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PLANEJAMENTO DE CARDÁPIOS Planejamento de cardápios Definição:Cardápio é definido como uma lista de preparações que compõe uma refeição ou lista de preparações que compõe todas as refeições de um dia ou período determinado. Definição: Lista de preparações culinárias, composta por receitas previamente escolhidas e harmonizadas ( Mendonça, 2014) Planejamento de cardápios É uma ferramenta que inicia o processo produtivo e serve como instrumento gerencial para a administração do restaurante. É a partir dele que se estabelece o que, quanto e quando comprar. Tem a função de comunicar os colaboradores, sobre as preparações que serão elaboradas. Objetivos do planejamento • Satisfazer as expectativas dos clientes • O cardápio deve ser exato • O Cardápio deve ser eficiente quanto aos custos O cardápio deve refletir os gostos e preferências dos seus clientes não as do chef, do nutricionista, do gerente de alimentos, nem do gestor. O gestor é responsável por dizer a verdade quando formula os cardápios. Não deve falsificar rótulos de produtos ou descrevê-lo de forma inexata para os clientes. Ex: Descrever um sanduíche com queijo “cheddar” , quando na verdade é queijo processado. A falta de padronização dos serviços compromete a qualidade dos produtos e inviabiliza a saúde financeira do estabelecimento Objetivos no preparo do cardápio DIGESTIVO Facilitar a digestão SENSORIAL Despertar sentidos NUTRITIVO Disponibilizar nutrientes DIETÉTICO Prevenir, regenerar, curar HIGIÊNICO Prevenir contaminações ECONÔMICO Adequar aos recursos Importância do cardápio nos serviços de alimentação Ponto de partida para o planejamento de compras Dimensionamento de material e recursos humanos Define a estrutura física necessária ao serviço Excelente instrumento para educação alimentar Garante a fidelização e satisfação da clientela Quais fatores devem ser considerados no planejamento de cardápios? Aspectos básicos na definição do cardápio - Perfil dos clientes (hábitos alimentares, condições financeiras, orientações religiosas, idade) - Condições climáticas da região - Disponibilidade, condições de funcionamento e produtividade dos equipamentos e acessórios - Sistema de atendimento aos clientes - Disponibilidade e custo de produtos e materiais - Montagem e forma de apresentação visual dos pratos Aspectos básicos na definição do cardápio - Embalagem ou recipientes para apresentação dos produtos - Bom conhecimento dos alimentos - Disposição das porções na bandeja - Adequação e disponibilidade de louças, talheres, utensílios e acessórios para o atendimento - Preparação de menus equilibrados nutricionalmente. - Tipo de cortes utilizados nas preparações - Sazonalidade Aspectos básicos na definição do cardápio - Redução do índice de gorduras - Equilíbrio de proteínas - Análise calórica - Redução de produtos de custo elevado e processo de elaboração - Custo benefício da preparação - Criatividade e inovação Requisitos Básicos Ex: Empregar texturas e cores diferentes que favoreçam a percepção das qualidades sensoriais de cada alimento. Texturas macias X Crocância Ex: Strogonoff / batata palha Carne assada / farofa Sopa / torradas Peixe frito/ purê Requisitos Básicos Ex: Variar cortes e formas - tornam os pratos visualmente mais atraentes e mais decorados Cubos, rodelas, bastões, tiras, chips, medalão, postas, escalopes, picada Carnes Hortaliças Frutas Requisitos Básicos Ex: Combinar diferentes sabores: Finalização mais rica e saborosa a receita Suave e picante Doce e salgado Molhos ácidos Adocicados Azedos Fazer uso de diferentes temperos aromáticos Requisitos Básicos Ex: Harmonização : Todos os itens, cores e formatos devem combinar entre si. Estimular a percepção do sabor. Ex: Folhas verdes / com suave toques de branco/ amarelo/ vermelho. Requisitos Básicos Ex: Variar os ingredientes Não utilizar o mesmo ingrediente em