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RESUMO PENAL 1

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DIREITO PENAL 
 
Para haver convivência, cria-se regras. Abrimos mão de nossa liberdade. 
 
Este semestre: Art. 1º ao 28º - Teoria do Crime. 
 
CONCEITO: 
Formal – conjunto de normas (impõe obrigação) que limitam o poder punitivo do Estado, instituindo as 
infrações penais e suas correspondentes sanções. 
Material – previsão de comportamentos reprováveis ou danosos à sociedade, afetando os bens jurídicos por 
ela tidos como mais importantes. 
  Bens Jurídicos: todo valor social (material ou imaterial) incorporado pelo Direito. 
 
MISSÃO: 
Proteger a convivência em sociedade através da coação estatal, assegurando, assim, a eficácia da norma 
jurídica. 
 
OBJETIVO: 
Regular a aplicação do jus puniendi, prevendo suas hipóteses de aplicação, bem como os limites de seus 
exercícios. 
 
FUNÇÕES: 
 - Garantia ao cidadão que o direito não vai ser aplicado arbitrariamente; 
 “ART. 1º, CP - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.” 
 - Proteção dos Bens Jurídicos: protege contra condutas não gravosas; 
 - Instrumento de Controle Social; 
 - Simbólica (coação). 
 
JUS PUNIENDI: legitimidade para punir. 
JUS PESSEQUENTI: direito de perseguir o agente em juízo ou fora dele. 
 
NATUREZA: (essência) 
 - Constitutiva: hipóteses para própria aplicação. 
 - Sancionatória: sanções para as hipóteses. 
 
CÓDIGO PENAL : 
 - Parte Geral: art. 1º ao 120º (estruturação do direito penal); 
 - Parte Especial: art. 121º ao 359º (crimes em espécies e sanções). 
 
CORRENTES: 
 - Abolicionista: acabar com o direito penal; 
 - D. P. Máximo; 
 - D. P. Mínimo. 
 
POLÍTICA CRIMINAL: 
Busca o aprimoramento do convívio social, a partir de reformas da legislação positivada, ou seja, parte da norma. Por 
exemplo: usar droga deveria ser crime típico? 
- Conceito: ciência independente que busca criticar e representar propostas para a reforma do Direito Penal vigente, 
a partir da análise da realidade social. 
- Funcionaria como uma ponte entre a teoria jurídica-penal e a realidade. 
 
CRIMINOLOGIA: 
A partir do fato social, busca conhecimento naquilo que muitas vezes é sonegado quando acontece um delito. Quer 
estudar por que o cara praticou o crime. Por exemplo: o comportamento da vítima de alguma maneira influenciou a 
prática daquele crime? 
- Conceito: ciência empírica, de cunho interdisciplinar, que estuda o crime, o criminoso, a vítima, a partir do método 
causal-explicativo. 
DP 
- Aborda-se cientificamente os fatores que podem conduzir o homem ao delito. 
 
DIREITO PENAL E OUTROS RAMOS DO DIREITO 
Direito é um só, as divisões são para fins metodológicos. Todo Direito deve ser lido a partir do Direito Constitucional. 
- D.P. e D. Administrativo: diferença muito tênue; vai se diferenciar na sanção aplicada em determinado 
comportamento (Ex.: dirigir bêbado – cassar o direito de dirigir (sanção administrativa) e ir preso de acordo com o art. 
306 do Código de Trânsito; o dirigir embriagado apesar de ser um comportamento único pode ter 
responsabilidades/repercussões em 2 áreas). Também ajuda a complementar o alcance/interpretação/sentido da 
norma (Ex.: o que é droga? Está na Portaria nº 344 da Anvisa). 
- D.P. e D. Processual Penal: procedimento/forma do direito de punir do Estado, aplicando o Direito Penal. O DPP 
instrumentaliza a aplicação do DP. 
- D.P. e D. Civil: quando o D.C. não dá conta de resolver o conflito, aí entra o D.P., no sentido de proteger o bem 
jurídico, porém com uma sanção mais gravosa no tocante a pena privativa de liberdade. Em regra, difere-se na 
intensidade da pena. 
 
PRINCÍPIOS 
EXPLÍCITOS (LAIPI) 
 - Estrita legalidade ou reserva legal (1º, CP; 5º, XXXIX, CR): somente pode ser lei para fins de DP (criação de 
crimes/tipificação de condutas) as leis ordinárias; 
 - Anterioridade (1º, CP; 5º, XXXIX, CR): lei deve ser anterior à prática do delito; 
 - Irretroatividade da lei penal (5º, XL, CR): salvo em benefício do réu; 
 - Personalidade (5º, XLV, CR): responsabilidade somente pessoal; 
 - Individualização da penal (5º, XLV, CR): pena deve ser individualizada/personalizada, assim como a 
individualização do crime e do réu. 
IMPLÍCITOS 
 - Intervenção mínima ou subsidiariedade: 
 DP como a última ratio (recurso). 
 Caráter Subsidiário. 
 - Fragmentariedade 
 Somente as condutas mais gravosas e perigosas em relação aos bens jurídicos mais importantes. 
 - Culpabilidade: somente condutas produzidas a título de dolo (intenção) ou culpa (“sem querer” a partir de 
um comportamento descuidado). 
 Proibição de resp. penal objetiva, em regra. 
 - Taxatividade: (dirige ao legislador) o DP não admite analogia. 
 A norma precisa ser clara e precisa. Ex.: O tráfico de drogas é crime hediondo porque fala na lei, mas 
na associação ao tráfico não fala sobre, então não pode haver analogia. 
 - Proporcionalidade 
 Identidade entre a gravidade da infração e a pena cominada. 
 - Ne bis in idem: ninguém pode responder 2 vezes pela mesma circunstância, da mesma forma, ninguém pode 
ser agraciado/beneficiado 2 vezes pelo mesmo direito. 
 - Lesividade 
 Conduta que agrida o bem jurídico (tem que efetivamente violar). 
 - Humanidade: as penas devem respeitar os direitos humanos. 
 - Adequação Social: sociedade começa a aceitar o crime como normal; materialmente não afeta o bem jurídico. 
 - Insignificância (não aplica para a integridade do sistema financeiro) 
 Conceito: aquele que retira a tipicidade material em razão da ínfima lesão do direito tutelado. 
 Requisitos: 
 Objetivos (HC92961 – STF) 
 - mínima ofensividade da conduta; 
 - ausência de periculosidade social da ação; 
 - reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; (sociedade não reprova) 
 - inexpressividade da lesão jurídica. 
 Subjetivos (HC60949 – STJ) 
 - valor sentimental do bem para vítima; 
 - não reintegração da conduta. (não pode tornar como um modo de vida) 
 Consequências: retira a tipicidade material, se não é um fato típico, então não há crime. 
Buscam 
afastar a 
Tipicidade 
Material; 
Não estão 
positivados 
Crimes Tributários: não se aplica insignificância mediante fraude ou reiteração da conduta; o crime só 
se aplica depois de finalizado o processo administrativo. 
 - Lei 10.522/02, art. 20: 
“Art. 20. Serão arquivados, sem baixa na distribuição, mediante requerimento do Procurador 
da Fazenda Nacional, os autos das execuções fiscais de débitos inscritos como Dívida Ativa da 
União pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional ou por ela cobrados, de valor consolidado 
igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais).” 
 O que é insignificante para união, pode não ser para os estados e/ou municípios. 
 - Jurisprudência: 
 Federal – Lei 10.522/02 e Portaria 75 da Receita Federal: 
“I - a não inscrição na Dívida Ativa da União de débito de um mesmo devedor com a Fazenda 
Nacional de valor consolidado igual ou inferior a R$ 1.000,00 (mil reais); e II - o não 
ajuizamento de execuções fiscais de débitos com a Fazenda Nacional, cujo valor consolidado 
seja igual ou inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais).” 
 Estadual – 
 
 Municipal – 
 
FONTES DO DIREITO PENAL 
Emana do Direito Penal de acordo com a modificação, criação e exclusão de normas. 
Espécies: - Material ou de Produção: União legisla (Art. 22, I, CF) 
 - Formal ou de Conhecimento: 
Espécies: - Imediatas: Lei Stricto Sesu (normal geral e abastrata emanada do Poder 
Legislativo Federal. 
 - Mediatas: 
Costumes – reiteração de uma regra de conduta, a partir do 
reconhecimento da necessidade jurídica de tais atos. 
Doutrina – resultado da atividade interlectual dos estudiosos do D. 
Jurisprudência – decisões reinteradas dos tribunais. 
 
