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CENTRAL DE CURSOS PROF PIMENTEL Direito Administrativo Prof. Alan Martins 1 CURSO BÁSICO DIREITO ADMINISTRATIVO Professor Alan Martins 1 SERVIÇO PÚBLICO e RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 2 SERVIÇOS PÚBLICOS Conceito • Hely Lopes Meirelles, serviço público é “todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniências do Estado”. • Exemplos: a saúde pública, o ensino público, o transporte coletivo 3 SERVIÇOS PÚBLICOS Conceito Critérios doutrinários • material: em razão do tipo de atividade • subjetivo: qualquer serviço prestado diretamente pelo Estado • formal: é aquele previsto em lei. Brasil 4 SERVIÇOS PÚBLICOS Classificação • Próprios • Impróprios 5 SERVIÇOS PÚBLICOS Classificação • Administrativos • Industriais 6 CENTRAL DE CURSOS PROF PIMENTEL Direito Administrativo Prof. Alan Martins 2 SERVIÇOS PÚBLICOS Classificação • "uti universi" ou gerais • “uti singuli” ou individuais 7 SERVIÇOS PÚBLICOS Regulamentação e Controle Princípios • Permanência ou continuidade do serviço público • Generalidade ou igualdade dos usuários • Eficiência ou adaptabilidade • Modicidade • Cortesia 8 SERVIÇOS PÚBLICOS Regulamentação e Controle Direitos do usuário • Código de Defesa do Consumidor (Lei 8078/90): art.22. • A Lei 8987/95 9 SERVIÇOS PÚBLICOS Competência para prestação do serviço Constituição Federal • União: exclusiva (art.21) comum (art. 23) • Estado: remanescente (art. 25, § 1º) exceção (art. 25, § 2º). • Município: local (art. 30) • DF: Estados e Municípios (art.32,§1º). 10 SERVIÇOS PÚBLICOS Formas de Prestação do Serviço Público • Serviço centralizado: é o que o Poder Público presta por seus próprios órgãos em seu nome e sob sua exclusiva responsabilidade • Serviço descentralizado: é todo aquele em que será prestado, por outorga ou delegação, por entidade da Administração indireta ou por particular 11 SERVIÇOS PÚBLICOS Descentralização • Outorga • Delegação Concessão Permissão Autorização 12 CENTRAL DE CURSOS PROF PIMENTEL Direito Administrativo Prof. Alan Martins 3 SERVIÇOS PÚBLICOS Imposições constitucionais quanto aos serviços públicos no Brasil • Serviços de prestação obrigatória e exclusiva do Estado • Serviços que o Estado tem obrigação de prestar e obrigação de conceder • Serviços que o Estado tem obrigação de prestar, mas sem exclusividade • Serviços que o Estado não é obrigado a prestar, mas, não os prestando, terá de promover-lhes a prestação, mediante concessão ou permissão 13 SERVIÇOS PÚBLICOS Concessão de Serviço Público Conceito • Di Pietro: é “o contrato administrativo pelo qual a Administração Pública delega a outrem a execução de um serviço público, para que o execute em seu próprio nome, por sua conta e risco, assegurando-lhe a remuneração mediante tarifa paga pelo usuário ou outra forma de remuneração decorrente da exploração do serviço”. 14 SERVIÇOS PÚBLICOS Concessão de Serviço Público Lei 8987/1995 (dispõe sobre normas gerais) Regras • lei autorizativa (exceções: CF CE ou LODF; serviços de saneamento básico e limpeza urbana (art.2º, Lei 9074/95). • licitação prévia, conforme art.175 da CF 15 SERVIÇOS PÚBLICOS Concessão de Serviço Público Regras • concorrência (art.2º). Os critérios de julgamento estão previstos no art. 15 (lei 8987/95) • É possível haver a inversão das fases de habilitação e julgamento (art. 18-A). 16 SERVIÇOS PÚBLICOS Concessão de Serviço Público • Encargos do poder concedente: art.29 • Encargos da concessionária: art.31 Intervenção na concessão: • Decreto • interventor • prazo de 30 dias: procedimento administrativo terminar em 180 dias 17 SERVIÇOS PÚBLICOS Concessão de Serviço Público Extinção da concessão: art.35 • pelo decurso do prazo • por rescisão • por ato unilateral do concedente: - encampação ou resgate (lei autorizativa + prévia indenização) - caducidade ou decadência (proc. Administrativo + decreto) - anulação 18 CENTRAL DE CURSOS PROF PIMENTEL Direito Administrativo Prof. Alan Martins 4 