Buscar

Castilho, Ataliba. Exposição MENAS O certo do errado, o errado do certo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
Museu da Língua Portuguesa 
 
 
EXPOSIÇÃO MENOS 
O certo do errado, o errado do certo 
 
Curadores 
Ataliba T. de Castilho (USP, Unicamp, CNPq, assessor linguístico do MLP), Eduardo 
Calbucci (Colégio Anglo), Rodolfo Ilari (Unicamp) 
 
 
 De acordo com a norma culta do português brasileiro, “menas” é palavra imprópria, 
inadequada, incorreta. Ela não consta dos dicionários e tampouco do Vocabulário Ortográfico 
da Língua Portuguesa. Entretanto, “menas” não se deixou abalar e continua afirmando sua 
existência. A palavra está nas ruas e na fala de muitos brasileiros. Adquiriu tamanha notoriedade 
que foi, agora, alçada à categoria de título de exposição no Museu da Língua Portuguesa. 
 Isso porque MENAS, a exposição, defende a ideia de que há mais maneiras de analisar 
a linguagem do que a velha dicotomia do certo ou errado. Queremos mostrar que a linguagem é 
uma das mais intrigantes habilidades humanas e que essa habilidade está sempre submetida a 
avaliações e julgamentos. 
 A verdade é que, no momento de fazer essas avaliações e esses julgamentos, devemos 
considerar que os usos linguísticos, que os modos de falar e escrever são sempre variados e 
criativos. Eles mudam com o tempo, pois a língua é dotada de um dinamismo que acompanha as 
mudanças da própria sociedade. Segmentos sociais perdem prestígio, enquanto outros o 
adquirem. Com a língua, ocorre fenômeno semelhante, o que afeta diretamente nossa 
capacidade de julgamento do que estaria certo e do que estaria errado, do que é aceitável e do 
que não é. 
Numa sociedade plural e democrática, sempre haverá, de um lado, quem considere que 
a correção linguística é absoluta e, de outro, aqueles que adotam uma postura de relativismo 
completo, afastando-se desse tipo de discussão. Entre concordar com cavalheiros cheios de 
certeza ou com os que acham uma perda de tempo preocupar-se com o “certo” e o “errado”, 
MENAS tomou outra direção: decidimos expor os visitantes a um conjunto das mais diversas 
situações linguísticas, convidando-os a tirar suas próprias conclusões. 
Entre brincadeiras, reflexões, frases de todo tipo e arte literária, MENAS propõe uma 
discussão que desafia nossas certezas, diluindo parte das fronteiras entre o culto e o popular. 
Aproveite então para experimentar uma nova percepção do português brasileiro. 
MENAS é mais. 
 
Observações 
 
2 
 
O Museu da Língua Portuguesa inaugura no dia 15 de março de 2010 mais uma de 
suas exposições temporárias, denominada provocativamente Exposição Menas. 
 
O objetivo da exposição é debater com os visitantes o velho problema do certo e do 
errado em matéria de linguagem. Esse tema ocupa fatias generosas nos programas escolares, 
mas apesar disso os resultados têm sido considerados decepcionantes. 
 
A exposição contou com três curadores: Ataliba T. de Castilho, Eduardo Calbucci e 
Rodolfo Ilari. Eles resolveram dar ao problema uma abordagem diferente. Em lugar de expor 
passivamente as pessoas a grandes listas do certo e do errado, eles preferiram convocá-las a 
refletir sobre o assunto, apresentando o que há de certo no que se considera errado, e o que há 
de errado no que se considera certo. Através de suas várias “estações”, os visitantes poderão 
refletir sobre se é mesmo verdade que o português brasileiro anda mal, perguntando-se por que 
erramos, e procurando o caminho do acerto. 
 
Focaliza-se assim uma das mais intrigantes habilidades humanas, pois ao mesmo 
tempo em que produzimos expressões linguísticas, avaliamos o que está sendo produzido, tendo 
em vista a eficácia comunicativa e a adequação ao que a sociedade espera de um falante 
educado. Isto quer dizer que nossa mente produz um diálogo interno quando falamos ou 
quando escrevemos. 
 
Bem sabemos que o momento da avaliação não se detém na linguagem, pois as 
expectativas da sociedade consideram igualmente outros comportamentos, tais como vestir, 
comer, falar em público, observar as regras de trânsito, e assim por diante. Ora, a sociedade 
brasileira contemporânea atravessa momentos de grande instabilidade, com a migração de 
indivíduos de uma classe para outra, com o estabelecimento de novos comportamentos de 
consumo e de representação social, com nossa inserção num mundo progressivamente 
globalizado. Novos valores estão sendo configurados, e a linguagem que falamos não fica de 
fora dessa revolução silenciosa. 
 
Ora, a instabilidade social afeta tanto a produção da linguagem quanto sua avaliação. 
Estamos diante de um excelente problema, um problema de crescimento. 
 
Para ter sucesso, será conveniente que o professor de Língua Portuguesa incorpore em 
sua prática escolar a problematização dos fenômenos, e não seu puro e simples rechaço. Para 
transitar do reflexivo para o prescritivo, a escola e o professor precisarão ter sensibilidade e 
3 
 
preparo científico. Recusar o erro, ou simplesmente aceitá-lo, sem discuti-lo, são atitudes que 
levarão a nada. 
 
Passando “para o outro lado da mesa”, esta exposição pretende explorar a 
sensibilidade linguística dos visitantes. É essa sensibilidade que nos permite utilizar a 
linguagem prestigiada tanto quanto a linguagem desprestigiada de acordo com as diferentes 
situações do intercâmbio social, agindo como falantes polidialetais. Quando fora de nosso 
ambiente familiar, sabemos que a linguagem prestigiada promove o cidadão na sociedade, 
enquanto que a linguagem familiar pode impedir sua ascensão social. Inversamente, quando 
imersos no ambiente doméstico, sabemos que a linguagem familiar assegura a 
intercompreensão, enquanto que “a linguagem da escola” pode causar estranheza, ameaçando 
a coesão do grupo. E também sabemos que sensibilidade linguística a gente desenvolve pela 
vida a fora, num aprendizado que jamais termina. 
 
Como a língua é muito criativa e muda com o tempo, bem se pode avaliar que o que se 
considera certo (a chamada Norma culta) ou errado é sujeito a muitas controvérsias e a 
constantes revisões. 
 
As controvérsias derivam do próprio ato de julgar, de avaliar. Temos aqui desde 
cidadãos cheios de certeza, que consideram sua a missão de ensinar o brasileiro a falar certo, 
até cidadãos que preferem submeter essas certezas a um julgamento próprio, desconfiando das 
grandes certezas quando elas incidem sobre objetos tão complexos como a linguagem. É 
natural que estes cavalheiros não se entendam. Cabe a você tomar partido e agir conforme. 
 
As revisões assentam no dinamismo das línguas, particularmente quando seus falantes 
integram uma sociedade em rápido processo de mudança, com segmentos sociais que perdem 
prestígio ao lado de outros que caminham na direção oposta, como no caso brasileiro. Nessas 
situações, também a língua acelera suas tendências à mudança, o que afeta diretamente nossa 
capacidade de julgamento do que é certo e do que é errado, do que é aceitável e do que não é. 
Cabe a você julgar se dada forma nova já se espalhou pela sociedade, podendo ser usada, ou se 
isso ainda não aconteceu, caso em que optaremos pela forma antiga. 
 