LEI PENAL 
É a fonte imediata da forma penal. 
Características: - Descritiva:descreve condutas consideradas como criminosas, impondo respectivas penas. 
Estrutura: - Preceito Primário: descrição da conduta criminosa. 
 - Preceito Secundário: pena cominada em abstrato. 
Espécies: -.Incriminadoras: criam crimes e cominam penas (tipificam comportamentos). 
 - Não-Incriminadora: não preveem crimes e penas, atuando na estruturação da ciência penal. 
 Permissivas: autorizam praticas de condutas típicas (excludentes da ilicitude). 
Exculpantes: afastam a culpabilidade do agente ou que preveem a impunibilidade de 
determinados delitos. 
 Interpretativas: exclarecem o conteúdo e o significado de outras leis penais. 
- Completas ou Perfeitas: reúnem todos os elementos da conduta crimonosa, não precisando sem 
complementada por nenhum outro instrumento. 
- Incompletas ou Imperfeitas: demandam a intervenção de outro estatuto jurídico para a definição da 
conduta típica (norma penal em branco – Art. 33, Lei 11.343/2006) ou da atuação do intérprete (tipo 
penal aberto – Art. 233, CP). 
 
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL 
Desvelar o real significado da norma penal (buscar o mens legis e não a mens legislatoris). Norma penal deve seguir 
os preceitos constitucionais. 
Espécies: - Quanto às fontes: 
 Autêntica ou Legislativa – dada pelo próprio Poder Legislativo. 
 Jurisprudencial – dada pelos tribunais. 
 Doutrinária – produzidas pelos doutrinadores (jurisconsultos). 
 - Quanto aos meios: 
Gramatical ou Liberal – interpretação fixada no significado vemacular dos termos que 
compõem a norma. 
História – interpretação que se oriente a partir das finalidades e motivos que ensejaram a 
produção de norma jurídica. 
Lógico-Semantica: procura interpretar a norma dentro do sistema no qual ela se 
insere. 
 - Quanto aos resultados: 
 Declarativa – extrai-se o significado dos preceitos que formam a norma. 
 Extensiva – extende-se o sentido do texto. 
 Restritiva – limita o alcance do texto. 
Analogia: integração das normas para suprir lacunas. Complementa omissões normativas por outras normas que se 
aplicam ao caso, a partir da integração com outros dispositivos legais. 
 - Hipóteses: nunca pode agravar a situação do réu; aplica-se somente em leis não-incriminadoras. 
 - Espécies: 
In malam partem – aplicação ao caso omisso de uma lei desfavorável ao réu (não é permitido 
no direito penal brasileiro). 
In bonam partem – aplicação ao caso omisso de uma lei favorável ao réu (é admitido pelo 
direito penal brasileiro). 
 
LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) 
Regra – Tempus Regit Actim: se aplica a lei vigente à época do ato praticado. 
Exceção: - Extratividade da Lei: aplicação da lei fora da vigência. 
 Espécies: 
Retroatividade: os efeitos da lei penal mais benéfica voltam no tempo atingindo os 
fatos praticados antes da sua vigência. 
 
 
 
Ultratividade: os efeitos da lei penal revogada, se mais benéficos, continuam aplicáveis 
aos fatos praticados durante sua vigência. 
 
 
 
Hipotéses de Conflito de Leis Penais no Tempo: 
- Abolitio Criminis: se uma lei nova descriminaliza determinada conduta, então retira sua ilicitude. Atinge 
processos em curso e, inclusive, aqueles que já com trânsito em julgado. Retira todos os efeitos penais, 
podendo permanecer outros. Retroage. Não retira o compromisso civil 
 - Novatio Legis Incriminadora: se uma lei nova tipifica como crime determinada conduta, aplica-se somente 
aos fatos cometidos após o início de sua vigência. Não retroage. 
- Novatio Legis In Pejus: se uma lei nova agrava a situação do agente, aplica-se somente aos fatos cometidos 
após a sua vigência. Não retroage. 
- Novatio Legis in Mellius: se a lei nova atenua a situação do agente, aplica-se aos cometidos antes e depois da 
sua vigência. Retroage. 
Competência para Apreciação do Conflito: 
 - Se o conflito se der no processo de conhecimento: juiz de primeiro grau. 
 - Se o processo se der na fase recursal: tribunal ao qual se destina o recurso. 
 - Se o conflito se der após o trânsito em julgado da condenação: juízo da execução. 
Lei Intermediária: lei que ganha vigência após a data do fato e é revogada antes da solução do caso. 
 - Hipótese: 
Lei Intermediária mais Benéfica: é aplicável. Retroage em relação à lei anterior e exerce a ultratividade 
face a lei posterior. 
Lei Intermediária mais Gravosa: não se aplica. 
 
 
 
Lei Penal e Vacatio Legis: segndo Nucci e Bitercourt, a lei penal mais benéfica pode ser aplicada ainda que esteja em 
período de vacatio legis. 
Conjugação de Leis: é a junção dos aspectos benéficos de uma lei anterior e posterior. 
 Porém, de acordo com a Súmula 501, STJ: 
 “é cabível a aplicação retroativa da lei nº 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas 
disposições, na integra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da lei nº 6.368/1976, sendo vedada 
a combinação das leis.” 
Lei Excepcional ou Temporária (Art. 3º, CP): são leis feitas para durar determinado tempo, enquando durar 
determinada situação anormal. Possuem prazo de vigência determinado (ex.: estado de calamidade/período de 
emergência), se autorevogam. 
- Leis Excepcionais e Princípio da Retroatividade da Lei Penal Benéfica: às leis excepcionais não se aplica o 
princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica, pois, se o fizesse, não haveria necessidade das leis penais 
excepcionais, já que cessada a situação de emergência, se voltaria a aplicar a norma mais branda. Portanto, as 
leis execepcionais são sempre ultrativas. 
Tempo do Crime (Art. 4º, CP): consideração temporal do momento em que se considera praticada a infração penal. 
 - Teorias: 
 Resultado: o crime se da no momento do resultado da conduta. 
Exceção: no cálculo da prescrição da pretenção punitiva abstrata, o marco inicial é o dia da 
consumação do crime e não o da conduta. 
Atividade: (ADOTADA PELO CPB) o crime se efetiva no momento da conduta (ação ou omissão). 
Momento em que o agente exterioriza sua vontade. 
 - Tempo do Crime e Súmula 711, STF: 
“A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é 
anterior à cessação da continuidade ou da permanência.” 
Conclui-se então que, em caso de crime continuado (serial killer) ou permanente (sequestro), se 
sobrevier lei mais gravosa vigente antes da cessação da continuidade, este será aplicada ao caso sem 
se poder falar de retroatividade in mala partem. 
 