SERVIÇOS PÚBLICOS Concessão de Serviço Público Extinção da concessão: art.35 • por falência ou extinção da empresa concessionária ou falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual. Reversão • passagem ao poder concedente dos bens do concessionário aplicados ao serviço, uma vez extinta a concessão 19 SERVIÇOS PÚBLICOS Concessão de Serviço Público Subcontratação, subconcessão e transferência de controle societário • subcontratação: art.25 • subconcessão: • transferência da concessão: art.27 • transferência do controle societário da concessionária 20 SERVIÇOS PÚBLICOS Concessão de Serviço Público Parcerias Público-Privadas (PPP) • modalidades específicas de concessão • Lei 11.079/2004 • parceiro público e parceiro privado Espécies • Concessão patrocinada • Concessão administrativa 21 SERVIÇOS PÚBLICOS Concessão de Serviço Público Parcerias Público-Privadas (PPP) • parceria público-privada x concessão comum • Licitação: Concorrência Critério para julgamento Inversão de fases 22 SERVIÇOS PÚBLICOS Concessão de Serviço Público Parcerias Público-Privadas (PPP) Vedações • I – valor do contrato inferior a R$ 20.000.000,00 • II – período inferior a 5 (cinco) anos (máximo de 35 anos) • III – objeto único o fornecimento de mão-de- obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública. 23 SERVIÇOS PÚBLICOS Permissão de Serviço Público Conceito • ato unilateral, discricionário e precário, pelo qual o Poder Público transfere a outrem a execução de um serviço público, para que o exerça em seu próprio nome e por sua conta e risco, mediante tarifa paga pelo usuário. Características • ato unilateral, precário; depende de licitação; só se transfere a execução do serviço público; 24 CENTRAL DE CURSOS PROF PIMENTEL Direito Administrativo Prof. Alan Martins 5 SERVIÇOS PÚBLICOS Permissão de Serviço Público • Concessão X Permissão forma de constituição precariedade destinatário • Lei 8987/95: contrato de adesão, precariedade e revogabilidade (art.40) 25 SERVIÇOS PÚBLICOS Autorização de serviço público • É ato administrativo discricionário, pelo qual o Poder Público torna possível a realização de certa atividade, serviço ou utilização de determinados bens particulares ou públicos, de seu exclusivo ou predominante interesse, que a lei condiciona à aquiescência prévia da administração. 26 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO Conceito • obrigação imposta ao Estado de reparar os danos causados por seus agentes, no exercício de suas funções. • abrange pessoas jurídicas de direito público e pessoas de direito privado prestadoras de serviços públicos. 27 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO Responsabilidade subjetiva • Dano • Nexo causaldolo • Culpa negligência culpa imprudência imperícia Responsabilidade objetiva • Dano + nexo causal (independe de culpa) 28 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO Teorias (evolução) • Teoria da irresponsabilidade • Teoria da responsabilidade com culpa civil do estado (responsabilidade subjetiva do Estado) • Teoria da culpa administrativa (ou culpa no serviço ou culpa anônima) • Teoria do risco administrativo • Teoria do risco integral 29 TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO • Teoria do risco - Integral: não admite excludentes. - Administrativo: excludentes força maior e culpa exclusiva da vítima. OBS 1: caso fortuito não exclui. OBS 2: culpa concorrente atenua CENTRAL DE CURSOS PROF PIMENTEL Direito Administrativo Prof. Alan Martins 6 REGIME DO ART. 37, § 6º DA CF • Responsabilidade objetiva: dano + nexo causal * independe de dolo ou culpa basta uma conduta comissiva (positiva) * Nexo causal se dá com um fato administrativo. • Direito de regresso: Estado X agente – responsabilidade subjetiva (dolo ou culpa) RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO Responsabilidade Civil do Estado Brasileiro Responsabilidade objetiva do Estado art.37,§6º CF Causas excludentes ou atenuantes da responsabilidade objetiva • Força