico, Literário, Científico). As sociedades simples podem SIM visar a obtenção de lucro. Ademais, as cooperativas são obrigatoriamente sociedades simples, bem como as sociedades por ações (S.A. e Comandita por Ações) serão obrigatoriamente empresárias, por determinação expressa do art. 982, parágrafo único do Código Civil.
5 - (CESPE - 2011 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal) Se a atividade empresarial é exercida pelo empresário, sua representação patrimonial denomina-se estabelecimento, que é a reunião de todos os bens necessários para a realização da atividade empresarial, também chamada, sob a influência dos franceses, fundo de comércio, ou, sob a dos italianos, azienda. Com relação ao estabelecimento empresarial, assinale a opção correta.
a) Com a edição do atual Código Civil, consagrou-se o entendimento de que o estabelecimento é uma universalidade de bens que passa a ser uma universalidade de fato, e não, de direito, como era considerado anteriormente.
b) O aviamento, por ser considerado bem, está sujeito a proteção direta, assim como o patrimônio material ou imaterial da empresa.
c) Tratando-se de ação renovatória, paraque o empresário possa pleitear a renovação compulsória da locação, independentemente da vontade do locador, exige-se que o contrato a renovar seja celebrado por escrito e por prazo indeterminado.
d) Com o trespasse, presume-se sub-rogado o adquirente nos contratos que, até então firmados pelo alienante, sejam de tratos sucessivos estipulados para a exploração do estabelecimento e tenham caráter pessoal, não se transferindo automaticamente nesse caso.
e) Com a venda do estabelecimento, altera-se a figura de seu titular, que passa a ser o comprador; com a venda da sociedade empresária, entretanto, não existe alteração do titular do estabelecimento, que permanece o mesmo.
A
B
C
D
E
Fundamentos de Direito Empresarial e Tributário / Aula 3 - Agentes econômicos da sociedade
Introdução
Esta aula terá como foco os agentes econômicos atuantes na esfera do direito societário.
A importância e a necessidade do tema estão baseadas nas atribuições distintas dos sócios e do administrador da sociedade, este último designado até pouco tempo atrás como sócio-gerente, bem como o nível de responsabilidade patrimonial assumido por cada um deles.
Identificar suas atribuições, poderes, responsabilidades ao agir são temas estruturais para o entendimento do direito societário.
Bons estudos!
As obrigações
As obrigações para o regular exercício da atividade empresarial são inerentes aos empresários e sociedade empresárias em níveis federal, estadual e municipal.
O empresário deve:
Registrar-se na Junta Comercial;
Manter escrituração regular de seus negócios;
Levantar demonstrações contábeis periódicas.
Junta Comercial
É o órgão oficial encarregado da execução e administração dos serviços de registro.
Registro de empresa
O registro de empresas é regulado pela Lei 8.934/94 e exercido pelo Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis, composto pelo Departamento de Registro Empresarial e Integração (DREI) e pelas Juntas Comerciais.
O DREI integra o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, cuja finalidade consiste em supervisionar, orientar, normatizar, coordenar e fixar diretrizes básicas para a prática de atos registrais a cargo da Junta Comercial.
Registro de empresas
Conheça os atos do registro:
Matrícula e seu cancelamento: Compreende os leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de armazéns.
Arquivamento: Refere-se à constituição, alteração, dissolução e extinção de sociedades empresárias, cooperativas, firmas individuais, atos relativos a consórcio e grupo de sociedade anônima, sociedades estrangeiras, microempresas e demais documentos de interesse do empresário ou da sociedade empresária.
Autenticação: Relaciona-se aos instrumentos de escrituração, dentre eles os livros contábeis, balanços, demonstrações financeiras etc.
Empresário de fato e sociedade em comum (sociedade irregular e sociedade de fato)
Trata-se da sociedade que não inscreve seus atos constitutivos no registro competente. Assim, o empresário e a sociedade empresária, antes de iniciar suas atividades, deverão proceder ao registro na Junta Comercial, e a sociedade simples, no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas (art. 1.150, CC).
A falta de registro implica sanções de natureza administrativa e judicial: ela não tem direito de ingressar com recuperação judicial ou de pedir a falência de outra empresa. Porém, por tratar-se de sociedade irregular, estará sujeita a falência.
