Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO PENAL II José Nabuco 10/02/2014 Bem jurídico Tutelado = Tipo (protege o bem jurídico) Violado = conduta concreta (viola o bem jurídico) Sujeito Ativo = quem pode figurar como autor do crime Passivo = aquele que pode sofrer Tipo Objetivo = elementos descritivos, trata do local onde é praticado, meio, instrumentos. A conduta é o verbo (ação ou omissão) que o tipo exige. Resultado Elemento normativo = tem uma amplitude, que exige uma valoração Subjetivo = dolo (regra) elemento subjetivo do tipo, culpa (exceção) 17/02/2014 O dolo não precisa vim expresso na lei, visto que é a regra, por sua vez a culpa, por ser exceção, precisa vim expresso. Dolo = implícito + elemento subjetivo do tipo (pois está na cabeça do sujeito), há uma finalidade na tipificação “para; fim; intuito” ex.: art. 159 “Art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate”. A conduta vem com o verbo núcleo do tipo no artigo. A maioria dos crimes, possuem apenas o dolo, poucas vezes aparecem o elemento subjetivo do tipo, ou seja, a finalidade. Consumação / Tentativa Qual é o bem jurídico protegido? Quem são os sujeitos do crime? (passivo /ativo) Qual o tipo objetivo? Qual o tipo subjetivo? Consumação e tentativa. Quando ocorre? (momento consumativo) Saberá o momento da consumação, quando ocorrer o verbo núcleo do tipo do crime. Art. 121 – crime comum, que tem como bem jurídico a vida extra-uterina. “Art. 121. Matar alguém” Bem jurídico = Vida Sujeito: Ativo: qualquer pessoa Passivo: qualquer pessoa Tipo Objetivo: (material, aquilo que pode ver) Matar - significa uma ação livre que dê causa ao resultado morte. É um crime Comissivo, porém um garante pode praticar o crime comissivo por omissão. Tipo Subjetivo: (está no ânimo da pessoa, não pode ser visto) Dolo ≠ Culposo Momento consumativo: Morte 24/02/14 Consumação e tentativa Consumação Resultado: morte Tentativa Precisa analisar se a tentativa é possível. Iniciar a execução do crime, mas por motivo alheio ao autor não conseguiu consumá-lo. Tentativa branca ou cruenta: branca= não houve ferimento; cruenta= houve ferimento Desistência voluntária: desistir de praticar o crime por vontade própria. Arrependimento eficaz: conseguir de forma eficaz que o crime não seja consumado. Crime impossível (impropriedade absoluta do objeto, no caso da vida, dar tiro em uma pessoa morta). Pode haver o meio ineficaz, ou seja, utilizar um meio que para o ser humano é ineficaz para matar. Animus necanti (vontade de matar) ≠ entre tentativa e lesão corporal o que torna um diferente do outro é o dolo de matar. Se não houver a vontade de matar será lesão corporal Por outro lado se houver, será tentativa. ESPÉCIES DE HOMICÍDIO Homicídio simples Art. 121. Matar alguém Pena: reclusão de seis a vinte anos É residual, ou seja, é por exclusão Homicídio privilegiado “Art. 121. § 1.º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço”. O motivo será o fato, a circunstância que ensejará a vontade de praticar o crime. Três hipóteses: Motivo de relevante valor social: coletiva. (livrar a coletividade de determinada situação) Motivo de relevante valor moral: individual (sofrimento de determinada pessoa, a pessoa sofre um dano grande) de forma mais permanente. Violenta emoção: motivo que tire a capacidade de discernimento no momento do crime, pois está dominado por violenta emoção. Precisa atender aos 3 requisitos abaixo: Emoção intensa (domínio) Injusta provocação da vítima: provocação da vítima que não seja legal, como por exemplo, o despejo efetuado por um oficial de justiça. Reação imediata Homicídio qualificado Maior reprovabilidade Agravantes: bis in idem Pode haver agravante, desde que não esteja no tipo que qualifica o crime. Não qualificam Parricídio: não há crime que aborde tal ação, não é nem crime autônomo, nem é qualificador, uma vez que o que importa para o Direito Brasileiro é o que motivou. Matar o parente Premeditação: não existe qualificadora de premeditação. Art. 121 “§ 2.º Se o homicídio é cometido: I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; (motivo) subjetivo. Mediante paga / recompensa (crime mercenário) Mandante/ executor Uma corrente diz que aplica aos dois Outra corrente diz que aplica apenas ao executor. Pois o executor possui o motivo da paga para que execute o homicídio. Precisa avaliar o motivo do mandante, pois pode ser motivo torpe ou até mesmo de relevante valor moral, sendo dessa forma privilegiado. Visto que é uma qualificadora de caráter subjetivo, ou seja, o motivo, sendo no caso a paga. A paga é motivo apenas para o executor e não ao mandante que terá outro motivo. Motivo torpe Repugnante, vil, contraria o senso ético predominante na sociedade. Ex.: matar a filha para viver com o namorado em outro local. Matar para ocupar um cargo em uma empresa. Matar para receber o seguro de vida. Circunstância excepcional. Matar para obter vantagem. Diferente de injusto e de fútil. Fútil é menor que torpe. II – por motivo fútil; (motivo) subjetivo Desproporção entre o motivo e o crime. Ex.: matar por conta de uma banana. Matar por que outra pessoa está com camisa do time adversário. Dívida de tráfico não é fútil é torpe, por conta do motivo, a pessoa vive para isso. No crime fútil, a motivação é pequena. Desproporcional Diferente de injusto Vingança – depende do motivo da vingança. Depende do fato concreto que motivou a vingança. Ciúme - Motivo fútil mediato ou imediato Mediato – indireto, não qualifica. Houve outra circunstância entre o início e o resultado. Imediato – Direto, qualifica. O resultado está direitamente ligado ao início da circunstância, ou seja, a ação motivou o resultado. III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; (meio) objetivo Modo que utiliza para provocar a morte Meio insidioso Veneno Ministrado à força (não é mais insidioso, portanto, não é qualificador) Outro meio insidioso (o meio não é venenoso) Açúcar para diabético Objetos cortantes na comida Meios cruéis Fogo Explosivo – mesmo sendo morte instantânea é meio cruel, pois causa perigo eminente a outras pessoas. Asfixia (esganamento = uso das mãos, estrangulamento = uso de objeto, enforcamento = o próprio peso do corpo causa o fechamento das vias respiratórias). Tortura (sofrimento prolongado no tempo) Outro meio cruel – aquele que causa um sofrimento além do necessário para atingir o homicídio. Não pode confundir com a forma pela qual se deu o crime. O sujeito precisa ter desejado o modo de sofrimento para a pessoa e não qualifica