LEI PENAL NO ESPAÇO (Art. 5º, CP) 
Aplicação da Lei Penal no que toca o espaço (território). 
Princípios: (RENAJUDETE) 
 - Territorialidade: aplicação da lei penal brasileira no território brasileiro. 
 Temperada: (...) salvo tratado ou conveção internacional, que o brasil seja signatário. 
- Defesa ou Proteção: aplica-se a L.P.B. em razão da qualidade do bem jurídico tutelado, independente da 
nacionalidade de seu agressor e/ou de sua localização. (Condição: deve estar em território sob jurisdição 
brasileira). 
- Justiça Universal: visa coibir determinados crimes em âmbito internacional. 
 - Nacionalidade ou Personalidade: diz respeito a nacionalidade brasileira do agente. 
 - (SUBSIDIÁRIO) Representação da Bandeira: só se aplica na ausência dos demais; aplica-se a L.P.B. a crimes 
praticados a bordo de aeronaves e/ou em embarcações privadas que ostentam a bandeira brasileira, mesmo 
que em território estrangeiro. 
Território Nacional: todos os lugares onde se aplica a L.P.B. compreendendo a superfície: terrestre, rios e mares, e 
seus respectivos espaços aéreos. 
 - Lato Sensu 
 Compreende: 
 Superfície Terrestre: solo ou subsolo. 
 Rios e Águas Terrestres: espaço marítimo e fluvial. 
Mares (Lei Nº 9.617/93) – na maré baixa são 12 milhas marítimas para dentro (para 
fins penais): milha marítima equivale à 1.852 m. 
 Espaços Aéreos: está em cima dos territórios, riose mares. 
 Teoria da Coluna Atmosférica. 
 Embarcações e Aeronaves: 
 Público – (Art. 5º, § 1, CP) aplica-se independente do território. 
Privado – se tiver a serviço público, aplica-se independente do território. Se for 
totalmente privado, ai é aplicada a L.P. do território. 
 
 
 
 
LUGAR DO CRIME (Art. 6º, CP) 
Lugar onde se considerará praticada a infração penal. 
Teorias: 
 - Resultado: considera-se a infração onde o resultado aconteceu. 
- Atividade: considera-se a infração onde praticado o crime no local onde ocorreu a conduta, mesmo que outro 
seja do resultado. 
- Mista ou da Ubiquidade: (ADOTADA PELO CPB) considera-se praticado o crime tanto na atividade, quanto no 
resultado. 
EXTRATERRITORIEDADE (Art. 7º, CP) 
Aplicação da L.P.B. a fatos praticados fora do território. 
Espécies: 
- Incondicionada: aplica-se a L.P.B. nos crimes praticados no exterior independente de qualquer condição, 
mesmo que o agente tenha sido julgado no estrangeiro... Mas é necessário que haja a entrada em território 
brasileiro. 
 Hipóteses (Art. 7º, I, CP) 
*Crimes praticados contra a vida ou liberdade do Presidente da República. 
*Crimes praticados contra o patrimônio ou interesses da União, Distrito Federal, de Estado, 
Território, Município, Empresa Pública, Sociedade de Economia Mista, Autarquia ou Fundação 
do Poder Público. 
*Crimes praticados contra a Administração Pública por quem esteja a seu serviço. 
*Crime de Genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. 
*Art. 2º, da Lei Nº 9.455/1997 – Crimes de Tortura. 
Crime no Brasil e não crime no Estrangeiro: mesmo que a conduta seja lítica no estrangeiro, o agente 
será processado no Brasil. 
Bis In Idem: no Art. 8º, CP, faz que a pena cumprida no estrangeiro seja abatida de eventual 
condenação no Brasil. 
 - Condicionada: aplica-se a lei brasileira quando satisfeitos alguns requisitos. 
 Hipóteses: 
 *Crimes que por tratados ou convenções, o Brasil se obrigou a reprimir. 
 *Crime praticado por brasileiro (princípio da nacionalidade). 
*Crimes praticados em aeronaves e navios privados com bandeira brasileira, quando em 
território estrangeiro e lá não tiverem sido julgados (princípio da representação). 
*Crimes praticados por estrangeiros contra brasileiros fora do Brasil (Art. 7º, § 3º, CP) 
 Condições de Processabilidade: 
 I. Entrada do agente em território nacional. 
 II. O fato ser punível também no país em que foi praticado (princípio da dupla tipicidade). 
 III. Estar o crime incluído entre aqueles que a lei brasileira autoriza a extradição. 
 IV. O agente não ter sido absolvido no estrangeiro ou não ter ali cumprido pena. 
 V. Não ter a punibilidade extinta por algum motivo, segundo a lei mais favorável. 
 VI. Ainda: 
- O indeferimento da extradição ou o seu não requerimento pelo país onde ocorreu a 
infração. 
- Requisição do Ministro da Justiça. 
 
CONFLITO APARENTE DE NORMAS (Art. 12, CP) 
Quando 2 ou mais normas se pretendem aplicadas ao caso. 
Critérios de Solução: 
 - Especialidade: lei especial prevalece sobre a lei geral. 
 - Subsidiariedade: norma que constituí parte de outra mais gravosa. 
- Alternatividade: quando a conduta pode ser praticada de diversas formas, de maneira que o cometimento 
de 1 ou de várias configura crime. São os chamados tipos alternativos ou de ações multiplas. – Configura 
apenas 1 crime. 
- Consunção ou Absorção: crime fim absorve crime meio. (Tudo gira em torno do dolo – vontade fim do 
agente). 
Espécies: 
 - Antefato Impunível: conduta anterior ao fato mais grave não é punível, sendo uma mera etapa daquele. 
- Pós-fato Impunível: conduta posterior ao fato mais grave não é punível, sendo um mero desdobramento 
daquele. 
 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL EM RELAÇÃO AS PESSOAS 
Princípio de Igualdade. 
Imunidade Diplomática: (quando há reciprocidade com os outros países) prerrogativa de direito público externo que 
excluí a jurisdição brasileira, concedendo aos diplomatas imunidade penal, civil e tributária. 
 *Vincula-se à função e não à pessoa. 
 - Previsão Legal: Decreto Lei Nº 56.435/1965, Art. 31, § 1º. 
 - Extensão: (Art. 37, Convenção de Viena) 
 *Diplomata e seus familiares. 
 *Agentes de órgãos internacionais. 
*(NÃO TEM “CARTA BRANCA”) Funcionários técnicos e administrativos da sede diplomática, bem 
como os funcionários domésticos, desde que: 
 > O fato tenha sido praticado no exercício de sua função. 
 > Não seja brasileiro. 
 > Não tenha residência permanente no Brasil. 
 - Não têm direito à renúncia. 
Imunidade Parlamentar: prerrogativa de direito público interno personalíssimo (imunidade exclusiva) decorrente da 
função exercida que gera atipicidade da conduta. 
 *A imunidade não é do parlamentar, mas sim do parlamento. 
 - Espécies: 
*Absoluta ou Material: protege o parlamentar por seus votos, palavras e opiniões. Desde de que, 
guarde vínculo com o mandato (nexo com a função). 
Beneficiários: membros do Congresso Nacional (senadores e deputados federais) (Art. 53, CF, 
caput), os estaduais por equiparação (Art. 27, § 1º, CF), gozam de imunidade em todo o 
território nacional e face a qualquer autoridade de Estado; os vereadores somente tem no que 
abrange o município vinculado. 
*Formal ou Relativa: diz respeito à prisão e processamento dos parlamentares. Só se aplica aos 
membros do Congresso Nacional e os estaduais por equiparação. 
 Prisão: só pode ser preso em flagrante por crime inafiançável. 
 Processamento: a casa a qual ele pertence pode suspender o processo. 
O início e o término da imunidade, começa na diplomação e cessa no termino do mandato. 
 