Escrituração dos livros e contabilidade
O empresário e a sociedade empresária deverão adotar um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, de acordo com a documentação respectiva, devendo levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado (art. 1.179, CC).
Obrigatoriedade da escrituração
A empresa é constituída para praticar atos mercantis, financeiros, trabalhistas, fiscais, civis, mas de maneira documentada. Para um documento ser hábil, é necessário que seja:
Idôneo;
Devidamente preenchido;
Vinculado com a atividade da empresa.
Podemos definir a escrituração como sendo o ato de registrar as operações exercidas e comprovadas que ocorrem no decorrer de um período.
A escrituração tem a função de relatar o passado, para que se tenha ideia do que se passará no futuro.
Para tal, deve-se manter um sistema de escrituração uniforme dos atos e fatos administrativos ocorridos na sociedade empresarial, através de processo manual, mecanizado ou eletrônico (Resolução 563, de 28/10/83 do Conselho Federal de Contabilidade), de livre escolha do empresário, mas desde que cumpridas algumas formalidades básicas previstas nas legislações de regência, como:
Em idioma e moeda nacional;
Em forma contábil;
Em ordem cronológica de dia, mês e ano;
Sem ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas etc.
Com base em documentos de origem externa ou interna, ou na sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos e atos e a prática de atos administrativos.
Vejamos, no vídeo a seguir, a situação de pessoas que foram enganadas por uma empresa fantasma
Jornal da Clube.
Vimos que proprietários foram denunciados e irão responder por estelionato perante o Código Penal e relação de consumo mediante o código de defesa do consumidor.
A Natureza Jurídica dos sócios é discutida na doutrina e sustentada por alguns como sendo um direito de propriedade do sócio sobre a sociedade que ele integra. Outros afirmam que ser sócio é um direito de crédito sobre a sociedade, por ter contribuído na formação do capital social. A doutrina majoritária inclina-se para a formação de um regime jurídico próprio entre sócio/sociedade com regras específicas que delimitam direitos e deveres peculiares.
Vamos conhecer os direitos e obrigações dos agentes societários:
A terminologia usada para a desclassificação é resolução de um sócio perante a sociedade, já que o vocábulo resolução consiste na quebra do pacto estabelecido no contrato social por um dos sócios.
Resolução de um sócio
Ocorre a resolução do sócio perante a sociedade de quatro formas distintas, a saber:
Pela morte do sócio;
De forma voluntária;
Cessão de suas quotas a terceiros;
Exclusão (obrigatória).
Pode ocorrer a exclusão, nos casos de: sócio remisso; falta grave via ação judicial; incapacidade superveniente via ação judicial; justa causa, para sociedades limitadas ou por via administrativa, desde que haja previsão no contrato social ou pela penhora das quotas (art. 655 do CPC).
Administração da sociedade
A importância do estudo dos administradores das sociedades, antes da vigência do Código Civil de 2002, conhecidos como sócios gerentes, ocorre pelo fato de ser o agente responsável em corporificar a vontade da sociedade assumindo assim pessoalmente a responsabilidade pelos atos realizados.
Distinguir sua atuação como gestor, norteada pela autonomia de vontade versus a submissão às normas sociais, assume no contexto societário extrema relevância no aspecto da responsabilidade pessoal pelos atos do administrador da sociedade.
A Administração Societária encontra-se regulada no CC do artigo 1.010 ao 1.021. O artigo 1,061 do CC nos trouxe uma inovação: a de Administradores não sócios nas sociedades limitadas. Neste caso, esta designação dependerá da aprovação unânime dos sócios, enquanto o capital não tiver sido integralizado, ou de 2/3 no mínimo, após a sua integralização.
O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva; e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. (Art.1.179 CC ).
O número e a espécie de livros ficam a critério dos interessados, ficando o pequeno empresário a que se refere o art. 970 CC dispensado das exigências de escrituração contábil. Prescreve o art. 970 CC que alei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes. Hoje para a microempresa e empresa de pequeno porte temos a aplicação de regras específicas para uma escrituração simplificada prevista na Lei Complementar nº 123/2006. O mesmo se estende ao empresário rural.
