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Microsoft Word PEDAGOGIA EMPRESARIAL O PEDAGOGO E SUA ATUAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES

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PEDAGOGIA EMPRESARIAL: O PEDAGOGO E SUA ATUAÇÃO EM 
ESPAÇOS NÃO ESCOLARES 
 
 
Anderson Teixeira de Souza 
Patrícia Francisca de Matos Santos 
Eixo temático: Educação, Sociedade e Práticas Educativas 
 
 
RESUMO 
 
O artigo ora designado como de cunho exploratório, consiste em pesquisas direcionadas ao 
campo da educação, em especial a Gestão de Pedagogia Empresarial, objetivando reflexão para 
com o surgimento e aplicação desse novo segmento profissional no mundo dos negócios. Neste 
artigo, visou-se pesquisar sobre a expansão do assunto supracitado, intercalando-se a 
problemática relacionada a alguns gestores que, inseridos em um mundo fechado de práticas 
empresariais já habituais, não se permitem às novas mudanças e modernidades necessárias. Para a 
construção deste, a metodologia utilizada corresponde às fontes primárias e secundárias, tendo 
como resultado em seu contexto exploratório referências sobre o campo da Gestão de Pedagogia 
Empresarial, refletida em processos empresariais tradicionais e modernos, estando à temática 
aberta para possíveis discussões que perpassem pela realidade empresarial atual. 
 
Palavras-chave: Educação, Exigências de Mercado, Profissionais da Pedagogia Empresarial. 
 
ABSTRACT 
The article we refer to as exploratory, is to research directed to the field of education, in 
particular the Business Management Education, aiming to reflect the emergence and application 
of this new segment in the professional world of business. In this paper, aimed to research the 
expansion of the above matter, merging them if the problem related to some managers who 
entered into a closed world of business practices as usual, do not allow themselves to new 
changes and necessary amenities. To build this, the methodology used corresponds to the primary 
and secondary sources, resulting in an exploratory context references on the field of Business 
Management Education, reflected in traditional and modern business processes, with the theme 
open to possible discussions that pervade the current business reality. 
 
Keywords: Education; Market Requirements; Professional Business Education. 
 
 
 
________________________ 
*Anderson Teixeira de Souza é Graduado em Turismo pela Universidade Tiradentes, graduando em Geografia pela 
Universidade Federal de Sergipe, Pós-Graduado em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Gestão de 
Pedagogia Empresarial pela Faculdade São Luís de França – andernumber1@hotmail.com 
* Patrícia Francisca de Matos Santos é Licenciada em Pedagogia pela Universidade Tiradentes, graduanda em 
História pela Universidade Federal de Sergipe e Pós-Graduada em Didática e Metodologia do Ensino Superior - 
patyfmatos@yahoo.com.br 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
 