Entre concordar com os cavalheiros cheios de certeza, ou com aqueles que acham uma 
perda de tempo preocupar-se com a correção linguística, a Exposição Menas tomou um 
caminho diverso: expor os visitantes a um conjunto de situações linguísticas, convidando-os a 
refletir sobre os dados, tirando suas próprias conclusões. 
4 
 
 
Para dar conta desse objetivo, foram concebidas sete instalações: 
 
• Portas abertas 
• Óculos 
• Biblioteca de Babel 
• Jogo do certo e do errado 
• Dona Norma, a Camaleoa 
• 100 erros nossos de cada dia 
• Janelas abertas 
 
PORTAS ABERTAS 
 
As portas estão abertas! Aproveite, pois isto é um fato inédito. Pela primeira vez, uma 
exposição no Museu da Língua Portuguesa abre as portas para a área do mezanino e para a vista 
do saguãopor onde transitam os passageiros da Estação da Luz. 
 Esse fato, aparentemente simples, é carregado de simbologia: queremos mostrar que o 
canal de comunicação entre este mundo e o mundo lá de fora deve ficar sempre aberto. Assim o 
próprio Museu pode interagir mais fortemente com a realidade linguística externa à instituição. 
Por isso, abrimos as portas – para debater as questões da língua culta e da língua popular, da 
formalidade e da informalidade, do oral e do escrito. 
 Entre um pavimento e outro, transeuntes, passageiros e visitantes do Museu se perdem 
em meio às frases de domínio popular, ocupam este espaço e dão-lhe vida e cor. Caminhe, 
participe, saia e volte. O tema desta exposição está dentro e fora do Museu. 
 
Sugestões de Eduardo Bucci: 
 
1. A regra é clara. 
2. Fi-lo porque qui-lo. 
3. Eu explodo de raiva. 
4. Meu carro deu perca total. 
5. Tem menas pessoas aqui do que ontem. 
6. Ouvi um murmurinho na estação. 
7. Sem adevogado não se faz justiça. 
8. Deixa eu estudar! 
9. É proibido a entrada de pessoas estranhas. 
5 
 
10. Pode me incluir fora dessa! 
11. Eu vi ela na viela. 
12. Vamos se ver amanhã? 
13. Ele vai vim para a festa. 
14. Ele tinha chego, ficado e partido. 
15. Adoro sanduíche de mortandela. 
16. A nível de língua, ninguém sabe tudo. 
17. Isto é para mim fazer. 
18. Ela ficou meia cansada. 
19. A sobrancelha dela está bem feita. 
20. É preciso colocar fim aos previlégios. 
21. A mina chegou ni mim e caiu. 
22. Um chopps e dois pastel, por favor! 
23. Que hora é? 
24. Tinha um largato enorme no quintal. 
25. Eu sarto de banda! 
26. Eu uso óculos escuro. 
27. Os bóia-fria tão reclamando. 
28. Espero que seje bom pra você. 
29. Dava uma dó da criança. 
30. Me dá duzentas gramas de presunto? 
 
ÓCULOS 
 
Falamos um idioma de modo altamente espontâneo. É como dormir ou comer. E quando 
tentamos analisar a língua com que nos comunicamos, muitas vezes essa análise é mediada por 
conceitos predeterminados, como lentes que podem aumentar, encolher, embaçar, distorcer 
nosso olhar e nossa compreensão. Dessa forma, não podemos enxergar nada além do óbvio. 
Mas nosso olhar sempre deseja mais, e nossa experiência de falante da língua se depara 
a todo tempo com mais e mais criatividade, diluindo nossas certezas. E há uma miríade de 
possibilidades... 
As perguntas que ficam são: através de quais lentes olhamos para o mundo? A partir de 
quais conceitos entendemos nossa língua? 
Convidamos a todos que deixem de lado os juízos prévios, as opiniões cristalizadas, os 
julgamentos habituais, e estendam o olhar para as variações e experimentações sobre as quais a 
linguagem se constrói. 
6 
 
Sempre há uma nova forma escondida em meio ao visível. Por isso, experimente novos 
óculos, novas lentes, e caminhe pela exposição em busca do que até então era imperceptível. 
Isso nos levará a descobertas curiosas, numa aventura em que o “certo” e o “errado” se enlaçam, 
completando-se. 
 
Observação: 
 
1. O erro de hoje pode ser o acerto de amanhã. 
2. Os gramáticos e os dicionaristas têm mais dúvidas do que certezas. 
3. Quero ser um poliglota na minha própria língua. 
4. Saber falar e escrever é fazer-se compreender. 
5. Todos têm sotaque. Ainda bem. 
6. As crianças identificam as estruturas da língua, e é por isso que aprendem a falar. 
7. A língua varia no tempo e no espaço. 
8. Não existem erros absolutos em língua. 
9. Se alguém usou uma palavra, ela existe. 
10. Língua é uso. 
 
BIBLIOTECA DE BABEL 
 
Esta é a porta de entrada para uma biblioteca inusitada. Na desordem de seu percurso, 
encontramos fragmentos de arte literária – de canções, de poesia, de prosa do Brasil. São textos 
que se valem das palavras de forma livre, ampliando seus sentidos, brincando com suas letras. 
 Em uma exposição que trata de nossa capacidade de perceber níveis de linguagem 
diferentes, não poderíamos deixar de lado a criatividade dos grandes artistas. Para vê-los, lê-los 
e apreciá-los, o visitante está convidado a peregrinar por entre nossas estantes em busca dos 
mais diversos textos, nos suportes mais diversos. 
 Na Biblioteca de Babel, bibliotecários sonhadores organizaram, a seu modo, um espaço 
com muitas possibilidades poéticas do português brasileiro, com todas as línguas que pertencem 
à nossa Língua. 
Daí a aparente contradição do título da instalação: “Biblioteca” pressupõe organização, 
ideias no lugar, o já sabido; “Babel” é o avesso disso tudo, é a desordem criativa, o não sabido. 
Biblioteca de Babel é uma expressão poderosa, que capta a língua portuguesa no que ela tem de 
estruturado, ordenado, previsível, convivendo com o imprevisível, o criativo, o poético. 
 
JOGO DO CERTO E DO ERRADO 
 
7 
 
Certo ou errado? 
Será que só existem essas duas possibilidades? 
A que parâmetros recorremos para responder a estas questões? 
O português brasileiro, como todas as línguas, tem suas regularidades e seus desvios, 
suas adequações e suas inadequações. E a brincadeira aqui é transitar entre eles, apontando 
respostas e aguçando nossa capacidade de perceber os limites entre o que pertence ou não à 
norma culta, à dita língua padrão. 
Os chamados “erros” de linguagem se dão, muitas vezes, porque escolhemos um 
registro linguístico incompatível com a situação de comunicação. 
Acontece que há também deslizes de outra natureza: por exemplo, lexicais, quando 
escolhemos uma palavra em lugar de outra mais adequada, ou semânticos, quando atribuímos a 
uma palavra ou expressão um sentido não compartilhado pela sociedade. Ainda existem “erros” 
mais amplos, de construção do texto, o que afeta a língua enquanto discurso. 
Aqui, daremos atenção especial às questões estritamente gramaticais. Durante a 
exposição, os demais “erros” irão aparecer aos poucos. 
Estão dadas as cartas, agora é só jogar!!! 
 