Vejamos, agora, detalhes importantes sobre a documentação:
Atividades Propostas
1 - Respeitando as normas do direito societário, em relação aos sócios pode-se afirmar, SALVO:
A) O sócio não é obrigado a integralizar a sua parcela do capital social;
B) O sócio tem direito a participar dos lucros da sociedade;
C) O sócio remisso é aquele que não integraliza o capital social;
D) O sócio tem o direito de retirada da sociedade.
2 - Pode-se afirmar em relação aos administradores da sociedade:
A) O administrador poderá ser pessoa jurídica ou pessoa natural;
B) O administrador da sociedade poderá ser nomeado no contrato social ou em ato separado;
C) O administrador da sociedade nunca será responsável pelos excessos de gestão;
D) O menor que integre a sociedade poderá ser nomeado administrador da sociedade.
3 - (OAB/ES 2014 - CESPE/UnB) Acerca da escrituração das sociedades empresárias, assinale a opção incorreta.
A) Atualmente, o diário é o único livro empresarial comum obrigatório. Assim, os livros razão, caixa e estoque são facultativos;
B) Se o administrador de determinada sociedade empresária, por esquecimento, se abstiver de efetuar a autenticação dos livros empresariais dessa sociedade, tal omissão resultará em impedimento legal para eventual pedido de concordata por parte da sociedade;
C) À exceção das hipóteses expressamente previstas em lei, é vedado a juiz de direito ordenar diligência para constatar se determinada sociedade empresária observa a correta escrituração de seus livros empresariais;
D) Em conformidade com as disposições do atual Código Civil, as microempresas e as empresas de pequeno porte estão dispensadas de manter escrituração fiscal e empresarial.
4 - Considerando a legislação aplicada às Sociedades Limitadas, é CORRETO afirmar que:
A) A responsabilidade da sociedade é limitada ao valor total do capital social;
B) Os sócios respondem solidariamente pelas dívidas da sociedade, ainda que o capital social esteja integralizado;
C) A sociedade simples que adotar a forma de limitada será considerada sociedade empresária;
D) A responsabilidade dos sócios é solidária e limitada ao valor das quotas não integralizadas;
E) A responsabilidade dos sócios é solidária e limitada ao valor que faltar a ser integralizado no capital social.
5 - A inscrição do contrato social no órgão competente confere capacidade jurídica às sociedades, exceto à:
A) Sociedade em comum;
B) Sociedade simples;
C) Sociedade em nome coletivo;
D) Sociedade em conta de participação.
Fundamentos de Direito Empresarial e Tributário / Aula 4 - Atividade Financeira do Estado e a Receita Tributária
Introdução
Quando estudamos a atividade financeira do Estado, buscamos compreender os motivos que levam o Poder Público à necessidade de obter recursos financeiros para execução dos serviços públicos, tais como, promover a saúde, educação, alimentação, moradia, saneamento básico, segurança, transporte, energia elétrica etc., para a sociedade, com o objetivo da consecução do Bem Comum.
Nesta aula, entenderemos como funciona a Arrecadação Tributária no Brasil.
Bons estudos!
Distinção entre Direito Financeiro e Direito Tributário
Podemos conceituar o Direito Financeiro como o ramo do direito público que estuda o ordenamento jurídico das finanças do Estado e as relações jurídicas decorrentes de sua atividade financeira que se estabelecem entre o Estado e o particular. Abrange, pois, o estudo da despesa pública, da receita pública, do orçamento público e do crédito público.
Daí Ricardo Lobo Torres ensinar que o Direito Financeiro deve ser dividido nos seguintes ramos: Receita Pública (Direito Tributário, Direito Patrimonial Público e Direito de Crédito Público), Despesa Pública (Direito da Dívida Pública e Direito das Prestações Financeiras) e Direito Orçamentário.
Direito Financeiro
O Direito Financeiro é o ramo das Ciências Jurídicas que trata das relações que dizem respeito às finanças públicas. É uma especialidade do Direito Público. É mais amplo que o Direito Tributário por abranger toda a atividade financeira do Estado. As finanças públicas significam a coercitividade ou impositividade da atividade financeira, denominada por vários tratadistas como "economia de aquisição compulsória", mesmo quando aparentemente esse elemento coativo não se perceba, como por exemplo, nas explorações dominiais e nos empréstimos voluntários.
