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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS – UFMG Ciências Econômicas 3° período – Economia Política Resenha capítulo XIII O Capital Karl Marx Ingrid Dayane O. Santana MAQUINARIA E A GRANDE INDÚSTRIA Marx irá abordar o papel da maquinaria a partir da sua inserção no modo de produção capitalista. Logo no início do capítulo é ressaltado que a maquinaria barateia as mercadorias, reduz a jornada de trabalho e em última instância produz mais valia. Nota-se que o homem é força motriz da ferramenta, mas a máquina tem força “própria” (vapor, por exemplo) e que a máquina ferramenta executa as mesmas funções que o trabalhador com suas ferramentas. Foi com o advento da Revolução Industrial que a máquina passou a substituir o trabalho humano, e devemos distinguir cooperação e sistema de máquinas para entendermos melhor a organização do modo de produção com o advento do maquinário. Em um sistema de cooperação temos várias máquinas similares executando tarefas similares, por exemplo, temos em um galpão várias máquinas de tear. No sistema de máquinas tem-se várias máquinas diferentes, mas cujas funções se completam, nesse caso a cooperação se dá pela complementação de uma máquina a outra. A maquinaria revolucionou a indústria e num sistema encadeado revolucionou a agricultura, a comunicação e o transporte. Ela não cria valor, mas o transfere ao produto e sua produtividade é medida pelo grau em que ela substitui o trabalho humano. Quando a maquinaria foi implementada a demanda pelo trabalho feminino e infantil aumentou, visto que eram mais ágeis e assim todos os membros da família passaram a ser inseridos no meio de produção. Como o valor da força de trabalho era dado pelo TTSN (tempo de trabalho socialmente necessário) e pela manutenção da família e agora a manutenção da família estava dividida, houve uma desvalorização da força de trabalho. Quando as mulheres e as crianças entraram no processo de produção o índice de mortalidade infantil aumentou, fato muito associado à negligência das mães nos cuidados com os filhos (lembrando que a abordagem é sobre uma sociedade patriarcal, na qual as mães eram as únicas responsáveis pelos cuidados e educação dos filhos). Como se sabe a maquinaria aumenta a produtividade do trabalho e consequentemente prolonga a jornada, pois ela se deprecia também quando não está funcionando. Assim a fábrica passou a funcionar 24 horas. A taxa de mais valia é determinada pela proporção em que a jornada se divide em trabalho necessário e mais trabalho. Ao reduzir o número de trabalhadores devido a implementação das máquinas reduz-se o mais trabalho o que incentiva também um aumento violento da jornada. Como máquina substitui trabalhador cria-se um exército de reserva, assim os operários passam a aceitar qualquer salário e condição de trabalho. A elevação da jornada foi acompanhada por um aumento da intensificação do trabalho. Isso porque o limite da jornada passa a ser estipulado por lei. É interessante assistir Tempos Modernos de Charles Chaplin que representa bem essa intensificação do trabalho, que se dava com a máxima velocidade de execução e exaustão das tarefas. A maquinaria descarta o velho sistema de divisão do trabalho, o capital passa a subordinar o trabalho de forma mais repugnante. Nesse processo são as condições de trabalho que usam o trabalhador. Com a introdução da maquinaria o trabalhador passa a disputar com o meio de trabalho (ex. ludismo). A disputa permanente entre capitalista e trabalhador não era mais a única presente nesse meio. É interessante observar que alguns dizem que as máquinas não deixam o indivíduo sem trabalho, apenas o deixa disponível para exercer outra função. A máquina barateia o produto e aumenta a mais valia. A força produtiva elevada das grandes indústrias acompanhada com a exploração da força de trabalho reproduz os antigos escravos domésticos agora sob o nome de empregados. Vale frisar, no entanto que as condições nas quais os trabalhadores viviam nas fábricas eram promíscuas e muito piores do que as condições em que viviam os escravos nas senzalas. Marx então, neste capítulo, faz uma análise do impacto social que a implementação das máquinas causou durante a época da Revolução Industrial. Observamos então que foi a partir daí que a força de trabalho passou as ser mais explorada e o capital passou a ditar de forma ativa a vida dos agentes. Seja por espoliação dos trabalhadores, seja pela adesão de lucros extraordinários por parte dos capitalistas. O maquinário deixou os capitalistas mais ricos e a classe operária subordinada e sob péssimas condições de vida.
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