Observação: 
Neste segmento da exposição, enfrentaremos questões concretas, recolhidas dentre 
aquelas apresentadas nas aulas de português, nas conversas, nos concursos. Totens 
multimída propõem uma brincadeira coletiva e interativa de avaliação de frases da 
língua portuguesa, que podem ou não conter erros segundo a norma culta. 
A ideia é, mais uma vez, desafiar certezas e julgamentos. A cada questão 
correspondem três ou quatro alternativas. O visitante escolherá a que lhe parecer mais 
adequada, e imediatamente a máquina indicará o percentual de visitantes que fizeram a 
mesma escolha. Comentários explicam o fundamento das alternativas. 
A instalação mostra, por seus exemplos, que os erros de linguagem não ocorrem 
apenas na gramática da língua, ou seja, na estruturação dos sons, dos constituintes 
morfológicos da palavra, ou dos constituintes sintáticos da frase. Também erramos no 
léxico da língua, escolhendo uma palavra em lugar de outra, ou grafando-a em 
desacordo com a ortografia oficial. Podemos errar na semântica da língua, atribuindo a 
uma palavra ou expressão um sentido não compartilhado pela sociedade. Finalmente, 
podemos errar ao construir um texto, o que afeta a língua enquanto discurso. 
 
 Você observará que ao usar o português brasileiro, nossa mente opera ao 
mesmo tempo com propriedades aninhadas nesses quatro sistemas linguísticos: o léxico, 
8 
 
a semântica, a gramática e o discurso. 
 
NORMA, A CAMELEOA 
 
MENAS orgulhosamente apresenta: Norma, a camaleoa. 
 São quatro personagens em uma só; cada Norma encarna os traços e particularidades de 
cada um dos sistemas de nossa língua. 
 Norma pode ser regra, padrão, princípio. Pode ser lei, costume, modelo. Desde crianças, 
a partir do momento em que aprendemos uma língua, percebemos que há usos adequados a cada 
situação de comunicação, que existem palavras que inventamos, que há sentidos que estão 
escondidos, que existem várias maneiras de encadear ideias para formarum discurso. 
 Por isso, podemos falar de quatro normas. Ou quatro Normas. Norma Helena, a norma 
gramatical, com os usos cultos e populares da língua. Norma Brigite, a norma lexical, com as 
discussões sobre o sentido preciso das palavras. Norma Lígia, a norma semântica, com os 
significados implícitos e explícitos. E Norma Maria, a norma discursiva, com tudo isso e mais 
um pouco. 
 Mas as normas são quatro ou são uma só? As duas coisas. Elas são quatro em uma, 
quando uma mesma expressão apresenta problemas oriundos dos quatro sistemas. Elas são uma 
em quatro, quando o erro proveio de um sistema só. De qualquer forma, não há dúvida, Norma é 
uma camaleoa. 
 
100 ERROS NOSSOS DE CADA DIA 
 
A finalidade principal de uma língua é a reflexão e a comunicação. Ela é uma estrutura, 
ou seja, um sistema de regularidades que assegura a intercompreensão. A comunicação é uma 
de nossas ações mais rotineiras. Todos os dias, acordamos prontos para interagir com o mundo a 
nossa volta e, para isso, utilizamos esse sistema chamado língua. 
 Mas a língua é mais do que um sistema. Ela também é um fato social. Em meio às 
múltiplas possibilidades que o sistema linguístico nos oferece, escolhemos aquelas que nos 
parecem mais adequadas à situação de comunicação em que estamos. E a variante linguística 
por que optamos mostra como nos relacionamos com essa espécie de contrato social coletivo 
que é a língua, promovendo escolhas “certas”, porque adequadas à situação, ou “erradas”, 
porque inadequadas à situação. 
 Nesta instalação, você verá que por vezes é tênue a linha que separa o “certo” do 
“errado”. Não há acerto absoluto. Não há erro absoluto. O lugar, a época, o grau de 
escolaridade, a situação de comunicação, tudo isso influencia nossas escolhas. O que tentamos 
9 
 
mostrar aqui é que o padrão culto da língua, ou seja, o conjunto das escolhas mais prestigiadas, 
aprendidas em geral na escola, convive com a língua familiar, aprendida em casa. O respeito 
social que desejamos nasce, em parte, da maneira como nos expressamos. 
 Acontece, que entre letrados e não letrados, todos temos dúvidas. Todos cometemos 
“erros”. Por isso, eles são nossos. E os comentários que se seguem a cada uso da língua 
procuram justamente mostrar que, por trás de cada um deles, há uma utilização criativa da 
língua, uma lógica interna das estruturas, uma analogia que os justifica. É bem provável que, no 
futuro, muitos desses “nossos erros” se tornem acertos. É esperar para ver. E ver para crer. 
 
Observação: 
 
Foram recolhidos aqui os erros lexicais, semânticos, gramaticais e discursivos mais 
comuns em nosso dia a dia. Nesta instalação, Dona Norma Camaleoa esconde-se em cada 
recanto. A listagem é de Eduardo Bucci, e os comentários de Ataliba T. de Castilho: 
 
1. Há menas pessoas aqui do que ontem. 
No padrão culto da língua, a palavra “menos”, quando funciona como pronome indefinido, permanece invariável, 
mesmo quando se refere a um substantivo feminino. 
 
2. O carro dele deu perca total. 
No padrão culto da língua, a palavra “perda” é que costuma ser usada, mesmo que alguns dicionários (como o 
Houaiss) já registrem a forma “perca”. 
 
3. Fi-lo porque qui-lo. 
Esta frase, atribuída ao ex-presidente Jânio Quadros, provavelmente nunca foi dita por ele, afinal Jânio era um 
gramático normativista e sabia que, no padrão culto brasileiro da língua, a conjunção “porque” atrai o pronome 
oblíquo para junto de si. Por isso, Jânio diria: “fi-lo porque o quis”. 
 
4. Eu explodo de raiva. 
Muitos gramáticos e dicionaristas consideram que “explodir” é verbo defectivo, que, como tal, não deve ser usado na 
primeira pessoa do singular do presente do indicativo. Para eles, numa situação como essa, o ideal – no padrão culto 
da língua – seria dizer algo como “eu estou explodindo de raiva”. Mostrando que a língua muda, o Houaiss e outros 
gramáticos já admitem a forma “explodo”. 
 
5. Sem adevogado não se faz justiça. 
A palavra que está dicionarizada é “advogado” com /d/ mudo. Na variante popular oral, é comum esta pronúncia, que 
acrescenta uma sílaba à palavra: “adevogado”. 
 
10 
 
6. Deixa eu estudar! 
Quando os verbos “deixar”, “fazer”, “ver” e “mandar” vêm seguidos de infinitivo, usam-se os pronomes oblíquos no 
padrão culto da língua: “Deixa-me estudar”. No entanto esse tipo de construção com pronomes retos (“deixa eu 
estudar”, “deixa ele estudar”) está se tornando cada vez mais comum, fundamentalmente na língua oral. 
 
7. É proibido a entrada de pessoas estranhas. 
O sujeito dessa oração é “a entrada de pessoas de estranhas”. Como seu núcleo (“entrada”) é feminino e veio 
acompanhado de artigo, o mais comum no padrão culto da língua é que o adjetivo “proibido” concorde com 
“entrada”: “é proibida a entrada de pessoas estranhas”. 
8. Eu vi ela na festa. 
Essa construção é bastante usada na língua falada. Na língua escrita, deve-se dar preferência aos pronomes oblíquos: 
“eu a vi na festa” ou “eu vi-a na festa”. 
 