 No mundo contemporâneo, notáveis avanços aumentaram o universo cultural do ser 
humano, aprimorando ou até mesmo re-construindo segmentos profissionais, estando à cultura 
dos mesmos subordinada às tecnologias e suas respectivas tendências. As mudanças do mundo 
globalizado e consequentemente moderno fazem com que o homem se sinta cada vez mais 
pressionado a modificações em diversas áreas. 
Segundo Behrens (1996) “a humanidade tem sido desafiada a testemunhar duas transições 
importantes que afetam profundamente a sociedade: o advento da sociedade, do conhecimento e a 
globalização”. Tal fato vem proporcionando mudanças rápidas e precisas em diversas áreas 
como, por exemplo, na educação. 
 Com o surgimento das novas tecnologias, a educação e consequentemente seus segmentos 
passaram a adquirir uma nova postura. A pedagogia, ciência que se firmou como correlato da 
educação cujo seu objetivo principal perpassa pela reflexão e sistematização crítica dos processos 
educativos, ainda é caracterizada por muitos como uma ciência que detem de profissionais 
intrínsecos às responsabilidades educacionais, essas exclusivas apenas para as instituições de 
ensino pedagógicos. 
No mundo atual, essa realidade vem sendo transformada a cada dia, uma vez que, além 
dos interesses profissionais para com as instituições escolares, os pedagogos estão mostrando ter 
grandes interesses também nos segmentos empresariais de ensino conhecido como informal, 
enfatizando assim a Pedagogia Empresarial que, com o seu advento vem a dar suporte estrutural, 
além de ampliar investimentos referentes a conhecimentos nos espaços organizacionais, mais 
especificamente aos setores de Recursos Humanos. 
 Visivelmente, a competição no mundo empresarial tornou-se algo comum na atualidade. 
Para o crescimento e solidificação de seus negócios, as organizações passaram a buscar e exigir 
cada vez mais profissionais qualificados e capacitados, na perspectiva de atender as expectativas 
e avanços tecnológicos de forma dinâmica, além das demais necessidades do empresariado, 
ascendendo assim à própria organização dentre todo o seu contexto, sendo essa uma preocupação 
crescente. Mesmo vivenciando tal realidade, muitos gestores intrínsecos as atividades 
empresariais já rotineiras e, por muitas vezes desatualizados, acabam não se permitindo as novas 
mudanças e consequentemente às atualizações necessárias decorrentes do mundo moderno. 
 Desta forma, a elaboração deste artigo se baseia em pesquisas sobre a educação, em 
especial a Pedagogia e seu segmento conhecido como Pedagogia Empresarial, explicitando sua 
ascensão e respectivas atuações do profissional pedagogo, objetivando reflexão, possíveis 
discussões e contribuições para com o tema proposto, fundamentando-se na carência do seu 
próprio entendimento e utilidade, além de resistências às questões da modernidade educacional. 
Justifica-se na contribuição para a educação, mostrando a importância desse novo segmento da 
ciência pedagógica e seus benefícios, além das estratégias e metodologias que asseguram uma 
melhor aprendizagem e desenvolvimento entre as empresas aprendentes e seus respectivos 
colaboradores. 
 Este artigo trata-se de uma revisão de cunho exploratório, através de fontes primárias e 
secundárias, que discorrem sobre o assunto apresentado, visando seu esclarecimento com relação 
à realidade atual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 O PEDAGOGO NOS ESPAÇOS NÃO ESCOLARES 
 
 
 