diferentes preparações para uma única refeição (mesmo no período da safra de um produto) Abóbora refogada e doce de abóbora Composição dos cardápios • O cardápio deve procurar atender aos seguintes aspectos: • Cor • Formas • Sabores • Textura • Variedades • Tipo de preparo • Temperaturas • Necessidades biológicas ou nutricionais do indivíduo • Aspecto econômico da refeição Elaboração de cardápios • Variedade de pratos • Diferentes formas de cozimento (cozidos, assados, frituras, gratinados, ensopados, guisados) • Diferentes formas de apresentação (molhos, guarnições, decoração, cores e consistência) Em geral os cardápios devem ter: Regras básicas • Variar receitas diferentes para alimentos iguais bem como tipo de corte e apresentação • Evitar cardápios com alimentos na mesma características: tudo pastoso, tudo cozido. • Não se deve incluir alimentos da mesma família. • Evitar chamadas repetidas semanais. Ex: Cozido na segunda, baião da quinta Combinações Inadequadas Torta de frango e macarrão ao sugo Panqueca de carne e nhoque ao sugo Uso de um mesmo alimento seguidamente ( dia/ semana / mês): - segunda: salada de frios ( mussarela, presunto…) - terça : bife à parmegiana - quarta: panqueca de mussarela e presunto Combinações Inadequadas Presença de um mesmo ingrediente em diferentes preparações de uma mesma refeição Ex: bife role (cenoura, pimentão e bacon); arroz à grega (cenoura, vagem e passas) Frequência de alimentos indigestos: Ex: repolho, nabo, rabanete, brócolis, couve-flor, couve, cebola, batata-doce, pimentão, pepino, melão, melancia, manga) Combinações Inadequadas obs1: Purê de batata inglesa carne : cozido com batata, macaxeira Obs 2: Peixe cozido / frango cozido ( evitar mesma terminologia na mesma semana) Obs 3: Fígado X Purê de abóbora : não muito aceitável GRUPOS PRODUTOS PRODUTOS MESES J F M A M J J A S O N D FRUTAS ABACATE ABACAXI BANANA COCO LARANJA-PÊRA LIMÃO COMUM MAÇÃ NACIONAL MAMÃO COMUM MAMÃO HAVAÍ MANGA MARACUJÁ MELANCIA MELÃO ESPANHOL MELÃO JAPONÊS PINHA TANGERINA COMUM UVA NACIONAL HORTALIÇAS FOLHA-FLOR HASTE ALFACE CEBOLINHA COENTRO COUVE COUVE-FLOR REPOLHO HORTALIÇAS - FRUTO ABÓBORA ABOBRINHA BERINJELA CHUCHU FEIJÃO VERDE MAXIXE MILHO VERDE Foco do planejador • Cópias de antigos cardápios, incluindo o que você utiliza no momento em seu estabelecimento • Receituário padrão – Fichas técnicas • Custo por porção • Histórico de vendas • Dicionários de línguas estrangeiras e/ou um dicionário gastronômico Segue abaixo uma lista de instrumentos que o planejador deve ter ao seu dispor na hora de planejar um cardápio Estrutura dos cardápios Entrada fria ou quente: sopa, saladas, cremes, salgadinhos, torradas, etc. Pode variar dependendo do custo do cardápio servido. Estrutura dos cardápios Prato principal: composto pela preparação que mais contribuirá com o aporte de proteínas da refeição. (origem animal) Opção do prato principal: alternativa para o cliente. Ex: Lagarto ao molho x peito de fgo grelhado Estrutura dos cardápios Guarnição: Consiste em preparações que acompanham o prato principal. Complementa a quantidade de carboidrato da refeição. Em geral utiliza-se um vegetal ou massa. Estrutura dos cardápios Pratos base: Arroz e feijão. - O feijão pode ser substituído por outra leguminosa. -Complementam a quantidade de carboidrato e proteína da refeição. Estrutura dos cardápios Complementos : farinha de mandioca, molhos para saladas e carnes, pães,Estrutura dos cardápios Sobremesas: Doces ou frutas. Pode complementar a ingestão de vitaminas, sais minerais e fibras. Estrutura dos cardápios Líquidos: Preferência para sucos e/ou água. Ajudam a equilibrar os nutrientes da refeição. • Ordem de preparações para apresentação escrita de um cardápio: APRESENTAÇÃO DAS PREPARAÇÕES DO CARDÁPIO ENTRADA PRATO PRINCIPAL OPÇÃO PRATO PRINCIPAL SALADAS GUARNIÇÃO (vegetal ou massa) PRATOS BASE: arroz/feijão SOBREMESA OPÇÃO SOBREMESA