9. Vamos se ver amanhã? 
O pronome “se” é de terceira pessoa e deve ser usado, no padrão culto da língua, quando o sujeito da oração também 
está na terceira pessoa. Nesse caso, o sujeito do verbo “Vamos” é de primeira pessoa do plural (nós). Por isso, numa 
situação formal, é preferível dizer: “Vamos nos ver amanhã?”. 
 
10. Ele vai vim para a exposição. 
Nota-se que, na língua falada espontânea, aparecem os infinitivos im, vim, em lugar de ir, vir. Como indicamos o 
futuro com o verbo auxiliar “ir” + verbo principal no infinitivo (= “vou estudar”, “vamos entrar”, “vão dormir”), as 
formas novas acabam aparecendo também aí, como nesse exemplo. O padrão culto da língua ainda não as aceitou, e 
por isso se deve dizer “vai vir”. 
 
11. Polícia procura padre sequestrado pela internet. 
Esta frase, além de engraçada, ficou ambígua, pois tanto se pode entender que a polícia usa a internet para procurar o 
padre, quanto que os sequestradores utilizaram a internet como meio de atrair e prender o padre. 
 
12. Pode me incluir fora dessa! 
Procura-se aqui fazer humor jogando com antônimos: incluir é colocar algo ou alguém dentro de um recipiente 
imaginário (grupo de pessoas, reunião, etc.), enquanto que fora remete à disposição de algo ou de alguém na parte 
externa desse recipiente. Assim, “incluir fora” é uma combinação sintática que deve ser evitada. 
 
13. Ele tinha chego atrasado. 
O português dispõe de alguns verbos que admitem duas formas de particípio passado: excetuar (excetuado e exceto), 
incluir (incluído e incluso), eleger (elegido e eleito) etc. Estendendo essa possibilidade morfológica, obtêm-se formas 
como chego, ainda não acolhidas pela norma culta. 
 
14. Fazem dois dias que não nos vemos. 
11 
 
Uma sentença pode ser formada sem sujeito. É o que acontece quando usamos o verbo fazer para indicar tempo 
transcorrido. Trata-se de um verbo unipessoal, que, na língua culta escrita, permanece sempre na terceira pessoa do 
singular. 
 
15. Houveram tumultos na manifestação. 
O verbo haver, quando tem o sentido de existir, é unipessoal e, por isso, na norma culta, fica na terceira pessoa do 
singular. No exemplo dado, ao contrário do que se imagina, “tumultos” não é sujeito da oração. 
 
16. Adoro sanduíche de mortandela. 
Quando uma palavra tem uma consoante ou ditongo nasal, tendemos a estender o traço de nasalidade a uma vogal 
situada antes ou depois da consoante ou do ditongo nasal, como em mortandela. O uso culto ainda não aceita a 
extensão dessa nasalidade, que também ocorre em inleição, enxemplo, etc. 
 
17. Prefiro mais falar do que escrever. 
O verbo preferir significa, literalmente, “deslocar alguma coisa para uma posição de importância”, como 
consequência de a termos comparado a outra. Assim, a ideia de comparação já está embutida nesse verbo, e por issonão se tem aceito que o segundo termo da comparação venha antecedido por do que, nem que o verbo esteja 
acompanhado do intensificador mais. Assim, na língua culta, o melhor é dizer: “prefiro falar a escrever”. 
 
18. Isto é para mim fazer. 
Esta construção se difunde cada vez mais na língua falada, porque se vem considerando que o pronome mim é regido 
pela preposição para. Acontece que, como o sujeito de “fazer” é o pronome da primeira pessoa do singular, a língua 
escrita culta ainda preserva o pronome reto nessas frases: “para eu fazer”. 
 
19. Ela ficou meia cansada. 
A palavra meio pode ser usada como substantivo masculino (embolou o meio do campo), como adjetivo, concordando 
com o substantivo (quero meio copo de leite, quero meia tigela de leite) ou como advérbio (ele ficou meio tonto). É 
como advérbio, modificando o particípio cansada, que essa palavra aparece na frase acima. Nesses casos, não há 
concordância: “ela ficou meio cansada”. 
 
20. Ele tem mal gosto para tudo. 
As palavras mal e mau têm o mesmo sentido, porém integram classes diferentes. Mal é substantivo quando precedido 
de artigo, como em o mal dos alunos é ter de decorar regras de gramática, e é advérbio quando acompanha um 
verbo ou um adjetivo, como em falar mal ou pessoa mal amada. Mau é adjetivo quando vem antes de substantivos, 
com os quais concorda: “ele tem mau gosto para tudo”. 
 
21. É preciso colocar fim aos previlégios. 
A grafia certa é privilégios. O erro de ortografia se deve a que muitas pessoas interpretam pré como prefixo, o que 
não é o caso. 
 
12 
 
22. Ela conversou comigo a muitos anos. 
A preposição a muitas vezes remete ao futuro: daqui a muitos anos a vida ficará muito diferente. Para remeter ao 
passado, usamos o verbo haver: “ela conversou comigo há muitos anos”. 
 
23. Já é meio-dia e meio. 
Nessa expressão, meio-dia é o mesmo que 12 horas. O adjetivo meio se refere a hora, com quem concorda: “já é 
meio-dia e meia [hora]”, ou seja, são doze horas e trinta minutos. O erro acima deriva de ter-se concordado meio com 
dia, o que levaria a uma frase absurda, pois então meio-dia e meio significaria “um dia inteiro”. 
 
24. Tinha um largatixa enorme na sala. 
Diversos sons da língua portuguesa (como o r) podem migrar pela palavra. O padrão culto já aceitou algumas dessas 
migrações (como quando do latim semper saiu o português sempre), mas rejeita outras (como quando derivamos 
largatixa de lagartixa). 
 
25. Espero que seje bom pra você. 
O verbo em negrito está no presente do subjuntivo, por estar subordinado a espero que. Nos verbos regulares em –er 
e –ir, esse tempo verbal se forma com a vogal a (como em espero que beba, espero que parta) e nos verbos em –ar, 
com a vogal e (como em espero que fale). Portanto o presente do subjuntivo do verbo irregular ser é seja. A forma 
seje não é aceita pela norma culta. 
 
26. Quero duzentas gramas de presunto. 
Algumas palavras terminadas em –a são masculinas, como no caso acima. A forma correta é: “quero duzentos gramas 
de presunto”. 
 
27. Era necessário levantar a moral da tropa. 
Segundo Francisco da Silva Borba, em seu Dicionário de Usos do Português do Brasil, moral é palavra feminina 
quando significa “regras de conduta consideradas válidas e é masculina quando significa “ânimo, disposição”. 
Portanto: “levantar o moral da tropa”. 
 
28. Vende-se casas. 
Embora essa construção ocorra com frequência cada vez maior no português contemporâneo, na linguagem culta 
escrita ainda é comum encontrar o verbo no plural: “vendem-se casas” (ou seja, casas são vendidas). 
 
29. Tudo no almoço foi gratuíto. 
O adjetivo gratuito tem um ditongo na segunda sílaba, e não um hiato. Ao pronunciá-lo, o acento articulatório recai 
sobre o u, e portanto não se deve acentuar o i. 
 
30. A polícia interviu na briga. 
Esse verbo se conjuga como vir, de que é derivado. Portanto: “a polícia interveio na briga”. 
13 
 
 
31. A alfândega reteu suas mercadorias. 
Esse verbo deriva de ter, sendo como ele conjugado. Portanto: “a alfândega reteve suas mercadorias”. 
 