quando algum ferimento estende o momento até a morte, a pessoa fica agonizando, isso não é meio cruel. Morte instantânea não qualifica o crime. IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; (modo de execução) objetivo V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: (finalidade) subjetivo Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos” 17/03/14 Meios de execução Meios de que resultam perigo comum Expõem número indeterminado de pessoas ao perigo. Fogo Explosivo Outro meio que possa resultar perigo comum. (qualquer meio que cause a indeterminado número de pessoas, perigo). Ex.: um desmoronamento proposital. Forma de Execução do crime IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; A pessoa precisa ser impossibilitada em se defender, por exemplo, ser atacado pelas costas Traição Material - (é atacado por alguém de forma inesperada, não é necessário que tenhaalguma relação com a pessoa) / Moral - (não espera a agressão de determinada pessoa, pois há uma relação íntima com a pessoa) Emboscada – não tem nenhuma possibilidade de se defender. Dissimulação – amostra de um sentimento inexistente. Faz uma encenação e nela esconde a intenção hostil. Ex.: vendedor de algo e a pessoa abre a porta para o vendedor e o convida para entrar, o vendedor então ao entrar pega uma arma e mata a pessoa. Outro recurso – impossibilita a defesa da vítima de diversas formas. Ex.: matar a pessoa enquanto dorme. O USO DE ARMA NÃO DIFICULTA OU TORNA IMPOSSÍVEL A DEFESA DO OFENDIDO, SENDO ASSIM NÃO QUALIFICA O HOMICÍDIO. Finalidade V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Homicídio com conexão com outro crime. O que pretendia com este crime? Conexão teleológica (futuro) Pratica um crime para assegurar a execução de outro ato ilícito. Deseja estuprar uma menina, mas a mãe dela está em casa, então ele mata a mãe para que consiga consumar o estupro contra a menina. Mesmo que ele não estupre a menina, continua a qualificadora, visto que a finalidade do crime de homicídio foi para assegurar o estupro, o que interessará no caso, visto que deve-se levar em conta o aspecto subjetivo, será a finalidade. O nexo causal do primeiro crime continua o mesmo, mesmo que não seja consumado o outro. Assegura a execução Conexão consequencial (passado) Pratica um crime para ocultar um crime passado, para dessa forma garantir a impunidade,ou garantir a vantagem de outro crime, para ficar ou ampliar a vantagem, comete o homicídio. Ex.: caso de comparsas em um assalto, onde um mata o outro para ficar com a parte do roubo. Ocultação – pretende que o crime já praticado não seja descoberto, sendo assim, pratica outro, para que a ocultação seja garantida. Impunidade vantagem É possível homicídio qualificado-privilegiado? Se forem compatíveis as formas, sim, é possível. Privilégio – circunstâncias subjetivas Qualificadoras – objetivas e subjetivas Não pode ser duas formas subjetivas, pois o motivo não pode ser 2 ao mesmo tempo, ex.: relevante valor moral e motivo torpe, ou seja, são totalmente incompatíveis. O motivo será apenas 1. Terá apenas 1 finalidade. Poderá haver um crime triplamente qualificado, motivo torpe, fogo, para receber herança. Qualificadoras compatíveis III – meios IV – modo Ex: Valor moral / emboscada Valor social / meio cruel Aumento de pena § 4.º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. Homicídio Culposo Elementos do crime culposo Inobservância de um dever de cuidado objetivamente devido Produção de um resultado Nexo causal Previsibilidade objetiva do resultado Conexão entre o desvalor da ação e do resultado. Primeira parte do 4º Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente Deixa de prestar imediato socorro à vítima. (não cabe em caso de morte instantânea). Não procura diminuir as consequências do seu ato. Foge para evitar prisão em flagrante. Perdão judicial “§ 5.º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária”. As consequências do crime causa sofrimento muito grande ao agente, sendo assim a pena é desnecessária. Não é exclusiva para pessoas com relação de parentesco. Ex.: pais que se descuidam e a criança morre afogada em uma piscina. 24/03/14 PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio “Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. Parágrafo único. A pena é duplicada: Aumento de pena I – se o crime é praticado por motivo egoístico II – se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência”. A conduta do suicídio é atípica e ilegal, mas não será punível. A vida não é um bem disponível. O Sujeito tem direito a vida e não sobre a vida, ou seja, ninguém pode tirar a vida e nem mesmo abrir mão dela. A coação exercida para impedir o suicídio não é ilícito. O ato executório será punido e não o pacto e/ou consentimento. Apenas haverá punição se houver lesão corporal de natureza grave. Sujeito Passivo - Qualquer pessoa com discernimento, para que possa entender o que é suicídio. O Suicídio é definido como a destruição voluntária e consciente da própria vida. Induzir – criar uma vontade inexistente. (ex.: movimento fanático religioso) (participação moral) Instigar – a pessoa está propensa a cometer o suicídio e a outra pessoa reforça. Se a pessoa está decidida a cometer o suicídio, não haverá instigação, apesar de ser difícil de saber. (participação moral) Auxiliar – apoio material No tipo subjetivo precisa haver Dolo. 31/3/2014 INFANTICÍDIO – ART 123. A mãe, sob influência, do estado puerperal mata o filho durante o parto ou logo após o parto. Sujeito ativo – Mãe, sob influência do estado puerperal (bio-psíquico). Bio = hormonal, psíquico= surto, resulta na diminuição da reprovabilidade. Sujeito Passivo – Filho recém nascido. Tipo Objetivo: Parto – Durante Logo Após (a Jurisprudência entende que o tempo pode ser em até 2 dias) Para saber se está no estado Puerperal, a perícia terá um papel fundamental. Não há previsão de Infanticídio Culposo. Terceiro que instiga, auxilia ou indus ao Infanticídio – devido ao artigo 29 do CP, por conta da teoria monista, será então condenado por infanticídio. Art. 30 CP – comunicabilidade das circunstâncias pessoais, são como regra incomunicáveis, exceto quando é elementar ao crime, ou seja, é elemento constitutivo do crime, sendo assim são comunicáveis. ABORTO “Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. Aborto provocado por terceiro Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos. Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de 14 (quatorze) anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência”. Destruição da vida, até o início do parto Iniciado o parto Infanticídio Homicídio Vida do ser humano em formação Ovo Embrião Feto Independentemente da condição Início da Vida Nidação Implantação do óvulo fecundado do útero Não concepção Pílula do dia seguinte não é aborto. TIPO SUBJETIVO Dolo Dolo direto Art. 124 Sujeito ativo Gestante Crime de mão própria Não admite coautoria Admite participação Sujeito Passivo Produto da concepção Ovo, Embrião, Feto Estado – Mirabete – Fragoso Aquele que é partícipe será condenado pelo mesmo crime que a gestante, como no exemplo de o namorado instigar ou induzir à pratica do aborto, a mulher vai ao médico e este pratica o aborto. A Gestante e o namorado responderão pelo 124 e o médico pelo 126, ele tento alguma assistente, essa também responderá pelo 126. Conduta Provocar o aborto (1ª parte do art. 124) Realizar manobras abortivas Instrumentos pontiagudos Consentir o aborto (2ª parte do art. 124) Permitir que outrem pratique o aborto ART. 125 E 126 Sujeitoativo Qualquer pessoa Exceto a gestante Sujeito passivo Sujeito Passivo O feto – produto da concepção No 125, também a gestante Conduta Provocar aborto Interromper a gravidez Matar o feto Crime de ação livre Remédios Métodos cirúrgicos Instrumentos CONSUMAÇÃO E TENTATIVA CONSUMAÇÃO Morte do ovo, feto ou embrião Não importa onde tenha morrido Dentro do ventre materno Ou fora dele Com ou sem a expulsão do feto TENTATIVA Possível – Fez todos os procedimentos mas o feto não morreu. iter criminis fracionável Mesmo no auto-aborto Crime impossível – supõe que está grávida e toma remédio abortivo, porém não estava, sendo assim o crime é impossível. Assim como usar um remédio que não seja abortivo. FORMAS MAJORADAS aplicáveis aos arts. 125 e 126 lesão grave aumento 1/3 morte duplicada inaplicáveis ao art. 124. – pois não se pune auto lesão. EXCLUDENTES ESPECIAIS DE ILICITUDE “Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal”. Aborto humanitário – estupro Feito por médico Conflito de interesses Dignidade da gestante Vida do feto Prevalece a dignidade da gestante Não precisa de autorização judicial. Aborto em feto anencéfalo STF – ADPF 54 Conduta atípica Não há vida a ser tutelada Prevalece a dignidade da gestante Lei de Transplante de órgãos Lei 9.434/97 “Morte cerebral” Demais órgãos vivos Se não há mais vida do nascido Não há do feto 07/04 LESÃO CORPORAL ART. 129 CP Bem protegido é a integridade física e a saúde da pessoa Sujeito ativo e passivo – qualquer pessoa Tipo Objetivo: - ofender Crime de ação livre. Não se configura o eritema (vermelhidão) A dor não configura também Ofensa à saúde Tipo subjetivo: Dolo Animus vulnerandi: Vontade de ofender a integridade física ou saúde. Culpa Consumação Resultado naturalístico. Tentativa É possível pois pode fracionar o inter criminis, mas o ato precisa ser unívoco o dolo (ter um único sentido) Vias de fato Injúria real art 140 CP Lesão corporal leve x grave Leve: não é uma classificação subjetiva. 3 meses a um ano Grave: pena 1 a 5 anos Gravíssima: pena de 2 a 8 anos § 4º I – Incapacidade desnecessário o dolo e causar o afastamento II – perigo de vida Houve uma lesão e dessa lesão houve o resultado de perigo. Preterdolosa Eficiência diminuída III – Debilidade permanente de membro (pernas e braços), sentido (visão, tato, paladar, olfato e audição – não é em relação ao órgão) ou função (função dos órgãos duplos). Torna o membro enfraquecido, de forma permanente, conforme diagnóstico da medicina atual (para a perspectiva da medicina atual, não há chance de cura, não pode querer prever que o avanço da medicina poderá no futuro curar a debilidade). Figura preterdolosa. 05/05/14 CRIME DE PERIGO Mero ato de expor um bem jurídico a perigo Sujeito passivo - crime de perigo individual art. 130 ss Perigo a uma pessoa determinada. Mesmo que o ato se repita contra várias pessoas, o crime será individual. - Crime de perigo coletivo art. 255 ss Coloca o coletivo em perigo - Concreto: a Lei exige a demonstração de um risco real, de um perigo efetivo. - Abstrato: crime de perigo presumido, a lei presume que a conduta é perigosa. A lei descreve uma ação e presume que ela seja perigosa. -- “Art. 130. Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa § 1.º Se é intenção do agente transmitir a moléstia:Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (qualificada por questão do tipo subjetivo) § 2.º Somente se procede mediante representação”. Bem protegido - saúde Sujeito ativo – qualquer pessoa contaminada Sujeito passivo – qualquer pessoa não contaminada Tipo Objetivo Conduta: ato sexual Ação Vinculada Doença venérea. O ministério da saúde determina as doenças venéreas. Tipo Subjetivo: - Dolo de perigo (vontade de causar a situação perigosa). Mesmo que não tenha vontade de causar o perigo, mas o fato de ser ter o dolo de perigo não desqualifica o crime. - dolo direito em causar o dano. Consumação: prática do ato sexual. Tentativa: possível. 12/05/14 Perigo de contágio de moléstia grave “Art. 131. Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa”. Prática capaz de produzir o contágio - crime de perigo abstrato. Sujeito ativo: aquele que possui uma moléstia grave. Sujeito passivo: aquele que não possui a moléstia e pode ser contaminado. Tipo subjetivo: dolo de dano. O sujeito realiza a conduta perigosa com dolo de contágio. Consumação: ato (ato capaz de transmitir a moléstia) Tentativa: possível, pois há possibilidade de fracionar o inter crimilis. EXPOR A VIDA OU A SAÚDE DE OUTREM A PERIGO “Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, se o fato não constitui crime mais grave Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais.” Crime subsidiário = existe um crime principal, que acontece, mas o subsidiário só será utilizado se o primeiro não for configurado. Este é subsidiário, pois ele só será configurado se não houver outro. Tipo Objetivo Expor a perigo = crime de perigo concreto Só será configurado se expor a vida ou saúde a perigo. Crime individual - O crime deve ser praticado contra pessoa determinada. Tipo subjetivo – Dolo de perigo. (vontade de expor a perigo a vida ou saúde de alguém), sem intenção de praticar o ato. Se houver dolo de dano, será homicídio tentado, ou lesão corporal tentada ou consumada. “Art. 133. Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos. § 1.º Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos. § 2.º Se resulta a morte: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.Aumento de pena § 3.