CONTAGEM DE PRAZO NO D.P. (Art. 10, CP) 
Prazo Processual Penal: começa no dia útil seguinte ao conhecimento; conta-se em dias corridos. 
Prazo D.P. Material: começa do dia em que o ato aconteceu. 
 
CONCEITO DE CRIME 
Crime em poucas palavras é um fato típico, ilícito e culpável. Fato típico constitui-se de uma conduta (também de seu 
elemento subjetivo), de um resultado, de um nexo entre a conduta e o resultado, e de uma adequação na lei penal. A 
ilicitude ou o fato ilícito, é a contrariedade com o direito vigente. Também é necessário que seja culpável. Satisfeito a 
tipicidade, a ilicitude e a culpabilidade, então constitui-se crime, que é investigado, processado e julgado, com o Direto 
Penal Brasileiro. 
Espécies de Crime: 
 - Formal ou Nominal: são as condutas criminalizadas pela lei. 
Previsão Legal (Art. 1º, Dec. Lei nº 3.914/41) – “Considera-se crime a infração penal que a lei comina 
pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a 
pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão 
simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.” 
A pena de reclusão é aplicada a condenações mais severas, o regime de cumprimento pode ser fechado, 
semi-aberto ou aberto, e normalmente é cumprida em estabelecimentos de segurança máxima ou 
media. 
A detenção é aplicada para condenações mais leves e não admite que o inicio do cumprimento seja no 
regime fechado. Em regra a detenção é cumprida no regime semi-aberto, em estabelecimentos menos 
rigorosos como colônias agrícolas, industriais ou similares, ou no regime aberto, nas casas de albergado 
ou estabelecimento adequados. 
A prisão simples é prevista na lei de contravenções penais como pena para condutas descritas como 
contravenções, que são infrações penais de menor lesividade. O cumprimento ocorre sem rigor 
penitenciário em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime aberto ou 
semi-aberto. Somente são admitidos os regimes aberto e semi-aberto, para a prisão simples. 
 - Material ou Substancial: Toda conduta humana que lesa ou expõe a perigo bens jurídicos penalmente 
 tutelados(Efetiva necessidade de violação do bem jurídico). 
 - Analítico ou Dogmático: Divide o crime em estruturas lógico-constitutivas. De modo que, a estrutura 
 antecedente é um pressuposto lógico necessário da consequente. 
 Espécies: 
 Conceito Tripartite: O crime é um fato TÍPICO, ILÍCITO e CULPÁVEL. 
 Conceito Bipartido: O crime é um fato TÍPICO e ILÍCITO (Culpabilidade como pressuposto 
de aplicação da pena). 
 Crítica: Não é só a culpabilidade que se põe como pressuposto da pena, mas 
 também a tipicidade e a licitude, pois sem elas não há crime (Impossibilidade 
 de dissociação entre o autor e o fato). 
 Conceito Quadripartido: O crime é um fato TÍPICO, ILÍCITO, CULPÁVEL e PUNÍVEL 
(PUNIBILIDADE como possibilidade de imposição da pena.) 
 Crítica: Um crime prescrito (não punível) não desaparece do mundo fático. 
 Portanto a punibilidade aparece como consequência do crime. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES 
1. CRIME COMUM: Pode ser cometido por qualquer pessoa. A lei não exige nenhum requisito especial. 
2. CRIME PRÓPRIO: Só pode ser cometido por pessoas com determinadas características. Admite coautoria 
Exemplo: Infanticídio (só pode ser cometido pela mãe). 
3. CRIME DE MÃO PRÓPRIA: Só pode ser praticado pela pessoa descrita no tipo penal. Não admite coautoria. 
Exemplo: Falso testemunho (art. 342, CPB). 
4. CRIME DOLOSO: O agente incide, com vontade livre e dirigida, na descrição da norma penal incriminadora. 
5. CRIME CULPOSO: Mesmo não o desejando, o agente produz o resultado naturalístico em razão da negligência, 
imperícia ou imprudência de sua conduta. 
6. CRIME PRETERDOLOSO: O resultado do crime é mais grave do que o pretendido pelo agente (dolo no 
antecedente e culpa no consequente). O crime é agravado pelo resultado. Exemplo: Lesão corporal seguida 
de morte (art. 129, §3º, CPB). 
7. CRIMES UNISSUBJETIVOS OU DE CONCURSO EVENTUAL: Praticados por apenas 1 agente, mesmo admitindo 
a participação de outros. Exemplo: Homicídio (art. 121, CPB). 
8. CRIME PLURISSUBJETIVOS OU DE CONCURSO NECESSÁRIO: Para sua consumação demanda a presença de 
duas ou mais pessoas. Exemplo: Rixa (art. 137, CPB); Quadrilha ou bando (art. 288, CPB). 
9. CRIME DE DANO: Consuma-se com a efetiva lesão ao bem jurídico tutelado. Exemplo: Homicídio (art. 121, 
CPB); Furto (art. 155, CPB). 
10. CRIME DE PERIGO: Consuma-se com a mera exposição do bem jurídico a risco. 
 ESPÉCIES: 
 1. PERIGO CONCRETO: Consuma-se com a real existência de uma situação de risco ao bem 
 jurídico. Exemplo: Expor a vida de outrem a risco (art. 132, CPB); 
 2. PERIGO ABSTRATO: A situação de perigo é presumida. Exemplo: 1. Formação de quadrilha 
 ou bando (art. 288, CPB). 
11. CRIME MATERIAL: Consuma-se com a realização do resultado naturalístico. Exemplo: A morte no homicídio 
(art. 121, CPB); A subtração da res no furto (art. 155, CPB); A destruição no dano (art. 163, CPB). 
12. CRIME FORMAL: Consuma-se mesmo sem a realização do resultado naturalístico – sua ocorrência é 
indiferente. Exemplo: Ameaça (art. 147, CPB); Extorsão mediante sequestro. 
13. CRIME DE MERA CONDUTA: Consuma-se com a mera prática da conduta descrita no tipo, não havendo a 
previsão de resultado naturalístico. Exemplo: Ato obsceno (art. 233, CPB); Violação de domicílio (art. 150, 
CPB). 
14. CRIME COMISSIVO: É praticado através de uma ação. Exemplo: Homicídio (art. 121, CPB); Roubo (art. 157, 
CPB). 
15. CRIME OMISSIVO: Se consuma por uma omissão (abstenção de comportamento). 
 ESPÉCIES: 
1. CRIMES OMISSIVOS PRÓPRIOS OU PUROS: Não há o dever jurídico de ação em face do 
agente. O crime pode ser praticado por qualquer pessoa. O agente não responde pelo 
resultado, mas tão somente pela omissão. Exemplo: Omissão de socorro (art. 135, CPB). 
2. CRIME OMISSIVO IMPRÓPRIO, ESPÚRIO OU COMISSIVO POR OMISSÃO (art. 13, §2º, CPB): 
O agente tem o dever jurídico de agir. O crime só pode ser praticado por quem tenha o dever 
jurídico de agir. O agente responde pelo resultado. Exemplo: Salva-vidas que, podendo fazê-
lo, deixa de socorrer um banhista que vem a óbito. Responderá por homicídio culposo; Mãe 
que deixa de amamentar seu filho que falece por inanição. Responderá por homicídio culposo. 
16. CRIME INSTANTÂNEO: Consuma-se em um dado instante, sem prolongar-se no tempo. Exemplo: Homicídio 
(art. 121, CPB); Furto (art. 157, CPB). 
17. CRIME PERMANENTE: Sua consumação prolonga-se no tempo por vontade do agente. Exemplo: Extorsão (art. 
158, CPB); Tráfico de drogas (art. 33, Lei 11.343/2006); Sequestro e cárcere privado (art. 148, CPB). 
18. CRIME INSTANTÂNEO DE EFEITOS PERMANENTES: Consuma-se em um dado momento, mas seus efeitos 
perduram no tempo. Ao contrário do crime permanente, no qual os efeitos perduram por vontade do agente, 
aqui, nos crimes instantâneos com efeitos permanentes, os efeitos perduram por uma consequência lógica 
da consumação. Exemplo: Homicídio (art. 121, CPB); Bigamia (art. 235, CPB). 
19. CRIME A PRAZO: A consumação depende de determinado lapso de tempo. Exemplo: Lesão corporal grave que 
afaste a vítima de suas ocupações habituais por mais de 30 dias (art. 129, §1º, I, CPB). 
20. CRIME PRINCIPAL: Possui existência autônoma. Não depende de outro crime para se consumar. Exemplo: 
Furto (art. 155, CPB). 
21. CRIME ACESSÓRIO: Depende de um crime anterior para existir. Exemplo: Receptação (art. 180, CPB); 
Favorecimento pessoal (art. 348, CPB); Favorecimento real (art. 349, CPB). 
22. CRIME SUBSIDIÁRIO: Aplica-se somente se a conduta não representar crime mais grave. Exemplo: Perigo para 
a vida ou saúde de outrem (art. 132, CPB); Dano qualificado (art. 163, § único, II, CPB). 
23. CRIME SIMPLES: Aquele que se amolda em um único tipo penal. Exemplo: Homicídio (art. 121, CPB); Lesão 
corporal (art. 129, CPB). 
24. CRIME COMPLEXO: Resulta da união de dois ou mais tipos penais. Exemplo: Roubo (art. 157, CPB) = art. 
129/147 + art. 155; Latrocínio (art. 157, §3º, CPB) = art 121 + art. 155 67; Extorsão mediante sequestro (art. 
159, CPB) = art. 158 + art. 148. 
25. CRIME PROGRESSIVO: Aquele que, para consumar-se, demanda a realização anterior de outro crime menos 
grave. Exemplo: agente falsifica um documento particular (art. 298, CPB) para utilizá-lo, posteriormente, em 
um estelionato (art. 171, CPB); O agente responderá somente pelo crime mais grave (Princípio da consunção). 
26. PROGRESSÃO CRIMINOSA: Inicialmente, o agente deseja cometer um crime determinado, mas, após praticá-
lo, decide resolve prosseguir na violação do bem jurídico, produzindo outro crime mais grave. Exemplo: O 
agente deseja ferir seu oponente (art. 129, CPB), mas, após o fazer, decide matá-lo (art. 121, CPB) - O agente 
responderá somente pelo crime mais grave (Princípio da consunção). 
27. CRIME UNISSUBSISTENTE: Consuma-se com apenas um ato. Exemplo: Injúria (art. 140, CPB); Lesão corporal 
(art. 129, CPB). 
28. CRIME PLURISSUBSISTENTE: Consuma-se com a realização de vários atos. Exemplo: Estelionato (art. 171, CPB). 
29. CRIME DE FORMA LIVRE: Pode ser praticado através de qualquer meio. Exemplo: Homicídio (art. 121, CPB). 
30. CRIME DE FORMA VINCULADA: O tipo penal descreve a forma pela qual o crime se consuma. Exemplo: 
Curandeirismo só se consuma através das formas descritas nos incisos do art. 284, CPB. 
31. CRIME HABITUAL: Consuma-se com a reiteração de atos que demonstrem um estilo de vida do agente. O ato 
visto singularmente não constitui crime. Exemplo: Curandeirismo (art. 284, CPB) - O crime se consuma através 
da prática reiterada da conduta. 
32. CRIME HEDIONDO: São os crimes previstos no art. 1º, da Lei 8.072/1990. 
33. CRIME MILITAR: São os definidos no Código Penal Militar (Decreto-Lei 1.001/1969). 
 ESPÉCIES 
 1. PRÓPRIOS: Previstos exclusivamente no CPM. Exemplo: Dormir em serviço (art. 203, CPM). 
 2. IMPRÓPRIO: Previsto no CPM ena legislação penal comum. Exemplo: Homicídio - Art. 205, 
 CPM b. Art. 121, CPB. 
 