32. Se o juiz pressuposse minha inocência, tudo ficaria mais fácil. 
Esse verbo deriva de supor e, por extensão, de por, sendo como eles conjugado. Portanto: “se o juiz pressupusesse 
minha inocência, tudo ficaria mais fácil”. 
 
33. Tudo na loja era vendido à prazo. 
Na expressão a prazo não ocorrem as circunstâncias em que a preposição a se funde com a vogal a, uma vez que o 
substantivo “prazo” é masculino. Por isso, escreva: “tudo na loja era vendido a prazo”. 
 
34. Desculpem o transtorno. Estamos em reforma. À gerência. 
Nesse cartaz, a expressão “A gerência” remete ao autor do pedido de desculpas: o “a” é apenas artigo. Não há 
nenhum motivo para usar a crase. 
 
35. De segunda à sábado, suculenta feijoada. 
Usa-se a crase quando ocorre a preposição a, seguindo-se substantivo feminino que admita o uso do artigo a, que não 
é o caso acima. Portanto escreva: “de segunda a sábado”. 
 
36. Quebrei meu óculos. 
Algumas palavras são sempre plurais, como óculos. Daí que, no padrão culto da língua, diga-se: “quebrei meus 
óculos”. 
 
37. Tratam-se de problemas sem solução. 
A expressão preposicionada de problemas funciona como complemento de tratar. Em português, o verbo não 
concorda com o complemento. O melhor é dizer: “trata-se de problemas sem solução”. 
 
38. Ficou contente por causa que ninguém se feriu. 
Expressões que indicam causa têm sido cruzadas em português. Assim, de porque + por causa de, surgiu por causa 
que, discriminada no uso culto. Portanto se recomenda falar e escrever: “ficou contente porque ninguém se feriu” ou 
“ficou contente por causa de ninguém ter-se ferido”. 
 
39. Ele não sabe porque está aqui. 
Quando “porque” deixa entendida a palavra razão ou motivo, o “por” e o “que” ficam separados: “ele não sabe por 
que está aqui”, ou seja, ele não sabe por que razão, por que motivo está aqui. 
 
14 
 
40. Ele estuda por que quer entrar na faculdade. 
Quando “porque” indica “causa” e pode ser substituído por pois, uma vez que, já que, como no exemplo acima, não 
se separam na escrita o “por” e o “que”, donde: “ele estuda porque quer entrar na faculdade”. 
 
41. A greve paralizou as aulas. 
O verbo paralisar deriva de paralisia, escrita com s. Portanto: “a greve paralisou as aulas”. O erro deriva de se 
confundir esse verbo com outros tais como civilizar, humanizar, em que podemos separar a terminação –izar do 
radical: civil + izar, human(o) + izar. 
 
42. Fiz uma festa beneficiente. 
A forma correta é “beneficente”, pois essa palavra deriva de bene, “bem”, e ficere, uma variante de facere, “fazer”. 
Festa beneficente é uma festa para fazer o bem. O erro deriva de se misturar a segunda parte da composição com 
ciência ou ciente, que signfica “conhecimento”, “aquele que sabe”. Quando se fala em festa beneficente, ninguém 
está pensando em “festa do conhecimento”. 
 
43. A última seção do cinema já começou. 
Qualquer língua apresenta palavras diferentes formadas pelos mesmos sons. São os homônimos, como seção e 
sessão. Como construímos milhares palavras com algumas dezenas de sons, acabamos misturando às vezes sessão, 
que quer dizer “reunião, evento”, com seção, que quer dizer “parte de”. Para quem lê, essa mistura de homônimos 
pode trazer confusão. A frase acima significa literalmente que “começou o último pedaço do cinema”. Estranho, não 
é? 
 
44. Aquelas casas germinadas até que ficaram bonitas. 
A palavra germinado se aplica aos vegetais, pois significa “aquilo que brotou, que está crescendo”. Mesmo com tanta 
chuva, nenhuma casa brotou por aí. Nem cresceu, bem ao contrário. O que se queria dizer é que ficaram bonitas as 
casas gêmeas, ou seja, “as casas geminadas”. 
 
45. A questão não tem nada haver com você. 
Deve-se dizer: “aquestão não tem nada a ver com você”. A expressão não ter nada a ver significa não ter nenhuma 
ligação. A confusão entre “a ver” e “haver” se dá porque a pronúncia dessas expressões é a mesma. Ter a ver 
significa ter ligação, e, para perceber que é o verbo ver, e não o haver, que deve ser utilizado nesses casos, basta 
(como sugere o professor Odilon Soares Leme) trocar o “a” pelo “que”: a questão não tem nada que ver com você. 
 
46. A viúva do falecido está aí fora. 
Temos aqui um excesso de informações, pois naturalmente só há viúvas de pessoas falecidas. Assim, “a viúva está aí 
fora” já fica de bom tamanho. 
 
47. Achei aquilo mais bom. 
15 
 
Alguns adjetivos em português dispõem de forma própria para expressar uma comparação de superioridade. É o caso 
acima, em que o grau comparativo de superioridade de bom é melhor: “achei aquilo melhor”. Um adjetivo como 
saboroso não dispõe dessa riqueza toda. Por isso, você pode falar “achei aquilo mais saboroso”, sem problemas. 
 
48. Não repare ni mim. 
Aqui a língua se mostra criativa em seus “erros”. A preposição em é formada por um ditongo nasal. Quando ela é 
seguida de vogal, trocamos a forma em por no, na, num, numa (consoante nasal n + artigo), o que é uma complicação 
fonética. O que se tem feito é “fabricar” uma nova preposição, com a consoante nasal n seguida da vogal i, donde ni. 
É uma pena que a sociedade ainda não tenha aceito esse ni. Por enquanto, vá escrevendo “não repare em mim”. 
 
49. Alguns parlamentares querem discriminar o uso de algumas drogas. 
O que se quer dizer com essa frase é que os parlamentares não querem mais que se considere crime usar algumas 
drogas. A forma correta, portanto, será “alguns parlamentares quem descriminalizar (ou descriminar) o uso de 
algumas drogas”. Discriminar vai na direção contrária disso, pois significa “distinguir, estabelecer diferenças” 
 
50. Ninguém tem o direito de me taxar de corrupto. 
Outro caso que envolve homônimos. Taxar é impor uma taxa, um imposto. Tachar é o que deveria ter ocorrido aqui. 
Significa “denominar, chamar de, considerar”. Portanto: “Ninguém tem o direito de me tachar de corrupto”. 
 
51. A casa precisa de uma reforma, mas, por hora, não vou fazer nada. 
Hora, “medida definida de tempo”, não quer dizer absolutamente o mesmo que ora. No exemplo dado, deveríamos 
usar a expressão “por ora”, que significa justamente que, no momento, neste instante, por agora, não faremos nada, 
embora a casa precise de uma reforma. 
 
52. A resposta do governo aos pedidos de aposentadoria são imediatas. 
Como regra geral, o verbo concorda com o sujeito. Na frase acima, o sujeito é “a resposta do governo aos pedidos de 
aposentadoria”. Como o núcleo do sujeito está no singular (“resposta”), a frase reconhecida pelo padrão culto da 
língua é: “a resposta do governo aos pedidos de aposentadoria é imediata”. 
 
53. Vamos no jogo amanhã? 
Desde o português arcaico que introduzimos o complemento de verbos de movimento com a preposição em. Mais 
tarde, essa preposição foi trocada por a, que indica com mais clareza o ponto para o qual nos deslocamos. 
Modernamente, qualquer brasileiro fala “vamos no jogo”, mas, quando escreve, prefere “vamos ao jogo”. 
 