º As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: I - se o abandono ocorre em lugar ermo; II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima; III - se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos”. Incapaz que no caso específico não pode se defender. Bem jurídico = vida e integridade à saúde Sujeito ativo = quem tem o dever de cuidado, sob autoridade, vigilância. Sujeito Passivo = pessoa que esteja sob a guarda do sujeito ativo. Na situação específica a pessoa precisa ser incapaz, mesmo que em outra situação não seja. Ex.: ser “largado” pelo guia turístico no meio da selva. Tipo Objetivo = abandonar, ou seja, deixar a pessoa, largar, levar a algum lugar e se ausentar em uma condição perigosa. O comportamento cotidiano não configura crime. A pessoa precisa ser abandonada em um local onde seja incapaz de se defender. Tipo Subjetivo = dolo de perigo. Consumação = se da com a situação de perigo concreto. Deixar uma criança em local que sabe que será encontrado, não configura o crime. Tipo Qualificado Dolo Abandono Abandono Culpa Lesão grave Morte Art. 19 Se houver dolo no resultado = art. 129, §§1º e 2º ou art. 121. Havendo dolo que a criança morra, será homicídio. Ex.: mãe que larga o filhono meio da fazenda no frio. ABANDONAR RECÉM-NASCIDO “Art. 134. Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos 1.º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. § 2.º Se resulta a morte:Pena - detenção, de 2 (dois) a 6 (seis) anos”. Sujeito Passivo – recém-nascido Elemento subjetivo do tipo – fim de ocultar a desonra própria (como a sociedade enxerga o filho). A pena é menor, devido à pressão dos valores sociais, uma vez que haverá uma repercussão social da gravidez. Sujeito ativo – mãe. Aquele que auxiliar, responderá pelo mesmo crime. 19/05/14 OMISSÃO DE SOCORRO “Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública” Bem Jurídico protegido: vida e integridade da saúde Sujeito ativo: por ser um crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa, não precisa ter qualificação especial. Sujeito passivo: Criança extraviada (perdida) ou abandonada Pessoa inválida ou ferida ao desamparo Pessoa em grave ou iminente perigo. Aquele que já está socorrido não precisa ser amparado por outra pessoa. Tipo Objetivo: deixar de prestar assistência. Crime omissivo próprio (todo crime omissivo, pressupõe a possibilidade de agir, sem que haja risco pessoal). E deixar de avisar a autoridade. Tipo Subjetivo: dolo de perigo. Consumação: com a simples omissão. Tentativa: não é possível. Morte instantânea: quando há morte instantânea não haverá omissão de socorro, pois não haverá perigo, nem bem jurídico a ser tutelado, sendo assim, não existe crime. MAUS TRATOS “Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina” Bem Jurídico – tutela a vida, integridade física e saúde. Sujeito ativo – pessoa que exerce a guarda, a vigilância e a pessoa que exerce a autoridade sobre o indivíduo. Sujeito passivo – pessoa que esteja sob a guarda ou vigilância do sujeito ativo. Tipo Objetivo – Expor a perigo Privando a vítima de cuidados indispensáveis Privando de alimentação Submissão a trabalho excessivo (quantidade) ou inadequado (qualidade) Abusando dos meios de correção ou disciplina. Não necessariamente à força física. Tipo Subjetivo – Dolo de perigo Consumação – se dá com perigo concreto. Tentativa – possível. CRIMES CONTRA A HONRA Honra objetiva – reputação. O conceito que a sociedade tem de certa pessoa. Tutelada nos crimes de calúnia e difamação. Precisa um terceiro ouvir. Honra subjetiva - diz respeito à autoestima. Ato que fere a autoestima, fere a dignidade. Tutelada na injúria. Honra Especial – determinado grupo de pessoa. (profissão, esporte, ideologia) Honra Geral – comum, qualquer pessoa. Ainda que a pessoa tenha a honra ferida, será tutelada. 02/06/14 Crimes Contra a Honra Meios: - Escrita - Palavra - Gestos - Mímicas - Símbolos - Implícita: ex.: gosto de caipira, mas de caipira honesto. Deixa sentido implícito na fala. Nos crimes contra a honra, precisa ser observado o contexto, não apenas o que e o modo que foi dito. Ofensa reflexa: ofensa proferida a uma pessoa e ofende outra. Ex.: Alega que o advogado comprou a sentença. Automaticamente ofende ao Juiz também. CALÚNIA Imputar ato criminoso a alguém. O ato precisa ser criminoso. Interesse público em saber a verdade em relação ao crime. A imputação tem que ser falsa. Difamação Imputar a alguém ato ofensivo a sua reputação que não necessariamente é crime. Diz respeito à intimidade da pessoa, não há interesse público em saber se é ou não verdade. A imputação não necessariamente precisa ser verdadeira. Mas mesmo que seja verdadeiro é ofensivo à honra. Características da Calúnia e da Difamação: Bem jurídico protegido: Proteção à honra objetiva, ou seja, reputação social. Sujeito ativo: qualquer pessoa Sujeito Passivo: qualquer pessoa determinada. Os desonrados podem sofrer crime contra a honra. *Pessoa Jurídica: não pode ser nem caluniada nem difamada. Há, no entanto doutrinadores que entendem de outra forma. Imputar fato – o fato imputado precisa ser determinado. Quando o fato for vago, indeterminado, não será nem calúnia, nem difamação. Tipo Subjetivo – dolo Consumação – quando terceiro toma conhecimento do ato ofensivo. Tentativa – quando por escrito Contra os mortos existe apenas a calúnia Injúria Bem jurídico – proteção à honra subjetiva. Sujeito ativo – qualquer pessoa Sujeito Passivo – Pessoa com discernimento. A pessoa precisa ter capacidade para entender a ofensa. Tipo Objetivo – Ofender a dignidade, através de expressões ofensivas (corno, fdp, não cumprimentar uma pessoa em público durante uma solenidade..) podendo ser por escrito, fala ou mímica. Tipo Subjetivo – Dolo Consumação – momento em que o ofendido toma conhecimento da ofensa. 2º SEMESTRE INJÚRIA AVILTAR – pode ser com o emprego de violência. Ex.: Esbofeteou o sujeito, que ao cair, também foi urinado pelo agressor. Injúria Discriminatória – Injúria Racial Para saber se há a injúria, é necessário analisar o emprego das palavras. Ex.: o sujeito ofende alguém chamando-o de “turco ladrão”. O Ofensor utilizou a palavra “ladrão” para atingir uma etnia “turco”. A Associação entre “ladrão” e “turco”, configura-se uma injúria discriminatória. A Diferença entre Injúria e Racismo - Racismo é uma segregação. Lei 7.716/89 – a ofensa é dirigida não apenas ao indivíduo, mas uma raça. - Injúria é dirigida diretamente a uma pessoa, só ao ofendido. Perdão Judicial O Juiz pode deixar de aplicar a lei, se a provocação foi motivada por provocação e retorção imediata. Ofende no mesmo momento em que foi ofendido. Exposições Gerais - Causas de aumento de pena Art. 141, CP. Meios que facilitam a difamação da pessoa: panfletos, meios de comunicação, redes sociais. Especificamente sobre redes sociais, compartilhar ofensas dirigidas a terceiro. Apenas clicar em “curtir” pode não caracterizar crime, mas compartilhamento sim. - Mediante paga ou promessa de recompensa. Art. 142, CP. É Necessário haver relação com a causa. Art. 144, CP Art. 145, CP Significado dizer que o sujeito tem que constituir advogado defendê-lo. - Prazo decadencial não se suspende, interrompe ou possui exceção. 