TIPICIDADE 
Juízo de subsunção da conduta praticada no mundo real e o modelo previsto na norma penal. 
Requisitos: 
 - Causa ou Conduta: Ação ou omissão indispensável para ocorrência do crime. 
 - Resultado: 
 a) Material ou Naturalístico: É a modificação gerada no mundo exterior sensível aos sentidos humanos. 
 b) Jurídico ou Normativo: É a modificação gerada no mundo jurídico que fere interesse protegido pela 
 norma penal. 
 - Nexo Causal: Relação entre a conduta do agente e o resultado por ela gerado (Tem relevância principalmente 
 nos crimes materiais. 
 a) Juízo Hipotético de Eliminação: Critério utilizado para verificar se determinada causa deu ou não 
 origem ao resultado. Basta retirar o fato do contexto do crime e verificar se, ainda assim, o resultado 
 aconteceria. 
 - Adequação Típica: Conduta precisa estar no modelo legal. 
Evolução da Tipicidade: 
 - Direito Romano: O crime se dividia em duas estruturas: ilicitude, de ordem objetiva; culpabilidade, de ordem 
 subjetiva. Não se falava em tipicidade. 
 - Fase Da Independência (1906): Beling dividiu o crime em tipicidade, ilicitude (ambas objetivas) e 
 culpabilidade (ordem subjetiva) – (Portanto, o tipo abordava somente os aspectos exteriores da conduta). 
 Beling definiu a tipicidade como mero processo de adequação do fato ao tipo penal – (A tipicidade obtém um 
 conteúdo meramente descritivo, desvinculando-se de qualquer juízo valorativo oriundo da ilicitude). O tipo 
 descreve os aspectos objetivos externos do comportamento. Essa conduta se vincula à teoria causal da ação. 
 - Fase Indiciária Ou Da Ratio Cognoscendi (1915: (preferida pela teoria finalista) a. A tipicidade é a ratio 
 cognoscendi da ilicitude, isto é, a tipicidade constitui um indício de ilicitude, salvo se estiver presente alguma 
 causa de justificação (art. 23, CPB). A tipicidade é indicativa de ilicitude. Inserção de elementos normativos no 
 tipo penal. 
 - Fase Da Unidade Ou Da Ratio Essendi Da Ilicitude: A tipicidade é a ratio essendi (razão de ser) da ilicitude. A 
 tipicidade conduz necessariamente à ilicitude, já que formariam um todo unitário. O crime é visto como fato 
 tipicamente ilícito e culpável. Se a tipicidade se integra à ilicitude, as causas de justificação (art. 23, CPB) se 
 inserem como causas ou elementos negativos do próprio tipo penal. Surgimento Da Teoria Dos Elementos 
 Negativos Do Tipo – Há uma sobreposição da tipicidade em relação à ilicitude, de modo, presente a primeira 
 a segunda estará necessariamente presente. Assim o tipo penal só estará completo se ausentes as causas 
 de justificação, caso contrário o fato seria atípico. As causas de justificação negam, de uma só vez, a ilicitude 
 e a tipicidade. As causas de justificação seriam os elementos negativos da ilicitude e, consequentemente, 
 do próprio tipo. Há uma flagrante confusão entre tipicidade e ilicitude. 
 - Teoria Da Tipicidade Conglobante (Zaffaroni): Conceito – O fato típico pressupõe que a conduta seja proibida 
 pelo ordenamento jurídico como um todo. Se a conduta for penalmente proibida, mas permitida por outro 
 ramo do direito o fato será atípico. Há uma tipicidade legal (adequação do fato à lei penal) e uma tipicidade 
 conglobante (antinormatividade), de modo que se não violada a tipicidade conglobante não haverá fato típico. 
 A tipicidade penal = tipicidade legal + conglobante. 
 CONSEQUÊNCIAS i. A partir dessa teoria o estrito cumprimento de dever legal deixa de ser uma causa 
 de justificação (excludente de ilicitude) para transformar o fato em um indiferente penal, isto é, um 
 fato atípico. 
 