54. Parem de zuar aí no fundo da sala! 
Embora falemos zuar, a forma escrita desse verbo é zoar. Então, “parem de zoar aí no fundo da sala!” 
 
55. Não se esqueça de incluir a data no cabeçário da prova. 
Neste exemplo, confundiu-se o sufixo –alho com –ário. A forma correta é “cabeçalho”. 
16 
 
 
56. Os padrões de previsão do tempo, devido ao aquecimento global, varia. 
O núcleo do sujeito nesta oração é “padrões”, que está no plural. Portanto o verbo deve estar no plural também: “os 
padrões de previsão do tempo, devido ao aquecimento global, variam”. 
 
57. Os países do Cone Sul têm feitos grandes progressos. 
Ter + particípio forma os tempos compostos do passado. Ser + particípio forma a voz passiva. Nos tempos 
compostos, como neste exemplo, o particípio deixou de concordar com o sujeito. Já nas formas da passiva, como em 
os países do Cone Sul foram feitos de progresso, o particípio concorda. Portanto, em relação à frase em questão, 
escreva: “os países do Cone Sul têm feito grandes progressos”. 
 
58. Eles são as pessoas com quem discordo. 
A preposição que vem antes do pronome relativo é escolhida pelo verbo que se segue. Como dizemos discordo das 
pessoas, deve-se dizer e escrever: “eles são as pessoas de quem discordo”. 
 
59. Eles deram a vitória de bandeija aos adversários. 
Há uma oscilação na pronúncia do som que precede os sons de j (também escrito com g) e ch (também escrito com 
x): pronunciamos uma vogal ou um ditongo? Vêm daqui nossas dificuldades com bandeja (ou bandeija?), cereja (ou 
cereija?) queijo (ou quejo?) deixar (ou dexar?). Na dúvida, a saída é consultar um vocabulário ortográfico. Se você 
olhar um deles, verá que as grafias corretas são “bandeja”, “cereja”, mas “queijo”, “deixar”. 
 
60. A gente vamos à escola todos os dias. 
Os pronomes pessoais estão passando por grandes transformações no português brasileiro: você (em lugar de tu) e a 
gente (em lugar de nós) são exemplos disso. Acontece que às vezes começamos a frase com um “pronome novo”, 
mas conjugamos o verbo como se ali ocorresse o “pronome antigo”. Isso explica a frase acima. O português culto 
resiste a essas mudanças. Portanto ainda se deve dizer: “a gente foi à escola todos os dias”. 
 
61. Disse de que não sabia o que aconteceu. 
Como nós dizemos “disse a verdade”, e não “disse da verdade”, devemos dizer “disse que não sabia o que 
aconteceu”. 
 
62. Não lhe conheço. 
Com a mudança do quadro dos pronomes pessoais no português brasileiro, algumas formas estão desaparecendo, 
como o, a, sendo substituídas por lhe, como no caso acima. Na escrita, entretanto, prefira “não o conheço”, pois o 
pronome “lhe” funciona, no padrão culto da língua, como objeto indireto e o verbo conhecer pede objeto direto. 
 
63. Tu sabe de uma coisa? 
O pronome pessoal da segunda pessoa do singular, tu, vem sendo substituído por você, e o pronome da segunda 
pessoa do plural, vós, desapareceu (salvo em situações extremamente formais), sendo substituído por vocês. Tanto 
17 
 
você como vocês levam o verbo para a terceira pessoa. No momento, atravessamos uma fase de turbulência em que 
ao usar tu, levamos o verbo para a terceira pessoa, como no caso acima. A construção é aceitável se você está falando 
ou escrevendo informalmente. 
 
64. Faltou as respostas mais interessantes. 
O sujeito de “faltou” é “as respostas mais interessantes”, cujo núcleo é um substantivo plural. A construção adequada 
ao padrão culto da língua, portanto, é “faltaram as respostas mais interessantes”. É forte a tendência do português 
brasileiro a eliminar a concordância do verbo com o sujeito, quando ele vem posposto, como no caso. 
 
65. Ele sempre fez o que quiz. 
A grafia correta do verbo negritado é com s: “ele sempre fez o que quis”. Talvez cometamos esse erro porque outros 
verbos no mesmo tempo verbal são escritos com z, como em “eu fiz”. 
 
66. Aja paciência para tantas exceções! 
Algumas línguas derivadas do latim, como o italiano e o francês, eliminaram a letra h quando seguida de vogal. O 
português, entretanto, tem mantido essa letra. Existe uma diferença entre a forma “aja” (do verbo agir) e “haja” (do 
verbo haver). No caso, a forma correta é “haja paciência para tantas exceções”, já que se trata do presente do 
subjuntivo de haver. 
 
67. Não se envergonhe quando dizer isso. 
Nos verbos regulares, o futuro do subjuntivo é exatamente igual ao infinitivo, o que explica construções como essa. 
No entanto, como o verbo dizer é irregular, sua forma no futuro do subjuntivo é diferente do infinitivo. Portanto, diga 
e escreva: “não se envergonhe quando disser isso”.68. Ele não preveu todos os problemas. 
O verbo prever deriva de ver, significando “ver antes”. Ele acompanha a conjugação do verbo de que precede. 
Portanto: “ele não previu todos os problemas”. 
 
69. Vossa Senhoria precisais estudar mais. 
Expressões de tratamento, tais como Vossa Senhoria, Vossa Excelência, levam o verbo para a terceira pessoa no 
padrão culto da língua. Portanto: “Vossa Senhoria precisa estudar mais”. 
 
70. Inflação implica em recessão econômica. 
Segundo Francisco da Silva Borba, a preposição em aparece normalmente quando o sentido de implicar é de “ter 
como consequência”, como no exemplo dado. As gramáticas tradicionais, como a Moderna Gramática Portuguesa, 
de Evanildo Bechara, ainda condenam esse uso; preferem a complemento sem preposição. 
 
71. O fato dele não saber inglês o incomoda. 
18 
 
O pronome ele é o sujeito de “não saber inglês”; por isso, não deve vir ligado a uma preposição. Prefira, portanto, “o 
fato de ele não saber inglês o incomoda”. Sujeitos não são preposicionáveis. 
 
72. Não houve impecilho para a investigação. 
A palavra empecilho deriva de empecer, “prejudicar”, e por isso começa com e. O erro deriva de que achamos às 
vezes que essa palavra deriva de impedir, que começa com i. 
 
73. Ele é um dos iminentes ministros do Supremo. 
Há no português muitas palavras que, apesar de parecidas, encerram sentidos diferentes: iminente quer dizer “que está 
para acontecer”; eminente quer dizer “pessoa importante, que se destaca”. O certo, portanto, será “ele é um dos 
eminentes ministros do Supremo”. 
 
74. O guarda infringiu uma multa ao motorista desatento. 
Infringir quer dizer “transgredir, cometer uma infração”. Infligir quer dizer “aplicar uma multa, impor”. 
Normalmente motoristas desatentos infringem as regras de trânsito, e, se houver um guarda por perto, cabe a ele 
infligir o incauto. O certo é: “o guarda infligiu uma multa ao motorista desatento”. 
 
75. O acessor do presidente não pôde nos receber. 
Por enquanto, ainda não foi inventada a palavra acessor. Teremos de nos conformar com acesso, acessório, quando 
muito. Os presidentes continuam tendo assessor, que designa “aquele que assessora, auxilia”. 
 