Em meio ao processo da globalização, no mundo contemporâneo observam-se mutações 
de várias ordens ocorridas na sociedade. Inserida no cotidiano, a modernidade enfatiza as 
modificações dentre suas ações e práticas entre os segmentos profissionais existentes em todo o 
planeta, sendo a mesma absorvida pela maioria, que segue e cumpre com as exigências 
estabelecidas entre os processos produtivos em seu âmbito geral a exemplo da educação. 
 Considerada tão antiga quanto à própria humanidade, a educação constitui suportes de 
equilíbrio e sobrevivência do próprio homem. É através da educação que o ser humano se adapta 
ao seu meio social, instituindo condições favoráveis para o desenvolvimento de conhecimentos, 
estima e costumes para tal adaptação. 
 Nessa concepção, Nérici (1993) considera que “educação é o processo que visa a revelar e 
a desenvolver as potencialidades do indivíduo em contato com as realidades, a fim de levá-lo a 
atuar na mesma de maneira consciente (com conhecimento), eficiente (com tecnologia) e 
responsável (eticamente) a fim de serem atendidas as necessidades e aspirações da criatura 
humana, de natureza pessoal, social transcendental”. 
 Pode-se ratificar então, que o conceito de educação se refere não só às questões ligadas ao 
ensino pedagógico, baseadas nas condições para a realização da instrução e a própria instrução 
que se vincula à formação intelectual do ser humano, mediante o domínio de certos níveis de 
conhecimentos sistematizados. Além disso, a educação está ligada diretamente a todo processo de 
desenvolvimentode personalidade, intrinsecamente ligada às qualidades, orientações para com 
atividades, ideais, valores, moral, ética, princípios, ou seja, construção do caráter, que faz de cada 
ser humano um diferencial de acordo com suas concepções de mundo e relações com o meio 
social. 
 De acordo com Brandão (1985, p. 9), “não há uma forma única nem um único modelo de 
educação; a escola não é o único lugar onde acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino 
escolar não é sua única prática e o professor profissional não é seu único praticante”. 
 Nesse sentido, a educação passa a ser vista como um bem social que se ordena dentre o 
sistema educacional de um país de acordo com o seu legado cultural, seus momentos históricos. 
Pode-se dizer ainda, que a educação no mundo contemporâneo é uma obra bastante significativa 
para a ascensão do ser humano em um contexto geral, onde as ações educativas e seus resultados 
obtidos não se prendem apenas às questões do aprender em instituições de ensino formal, mas 
também na vida sócio-cultural. 
 Segundo Lopes (1989) “historicamente, a educação que sempre existiu, passou a ser 
estudada de acordo com as necessidades que se faziam presentes na época, assim como nos dias 
atuais, para maiores conhecimentos e entendimentos referentes à mesma. Dentre várias buscas, 
anseios e desejos de descobrir através das pesquisas, surge a História da Educação no auge do 
positivismo no século XIX. Nascida nas escolas normais e nos cursos de formação de professores 
teve seu início ligado ao campo da Pedagogia, principalmente nos Estados Unidos e em alguns 
países da Europa, onde objetivava ser peça chave para alavancar a compreensão sobre os aspectos 
do passado dentre sociedades no campo da educação. Por muito tempo, a educação não foi vista 
como algo importante para a história. Tudo começou a mudar com a progressiva influência da 
História Nova”. 
 Com o passar do tempo, precisamente iniciando a década de 1980, novos objetivos 
direcionados a História da Educação começaram a se fazer presentes através de produções 
baseadas em pesquisas representadas por publicações, periódicos especializados, eventos 
referenciando o tema, dentre vários outros existentes. Esses objetivos marcaram a época pelo fato 
de terem contribuído positivamente para a centralização da educação em relação a outros 
aspectos sociais, não sendo ela analisada separadamente apenas como estrutura para instrução 
através do ensino como era feita antigamente, mas, de forma intrínseca a todas as segmentações 
da vida social humana. 
 Por sua vez a Pedagogia, ciência da área sócio-humana ligada a História da Educação 
desde tempos remotos e, conhecida por estudar tanto na teoria quanto na prática diversos 
segmentos relacionados à educação dentre todo seu contexto, têm como origem de sua palavra 
termos oriundos da Grécia antiga tais como: paidós que significa criança, e agogé tendo como 
significado condução. Focando principalmente o progresso no artifício do ensino-aprendizagem, 
a pedagogia busca sempre uma melhor reflexão crítica, ordenação e desenvoltura, além das 
normatizações de ações e instrumentos didáticos para com a arte e ciência na profissão de 
ensinar. 
Através de um entendimento bastante significativo, Libâneo (1999) conceitua pedagogia 
como: 
Pedagogia é, então, o campo do conhecimento que se ocupa do estudo 
sistemático da educação, isto é, do ato educativo, da prática educativa concreta 
que se realiza na sociedade como uns dos ingredientes básicos da configuração 
da atividade humana. (LIBÂNEO, 1999, p.25). 
 
 
 Condizente a história, a pedagogia que é identificada como de origem grega, tem seu 
início através da Paidéia nos séculos V e VI a.C, transmitindo uma nova cultura entre os povos, 
essa de forma crítica em relação as questões religiosas tida como divina, sendo a mesma 
responsável por ter conduzido parte da educação naquela época. Interando-se ao senso crítico, a 
paidéia passa a atribuir ao homem identidade cultural e histórica, na busca pelo seu próprio 
conhecimento individual, fazendo do mesmo um referencial de conhecimentos precisos para si e 
o mundo ao seu redor. É então através dessa cultura crítica imposta pela paidéia, que nasce a 
pedagogia de forma autônoma, sistemática e rigorosa. 
 Nessa perspectiva, Cambi (1999) explana sua visão sobre a pedagogia, podendo ser a 
mesma entendida da seguinte forma: 
 
 
Uma educação pública, retirada da família e do santuário, que visa à formação 
do cidadão e das suas virtudes (persuasão e capacidade de liderança, sobretudo). 
É uma educação que se liga à palavra e a escrita e tende à formação do homem 
como orador, marcado pelo princípio do Kalogathos (do belo e do bom) e que 
visa cultivar os aspectos mais próprios do humano em cada indivíduo, elevando-
o a uma condição de excelência, que, todavia não se possui por natureza, mas se 
adquire pelo estudo e pelo empenho. (CAMBI, 1999, p.86). 
 