Direito Tributário
O Direito Tributário regula a atividade financeira do Estado no que se refere à tributação. É o ramo do direito público que rege as relações entre o Estado e os particulares, decorrentes da atividade financeira do Estado no que se refere à obtenção de receitas (tributos). Possui normas que instituem, arrecadam e fiscalizam a tributação. A natureza do Direito Tributário é obrigacional; é a relação jurídica entre um sujeito ativo (fisco) e um sujeito passivo (contribuinte ou responsável), envolvendo uma prestação (tributo).
Orçamento anual
O orçamento anual é o instrumento de operacionalização de curto prazo da programação constante dos planos setoriais e regionais de médio prazo, os quais, por sua vez, cumprem o marco fixado pelos planos globais de longo prazo, onde estão definidos os grandes objetivos e metas, os projetos estratégicos e as políticas básicas. Nesse sentido, a principal matéria-prima utilizada para a elaboração da proposta de orçamento é buscada em elementos integrantes do sistema de planejamento.
A Constituição Federal de 1988 estabelece, no art. 165 quais as Leis orçamentárias que deverão ser propostas para regular as finanças do Estado. O Poder Executivo é o responsável pela elaboração da proposta orçamentária. Ressalte-se que o orçamento, sendo uno, deve atender, também, aos Poderes Legislativo e Judiciário. Considerando que os três Poderes são independentes e harmônicos, as propostas parciais das unidades orçamentárias do Legislativo e Judiciário são negociadas num nível superior àquele que vigora para os setores do Executivo.
Orçamento
O orçamento, em linhas gerais, é o ato complexo dos poderes executivo e legislativo que prevê e fixa despesas e receitas, para um determinado período, instrumentalizando, assim, o poder executivo de recursos monetários - a receita pública - para atendimento das necessidades públicas, satisfazendo-as através das despesas públicas. O orçamento, por imposição constitucional, é anual.
O conteúdo da proposta orçamentária encaminhada pelo Executivo ao Legislativo deverá conter os itens seguintes:
Você sabia?
¿Qué sabes?
Crédito nada mais é que a captação de recursos pecuniários, na figura de empréstimos, para pagá-los, supervenientemente, no prazo e nas condições avençadas, a curto, médio e longo prazo. Documenta-os o Estado em papéis de crédito público de vários tipos, tais como Bônus do Tesouro, Letras do Tesouro, Apólices da Dívida Pública, Títulos da Dívida Agrária etc.
Você sabia?
Crédito nada mais é que a captação de recursos pecuniários, na figura de empréstimos, para pagá-los, supervenientemente, no prazo e nas condições avençadas, a curto, médio e longo prazo. Documenta-os o Estado em papéis de crédito público de vários tipos, tais como Bônus do Tesouro, Letras do Tesouro, Apólices da Dívida Pública, Títulos da Dívida Agrária etc.
Para se compreender o Sistema Tributário Nacional, é necessário compreender o mecanismo a ser utilizado pelo Poder Público de utilizar de suas prerrogativas de Direito Público para, através do cumprimento das normas, obrigar o particular a entregar valores aos cofres públicos, independentemente de sua vontade. Mastambém faz parte deste contexto um planejamento orçamentário que deverá compreender não só a obtenção de receitas, como também a administração das despesas e créditos.
A atividade financeira do estado
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Receita Pública
Receita é a quantia recolhida aos cofres públicos não sujeita a restituição, ou, por outra, a importância que integra o patrimônio do Estado em caráter definitivo.
Na lição de Aliomar Baleeiro receita pública é a entrada que, integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto como elemento novo e positivo.
Ingresso de recursos financeiros
O Ingresso Público compreende todo dinheiro recolhido aos cofres públicos, mesmo sujeito à restituição:
As importâncias e valores realizados a qualquer título (os tributos: impostos, taxas, contribuição de melhoria e as rendas da atividade econômica do Estado (preços), não restituíveis, são ingressos ou entradas). À semelhança, as fianças, cauções, empréstimos públicos, posto que restituíveis.