76. À partir de maio, volta a fazer frio. 
Em expressões como a partir de não ocorreu a crase da preposição a com o artigo a. O que temos aí é apenas a 
preposição a, pois o verbo “partir” jamais admite o artigo feminino. Não se justifica, portanto, o uso do acento grave. 
 
77. O problema é nós. 
A estrutura substantivo ou pronome + verbo ser + substantivo ou pronome estabelece uma equação entre o primeiro 
termo e o segundo: o problema = nós ou nós = o problema. Nesses casos, no padrão culto da língua, é mais comum 
a concordância com o pronome: “o problema somos nós”. É o que defendem alguns estudiosos, de Rocha Lima, em 
sua Gramática Normativa da Língua Portuguesa, a Maria Helena de Moura Neves, em seu Guia de usos do 
Português. 
 
78. Eu não sei aonde ele mora. 
Usamos aonde (preposição a + pronome relativo onde) quando existe verbo de movimento (que rege a preposição a): 
“eu não sei aonde ele vai”. Se o verbo não é de movimento, usamos onde: “eu não sei onde ele mora”. 
 
79. Elas gostam e estudam língua portuguesa. 
19 
 
No padrão culto da língua, quando dois verbos têm regências diferentes, eles não devem ter o mesmo complemento. 
Como o verbo gostar pede a preposição de e estudar não rege preposição, ficaria melhor dizer “elas gostam de língua 
portuguesa e a estudam”. 
 
80. Tenho medo que ocorra um terremoto aqui. 
O substantivo medo pede a preposição de antes de seu complemento: medo de chuva, medo de terremoto. Se o 
complemento é toda uma frase, como no exemplo acima, será melhor escrever: “tenho medo de que ocorra um 
terremoto aqui”. 
 
81. Eu medio os debates entre os adversários políticos. 
Segundo Evanildo Bechara, em sua Moderna gramática portuguesa, os verbos em –iar se conjugam como verbos 
regulares: premio, vario, maquio. Os verbos em –ear se conjugam como verbos irregulares: receio, freio, nomeio. 
Entretanto, alguns verbos em –iar, como mediar, ansiar, remediar, incendiar e odiar, conjugam-se como os verbos 
em –ear: anseio, remedeio, incendeio, odeio. Daí a frase: “eu medeio os debates entre os adversários políticos”. 
 
82. Ninguém possue apenas qualidades positivas. 
Os verbos terminados em –uir, como possuir, têm a terminação –ui: “ninguém possui apenas qualidades positivas”. 
Apenas os verbos em –uar, como continuar, têm a terminação –ue: “desejo que ninguém continue escrevendo assim”. 
 
83. Muitos eleitores se absteram de votar nas eleições de ontem. 
O verbo abster deriva de ter, conjugando-se como ele. Assim como dizemos “eles tiveram muitos votos”, assim 
devemos dizer “muitos eleitores se abstiveram de votar nas eleições de ontem”. 
 
84. Esta é uma questão que deve ser resolvida entre tu e ele. 
As preposições se constroem habitualmente com pronomes do caso oblíquo. Tu é do caso reto. A construção culta é 
“esta é uma questão que deve ser resolvida entre ti e ele”. Vale o mesmo para a primeira pessoa do singular: “entre 
mim e ele”. 
 
85. Eu estou fora de si. 
O português brasileiro está perdendo vários pronomes pessoais. O pronome “si”, de terceira pessoa, entrou nessa 
dança. Há uma natural hesitação quando precisamos usar um pronome que está desaparecendo. No exemplo acima, o 
sujeito é da primeira pessoa do singular, e o reflexivo deveria ser mim: “eu estou fora de mim”. 
 
86. Eu havia escrevido uma carta para minha mãe. 
Nesse exemplo, o verbo escrever foi enquadrado por engano entre aqueles que têm particípios regulares, terminados 
em –ado e –ido. São verbos que só admitem, no padrão culto da língua, particípios irregulares, como fazer (feito), 
abrir (aberto), ver (visto). Portanto seria melhor dizer: “eu havia escrito uma carta para minha mãe”. 
 
87. Mandarei-te aquele e-mail amanhã pela manhã. 
20 
 
As formas do futuro do presente (como em mandarei) e do futuro do pretérito (como em mandaria) apresentam a 
singularidade de admitir a inserção do pronome complemento (te, no caso) entre o radical e a terminação: mandar-te-
ei, mandar-te-ia. Essas formas, chamadas mesoclíticas, só ocorrem na língua escrita formal (“mandar-te-ei aquele e-
mail amanhã pela manhã”). Quando estiver falando, diga “te mandarei aquele e-mail amanhã pela manhã”. 
 
88. Ele extendeu os cumprimentos a todos os presentes. 
O verbo estender foi introduzido pelo povo na língua portuguesa. Escreva portanto: “ele estendeu os cumprimentos a 
todos os presentes”. Já o derivado extensão é de origem culta, e por isso conserva o x do latim. 
 
89. Eu gostaria que ela não viesse para cá. 
O verbo gostar rege complementos introduzidos pela preposição de: gosto de paçoca. Quando esse complemento é 
toda uma frase, como acima, essa frase também deve vir, ao menos na língua formal, preposicionada: “eu gostaria de 
que ela não viesse para cá”. 
 
90. Os exemplos precisam ser melhor escolhidos. 
O advérbio melhor é o comparativo de superioridade tanto do adjetivo bom, quanto do advérbio bem. O autor da frase 
acima escolheu o comparativo de superioridade de bem, pois essa palavra aparece modificando o particípio 
“escolhido”, é portanto um advérbio. Nestes casos, a norma culta dá preferência ao uso da construção mais bem: “os 
exemplos precisam ser mais bem escolhidos”. A professora Maria Helena de Moura Neves explica que, nessas 
construções, o “mais” não se refere apenas ao bem; na verdade, ele intensifica todo o sintagma “bem escolhidos”. Por 
outro lado, a norma culta não aceita a contrução mais bom, como em “quero um exemplo mais bom”. O comparativo 
de superioridade do adjetivo bom é sempre “melhor”, portanto, “quero um exemplo melhor”. 
 
91. As ideias que concordo são sempre as menosradicais. 
Como dizemos concordo com as ideias, devemos dizer: “as ideias com que concordo são sempre as menos radicais”. 
 
92. Duas milhões de pessoas estiveram na passeata. 
Alguns substantivos que indicam quantidade, como dezena, centena, milhão, bilhão, têm gênero próprio e costumam 
ser usados seguidos da preposição de: uma dezena de livros, um milhão de reais. No exemplo acima, ocorreu uma 
concordância imprópria do numeral duas com o substantivo de quantidade milhões. O melhor é dizer e escrever “dois 
milhões de pessoas estiveram na passeata”. 
 
93. À medida em que as pessoas envelhecem, elas se tornam mais tolerantes. 
Locuções conjuncionais como à medida que, à proporção que dispensam a preposição em antes do que: “à medida 
que as pessoas envelhecem, elas se tornam mais tolerantes”. 
 
94. Ele fez um tratamento eficaz para a calvice. 
A palavra negritada no exemplo termina em –ie: “ele fez um tratamento eficaz para a calvície”. 
 
21 
 
95. Os jogadores substimaram a capacidade dos rivais. 
A partir do verbo estimar, foi formado o verbo subestimar. Portanto: “os jogadores subestimaram a capacidade dos 
rivais”. 
 
96. Viste todas as folhas com sua rúbrica. 
A palavra negritada é paroxítona. Portanto: “viste todas as folhas com sua rubrica”. 
 