DO TIPO 
Modelo abstrato que descreve o comportamento penalmente vedado pelo D. P. 
Tipo VS Tipicidade: análise que se faz de um evento do mundo real, afim de verificar se encaixa no tipo. 
Tipo e Bem Jurídico: dever ser levado em conta a intervenção mínima e as condutas mais gravosas praticadas em 
detrimento do bem jurídico tutelado. 
Espécies: 
 - TIPOS INCRIMINADORES: Definem as condutas criminosas. 
 - TIPOS PERMISSIVOS OU JUSTIFICADORES: São os tipos em que preveem hipóteses lícitas do cometimento de 
 um fato típico. Exemplo: 1. Art. 23, CPB. 
 - TIPO FUNDAMENTAL OU BÁSICO: É aquele que prevê a forma mais simples do crime. Em regra, segue no 
 caput do tipo penal. Exceção: art. 316, §1º, CPB (crime de excesso de exação). 
 - TIPO DERIVADO: São os tipos que se baseiam no tipo fundamental, contudo, nele insere circunstâncias que 
 aumentam ou diminuem a pena. 
 ESPÉCIES 
 QUALIFICADORAS: Qualificam o crime, aumentando a pena. Exemplo: i. Art. 121, §2º, CPB. 
 CAUSAS DE AUMENTO/DIMINUIÇÃO DE PENA: Causas que aumentam ou diminuem a pena. 
 Exemplo: Diminuição - Art. 121, §1º, CPB; Art. 129, §4º, CPB; Aumento - Art. 122, I e II, CPB 5. 
 - TIPO AUTÔNOMO: Apesar de guardar relação com outro tipo penal é dele autônomo. Exemplo: 1. Art. 123 
 (infanticídio) em relação ao art. 121 (homicídio). 
 - TIPO FECHADO: Descreve a conduta típica em sua completude, não pendendo da interpretação do intérprete 
 ou de complementação de outra norma. 
 - TIPO ABERTO: Descreve parte da conduta típica, devendo ser complementado pelo intérprete. Exemplo: “Art. 
 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público”. 
 - TIPO SIMPLES: Possui apenas um verbo nuclear. Exemplo: “Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa 
 alheia móvel”. 
 - TIPO MISTO: Possui 2 ou mais verbos nucleares. 
 ESPÉCIES 
 MISTO ALTERNATIVO: A prática de dois ou mais verbos nucleares configuram crime único. 
 Exemplo: “Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio 
 ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a 
 adquira, receba ou oculte”. 
 MISTO CUMULATIVO: A prática de dois ou mais verbos nucleares configuram dois ou mais 
 crimes. Exemplo: “Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou 
 de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou 
 maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao 
 pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem
 justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo”. 
 - TIPO CONGRUENTE: Há perfeita coincidência entre a vontade do autor e o fato previsto no tipo penal. É o 
 que ocorre nos crimes materiais consumados. 
 - TIPO INCONGRUENTE a. Não há coincidência entre a vontade do autor e o fato descrito na lei penal. É o 
 que ocorre na tentativa, nos crimes culposos e nos crimes preterdolosos. 
 
CONDUTA 
Ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dolosa ou culposa, dirigida a uma finalidade típica ou não, mas que 
produz ou tenta produzir um resultado previsto na lei penal como crime. 
Teorias Da Conduta / Ação: 
 - TEORIA CAUSAL, NATURALÍSTICA OU CLÁSSICA (séc. XIX): Conduta é o movimento corporal voluntário que 
 causa modificações no mundo exterior. É indiferente a presença do dolo ou culpa. 
 Crítica: Não explica os crimes que independem ou não possuem resultado (Crimes omissivos/Crimes 
 de mera conduta/Crimes formais). Nos Crimes Culposos não analisa conjuntamente a conduta 
 praticada no mundo exterior da relação psíquica do agente. 
 - TEORIA SOCIAL DA AÇÃO: Conduta é o comportamento voluntário e consciente socialmente relevante, isto 
 é, o comportamento do homem capaz de afetar seu relacionamento com o meio social. Importa para o 
 direito penal a conduta que tenha relevância social. 
 Crítica: Discricionariedade do conceito de relevância social. 
 - TEORIA FINAL DA AÇÃO: Conduta é o comportamento humano, consciente e voluntário, dirigido a um fim. 
 Elemento: Manifestação de vontade livre e dirigida a um fim.Crítica: Crimes Culposos - Como aferir a finalidade de uma ação que leva a um resultado naturalístico 
 involuntário. Aqui Welzel admitiu que nos crimes culposos o que se pune é a forma eleita pelo agente, 
 mesmo que a finalidade seja lícita. 
Ausência de Conduta: Conduta tem que ser voluntária (um querer) e consciente (julgamento moral de suas atitudes). 
Se o comportamento não for voluntário e consciente, não há de se falar em conduta. 
 HIPOTESES 
 - Coação Física Irresistível: O agente é mero objeto da vontade do verdadeiro autor do crime; 
 - Movimento Reflexo: Atos involuntários, causados mecanicamente através de estímulos do sistema 
 nervoso. 
 - Estado de Inconsciência: Ausência ou funcionamento ruim das funções mentais. 
Sujeitos da Conduta: 
 ATIVO: Aquele que pratica, total ou parcialmente, a conduta descrita no tipo penal incriminador. 
 Nomenclatura: 
 1. Réu: (genérico) polo passivo da relação jurídico processual penal. 
 2. Investigado: quando é investigado (principal forma no Brasil: inquérito policial). 
 3. Acusado: é quando já está no processo penal. 
 4. Sentenciado: quando recebe a sentença. 
 5. Condenado: quando trânsito em julgado. 
 6. Reeducando/Recuperando: âmbito de execução da pena. 
 PASSIVO: É o titular do bem jurídico atingido pela infração penal. 
 Espécies: 
 a) Mediato: O Estado é sempre sujeito passivo formal das infrações penais, pois é a lei por ele 
 instituída que é violada. 
 b) Imediato: O titular do bem jurídico violado. O Estado pode ser também o sujeito passivo 
 material como ocorre, por exemplo, nos crimes contra a administração pública. 
 
RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA JURÍDICA 
Ficção Da Pessoa Jurídica: A pessoa jurídica é um sujeito de direitos e obrigações, composto por pessoas e bens que 
visam à consecução de certos fins. 
PJ E Conduta (Na Ótica Finalista): Como a PJ pode ter uma ação ou omissão livre e dirigida ao cometimento de um 
determinado crime? iART. 225, §3º, CR7 VS ART. 173, §5o , CR8 - O tratamento dado no art. 173, §5º, CR, deve ser o 
mesmo dados aos ditos crimes ambientais praticados através de PJ. 
Possibilidade De Punições Não Penais Às PJ’s: Responsabilidade civil - Multa administrativa - Dissolução da PJ - 
Intervenção no funcionamento. 
Responsabilidade Da PJ Nos Crimes Financeiros (Lei n. 7.492/1986): Art. 25 “São penalmente responsáveis, nos termos 
desta lei, o controlador e os administradores de instituição financeira, assim considerados os diretores, gerentes.” 
Dever-se-á sempre individualizar a conduta para se proceder à imputação penal. 
 
CRIMES OMISSIVOS 
É o não fazer uma determinada ação que o agente tinha a obrigação de realizar e que podia o fazer. É a infração de 
uma norma incriminadora mandamental (que impõe um agir). 
Possibilidade De Agir: Não se pune o agente que estava fisicamente impossibilitado de agir, mesmo que ele tenha o 
dever de agir. 
 CRIMES OMISSIVOS PRÓPRIOS – São os crimes em que a conduta envolve um não fazer típico que pode ou 
 não originar um resultado naturalístico. O agente não responde pelo resultado, mas tão somente pela 
 omissão. 
NEXO CAUSAL: REGRA – Será sempre um crime de mera conduta (sem previsão de resultado 
naturalístico). Portanto, não há necessidade de se aferir nexo causal. EXCEÇÃO - Quando o crime for 
agravado pelo resultado, há a necessidade de se aferir se mesmo com a ação do agente o resultado 
danoso teria ocorrido. Exemplo: Art. 135, § único, CPB. TENTATIVA - Não admite tentativa. Não há, por 
exemplo, como alguém tentar não prestas socorro 
CRIMES OMISSIVOS IMPRÓPRIOS – (Art. 13, §2, CP). É o desatendimento, por um agente possuidor de um 
dever jurídico de agir, de uma norma incriminadora mandamental. O agente responde pelo resultado. 
 DEVER LEGAL DE AGIR – agente garantidor (tem o dever de evitar o resultado, mesmo que coloque em 
 com risco pessoal). 
 HIPÓTESES (art. 13, §2º, a, b e c, CPB) 
 AGENTE QUE TENHA POR LEI OBRIGAÇÃO DE CUIDADO, PROTEÇÃO OU VIGILÂNCIA: É a 
 obrigação imposta pela própria lei. Exemplo: Policial, Bombeiro, Médico... 
 AGENTE QUE DE OUTRA FORMA, ASSUMIU A RESPONSABILIDADE DE IMPEDIR O RESULTADO: 
 Quando o agente se coloque voluntariamente na posição de garantidor, assumindo por 
 qualquer meio essa obrigação. A obrigação pode ser transitória. Exemplo: Monitor de festa 
 infantil. Vizinha que toma conta de crianças. Cuidador de idoso, mesmo após sua jornada, 
 enquanto o responsável não chega. 
 AGENTE QUE, COM SEU COMPORTAMENTO ANTERIOR, CRIOU O RISCO DA OCORRÊNCIA DO 
 RESULTADO: Aquele que cria uma situação de perigo tem o dever de impedir eventuais 
 resultados lesivos, advindos de sua ação. Exemplo: Agente rompe o sistema de gás de seu 
 edifício e, vendo seus vizinhos prepararem o acendimento da churrasqueira, não os impede. 
 REQUISITOS 
 DEVER DE IMPEDIR O RESULTADO 
 POSSSIBILIDADE DE AGIR 
 EVITABILIDADE DO RESULTADO 
 
NEXO CAUSAL (Art. 13, Caput, CP) 
Relação entre a conduta do agente e o resultado por ela gerado. 
TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DAS CONDIÇÕES (conditio sine qua non – condição sem a qual não) – art. 13, caput, CPB 
Tudo o que contribui para o resultado é causa, pois sua inocorrência impediria o resultado. 
 Juízo Hipotético De Eliminação: Critério utilizado para verificar se determinada causa deu ou não origem ao 
 resultado. Basta retirar o fato do contexto do crime e verificar se, ainda assim, o resultado aconteceria. 
 Exemplo: Vender, licitamente, uma arma a alguém que a usa em um homicídio. O vender a arma é causa do 
 crime. 
 Crítica: Coloca como causas do crime uma relação infindável de condutas predecessoras como, por exemplo, 
 a extração do metal com o qual se fez a arma. 
 ADEQUAÇÃO AO BRASIL: elemento subjetivo em relação ao resultado não permitido. 
TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA OU TEORIA DAS CONDIÇÕES QUALIFICADAS: (É ADOTADA SOMENTE NA 
CONCAUSA INDEPENDENTE: RELATIVAMENTE INDEPENDENTE E SUPERVENIENTE) O evento só pode ser produto da 
ação humana quando esta for idônea a gerar o resultado. 
 Juízo Hipotético De Eliminação. Exemplo: Vender, licitamente, uma arma a alguém que a usa em um homicídio. 
 O vender a arma não é causa do crime. Crítica: Deixa ao juiz a análise da idoneidade de cada suposta causa do
 crime. 
TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA: (NÃO É ADOTADA NO BRASIL) Imputa ao agente um resultado delituoso quando 
seu comportamento tiver criado ou incrementado um risco não permitido ao bem jurídico. 
 Exemplo a. Vender, licitamente, uma arma a alguém que a usa em um homicídio. O vender a arma não é 
 crime, pois a conduta do vendedor não criou um risco não permito. 
 
CONCAUSAS 
Convergência de uma causa externa à vontade do agente que influi na produção do resultado naturalístico. 
Espécies: 
 CAUSAS DEPENDENTES: Origina-se da conduta do agente, dependendo dela para causar o resultado. Portanto, 
se insere no curso normal do desenvolvimento causal. Não exclui a relação de causalidade. Não realiza, por si só, o 
resultado. 
 Consequências: O agente responderá pelo tipo penal ao qual ele quis dar causa. 
 Exemplo: Agente atira na vítima, perfurando seu corpo e provocando hemorragia interna. Caso se 
 retire o disparo da dinâmica dos fatos, o resultado não ocorreria. 
 CAUSAS INDEPENDENTES: Origina-se ou não da conduta do agente, mas dela não depende. Portanto, foge ao 
desdobramento causal da conduta. Exclui a relação de causalidade. Realiza, por si só, o resultado. 
 ESPÉCIES 
 ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE: Não se origina da conduta do agente, provocando, por si 
 só, o resultado. 
 Consequência: responde apenas pelos atos praticados e não pelo resultado, pois este 
 ocorreria de qualquer forma. 
 Espécies: 
 - PREEXISTENTES: Existia antes da conduta. 
 - CONCOMITANTES: Ocorre simultaneamente com a conduta. 
 - SUPERVENIENTES: Ocorre após a conduta.RELATIVAMENTE INDEPENDENTE: Origina-se da conduta do agente, mas provoca, por si só, o 
 resultado. 
 Espécies: 
 - PREEXISTENTES: Existia antes da conduta. 
 - CONCOMITANTES: Ocorre simultaneamente com a conduta. 
 - SUPERVENIENTES: Ocorre após a conduta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRIME DOLOSO 
Consciência (representação do resultado) e vontade (desejo) de realizar os elementos do tipo penal. 
 
