Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS CURSO DE DIREITO Lorrane Torres Andriani INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO PARA AÇÕES DE COBRANÇA DE HONORÁRIOS DE PROFISSIONAIS AUTÔNOMOS. Recife/PE 2014 A discussão diz respeito à competência ou não, da Justiça do Trabalho para o julgamento de ações em que figurem no polo ativo, profissionais liberais, prestadores de serviços, os quais estão a cobrar de seus clientes os honorários devidos em decorrência do serviço prestado. Em entendimento já sumulado, o STJ pacificou a discussão, ao decidir que a cobrança de honorários de prestação de serviços devem ser ajuizadas na justiça estadual. Súmula 363/STJ: Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente. Este entendimento se calca no fato da relação discutida não ser de vínculo empregatício, e inexistir hipossuficiência do prestador, em relação ao tomador do serviço, podendo, inclusive, existir a situação inversa, o que iria de encontro aos princípios da Justiça do Trabalho. Deste modo, encontra-se pacificado nos Tribunais pátrios que compete à Justiça Estadual o processamento e julgamento de causas de natureza de prestação de serviços por profissionais autônomos que não receberam seus honorários. Confira-se nos seguintes julgados AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AÇÃO DE COBRANÇA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. COMPETÊNCIA. JUSTIÇA COMUM. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I O Plenário desta Corte, no julgamento da ADI 3.395-MC/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, concluiu que a relação de trabalho se limita à relação jurídica estabelecida entre o trabalhador e o empregador, regida pela CLT, em virtude de vínculo empregatício. II Ausente, na espécie, vínculo empregatício entre o profissional liberal e seu cliente, cabe à Justiça Comum o julgamento da presente demanda. III Agravo regimental a que se nega provimento. (STF - RE: 700131 DF , Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Data de Julgamento: 03/06/2014, Segunda Turma, Data de Publicação: DJe-120 DIVULG 20-06-2014 PUBLIC 23-06-2014) PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE COBRANÇA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS PROPOSTA POR PROFISSIONAL DA ADVOCACIA CONTRA SEU CLIENTE. INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM. SÚMULA 363/STJ. 1. A Emenda Constitucional nº 45/2004, ao alterar o art. 114 da Constituição da República, conferiu à Justiça do Trabalho competência para processar e julgar, entre outras, "as ações oriundas da relação de trabalho" (inciso I), bem como "outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei" (inciso IX). Em ação de cobrança de honorários advocatícios proposta por profissional da advocacia contra seu cliente, não há relação de trabalho entre as partes, que firmaram contrato de prestação de serviços advocatícios. Assim, mesmo após o advento da Emenda Constitucional nº 45/2004, a Justiça Comum permanece competente para processar e julgar as ações de cobrança de honorários advocatícios propostas por profissionais da advocacia contra seus clientes. Aplica-se ao caso a Súmula 363/STJ. 2. Conflito conhecido para declarar a competência da Justiça Comum Estadual. (STJ - CC: 111172 AM 2010/0052976-2, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 10/11/2010, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 18/11/2010) INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. COBRANÇA DE HONORÁRIOS PROFISSIONAIS. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. Consoante entendimento dominante nesta Corte superior, não se insere na competência da Justiça do Trabalho a tarefa de dirimir controvérsia relativa à prestação dos serviços levada a cabo por profissional autônomo que, senhor dos meios e das condições da prestação contratada, coloca-se em patamar de igualdade (senão de vantagem) em relação àquele que o contrata. Tal é o caso típico dos profissionais da engenharia, advocacia, arquitetura e medicina que exercem seus misteres de forma autônoma, mediante utilização de meios próprios e em seu próprio favor. Precedentes. Agravo de instrumento a que se nega provimento. (TST - AIRR: 1641005120095150086 164100-51.2009.5.15.0086, Relator: Lelio Bentes Corrêa, Data de Julgamento: 12/06/2013, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 14/06/2013)
Compartilhar