 
 Em um outro momento histórico, a pedagogia tem como marco os escravos que, em 
tempos remotos eram conhecidos como paidagogos por conduzirem crianças filhas de seus 
Senhores aos centros de estudos conhecidos hoje como escolas. Com o passar do tempo e 
consequentemente ampliações reflexivas entre os povos da época, vários termos, associações e 
entendimentos referentes a inúmeras questões, passaram a designar novos sentidos. 
A educação que era tida como de origem divina por muitos, em especial pelos povos 
orientais que resumiam conhecimentos através de seus próprios costumes e crenças, ficou por 
muito tempo impedida para possíveis reflexões, uma vez que sendo divina, nunca poderia ser 
contestada. Numa outra vertente, a educação passou a ser refletida de maneira minuciosa, tendo a 
Grécia clássica considerada como o berço da pedagogia por ter sido a pioneira acerca de tais 
reflexões para com a ciência pedagógica e sua importante influência na educação dos séculos 
posteriores. 
Dessa forma, fica nítido que o estudo da ciência pedagógica tem como foco principal a 
educação em seu total contexto sendo ela formal, informal e não formal, manifestando-se entre 
segmentos como o sócio-cultural, econômico, político, dentre outros existentes. A pedagogia não 
possui quanto ao seu objeto de estudo conteúdo próprio, mas domínios no enfoque educacional, 
assegurando o pedagogo caráter científico em sua total amplitude, interagindo muitas vezes com 
outras ciências, ou até mesmo perpassando por outros ângulos circunstanciais. 
Libâneo (1999) convincentemente vê o campo da educação como: 
 
 
O campo educativo é bastante vasto, porque a educação ocorre na família, no 
trabalho, na rua, na fábrica, nos meios de comunicação, na política. Com isso, 
cumpre distinguir diferentes manifestações e modalidades de prática educativa 
tais como a educação informal, não formal e formal. (LIBÂNEO, 1999, p.25). 
 