97. Minha moto é igual aquela que você comprou. 
Dizemos igual a isto, igual a todos, sempre com a preposição a. Como aquela começa com a vogal a, ocorre na 
pronúncia a crase entre a preposição e essa primeira vogal. Na língua escrita, registramos esse fenômeno com o sinal 
grave: “minha moto é igual àquela que você comprou”. 
 
98. Já passavam das três horas quando ele chegou. 
Construído com a preposição de, o verbo passar tem o sentido de “ultrapassar, exceder”, é unipessoal e, por isso, 
deve permanecer na terceira pessoa do singular: “já passava das três horas quando ele chegou”. 
 
99. A liminar foi caçada pela desembargadora. 
Caçar e cassar são homônimos, mantendo sentidos diferentes. Caçar é “sair à caça”, e a desembargadora não deve 
ter abatido a liminar a tiros. Cassar é “suspender os efeitos de uma ação”. Nossa desembargadora foi por aqui: “a 
liminar foi cassada pela desembargadora”. 
 
100. Todos temos dificuldades parecidas com a língua. Por isso, suas dúvidas vão de 
encontro às nossas. 
Ir de encontro a é “chocar-se, trombar”: o carro foi de encontro ao poste. Ir ao encontro de é “coincidir, pensar da 
mesma forma”. É o que acontece nesta exposição, em que “suas dúvidas vão ao encontro das nossas”. 
 
Janelas abertas 
 
Da janela se vê a rua, da rua se vê ao longe. Abrimos e fechamos janelas como gestos 
cotidianos, para nos protegermos ou nos valermos da luz, para sentir os ares da cidade ou evitá-
los, para nos aproximarmos dos barulhos externos ou nos afastarmos deles. 
Aqui, abrir as janelas é uma maneira metafórica e poética de dizer que é preciso arejar 
a língua, fazendo circular palavras, sons e ideias. Com criatividade e sem preconceitos. 
Deixemos então penetrar um pouco da luz do conhecimento que vem de fora do Museu, 
que não necessariamente segue a norma culta e que faz da língua um sistema vivo, com suas 
invenções e contradições. 
Nuno Ramos, Paulo Lins, Suzana Salles e Manuel da Costa Pinto refletiram sobre o 
22 
 
tema da exposição e discutiram sobre este amontoado de frases, anúncios e expressões que nos 
acompanham pelo percurso deste corredor final, até a saída de MENAS. 
 Depois deste mergulho no português brasileiro, está na hora de retornar aos amplos 
espaços sociais em que praticamos nossa língua. É hora de voltar à rua, para arejar a língua e 
fazer circular as palavras. 
 
PARA SABER MAIS. Quer aprender sozinho? Leia: 
 
1. O problema do certo e do errado 
BAGNO, Marcos (1999/2009). Preconceito Linguístico – o que é, como se faz. São Paulo: Edições 
Loyola, 51ªed., 2009. 
BAGNO, Marcos (2000). Dramática da língua portuguesa. Tradição gramatical, mídia & exclusão 
social. São Paulo: Edições Loyola. 
BASTOS, Lúcia K. X. / MATTOS, Maria Augusta B. (2008). A produção escrita e a gramática. São 
Paulo: Martins Fontes. 
CASTILHO, Ataliba T. de (Org. 1978 / 1983). Subsídios à proposta curricular de língua portuguesa para o 
2º grau. São Paulo/Campinas: Secretaria de Estado da Educação/Unicamp, 1978, 8 vols.; 2ª. ed. 
São Paulo: Secretaria de Estado da Educação, 1988, 3 vols. 
CASTILHO, Ataliba T. de (1978). Variação dialetal e ensino institucionalizado da Língua Portuguesa. 
Cadernos de Estudos Linguísticos 1: 18-25, 1978, Universidade Estadual de Campinas. 
CASTILHO, Ataliba T. de (1980). A constituição da norma pedagógica portuguesa. Revista do Instituto de 
Estudos Brasileiros 22: 9-18, 1980, Universidade de São Paulo. 
CASTILHO, Ataliba T. de (1997). A gramaticalização. Estudos linguísticos e literários 19: 25-63, 1997, 
Universidade Federal da Bahia. 
CASTILHO, Ataliba T. de (1998/2004). A língua falada no ensino de português. São Paulo: Contexto; 
6a. ed., 2004. 
CASTILHO, Ataliba T. de (2007). Abordagem da língua como um sistema complexo. Em: A.T. de 
Castilho / M. A. C. Torres Morais / R.E.V. Lopes / S.M.L. Cyrino (Orgs. 2007). Descrição, 
História e Aquisição do Português Brasileiro. Campinas: Pontes / Fapesp, pp. 329-360. 
ILARI, Rodolfo / GERALDI, João Wanderley (1985). Semântica. São Paulo: Ática. 
ILARI, Rodolfo (1985). A linguística e o ensino da língua portuguesa. São Paulo: Martins Fontes. 
ILARI, Rodolfo (2001b). Introdução à semântica. Brincando com a gramática. São Paulo: Contexto, 
5ª.ed. 
ILARI, Rodolfo (2002). Introdução ao estudo do léxico. Brincando com as palavras. São Paulo: 
Contexto. 
ILARI, Rodolfo / BASSO, Renato (2006). O Português da gente. A língua que estudamos. A língua que 
falamos. São Paulo: Contexto. 
NEVES, Maria Helena Moura (1990). Gramática na escola. São Paulo: Editora Contexto. 
PINTO, Edith Pimentel (1990). O Português popular escrito. São Paulo: Editora Contexto. 
POSSENTI, Sírio (1996). Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas: ALB/Mercado de 
Letras. 
 
2. Gramáticas 
 
BECHARA, Evanildo (1985). Ensino de gramática. Opressão? Liberdade? São Paulo: Ática. 
BECHARA, Evanildo (1992/1999). Moderna gramática portuguesa, 37ª. edição revista e ampliada, 1999. 
Rio de Janeiro: Editora Lucerna. 
CASTILHO, Ataliba T. de (2010). Gramática do português brasileiro. São Paulo: Editora Contexto 
(lançamento em abril de 2010). 
ILARI, Rodolfo / NEVES, Maria Helena de Moura (Orgs. 2008). Gramática do português culto falado 
no Brasil, vol. III, Classes de palavras e construções. Campinas: Editora da Universidade 
Estadual de Campinas. 
23 
 
JUBRAN, Clélia Cândida Spinardi / KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça Koch (Orgs. 2006). Gramática 
do Português Culto Falado no Brasil, vol. I, Construção do texto falado. Campinas: Editora da 
Unicamp. 
KATO, Mary A. / NASCIMENTO, Mílton (Orgs. 2009). Gramática do português culto falado no Brasil, 
vol. 3, A Construção da Sentença. Campinas: Editora da Unicamp. 
LUFT, Celso Pedro (1985). Língua e liberdade. Porto Alegre: L&PM, 2ª. ed., 1993. 
NEVES, Maria Helena Moura (2000). Gramática de usos. São Paulo: Editora da Unesp. 
PERINI, Mário Alberto (1985). Para uma nova gramática do Português. São Paulo: Editora Ática. 
PERINI, Mário Alberto (1995). Gramática descritiva do Português. São Paulo: Editora Ática. 
 
www.corpusdoportugues.org 
www.museudalinguaportuguesa.org 
www.ime.usp.br/tychobrahe 
www.ufba.br/prohpor 
www.letras.ufrj.br/phpb-rj 
www.fflch.usp.br/eventos

Continue navegando

Outros materiais