25/08/14 CRIMES CONTRA A LIBERDADE CONSTRANGIMENTO ILEGAL ART. 146 Obriga alguém a fazer algo. “Art. 146. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa”. Sujeito ativo – qualquer pessoa Sujeito Passivo – qualquer pessoa Conduta Constranger Obrigar, coagir Verbo bitransitivo Objeto direto Alguém Indireto A não fazer O que a lei permite A fazer O que a lei não manda. Meios Violência – emprego na força física contra a vítima. Grave ameaça – prometer o mal injusto e grave Perde a capacidade de resistir – mas que não seja com o uso da violência ou grave ameaça, como por exemplo, substâncias químicas. Tipo subjetivo Dolo Consumação Quando se concretiza o verbo-núcleo do tipo Constranger Se completa com o objeto indireto (quando a pessoa faz aquilo que não é permitido) Tentativa Possível Crime plurissubsistente. Aumento de pena § 1.º As penas aplicam-se cumulativamente (a pena é aplicada mutuamente a detenção e a multa) e em dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas. Cumulativamente Pena de detenção e multa Duplica-se a pena Circunstânciasalternativas Concurso de mais de três pessoas Emprego de armas. “§ 2.º Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência”. Concurso formal de crimes Pena cumulativa Lesão corporal e constrangimento ilegal Constrangimento ilegal não absorve o crime-meio é a lesão corporal. “§ 3.º Não se compreendem na disposição deste artigo: I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; (transfusão de sangue) II - a coação exercida para impedir suicídio”. Direito à vida e não sobre a vida. O suicídio não é um ato lícito, apenas não foi tipificado. AMEAÇA “Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa”. Crime subsidiário, ou seja, aquele que apenas existe se não configurar o crime principal. É punido pela ameaça quando ela não for meio para praticar outro crime. Apenas é punido se for praticado autonomamente. Bem jurídico Protegido Liberdade psíquica – na ameaça ele não é punido preventivamente e sim pois afeta a liberdade psíquica. Sujeito ativo e passivo – qualquer pessoa Conduta Ameaçar De causar mal Injusto e Grave Meios Palavra Oral Escrito Carta, pichação, e-mail, etc... Gesto Dedo no pescoço, imitação de gatilho Outro meio simbólico Envio de coroa de flores, caixão ou peixe (Tradição siciliana) Verossimilhante – aparência de verdade Precisa ter a capacidade de intimidar. Tipo subjetivo Dolo direto Dolo eventual Consumação No instante em que o ameaçado toma conhecimento Tentativa Impossível Verbal Possível Escrito, etc... (quando interceptado antes que o ameaçado tome conhecimento) SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. Bem Jurídico Liberdade Física Ir e vir Sujeito Ativo e passivo Qualquer pessoa Conduta Privar a liberdade Tolher, restringir Detenção – deslocamento Retenção – próprio local Qualquer meio Violência, grave ameaça, fraude, sonífero. Sequestro Menor restrição “enclausuramento” Chácara, casa, ilha deserta Cárcere Privado Maior restrição “confinamento” Cubículo, quarto, banheiro, porta-malas Dolo Inexiste elemento subjetivo do tipo (apenas a vontade de sequestrar) Presente alguma finalidade (finalidade que pode qualificar outro crime) Extorsão mediante sequestro – art. 159 A finalidade neste tipo é a obtenção de resgate, mas a conduta é a mesma (privar alguém de sua liberdade) Sequestro para fim de tortura – art. 1º, §3º, III – Lei 9.455/97 A finalidade é a tortura. Prática de atos libidinosos – qualificado – art. 148, § 1º. Consumação e tentativa Consumação Privar de liberdade Tempo juridicamente relevante Não há tempo estipulado. Crime permanente – o crime se prolonga no tempo. Consumação se protrai no tempo Flagrante Tentativa Possível – desde que tenha tentado privar a liberdade da pessoa e não tenha conseguido. Consentimento – no caso de consentimento da outra pessoa, não haverá crime. Liberdade é um bem disponível Consentimento desconfigura o crime Figuras qualificadas “§ 1.º A pena é de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos: I - se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital; III - se a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze) dias; IV - se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; V - se o crime é praticado com fins libidinosos”. Qualquer pessoa – Independente do sexo Qualificadora é formal – basta o fim libidinoso Consumação do ato sexual Concurso material com estupro Fim libidinoso – sedução, não precisa ter a conjunção carnal para que se qualifique, basta que tenha esta finalidade. Quando o estupro ocorre durante o sequestro, serão os dois crimes. “§ 2.º Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos”. Não pode haver bis in idem Exemplos: Lugar úmido, sem ventilação Ratos ou baratas. Só pode haver esta qualificação quando for extraordinário ao tipo penal. (Plus) Um desconforto além daquele que é sofrido em um sequestro. REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO “Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência”. Análoga, pois a escravidão não é legal. Reduzir alguém a uma condição parecida a de escravo. É necessário que transforme a pessoa em uma condição de escravo. Bem jurídico – liberdade individual e a dignidade do trabalhador Sujeitos do crime Sujeito ativo Qualquer pessoa Tanto o empregador, como o preposto, capataz etc Crime comum – pode ser praticado por qualquer pessoa Sujeito passivo Qualquer pessoa Conduta Reduzir (núcleo do tipo. Objeto direito) Converter, transformar, diminuir a pessoa À condição análoga Semelhante, igual Não se trata de escravidão, pois esta é um estado de direito, mas um estado similar A de escravo Meios Submetendo-o Coagir física ou moralmente à obediência Submetendo-o à jornada exaustiva Jornada desumana, que leva ao exaurimento físico. Não apenas uma jornada cansativa Submetendo-o (obrigando, constrangendo) Restringindo Limitando, impedindo Por qualquer meio Sua locomoção Movimentação, principalmente sua saída Em razão de dívida contraída Elemento normativo Venda de comida ou instrumentos, hospedagem Com o empregador ou preposto Consentimento – O que acontece é uma ilusão Irrelevante Alienação da liberdade humana CUIDADO COM CASOS DUVIDOSOS Tipo subjetivo Dolo - em praticar o ato Terceirização Empresário que terceirizou Consciência do crime pelo terceirizado Responsabilidade penal subjetiva Não pode dizer que o dono de lojas que utilizam este tipo de trabalho sejam responsabilizados, pois precisa haver dolo. Consumação Crime permanente Não basta uma jornada exaustiva ou degradante Tempo juridicamente relevante (Bitencourt) Vítima é reduzida ao “estado completo de submissão” (Mayrink) Tentativa Teoricamente possível CONCURSO APARENTE DE NORMAS Absorve os seguintes crimes Serem elementares do tipo Constrangimento ilegal Ameaça Sequestro e cárcere privado Perigo para a vida e ou a saúde de outrem Frustração dos direitos trabalhistas Não absorve a lesão corporal “§ 1.º Nas mesmas penas incorre quem: I - cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;” Lugares ermos Barcos Dolo e o elemento subjetivo do tipo “com o fim de retê-lo no local do trabalho” *saída impossível, pois é o empregador o responsável pelo transporte. “II - mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho”. Vigilância semelhante à escravidão Dolo e o elemento subjetivo do tipo “com o fim de retê-lo no local de trabalho” Causas de aumento de pena “§ 2.º A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: I - contra criança ou adolescente; Definição do ECA 0-12 e 12-18 II - por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem”. É preciso que seja a motivação Normalmente a motivação é econômica *será um crime por pessoa VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO “Art. 150. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheiaou em suas dependências: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa. § 1.º Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, além da pena correspondente à violência. § 2.º Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder. Não basta ser funcionário público, ele precisa ter se prevalecido de ser funcionário público, para violar o domicílio. (é mais grave pois viola um dever profissional, o crime acontece quando ele usa a sua profissão para violar o domicílio, fora das hipóteses legais) (ABUSO / PREVALECIMENTO) não é pelo simples fato de ser funcionário público e sim se houver algum tipo de prevalecimento ou abuso em decorrência do cargo público que exerce. Haverá este crime se houver uma violação de dever inerente ao cargo. § 3.º Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências: I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência; II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. CF, 5º, XII “XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre (entra para socorrer), ou para prestar socorro (nem sempre ocorre desastre para prestar socorro), ou, durante o dia, por determinação judicial (jamais pode ser feito durante a noite, pois a constituição é clara e será caracterizado invasão de domicílio)” § 4.º A expressão "casa" compreende: I - qualquer compartimento habitado; II - aposento ocupado de habitação coletiva; (motel, hotel [quarto ocupado, não no momento, mas que ele esteja ocupado], prostíbulo, pensão, cortiço, pousada) III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. (Escritório, consultório, atelier, escritório de uma oficina. Não há crime nas partes abertas, como recepção). § 5.º Não se compreendem na expressão "casa": I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n. II do parágrafo anterior; (Aberto ao público) (o hotel não é casa, salvo o apartamento ocupado, mesmo que no momento não tenha ninguém, pois ele está ocupado, não será casa, se alguém invadir as dependências comuns do hotel.) II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. (bar em geral) Bem jurídico protegido – inviolabilidade de domicílio, conforme determinado na Constituição Federal art. 5º, XI Sujeito ativo – qualquer pessoa Sujeito Passivo “quem tem direito” Proprietário ou inquilino (morador) Tipo Objetivo Conduta Entrar Completa Permanecer Quando tenha entrado com consentimento Entrou de forma amigável, convidado, autorizado, mas não saiu, permaneceu. Entrada sem consentimento Permanência é mero exaurimento Quando entrar na casa sem autorização e permanece, a permanência é apenas exaurimento, ou seja o crime já se consumou. Tipo subjetivo – dolo, precisa haver dolo, no caso de entrar em casa errada por engano, não haverá crime, pois há ausência de dolo (conduta atípica por falta de dolo) Erro de tipo Formas Clandestina Escondido, oculto Astuciosa Fraude, dissimuladamente (entregador de pizza...) Ostensiva Às claras Sem consentimento Tácito ou expresso Casa: A expressão “casa” compreende: I – qualquer compartimento habitado; Casa, apartamento, barraco, cabine de caminhão (a parte usada para dormir) ou barco. Desabitada. *invadir uma fazenda não necessariamente será casa, apenas a casa da fazenda será interpretada como casa, salvo se forem as partes produtivas. CONSUMAÇÃO Entrada (crime instantâneo) Permanência (crime permanente) TENTATIVA Possível – pode fracionar o inter criminis CONCURSO APARENTE DE NORMAS O crime é subsidiário – normalmente a invasão é meio para que outro seja cometido, nesse caso ele é simples meio. Sendo assim, ele ocorrerá apenas se não for praticado crime meio. FORMAS QUALIFICADAS – condições alternativas Cometido durante a noite – parametrizado a partir do pôr do sol (natural) – ratio legis – nestes momentos há uma maior vulnerabilidade. (quando há festiva vigília [festa] não se aplica, pois as pessoas não estão vulneráveis) Cometido em lugar ermo – lugar despovoado (vulnerabilidade) Cometido com emprego de violência 1ª corrente defende que é violência contra a pessoa ou coisa. 2ª corrente defende que a violência é contra a pessoa. Poderá ser qualificado pelo uso da parede, não é arma, pois não da para manusear, mas qualifica por uso da violência. Cometido com uso de arma (algo que possa manusear) Arma Própria – aquela que foi feita para o ataque ou defesa. (arma de fogo, punhal, adaga...) Arma Imprópria – aquilo que é adaptado para o ataque. (faca de cozinha, ácido..) Cometido por 2 ou + pessoas Uma das pessoas é inimputável – o imputável será condenado a crime de invasão de domicílio e será qualificado, pois mesmo que não seja imputável, caracteriza a forma qualificadora. Um deles é absolvido – não impede a condenação do outro pela forma qualificada. (quando há certeza que duas pessoas estavam no local) CUMULAÇÃO 150 + 129 = lesão corporal – aplicação cumulativa. A lesão foi meio para invasão do domicílio, então cumulará as penas e causou lesão corporal. 