maior e Caso Fortuito • Culpa exclusiva da vítima Reparação do dano 32 RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO ESTADO • Responsabilidade estatal subjetiva por condutas omissivas. • Segue a regra geral do Código Civil. • Pressupostos: culpa + dano + nexo causal. • Jurisprudência firmada nos tribunais superiores. Exemplos práticos Condutas positivas (comissivas) – Resp. Objetiva do Estado • Atropelamento por veículo oficial • Erro médico • Morte de pessoas custodiadas (cf. jurisprudência) • Danos feitos em imóvel particular por máquinas da prefeitura. Condutas negativas (omissivas) – Resp. Subjetiva do Estado • Falta de proibição de medicamento comprovadamente prejudicial à saúde. • Acidente causados por animais na rodovia • Morte de passageiro em acidente de avião, associada à falta de fiscalização do Estado RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO Responsabilidade Civil do Estado Brasileiro • Responsabilidade por atos legislativos • Responsabilidade por atos judiciais 35 (ESAF – Auditor Fiscal – Receita Federal – 2009) Vigora atualmente no ordenamento jurídico brasileiro, quanto à responsabilidade civil do Estado: a) a teoria da irresponsabilidade do Estado. b) a teoria da responsabilidade objetiva. c) a teoria da responsabilidade subjetiva. d) a teoria da culpa administrativa. e) a teoria do risco integral. CENTRAL DE CURSOS PROF PIMENTEL Direito Administrativo Prof. Alan Martins 7 FCC – Analista Judiciário/Execução Mandados – TRF da 1ª Região – 2011 - No início do ano, é comum a ocorrência de fortes tempestades, que, conforme têm mostrado os noticiários, estão causando consequências avassaladoras em diversas regiões do país. Quando chuvas dessa natureza provocarem enchentes na cidade, inundando casas e destruindo objetos, o Estado (A) responderá, por se tratar de exemplo em que se aplica a responsabilidade objetiva do Estado. (B) responderá se, aliado ao fato narrado, ocorreu omissão do Poder Público na realização de determinado serviço. (C) jamais responderá, por se tratar de hipótese de força maior, causa excludente da responsabilidade estatal. (D) jamais responderá, por se tratar de hipótese de caso fortuito. (E) responderá, com fundamento na teoria do risco integral. (FGV – OAB – 2010.3) Um policial militar, de nome Norberto, no dia de folga, quando estava na frente da sua casa, de bermuda e sem camisa, discute com um transeunte e acaba desferindo tiros de uma arma antiga, que seu avô lhe dera. Com base no relatado acima, é correto afirmar que o Estado (A) será responsabilizado, pois Norberto é agente público pertencente a seus quadros. (B) será responsabilizado, com base na teoria do risco integral. (C) só será responsabilizado de forma subsidiária, ou seja, caso Norberto não tenha condições financeiras. (D) não será responsabilizado, pois Norberto, apesar de ser agente público, não atuou nessa qualidade; sua conduta não pode, pois, ser imputada ao Ente Público (CESPE - TRE/ES -2011) A responsabilidade civil do Estado no caso de morte de pessoa custodiada é subjetiva. ( ) Certo ( ) Errado (CESPE - TRT/17ª Região -2009) O Estado não responde civilmente pelos danos causados por atos praticados por agrupamentos de pessoas ou multidões, por se tratar de atos de terceiros que caracterizam uma excludente de causalidade, salvo quando se verificar omissão do poder público em garantir a integridade do patrimônio danificado, hipótese em que a responsabilidade civil é subjetiva. ( ) Certo ( ) Errado (CESPE - TRE/ES -2011) A marca característica da responsabilidade objetiva é a desnecessidade de o lesado pela conduta estatal provar a existência da culpa do agente ou do serviço, ficando o fator culpa desconsiderado como pressuposto da responsabilidade objetiva; a caracterização da responsabilidade objetiva requer, apenas, a ocorrência de três pressupostos: o fato administrativo; a ocorrência de dano e o nexo causal. ( ) Certo ( ) Errado
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