 
De acordo com a sua vastidão, o campo da educação na sociedade contemporânea tem 
sido marcado por várias mudanças e consequentemente novos desempenhos, refletindo dessa 
forma para ampliações e re-construções em seu próprio sistema, suas áreas e respectivos 
segmentos. Tais modificações têm despertado pesquisadores e estudiosos para busca 
investigativa, referenciando temas desconhecidos e ou até mesmo inexistentes dentre segmentos 
específicos e suas áreas científicas a exemplo da própria pedagogia. 
Para muitos, a ciência pedagógica ainda é caracterizada por um profissional intrínseco às 
responsabilidades educacionais infantis, podendo ele também interagir em áreas específicas como 
supervisão, coordenação, direção, dentre outras existentes, mas, exclusivamente em instituições 
de ensino formal. No mundo atual, essa realidade vem sendo transformada a cada dia, 
desvinculando esse profissional dos espaços escolares formais, ampliando o seu campo de 
trabalho,envolvendo-o em outros ambientes de educação considerado como informal. 
Derrubando fronteiras, ficam cada vez mais nítidas as contínuas mudanças educacionais 
no campo da pedagogia, tendo como seu profissional um ser não mais reservado apenas para 
atuações direcionadas ao ensino-aprendizagem que perpassam pelas instituições de ensino 
escolar. É através desse contorno educacional contemporâneo, que diversas esferas profissionais 
passaram a ter pedagogos como colaboradores, mas agora desempenhando funções totalmente 
diferentes das quais estão acostumados a desempenhar em organizações escolares, ascendendo 
dessa forma um novo segmento da ciência pedagógica: a pedagogia empresarial. 
Para Ribeiro (2003), a Pedagogia Empresarial se ocupa com os conhecimentos, as 
competências, as habilidades e as atitudes diagnosticadas como indispensáveis à melhoria da 
produtividade, implanta programas de qualificação, requalificação profissional, produz e difunde 
o conhecimento, estrutura o setor de treinamento, desenvolvendo programas de levantamentos de 
necessidades de treinamento, bem como adequadas metodologias da informação e da 
comunicação às práticas de treinamento. 
Nesse sentido, a pedagogia empresarial surge como ferramenta inovadora para as 
organizações, uma vez que de acordo com as exigências da globalização e suas mudanças 
tecnológicas da informação, num ritmo frenético foram criadas competições acirradas por novos 
nichos de mercado, transformando assim a vida empresarial em um cenário repleto de surpresas e 
inseguranças. 
Toda organização sendo ela exercida em atividades particulares, públicas ou até mesmo 
voltada para economia mista, existe para atender as precisões de mercado e meio social 
decorrente suas transformações. Para um melhor entendimento, Cury (2000) conceitua 
organização como: “[...] a organização é um sistema planejado de esforço cooperativo no qual 
cada participante tem um papel definido a desempenhar e deveres e tarefas a executar”. 
As organizações do mundo contemporâneo devem estar sempre aptas para as 
reorganizações estratégicas em virtude das diversidades crescentes no contexto sócio 
mercadológico, como também em suas reorganizações estruturais e metodológicas dentre seus 
colaboradores e respectivos setores. Dessa forma, fica claro que a ascensão de cada organização 
no mundo global passa a ser mera conseqüência de suas visões e desenvolturas para com o futuro. 
 Segundo Chiavenato (1999), a globalização tomou tamanha proporção em função de a 
humanidade ter ingressado na era da informação. Conectando e desconectando em redes as 
organizações se tornam mais abrangentes, envolvendo todo o tipo serviços prestados e as pessoas 
que nela operam. 
 Na busca pela sobrevivência em meio às crises, é normal que as organizações atuais 
busquem suas atualizações culturais em virtude das competições econômicas e novas tecnologias 
inseridas em seus processos crescentes. Intensamente, principalmente em organizações 
brasileiras, como supostas garantias de não-falência e respectivamente suas permanências no 
mundo empresarial, várias estratégias foram e continuam sendo postas em prática a exemplo das 
demissões em massa, diminuição do tempo de vida útil dos produtos, trabalho por escalas, 
negociações com colaboradores referentes às renúncias de direitos adquiridos, dentre inúmeros 
outros que perpassam pela falta de ética, compromisso e responsabilidade, além dos absurdos 
crimes humanos e sociais. 
 Mesmo as organizações adotando tantas medidas bruscas, as mesmas acabam sendo 
insuficientes uma vez que, além de não solucionar os problemas oportunistas, não alteram 
positivamente sua cultura vista na época presente como retrógrada, pois gestão centralizada, 
autoritária, egoísta e sem inovações necessárias, acabam sendo impedidas de crescerem e 
permanecerem na competitividade. 
Nessa conjuntura envolta as ameaças, muitas organizações passaram a estar atentas para 
as mudanças ancoradas aos novos desafios de mercado. Tendo como égide a flexibilidade para 
incorporações e possíveis gestões inovadoras, o empresariado vem apostando em políticas 
administrativas capazes de mobilizar seus colaboradores de forma sinérgica, consciente e 
competente, tendo toda a organização envolvida neste processo, mais precisamente o setor de 
Recursos Humanos. Em um contexto atualizado, em várias organizações portas se abriram para 
novos profissionais atuarem juntos a este setor, desenvolvendo atividades que tratam 
precisamente da administração de pessoas. 
Para Chiavenato (2009), o papel do RH é essencialmente educativo, ele trabalha na 
sensibilização e educação dos seus funcionários. Lidar com pessoas é uma de suas principais 
características e faz parte de um dos principais desafios de uma organização. 
 Desta forma, fica claro que a nova tendência de mercado faz das organizações um campo 
competitivo constante, onde as disputas entre si associam-se às implantações das novas 
tecnologias e consequentemente seu desenvolvimento dentre todo o seu contexto. Além disso, a 
nova tendência de mercado tem exigido mudanças no perfil dos colaboradores, sendo esse o 
ponto crucial para a evolução e destaque de cada organização. Na atualidade, o ambiente 
organizacional não anseia mais por colaboradores mecanizados, e sim por aqueles que estejam 
interados ao senso crítico. Os gestores de Recursos Humanos são vistos como fundamentais nesse 
processo de mudanças de perfis, já que os mesmos além de serem responsáveis por trabalhar com 
as complexibilidades organizacionais, estão diretamente ligados com o desempenho de cada 
colaborador. 
 Em meio a tantas inovações e mudanças, as organizações passaram a disputar também 
colaboradores oferecidos pelo mercado de trabalho, esses detendo de características como seres: 
pensantes, criativos, flexíveis, rápidos, eficientes, eficazes, pró-ativos, hábeis para com as 
resoluções de problemas e tomadas de decisões, determinados, dentre outras características. É 
claro que, mesmo às organizações possuidoras em sua total estrutura, surgem questionamentos 
referentes aos seus colaboradores em diversos aspectos que perpassam pelo desenvolvimento de 
competências, atualizações de conhecimentos, espírito de aprendizagem permanente, além de 
outros, fazendo desse contexto uma desenvoltura para a prática do pedagogo empresarial. 
 Fazendo referência a esse profissional, Almeida (2006) explica que: 
 