15/09/14 FURTO Art. 155. “Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa”. Não necessariamente não será visto, o crime é praticado sem violência ou grave ameaça, você pode ver o crime, mas não sofrer violência ou ameaça, ainda sim será furto. Bem jurídico protegido Patrimônio Econômico Sentimental? – não poderá ser objeto deste crime se for bem exclusivamente sentimental. Sujeitos do crime – crime comum Sujeito ativo Qualquer pessoa Com exceção do possuidor - Se a pessoa já tiver posse do bem, não será sujeito ativo deste crime e sim de apropriação indébita. ex.: Office boy vai depositar algum dinheiro, não será sujeito ativo, se ele ficar com o dinheiro será apropriação indébita. Se há posse, não haverá furto. Detenção vigiada – caixa de uma loja, que é vigiado e pega o dinheiro, será furto, pois não está na posse da coisa. Sujeito passivo Qualquer pessoa Proprietário Possuidor – aquele que possui a posse da coisa. Exceto aquelas pessoas que não possuem nada. Tipo Objetivo Conduta Subtrair – entrar em contato com a coisa. Retirar a coisa da esfera de disponibilidade da pessoa. Objeto material Coisa Substância corpórea Tangível Animais – não são vítimas de sequestro. Cadáver? Sim: anatomia (subtração de um cadáver de uma faculdade de medicina será furto) – não: Sepultamento (se ele já foi sepultado, acontecerá o crime contra os mortos ou ocultação de cadáver) Ser humano –não Sim: banco de sangue (deixa de ser parte do ser humano e passa a ter valor econômico). Não: cabelo (lesão) – faz parte do corpo e não poderá ser passível de furto, apenas quando já está cortado, como para doação ou para venda, por não está mais no corpo e está coisificado, poderá ser objeto de furto. Cheque Sim: preenchido Controverso: em banco – a jurisprudência se divide. (o cheque não preenchido é um papel e em si não tem valor, poderá ser utilizado em crime futuro, mas não em relação ao papel) (a potencialidade que há nele é suficiente para que haja crime de furto). Alheia O que pertence a outrem Imprescindível que tenha dono Não: Res nullius – aquilo que nunca teve dono. Nunca pertenceu a ninguém. Res derelicta – coisa abandonada. Res deperdicta: 169, Parágrafo único, II. – coisa perdida, não é passível de furto. Seria apropriação de coisa achada e não furto. Coisas de uso comum: água, ar Salvo se destacados do meio ambiente. Objetos sepultados– não será crime de furto, pois não será de mais ninguém. Será crime de violação de sepultura. (violação de respeito aos mortos) Móvel Transportável Originalmente imóvel – mobilizado Árvores, estátuas, telhas Originalmente não é móvel, mas por algum processo é mobilizado, através de partição, destruição... Barcos e aeronaves CC (art. 1473, VI e VII) – equipara à imóvel – hipoteca – para efeito de hipoteca são equiparados a bens imóveis. No entanto para o Direito Penal, será bem móvel e passível de furto. Princípio da insignificância - quando a lesão ao bem jurídico é muito pequeno, será aplicado este princípio e não será crime. Art. 155, §3º - FURTO DE ENERGIA “§ 3.º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico”. Equiparação – se há equiparação é porque não é originariamente e deseja o mesmo tratamento. Energia elétrica Outra de valor econômico Energia telefônica Controverso: sinal de TV a cabo. Tipo Subjetivo Dolo (erro de tipo) – supor que a coisa é dela ou que tem autorização para levar o objeto. Elemento subjetivo do tipo – precisa ter uma finalidade. Serve para indicar que o furto apenas é configurado se quiser ser o senhor da coisa. “Para si ou para outrem” Fim de assenhoreamento (animus furandi) Não configura Furto de uso Subtração para destruir Consentimento da vítima *obs.: Furto de uso não é crime – pois pega a coisa, para uso e depois devolve nas mesmas condições. Não houve desejo em ser dona da coisa. Consumação e Tentativa Consuma-se Posse mansa e tranquila da coisa – não tem vigilância nem perseguição. Não importa o tempo ou distância percorridos. Na medida em que há perseguição ou vigilância, não será consumado o crime. (ex.: pessoa que furta algo dentro do supermercado, mas está sob vigia o tempo todo e ele é pego fora do mercado). Fora da esfera de disponibilidade da vítima – a vítima não possui mais a posse da coisa, não está mais disponível à vítima. Tentativa Admissível (crime material) Está sob vigia ou ocorre perseguição e consegue pegar o bem furtado, sendo assim o crime será tentado. Há início do crime, mas não é consumado. Não ocorre a posse mansa e pacífica da coisa. Crime impossível Quando a vítima não possui objeto pacífico de furto. (art. 17) Furto Majorado Repouso noturno Moradores da localidade repousam Distinto do art. 150, §1º Cabível Estabelecimento Comercial fechado Casa de Veraneio Incabível Casa em festa Formas qualificadas Em via pública Estabelecimento comercial aberto Furto Privilegiado Requisitos Primário Não reincidente Pequeno valor Critério objetivo Independe da condição da vítima Não superior a um salário mínimo Distinto de prejuízo Consequências Substituição Da reclusão por detenção Redução de 1/3 a 2/3 Aplicação exclusiva de multa Furto Qualificado “§ 4.º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas”. Obstáculos Destruição ou rompimento de obstáculo à coisa (intensidade do dolo ao cometer o furto, sendo mais reprovável) Controvérsia Própria coisa – vidro do carro (não é um corpo estranho ao carro, sendo assim é irrelevante, mas quando for para pegar uma bolsa sim) Remoção de telhas Prova Pericial – precisa ser feito para que alguém possa ser acusado de furto qualificado. Exame de corpo delito Vestígios do crime (art. 158,CPP) Abuso de confiança – não basta uma relação empregatícia, mas sim uma relação subjetiva. Precisa se prevalecer da confiança, precisa prevalecer desta confiança para praticar o crime. Relação subjetiva Mediante Fraude – não é estelionato, aqui a fraude é usada para que a outra parte entregue as coisas. A fraude é usada para praticar o furto. (furto em uma loja de roupa, enquanto a outra pessoa simula que está comprando) Meio para a subtração Escalada Como no rompimento de obstáculo, a escalada intensifica q reprovabilidade do crime. É