Tipos de receitas
Agora, vamos analisar os tipos de receitas:
Como o Poder Público poderá controlar as despesas?
Assista ao primeiro vídeo da websérie "E se..." do Tribunal de Contas de Mato Grosso e reflita sobre a seguinte questão: Como o Poder Público poderá controlar as despesas?
Controle Interno
Controle Interno (arts. 75 a 80 da Lei nº 4.320/64)
O Poder Executivo deve avaliar a execução orçamentária dos diversos órgãos através de supervisão permanente, diligenciar que os administradores sejam capacitados, impedindo interferências ou pressões ilegítimas, acompanhando os custos globais dos programas do governo, a fim de alcançar uma prestação econômica de serviço.
Controle Externo
Controle Externo (arts. 81 e 82 da Lei nº 4.320/64)
Cabe ao Poder Legislativo o Controle Externo da execução orçamentária. O órgão do Poder Legislativo que o auxilia no Controle Externo do Orçamento do Estado é o Tribunal de Contas. A fiscalização é total biparte. Inicialmente o controle é feito através da auditoria financeira e da auditoria orçamentária e posteriormente pelo julgamento das contas dos administradores e demais responsáveis por bens ou valores públicos. As contas do Poder Executivo são submetidas à apreciação do Poder Legislativo com parecer prévio do Tribunal de Contas. As contas dos municípios serão apreciadas pelas Câmaras auxiliadas pelos Tribunais de Contas do Estado a que pertencem, quando não houver Tribunal de Contas Municipal.
Atividades Propostas
1 - Quanto às Receitas Públicas é INCORRETO afirmar:
A) Receitas Públicas são todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidos pelo poder público, em qualquer esfera governamental, para alocação e cobertura das despesas públicas;
B) A Receita Pública Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos foram precedidos de efetivo registro de reconhecimento do direito e constituem obrigações correspondentes e por isto alteram a situação líquida patrimonial, como a receita proveniente de impostos ou a receita decorrente de uma prestação de serviços;
C) A Receita Pública Não-Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos foram precedidos de registro do reconhecimento do direito e por isto não alteram a situação líquida, como a receita proveniente da venda de bens permanentes ou resultantes de operações de crédito;
D) A Lei nº 4.320/64, fundamentada na dedução germânica de que os tributos são cobrados de forma coativa, emprega o termo "Receita Derivada" quando se refere à receita tributária instituída pelas entidades de direito público, em face do seu sentido peculiar de renda proveniente de rendimentos e lucros das atividades e bens dos cidadãos do país;
E) "Receita Originária" é a que provém do patrimônio público empregado na exploração de serviços comerciais, industriais e outros rendimentos decorrentes de locações, inversões financeiras etc.
2 - Analise os itens a seguir elencados e assinale a sequência correta:
A Receita Tributária envolve apenas os tributos, que, de acordo com a definição expressa na Constituição Federal de 1988, são os seguintes: impostos, taxas, contribuição de melhoria, contribuições previdenciárias e contribuições econômicas.
As Receitas de Contribuições englobam as do tipo social (contribuições previdenciárias, salário-educação) e as do tipo econômico (cotas de contribuições sobre exportação).
A Receita Patrimonial é oriunda da exploração econômica do patrimônio das instituições, especialmente aluguéis e dividendos e recebimentos da Dívida Ativa.
As transferências correntes são os recursos financeiros recebidos de pessoas jurídicas ou físicas e que serão aplicados no atendimento de despesas correntes.
A) F, V, V, V;
B) V, F, F, V;
C) F, V, F, F;
D) V, V, F, V;
E) F, V, F, V.
3 - O tributo, considerado como receita pública, é uma:
A) Receita voluntária;
B) Receita de direito privado;
C) Receita derivada;
D) Receita de capital;
E) Receita originária.
4 - As receitas provenientes da cobrança de tributos e da alienação de bens são classificadas, respectivamente:
A) Receitas patrimoniais e receitas de capital;
B) Receitas de capital e receitas de serviços;
C) Receitas correntes e receitas de capital;
D) Receitas correntes e receitas patrimoniais.