 
O papel do Pedagogo Empresarial é apoiar o gestor do desenvolvimento e 
aplicação das melhores práticas relativas ao desenvolvimento da aprendizagem 
para os funcionários, principalmente no que se refere aos investimentos para 
treinamentos, dinâmicas e avaliações que façam diferença na produtividade 
pessoal e na qualidade de vida no ambiente corporativo. (ALMEIDA, 2006, p. 
52). 
 
 
 
 O pedagogo tem em suas práticas educacionais atividades pedagógicas, essas relacionadas 
ao ensino-aprendizagem e direcionadas a todos os setores empresariais e seus respectivos 
colaboradores. Nessa conjectura, o profissional atuante nesse segmento, tem como matéria prima 
a educação, uma vez que em seu contexto existem elementos necessários e totalmente 
fundamentais para o desenvolvimento econômico, político, social e cultural das organizações, 
dando suporte para suas respectivas estratégias. 
 Nesse âmbito empresarial desvinculado do ensino formal, o conhecimento pedagógico 
passa a ser aplicado pelo profissional competente como base para as habilidades essenciais em 
prol das melhorias e produtividades, tendo o setor de Recursos Humanos como ponto de partida, 
direcionando tais práticas a toda a empresa. De acordo com seus conhecimentos, doutrinas e 
responsabilidades, o pedagogo empresarial passa a ser visto como uma alavanca importante para 
as organizações, onde agregando valores a esse setor, omesmo intensifica o processo 
educacional, vinculando-o as suas atuações na área do desenvolvimento humano. 
 Na visão de Ferreira (apud RIBEIRO 2003), a intenção da pedagogia nas empresas é de 
qualificar todo o pessoal da organização nas áreas administrativas, operacionais, gerenciais e, 
assim, elevar a qualidade da produtividade organizacional. 
 As atividades relacionadas ao pedagogo empresarial são inúmeras ao ponto de muitas 
delas serem desconhecidas pelos próprios profissionais que a executam. Ligadas diretamente aos 
campos do saber, pedagógico, administrativo, sócio-cultural e burocrático, tais atividades são 
visadas para os processos envoltos ao desenvolvimento e coordenação de planejamentos 
educacionais, capacitação e treinamento do corpo funcional da organização, estando todas elas 
intrínseca ao desempenho dos seus próprios colaboradores. 
A atuação deste profissional vista como suporte para o setor de Recursos Humanos ainda 
vai mais longe. A sua intervenção que é direta e objetiva neste setor, tendo a colaboração de 
outros profissionais do mesmo a exemplo do conhecido gerente e psicólogo, têm em sua 
conjuntura realizações que perpassam pelo recrutamento, seleção, dinâmicas de grupo, jogos de 
desenvolvimento em equipe, programas avaliativos e metodológicos em grupo e individual, 
pesquisas e análises de projetos a serem adotados pela empresa, além da ponderação e orientação 
para cada colaborador no enfoque de seu aprendizado. 
Contudo, mesmo a pedagogia empresarial sendo no mundo contemporâneo uma excelente 
oportunidade para o desenvolvimento dos colaboradores e consequentemente das organizações 
tendo como base a educação, esse novo segmento de mercado ainda não é explorado devidamente 
pela maioria das empresas como deveria. Embora o pedagogo empresarial seja visto como um 
profissional com atuação nova frente ao processo incessante conhecido como globalização, esse 
ainda é desconhecido por inúmeros empresários. Além disso, muitas vezes esse profissional não é 
aceito a integrar-se ao setor de Recursos Humanos das organizações, uma vez que tais 
empresários fazendo parte de um mundo fechado envolto as suas práticas já habituais, acabam 
fechando os olhos para as necessidades de mudanças e com isso novas oportunidades. 
Por fim, é importante que o pedagogo empresarial fique ciente de que irá encontrar 
resistências referentes à sua atuação dentro das empresas desvinculadas da educação formal, onde 
na maioria das vezes será mais por ignorância do que pelo próprio preconceito do empresariado. 
 De acordo com a carência de informações e conhecimentos para com a desenvoltura do 