 
 
TEORIA DA REPRESENTAÇÃO: O dolo se configura pela previsão do resultado. Não interessa se o agente quis ou 
assumiu o risco de produzir o resultado, bastando que ele tenha sido antevisto pelo sujeito. Configura-se pelo aspecto 
intelectual e não pelo volitivo. CRÍTICA: Confunde dolo com culpa consciente. 
TEORIA DA VONTADE: O dolo se configura pela previsibilidade do resultado e pelo desejo de produzi-lo. CRÍTICA: 
Despreza a possibilidade do dolo eventual. 
TEORIA DO ASSENTIMENTO, CONSENTIMENTO OU ANUÊNCIA: Há dolo quando o agente prevê o resultado, desejando-
o e/ou assumindo o risco de produzi-lo. 
 TEORIA ADOTADA PELO CPB: “Art. 18 - Diz-se o crime: Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado 
 (teoria da vontade) ou assumiu o risco de produzi-lo (teoria do assentimento). (...)” 
DOLO NATURAL E DOLO NORMATIVO 
 NORMATIVO (vinculado à teoria causal): O dolo (e culpa) quando abrigava em seu interior a consciência da 
 ilicitude do fato. Faz-se presente no causalismo, no qual o dolo (e a culpa) estava no interior da culpabilidade, 
 sendo esta composta, além do dolo, pela imputabilidade e pela exigibilidade de conduta diversa. 
 NATURAL (vinculado ao finalismo): CONCEITO a. O dolo (e culpa) livre da consciência da ilicitude. Presente no 
 finalismo, no qual o dolo (e culpa) estão na tipicidade, sendo que a ilicitude ganhou autonomia. 
 
 
ESPÉCIES DE DOLO 
 1. DOLO DIRETO, DETERMINADO, INTENCIONAL OU INCONDICIONADO: É aquele em que a vontade do agente 
 é voltada a determinado resultado. Sua conduta é dirigida a uma finalidade precisa. 
 2. DOLO INDIRETO OU INDETERMINADO: É aquele em que o agente não tem a vontade dirigida a um 
 determinado específico. 
 Espécies 
 a) Alternativo: deseja um resultado ou outro, ou mais de 2 - E assume o risco do outro(s). 
 Consequência: O agente responderá pelo resultado mais grave. Exemplo: Se o agente 
 mata, responderá por homicídio. Se causar lesão corporal, responderá por tentativa 
 de homicídio, pois assumiu o risco de produzir o resultado morte. 
 b) Dolo Eventual: não deseja mais assume o risco. 
 FODA-SE VS FUDEU 
 (dolo eventual) (culpa consciente) 
 3. DOLO DE PROPÓSITO OU REFLETIDO: Demanda a reflexão do agente (crime premeditado). 
 4. DOLO DE ÍMPETO OU REPENTINO: Quando o autor pratica o crime movido por paixão violenta ou excessiva 
 perturbação de ânimo – crime passionais. 
 5. DOLO GENÉRICO: Quando a vontade do agente se limita à prática do crime, sem nenhuma finalidade 
 especial. 
 6. DOLO ESPECÍFICO OU ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: Quando o crime demanda uma finalidade específica. 
 Exemplo: “Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território 
 estrangeiro. Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa”. “Art. 288 - Associarem-se mais de três pessoas, 
 em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes: Pena - reclusão, de um a três anos. (...)” 
 
CRIME CULPOSO 
Inobservância do dever objetivo de cuidado manifestada numa conduta produtora de um resultado não desejado, mas 
objetivamente previsível. A culpa é elemento normativo do tipo penal. Demanda de valoração do juiz no caso concreto. 
 
 
CONDUTA VOLUNTÁRIA: Ação ou omissão pautada na vontade (desejo) do agente que se circunscreve à realização da 
conduta, e não à produção do resultado naturalístico. 
VIOLAÇÃO DO DEVER OBJETIVO DE CUIDADO: Comportamento imposto pelo direito a todas as pessoas, visando 
regular e manter o pacífico convívio social. No crime culposo, esse dever é desrespeitado com a prática de uma 
conduta descuidada que gera um resultado típico. 
 ESPÉCIES 
 a. IMPRUDÊNCIA: Atuação do agente sem observar as cautelas necessárias. É a forma positiva de culpa 
 (in agendo). É ação precipitada e irrefletida. Momento: Desenvolve-se paralelamente à ação. Surge e 
 se manifesta enquanto o agente pratica a ação. Exemplo: O agente dirige normalmente pelas vias 
 quando, repentinamente, começa a violar a legislação de trânsito. A partir desse momento surge a 
 imprudência. 
 b. NEGLIGÊNCIA: Omitir a ação cuidadosa que as circunstâncias exigem. É a forma negativa de ação (in 
 omitendo). Momento: Ocorre previamente ao início da conduta. Exemplo: Agente que deixa sua arma 
 municiada em casa ao alcance de seu filho que se machuca com ela. 
c. IMPERÍCIA: Quando o agente, mesmo autorizado para executar a ação, não possui a 
habilidade/conhecimento técnica para tanto. Momento: Ocorre durante a ação. 
IMPERÍCIA VS ERRO PROFISSIONAL: Erro Profissional - Resulta da falibilidade da ciência. O 
agente conhece e observa as regras de sua atividade, as quais, contudo se mostram 
imperfeitas ou defasadas para a solução do caso. 
 
RESULTADO NATURALÍSTICO INVOLUNTÁRIO: Todo crime culposo requer um resultado naturalístico (alteração do 
mundo exterior). Portanto, todo crime culposo é material. 
 VOLUNTARIEDADE: Todo crime culposo possui resultado involuntário, salvo na culpa imprópria. Portanto, o 
 crime culposo não admite tentativa. 
NEXO CAUSAL: Por se tratar de crime material exige uma relação entre a conduta e o resultado. Teoria da conditio 
sine qua non (art. 13, caput, CPB): Deve-se provar a relação entre a conduta do agente e o resultado involuntário. 
TIPICIDADE: O crime culposo demanda expressa previsão legal. Só é admitido nos crimes que expressamente prevê a 
modalidade culposa. 
PREVISIBILIDADE OBJETIVA DO RESULTADO: Possibilidade de uma pessoa comum, com inteligência mediana, prever o 
resultado. É o homem médio (homo medius). Quando se discute tipicidade e ilicitude se analisa a situação a partir do 
homem médio. Isso porque o fato é que é típico e ilícito. Quando se discute a culpabilidade se analisa a situação a 
partir da pessoa do agente. Isso porque o agente é que é culpável. 
 AUSÊNCIA DE PREVISÃO: Em regra, o agente não prevê o resultado objetivamente previsível. Exceção: Culpa 
 consciente. 
 
ESPÉCIES DE CULPA 
 CULPA INCONSCIENTE OU EX IGNORANTIA: É aquela em que o agente não prevê o resultado objetivamente 
 previsível. 
 CULPA CONSCIENTE OU EX LASCIVIA: Quando o agente prevê o resultado objetivamente previsível, mas 
 mesmo assim realiza a conduta acreditando sinceramente que ele não ocorrerá.

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