preciso que o acesso se dê verticalmente. A escalada precisa ser feita por meio de um esforço extraordinário. Pode ser com corda, escada... Acessar lugares altos ou baixos de modo extraordinário Destreza Hábil. Habilidade especial com as mãos que o agente usa para praticar o furto. Habilidade extraordinária, especialmente com as mãos; ligeira de movimentos. * configurará quando o celular é abruptamente retirado da vítima. (arrebatar = pegar e sair correndo) * há tentativa por destreza, desde que a vítima não tenha percebido. Chave Falsa Falso é o que não é verdadeiro Houaiss Contrário à realidade ou à verdade; inexato, sem fundamento Em que há mentira, fingimento, dolo Que não é verdadeiro; fictício, enganoso Mixa, gazua Posição do Noronha Chave encontrada – a chave verdadeira encontrada é dada como falsa. Concurso de pessoas Duas ou mais Presença física na execução Controvérsia Jurisprudência – predominância que não é imprescindível – não precisa estar os dois no mesmo local. Coautor inimputável Configuração da qualificadora – não importa, o maior será condenado por furto qualificado. Não identificado o coautor – será condenado por furto qualificado, visto que não há dúvida da presença de outra pessoa. Absolvição do coautor. Não admite presunção. 06/10/2014 Roubo Semelhante ao furto (Conduta, objeto Material, elemento subjetivo do tipo) Art. 157 Bem jurídico Crime Pluriofensivo Patrimônio Incolumidade física Liberdade individual Sujeito ativo e passivo Qualquer pessoa Violência – vis absoluta Força física Contra a pessoa Questões Controversas Trombada Pode ser furto ou roubo Arrebatamento Retirar a coisa da mão ou do corpo da vítima Grave ameaça – vis relativa Promessa de mal grave e iminente Direta = à própria vítima Indireta = a terceiros Configura-se Simulação de arma Arma de brinquedo É uma ameaça. Promessa de algo que tem o poder de intimidar “é um assalto, passa a grana!” Violência Imprópria “ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência” É necessário que o autor retire a capacidade de resistir da vítima. Fórmula genérica Sonífero Hipnose A denúncia deve especificar qual o meio utilizado Insuficiente a mera repetição do texto da lei O agente deve ter dado causa (comparar §1º, 217-A) Se a vítima se coloca na situação = não configura Tipo subjetivo Dolo Consumação e tentativa Consumação Com a posse tranquila Tentativa Possível, se o agente usa violência ou grave ameaça, mas não obtém a coisa. Questões especiais “roubo de uso” Mesmo que ele não queira se assenhorar, configurará o crime, por ser pluriofensivo. Crime pluriofensivo Conduta típica Princípio da insignificância Crime pluriofensivo Não é aceito Crime impossível Ocorre no roubo quando a vítima não possui nada que possa ser subtraído no roubo. Roubo Impróprio §1º art. 157 Violência utilizada para a impunidade ou garantir a posse da coisa. Requisitos Subtração anterior Iniciou a execução de um furto Uso imediato da violência ou grave ameaça Logo depois da subtração Mesmo contexto fático Finalidade de garantir a impunidade ou detenção. Momento consumativo Com o emprego da violência ou grave Independentemente de se atingir o fim desejado Impunidade Detenção Tentativa Possível Tenta usar a violência (fragoso) Impossível Não há como tentar usar a violência ou grave ameaça Hungira, Noronha, Damasio, Rios Gonçalves, STF e STJ) Se o agente não consegue subtrair e na fuga usa violência Tentativa de furto e crime contra a pessoa Pode haver prática de lesão corporal. Não há roubo impróprio nesse caso 13/10/14 Roubo Majorado §2º, art. 157 Crime com aumento de pena. 1/3 – 1/2 1 – Roubo praticado com emprego de arma. Precisa haver o uso, se ele portar a arma, mas não utiliza, nãoé causa de majoração. - arma: - Própria: aquilo que é feito para o ataque ou para a defesa, pode ser de fogo ou branca (punhal, adaga). Ex.: arma de fogo. - Imprópria: objeto que não foi feito para o ataque ou defesa, mas é utilizado para esse fim. Ex.: faca. - Simulacro: não majora. Posição do STF é que não majora. Súmula 174-STJ. - A arma desmuniciada (não é majorante, pois há falta de potencialidade lesiva) quebrada – inapta (não configura a causa de aumento de pena, pois há falta de potencialidade lesiva). - Arma não periciada (não foi submetida a perícia) – é possível a configuração da majorante se houver outro meio de prova. (questão probatória). Qualquer meio de prova é aceito desde que prove que a arma era apta. Concurso porte de arma de fogo (porte de arma) Posse transitória, apenas para o roubo – o roubo absorve o porte, pois o porte é apenas um crime meio para execução do crime fim. Posse preexistente – responde por concurso material. Art 69 do CP. Roubo + Porte de arma. Inciso II, 157 – concurso de pessoas – mesma regra do furto Inciso III, 157 – Serviço de transporte de valores. O autor deve conhecer tal circunstância. Ex.: quando rouba alguém que carrega valores mas o autor não sabe. (não configura) Inciso IV, 157 – quando leva o veículo para outro local – mesma regra do furto. Inciso IV, 157 – Liberdade Restrita. Seu poder – o autor do crime exerce poder sobre a vítima. Não haverá se a pessoa for amarrada, pois não estará sob o seu poder. ELA PRECISA ESTAR SOB PODER DO AGENTE. Sempre há no roubo a restrição de liberdade, podendo ser transitório ou haver tempo significativo dessa restrição de liberdade. Ex.: privar a pessoa de liberdade para que ela forneça alguma informação, haverá majorante, devido ao estresse e pressão. Ex.: quando tranca a pessoa no quarto para roubar a casa, não configura. Roubo Qualificado – diz que a pena será de tanto a tanto. §3º, 157 7-15 anos – roubo qualificado por lesão grave. 20-30 anos – roubo qualificado pela morte – latrocínio. Ex.: o autor aponta a arma para um senhor de idade, o autor não usa nenhum tipo de violência e ele acaba tendo um infarto, isso não é qualificado. a morte precisa ser decorrente da violência física. Art. 159,§2º - diferença (fato que resulta lesão). SÃO INAPLICÁVEIS AO §2º As majorantes são aplicáveis aos parágrafo primeiro e ao caput. O §3º NÃO É APLICÁVEL AO §2º. mas a qualificadoras são aplicáveis tanto ao roubo próprio ou ao impróprio. Ex.: pessoa que comete furto de botijão de gás e o proprietário aparece, o autor atira o botijão e acaba acertando a cabeça da vítima na cabeça a matando. Ele pratica roubo impróprio, mas como a vítima morreu, será latrocínio. Resultado: Dolo Culpa – ex.: Pessoa morre após ser amarrada, não há dolo em matar a pessoa, apenas em cometer o roubo.
Compartilhar