COMPLEMENTOS • Popular ou Básico (Tipo C) : - Preparações mais simples, pouca variedade e um preço acessível - Industriais (PAT), restaurantes populares e hospitais públicos - Normalmente não há opção de prato principal – quando tem a opção é sempre um tipo mais barato - Sobremesa X bebida (industrializados) - Pouca variedade de saladas - Custo baixo - mas atende às necessidades nutricionais e calóricas dos clientes Cardápio – Tipos • Médio ou Intermediário (Tipo B) - Preparações mais elaboradas e variadas - Variam o tipo de prato protéico/ guarnição/ saladas e sobremesas - Ingredientes mais selecionados e de maior custo (palmito, alface roxa, suco natural...) • Luxo ou Superior (Tipo A) - Variedade de preparações (bastante elaboradas) - Requinte (modo de preparo/ apresentação/ distribuição dos alimentos) - Utilizam preparações nobres e ingredientes sofisticados - Requer profissionais qualificados. - UAN comercial / UAN institucional (diretoria ) Cardápio – Tipos Elaboração de cardápios • Quantidade:todo organismo necessita de alimento em uma determinada quantidade para atender às suas necessidades energéticas. • Qualidade:os alimentos oferecidos devem conter os nutrientes essenciais ao funcionamento do organismo na quantidade necessária. A elaboração de cardápios deve obedecer às leis da alimentação de Pedro Escudero Elaboração de cardápios • Harmonia: a dieta deve ser suficiente não apenas em calorias e nutrientes como também deve manter uma relação de proporcionalidade entre eles. • Adequação:os alimentos devem ser oferecidos segundo as necessidades nutricionais do indivíduo, condições sociais, econômicas e culturais. A elaboração de cardápios deve obedecer às leis da alimentação de Pedro Escudero Restrições no planejamento de cardápios • O espaço e os equipamentos são limitantes na escolha dos itens do cardápio • Os funcionários devem possuir as habilidades necessárias para executar o cardápio proposto. • O gestor deve implementar treinamentos em toda a equipe Projeto e disposição das Instalações e Equipamentos Recursos Humanos Restrições no planejamento de cardápios - Todos os ingredientes devem estar disponíveis no período de vigência do cardápio. - A inclusão de alimentos sazonais encarece o cardápio quando estes encontram-se fora de época. O gestor deve avaliar constantemente a viabilidade financeira dos ingredientes do cardápio Ingredientes Custos Controle Higiênico Sanitário • O Fluxograma operacional deve ser linear com o objetivo de evitar contaminação cruzada Recebimento-Armazenamento-Pré-preparo- Cocção e Distribuição Determinação nutricional Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT Recomendações Nutricionais Quantitativas – Portaria 66 de 25/08/06. • 600 – 800 Kcal paras as grandes refeições (30- 40% do VET diário) • 300 - 400 Kcal para as pequenas refeições (15 - 20 % do VET diário) ...admitindo-se um acréscimo de vinte por cento (quatrocentas calorias) em relação ao Valor Energético Total –VET de duas mil calorias por dia. * Ndpcal de no mínimo 6% e no máximo 10% Recomendações do PAT Recomendações Nutricionais Quantitativas – Portaria 66 de 25/08/06. Os parâmetros nutricionais para a alimentação do trabalhador estabelecidos nesta Portaria deverão ser calculados com base nos seguintes valores diários de referência para macro e micronutrientes: Recomendações do PAT REFEIÇÕES HC % PRT % LIP TOTAIS % GORD. SATURADA % FIBRAS (G) SÓDIO (mg) DESJEJUM/ LANCHE 60 15 25 < 10 4- 5 360- 480 ALMOÇO JANTAR CEIA 55-75% 10 -15 15-30 < 10 > 25 ≤ 2.400mg Planejamento de Cardápios Institucionais * Deve seguir o contrato firmado entre a empresa contratada e a aceitação da clientela * Verificar a logística da região, identificando a disponibilidade dos produtos oferecidos • Avaliar a previsão de custos e despesas : lucratividade • Analisar a qualidade e a aceitabilidade dos cardápios servidos PER-CAPITAS • Arroz : 80 -120 g • Açúcar: 10 % sucos não ácidos/ café 10 – 20% sucos frutas ácidas • Feijão: 40-60 g • Farinha de trigo: 2 – 3 g molhos / 3 – 7 g mingau/ 8 – 10 g papa • Farinha de mandioca: 20 - 40 g • Farinha de milho: 20 – 30 g PER-CAPITAS • Macarrão : 30 - 40 g • Tomate: 3 – 5 g temperos carne/feijão 5 - 10 g canes com molhos 10 – 30 g molhos de macarrão 40 – 80 g saladas cruas • Cebola: 3 – 5 g temperos 5 – 10 g farofas e refogados 10 - 15 g preparações ceboladas / saladas • Cheiro verde: 2 - 5 g temperos / molhos PER-CAPITAS • Alho : 0,5 – 1,0 g • Pimentão: 3 – 5 g temperos 5 - 15 g saladas • Pimenta do reino: 0,3 g • Sal : 1 – 2 g ( por preparação) • Colorau : 0,3 g • Vinagre: 3 ml PER-CAPITAS • Alface : 10 – 30 g • Cenoura: 10 - 20 g para arroz refogado e saladas cruas 20 - 50 g cozidos ou saladas mistas • Batata inglesa: 80 - 110 g para purê 100 g fritas 20 – 50 g cozidos ou saladas mistas • Abóbora: 100 g para purê 10 – 20 g feijão 40 – 80 g suflês PER-CAPITAS *Óleo : 3 – 5 ml para carne de chapa e cozido/ feijao 10 - 15 ml bife frito e farofa 5 – 10 ml refogados de vegetais 25 – 30 ml empanados •Margarinas: 3 – 5 g Purês e suflês 10 - 15 g ovo frito 5 – 10 g refogados de vegetais PER-CAPITAS *Carne s/ osso: 100 – 180 g Carne com osso: 200 -250 g Peixe filé : 120 -180 g Peixe posta: 150 – 200 g Peixe inteiro: 200 – 250 g Carne suína c/ osso: 220 – 280 g Carne suina s/ osso : 200 – 20 g Fígado: 100 – 150 g PER-CAPITAS *FEIJOADA Feijão preto: 50 a 70 g: 200 -250 g Louro: - Linguiça calabresa: 25 g Lombo suíno: 35 g Charque: 40 g Orelha de porco: 60 g Pé de porco: 80 g Porção pronta: 380 a 400 g PER-CAPITAS *LASANHA Carne moida: 90 g Macarrão lasanha: 35 g Presunto: 35 g Queijo mussarela; 35 g Molho :80 ml Porção pronta: 350 g Que instrumento é usado para padronizar o cardápio? Fichas técnica de preparo Fichas técnica de preparo (cont.) Tendências * COLORIDO Misturar diferentes tipos de ingredientes e de cores e cortes variados, valoriza a preparação e não necessitamos colocar itens não comestíveis para decorar. As esculturas e flores de vegetais estão fora de moda. Tudo que se põe no recipiente, deve ser comestível. Tendências * TÉCNICAS DE COCÇÃO PARA VALORIZAR A APRESENTAÇÃO A forma de preparo e a própria composição do prato é a decoração. Tendências * VALORIZAR A APRESENTAÇÃO Tendências * VALORIZAR A APRESENTAÇÃO Tendências * VALORIZAR A APRESENTAÇÃO Tendências *USAR RECIPIENTES QUE VALORIZEM AS PREPARAÇÕES Os recipientes são grandes aliados na valorização da preparação. Hoje, dispomos de muitos modelos e materiais e podemos usá-los nas preparações do dia a dia e deixar com “Cara de Festa”. Ervas para Decoração *USE RAMOS, FOLHAS INTEIRAS OU PICADAS Algumas ervas são verdadeiros “coringas” na decoração: •Salsa •Manjericão •Manjericão roxo •Alecrim •Tomilho •Cebolinha Evite usar apenas salsa picada em todos itens. A salsa temque ser finamente picada para finalizar pratos. Os produtos frescos in natura devem ser higienizados e sanitizados antes do uso na decoração Especiarias para Decoração *DÊ UM TOQUE FINAL COM SEMENTES! As especiarias podem dar um toque especial na finalização de pratos, use: •Gergelim preto •Gergelim branco torrado •Semente de mostarda clara e escura •Pimenta rosa Referências • ABREU, E.S; SPINELLI, M.G; PINTO, A.M.S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer.3° ed. São Paulo: Metha, 2009. • TEIXEIRA, S; MILET, Z; CARVALHO, J; BISCONTINI, T.M. Administração aplicada às unidades de alimentação e Nutrição. São Paulo: Atheneu, 2007. • VAZ, S.C. Alimentação de Coletividade: uma abordagem gerencial. Manual prático de serviços de refeições coletivas. Brasília: Metha, 2003. • ZANELLA, L.C Instalações e Administração de Restaurantes.São Paulo: Ed. Metha, 2007 • Manual Aberc de Práticas de Elaboração e Serviços de Refeições para Coletividades. 10° Ed. São Paulo. 2013.
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