profissional atuante nesse novo segmento de mercado conhecido como pedagogia empresarial, tal 
ignorância está atribuída também ao próprio pedagogo que na maioria das vezes desconhece o 
seu campo de trabalho, limitando assim suas atividades, ficando preso ao âmbito trabalhista nas 
áreas apenas escolares. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A globalização, assunto que se encontra em destaque no mundo inteiro por ser um 
fenômeno de modelo economicamente capitalista, cada vez mais se fortalece consistindo em 
manter influências em todos os segmentos existentes de mercado, não estando o da educação 
imune ao seu alcance e possíveis transformações. 
Nesse contexto moderno, fruto esse do processo global, todos os segmentos de mercado 
em especial o da educação, passaram a adquirir uma nova postura. A pedagogia, ciência do 
estudo sistemático do campo educacional, por sua vez passou a ter uma nova desenvoltura 
correspondente ao processo de ensino-aprendizagem, no sentido de que onde houver práticas 
educativas necessariamente devem ser instaladas ações de cunho pedagógico, vivenciados não 
somente dentro de instituições de ensino escolar, mas entre todo o contexto da educação, estando 
o ensino informal incluso neste processo. É justamente nessa perspectiva que surge a pedagogia 
empresarial. 
Mesmo sendo um tema bastante contemporâneo, a pedagogia empresarial que retrata 
nitidamente a ascensão da ciência pedagógica, ainda é desconhecida por muitos a exemplo de 
gestores empresariais, além dos próprios pedagogos que ainda não se atentaram para esse novo 
horizonte profissional, estando muitos deles presos profissionalmente apenas à educação escolar. 
É certo que a ciência pedagógica, tendo como seu principal objeto o campo da educação, concede 
ao pedagogo condições suficientes para que este possa vir a fazer parte de qualquer empresa que 
desenvolva dentre seu contexto práticas educativas, mesmo que esta não esteja diretamente ligada 
ao ensino formal. 
Lidar profissionalmente com pessoas no mundo atual, tornou-se algo muito mais 
complexo do que se parece por conta das exigências que são impostas, principalmente quando 
estas estão inseridas ao mundo empresarial. Hoje, em plena era da informação, as empresas 
passaram a enfrentar inúmeras dificuldades por conta de uma concorrência incessante sendo essa 
uma de seus maiores desafios. Dessa forma, para permanecer entre as suas concorrentes, as 
empresas passaram a ter a necessidade em adquirir nova postura perante a sua estrutura 
organizacional dentre todos os seus setores e respectivos colaboradores. 
O aperfeiçoamento do corpo funcional empresarial no mundo contemporâneo se faz 
preciso em todos os instantes para a sua própria sustentação. O setor de Recursos Humanos, 
mesmo sendo responsável por lidar diretamente com a inteligência e educação emocional em 
meio a todos que compõem as suas respectivas empresas, têm dificuldades referentes aos 
princípios teóricos relevantes ao contexto educacional, esse beneficiador direto para com a 
obtenção de eficiências significativas através de seus próprios colaboradores. 
Portanto, fica nítida a importância para com o surgimento e ascensão da pedagogia 
empresarial, tendo o pedagogo inserido em atividades dentro das organizações, em especial nos 
setores de Recursos Humanos. Toda empresa é essencialmente um espaço educativo aprendente, 
cabendo aos profissionais intrínsecos a área exposta desenvolver tecnologias eficientes e eficazes 
perante projetos educacionais, aperfeiçoando resultados, diferenciando processos que venham a 
modificar ou até mesmo aprimorar culturalmente o ambiente de trabalho, dentre outros, 
atendendo assim a todas as necessidades das organizações e de seus respectivos colaboradores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
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São Paulo: Atlas, 1999; 
 
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CURY, Antônio. Organização e métodos: uma visão holística. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2000; 
 
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